quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Jesus


O nome de Jesus aparece bem no meio da ave-maria. O papa João Paulo II chamou atenção sobre este fato em sua recente carta sobre o Rosário: “O baricentro da Avé Maria, uma espécie de charneira entre a primeira parte e a segunda, é o nome de Jesus. Às vezes, na recitação precipitada, perde-se tal baricentro e, com ele, também a ligação ao mistério de Jesus que se está a contemplar. Ora, é precisamente pela acentuação dada ao nome de Jesus e ao seu mistério que se caracteriza a recitação expressiva e frutuosa do Rosário. Já Paulo VI recordou na Exortação apostólica Marialis cultus (nº 46) o costume, existente nalgumas regiões, de dar realce ao nome de Cristo acrescentando-lhe uma cláusula evocativa do mistério que se está a meditar. É um louvável costume, sobretudo na recitação pública. Exprime de forma intensa a fé cristológica, aplicada aos diversos momentos da vida do Redentor. É profissão de fé e, ao mesmo tempo, um auxílio para permanecer em meditação, permitindo dar vida à função assimiladora, contida na repetição da Avé Maria, relativamente ao mistério de Cristo. Repetir o nome de Jesus – o único nome do qual se pode esperar a salvação (cf. Act 4, 12) – enlaçado com o da Mãe Santíssima, e de certo modo deixando que seja Ela própria a sugerir-no-lo, constitui um caminho de assimilação que quer fazer-nos penetrar cada vez mais profundamente na vida de Cristo (Rosarium Virginis Mariae, nº 33).
            Fizemos questão de citar este longo trecho por ser uma observação do Santo Padre que certamente será uma novidade para você. Desde que li estas palavras comecei a mudar o meu jeito de rezar a ave-maria, para ressaltar o nome de Jesus e concertar minha atenção na contemplação do mistério, já que Maria sempre aponta para Jesus. Como seria na prática? Rezo normalmente até “e bendito é o fruto do vosso ventre…” e então respiro antes de pronunciar este nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos abismos (Fil 2,9-10) e toda língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor (Fil 2,11). Realmente neste nome há poder. Não devemos pronunciá-lo de qualquer maneira. Após dizer “Jesus”, acrescento a memória do mistério que estou contemplando. Por exemplo, se for o primeiro Mistério da Luz, rezo assim: “Jesus, batizado no Jordão”, e vou repetindo isso em cada ave-maria, durante todo o terço.

            Este nome escolhido pelo próprio Deus (cf. Lc 1,31; Mt 1,21) em hebraico seria Yhôschuah, ou Yeschuah, em sua forma simplificada. Ambas têm o mesmo significado: Deus Salvador. Ao repetir o nome de Jesus pedimos que ele realize em nós o seu significado: a nossa salvação!

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