O nome de Jesus
aparece bem no meio da ave-maria. O papa João Paulo II chamou atenção sobre
este fato em sua recente carta sobre o Rosário: “O baricentro
da Avé Maria, uma espécie de charneira entre a primeira parte e a
segunda, é o nome de Jesus. Às vezes, na recitação precipitada,
perde-se tal baricentro e, com ele, também a ligação ao mistério de Jesus que
se está a contemplar. Ora, é precisamente pela acentuação dada ao nome de Jesus
e ao seu mistério que se caracteriza a recitação expressiva e frutuosa do
Rosário. Já Paulo VI recordou na Exortação apostólica Marialis cultus
(nº 46) o costume, existente nalgumas regiões, de dar realce ao nome de
Cristo acrescentando-lhe uma cláusula evocativa do mistério que se está a
meditar. É um louvável costume, sobretudo na recitação pública. Exprime de
forma intensa a fé cristológica, aplicada aos diversos momentos da vida do
Redentor. É profissão de fé e, ao mesmo tempo, um auxílio para
permanecer em meditação, permitindo dar vida à função assimiladora, contida na
repetição da Avé Maria, relativamente ao mistério de Cristo. Repetir o
nome de Jesus – o único nome do qual se pode esperar a salvação (cf. Act
4, 12) – enlaçado com o da Mãe Santíssima, e de certo modo deixando que seja
Ela própria a sugerir-no-lo, constitui um caminho de assimilação que quer
fazer-nos penetrar cada vez mais profundamente na vida de Cristo (Rosarium
Virginis Mariae, nº 33).
Fizemos questão de citar este longo trecho por ser uma observação do Santo
Padre que certamente será uma novidade para você. Desde que li estas palavras
comecei a mudar o meu jeito de rezar a ave-maria, para ressaltar o nome de
Jesus e concertar minha atenção na contemplação do mistério, já que Maria
sempre aponta para Jesus. Como seria na prática? Rezo normalmente até “e
bendito é o fruto do vosso ventre…” e então respiro antes de pronunciar este
nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, no céu, na terra e nos abismos (Fil 2,9-10) e toda língua proclame que
Jesus Cristo é o Senhor (Fil 2,11). Realmente neste nome há poder. Não devemos
pronunciá-lo de qualquer maneira. Após dizer “Jesus”, acrescento a memória do
mistério que estou contemplando. Por exemplo, se for o primeiro Mistério da
Luz, rezo assim: “Jesus, batizado no Jordão”, e vou repetindo isso em cada
ave-maria, durante todo o terço.
Este nome escolhido pelo próprio Deus (cf. Lc 1,31; Mt 1,21) em hebraico seria Yhôschuah ,
ou Yeschuah, em sua forma simplificada. Ambas têm o mesmo significado: Deus
Salvador. Ao repetir o nome de Jesus pedimos que ele realize em nós o seu
significado: a nossa salvação!
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