Igreja celebra a festa de Nossa Senhora Rainha

Quaresma de São Miguel Arcanjo







A Quaresma de São Miguel Arcanjo reaviva nossa 

devoção e nosso relacionamento com os anjos

A Quaresma de São Miguel Arcanjo deve ser rezada, diariamente,
entre os dias 15 de agosto e 29 de setembro, dia da Festa de São 
Miguel. Pode ser rezada também em outras épocas do ano por um
período de 40 dias.

Para se preparar para essa Quaresma é necessário
* Acender uma vela abençoada diante de uma imagem ou estampa
de São Miguel Arcanjo
* Oferecer uma penitência durante os 40 dias;
* Fazer o sinal da cruz;
* Rezar estas orações todos os dias:

Oração inicial para todos os dias

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso
refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe, 
Deus, instantemente o pedimos.
E vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no
inferno a satanás e aos outros espíritos malignos que andam pelo 
mundo para perder as almas. 
Amém.
Sacratíssimo Coração de Jesus (3x)

Ladainha de São Miguel Arcanjo

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, rogai por nós.
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.
São Miguel, poderosíssimo príncipe dos exércitos do Senhor, rogai
por nós.
São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.
São Miguel, luz dos anjos, rogai por nós.
São Miguel, baluarte dos cristãos, rogai por nós.
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da cruz,
rogai por nós.
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida,
rogai por nós.
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.
São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.
São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório, rogai
por nós.
São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que
estão no Purgatório,
São Miguel, nosso príncipe, rogai por nós.
São Miguel, nosso advogado, rogai por nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade
de nós, Senhor.
Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo,
para que sejamos dignos de Suas promessas.
Oração : Senhor Jesus, santificai-nos por uma bênção sempre
nova e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, essa
sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do céu e a trocar
os bens do tempo presente pelos da eternidade. Vós que viveis
e reinais em todos os séculos dos séculos. Amém.

O que significa a Assunção de Nossa Senhora?



Ouvi um padre amigo dizer na homilia da Missa da Assunção de Nossa Senhora, que nos lembra que “há um lugar em Deus para nós; e em nós deve, então, haver um lugar para Deus”. Deus nos fez para Ele e Ele nos quer vivendo sempre com Ele na eternidade. E, por isso, disse São Paulo, “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da Terra” (Col 3,1-2).
A Virgem Imaculada foi elevada ao Céu de corpo e alma após sua morte, que a Igreja desde os primeiros séculos chama de “dormição”; Deus a ressuscitou e levou para o Céu. O Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica “Munificientissimus Deus” proclamou como dogma de fé, dizendo:
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.”
A Festa de Nossa Senhora Rainha do Céu e da Terra é celebrada no dia 22 de agosto. A Assunção da Virgem Maria é uma participação especial na Ressurreição de Jesus e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos. A Liturgia bizantina reza: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte”.
Na Missa da Assunção a Igreja reza: “Deus eterno e todo poderoso, que elevastes `a glória do Céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, mãe do Vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de Sua glória”.
Muitos santos perguntavam se o melhor dos filhos poderia recusar à melhor das mães a participação em sua ressurreição e o glorioso domínio à direita do Pai? Para eles sua dignidade de Mãe de Deus exige a Assunção. Para Santo Irineu de Lião (†200), como a nova Eva, Maria participou da sorte do novo Adão, Jesus Cristo, ressuscitou depois da morte, seu corpo não experimentou a corrupção.
A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o Céu existe e é nosso destino. A chegada de nossa Mãe ao Céu é a certeza antecipada da vitória final de todos os justos amigos de Deus, que amam o Evangelho e obedecem a Igreja, vivendo como verdadeiros cristãos. Lá do alto a Mãe querida, ao lado do trono do Rei, prepara um lugar no céu para cada um de nós, e ali intercede por nós sem cessar, ela que é a “onipotência suplicante”. A Igreja reza na Assunção: “Hoje a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do Céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”.(Pref. da Or. Euc.)
A Assunção de Nossa Mãe ao céu é um sinal da nossa ressurreição. É uma mensagem especial e convite dessa Mãe a cada um de nós para segui-la ao Céu, desprezando toda a sedução dos apegos e prazeres desta vida, que por mais abundantes que sejam não conseguem saciar os anseios de uma alma imortal criada em Deus, para Deus e à semelhança de Deus. O coração do homem que foi feito para o Alto.
A Assunção de Nossa Mãe é o testemunho certo de que a filosofia consumista, materialista e hedonista de nossos tempos, que tiraniza o ser humano, afastando-o de Deus e dos irmãos, longe de trazer-lhe a verdadeira felicidade, ao contrário, enche sua alma de tristeza, frustração e pessimismo, numa vida sem rumo e sem ideal.
A Assunção de Maria é a festa da esperança do cristão verdadeiro que espera a felicidade eterna e perfeita. Maria subiu ao Céu deixando na terra um túmulo vazio, sinal de que nossa vida aqui nesta terra é uma caminhada para o Céu. É um alerta para que não nos deixemos enganar pelas delícias ilusórias da viagem, as quais não podem satisfazer os anseios infinitos do homem, cujo destino é viver em Deus para sempre.
A Assunção de Maria é a vitória da vida sobre a morte, da esperança sobre o pessimismo, do sofrimento sobre o prazer, da humildade sobre a soberba, do amor sobre o egoísmo, da pureza sobre a luxúria, da mansidão sobre o ódio, da bondade sobre a inveja, da solicitude sobre a preguiça… do bem sobre o mal.
A subida de Maria ao céu é um chamado vibrante a cada um de nós para que vivamos na terra como ela viveu: simples, humilde, pobre, oculta, silenciosa, discreta, generosa, mansa, bondosa e prestativa, para que sejamos um dia exaltados por termos vivido a humildade.
É lá na casa de Maria, no esplendoroso palácio celeste que deve habitar nosso pobre coração. Conquistar o céu, como Maria, deve ser a meta de cada um de nós, e o objetivo de todos nossos esforços.
O cristão vive com os pés na terra e o coração no céu.
São Paulo expressa isso bem quando diz: “Se é só para esta vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (1Cor 15,19). Em outras palavras, é perder tempo querer seguir Jesus apenas para ser feliz nesta vida, que é rápida e muito precária. No céu é que receberemos a recompensa, “a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,24).
Quem deseja o Reino de Cristo nunca pode esquecer-se de que Ele disse: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,26). Cristo nos quer a todos no Céu, porque ali está nosso destino. Seu coração fica frustrado quando um lugar no céu não é ocupado por alguém. As alegrias do Céu são tantas e tão insondáveis que fizeram S. Paulo exclamar: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que O amam” (1Cor 2,9).
“Nós somos cidadãos dos céus. É de lá que também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo glorioso” (Fl. 3,20-21). “Temos no céu uma casa feita por Deus e não por mãos humanas” (2Cor 5,1). Para o Apóstolo, era um exílio viver na terra. “Todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor… suspiramos e anelamos ser sobrevestidos de nossa habitação celeste… Pois, enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos… Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo, para ir habitar junto do Senhor” (2Cor 5,2-8). Desejar o paraíso é desejar a Deus, diz Santo Afonso, nosso fim último, onde O amaremos perfeitamente.
A vida aqui sem a perspectiva do céu é um desastre total, uma frustração inexplicável. Sem a fé no céu a vida na terra é vazia, sem sentido, como um barco que navega à deriva…
Maria, agora gloriosa no Céu, é a “âncora lançada no infinito de Deus”, é “a Porta do Céu” aberta para seus filhos devotos. Vamos ao Céu por Maria, Ela é a escada que Jesus nos deu para chegar até lá.
Pela Assunção de Nossa Senhora Deus nos revela o sentido pleno da redenção; isto é, uma completa divinização do corpo humano, a transfiguração da própria dimensão material do homem e a vitória sobre a morte em todas suas formas.
Outro aspecto muito relevante da Assunção de Nossa Senhora é que, com seu corpo transfigurado e glorificado, ela pode estar sempre presente ao lado de Jesus e, de modo muito especial numa presença misteriosa junto à Eucaristia. Em vista disso, São Pedro Julião Eymard deu a ela o título de: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”.
Prof. Felipe Aquino

Rezemos pelos nossos sacerdotes, por nosso clero…



Senhor Jesus Cristo, que para testemunhar-nos o Vosso amor infinito, instituístes o sacerdócio católico, a fim de permanecerdes entre nós, pelo ministério dos padres, enviai-nos santos sacerdotes!
Nós Vos pedimos por aqueles que estão conosco à frente de nossa comunidade, especialmente o vigário de nossa paróquia. Pedimos pelos missionários que andam pelo mundo, enfrentando o cansaço, perigos e dificuldades para anunciar a Palavra da Salvação.
Pedimos pelos que se dedicam ao serviço da caridade, cuidando das crianças, dos doentes e dos velhos, de todos os que sofrem e estão desamparados.
Pedimos por todos aqueles que estão a serviço do Vosso Reino de Justiça, de Amor e de Paz, seja ensinando, seja abençoando, seja administrando os sacramentos da salvação.
Amparai e confortai, Senhor, aqueles que estão cansados e desanimados, aqueles que sofrem injustiças e perseguições por Vosso nome, aqueles que se sentem angustiados diante dos problemas.
Fazei que eles todos sintam a presença de Vosso amor e a força de Vossa Providência. Amém.

A vocação sacerdotal

Jesus chamou para Apóstolos “aqueles que Ele quis”, depois de passar a noite em oração. A Igreja viu nisso o chamado ao sacerdócio. É Jesus quem chama o jovem à vida sacerdotal, que não é fácil, que exige muitas renúncias, para ser todo de Deus, a serviço do Reino de Deus, para a edificação da Igreja e a salvação das almas.
A palavra vocação vem do latim vocare=chamar. Deus põe no coração do jovem este desejo de servi-lo radicalmente, indiviso, “full time” como diz o inglês.
Para discernir este chamado divino o jovem precisa, sem dúvida, de um bom orientador espiritual, um padre ou um leigo experiente para ajudá-lo. Penso que alguns sinais que indicam que um jovem tem vocação ao sacerdócio sejam esses:
– Ter vontade de entregar a vida totalmente a Deus, sem guardar nada para si; ser como Jesus, totalmente disponível ao Reino de Deus. Abraçar o celibato com gosto, oferecendo a Deus a renúncia de não ter uma esposa, filhos, netos, casa, etc. Jesus disse que receberá o cêntuplo.
– Desejar trabalhar como Jesus pela salvação das almas, sem pensar em um projeto para a “sua” vida. Entregar a vida totalmente nas mãos de Deus. Ter o desejo de viver mergulhado em Deus.
– Gostar de rezar, de estar com Deus, de meditar sua Palavra, participar da Liturgia, pois sem isso não se sustenta uma vocação sacerdotal; o demônio tem muitas razões para tentar um sacerdote, aquele que lhes arrebata as almas.
– Amar a Igreja de todo o coração, tê-la como Mãe e Mestra; ser submisso aos ensinamentos do Magistério da Igreja. Ser fiel à Igreja e a seus pastores, nunca ensinando algo que não esteja de acordo com o Sagrado Magistério da Igreja, dirigido pelo Papa. Viver o que diziam os santos Padres: “sentire cum Ecclesia”, ou seja, sentir com a Igreja.
– Amar o Papa, os Bispos, Nossa Senhora, os Anjos, os Santos, os Sacramentos, a Liturgia e tudo o que faz parte da nossa fé católica. Desejar estudar teologia, filosofia e tudo o mais que o Magistério Sagrado da Igreja nos recomenda e ensina. Gostar de fazer meditações, retiros espirituais e uma busca permanente de santidade.
– Almejar viver como Cristo; ser “alter Christus”, um outro Cristo na Terra.
– Desejar viver uma vida de penitência, na simplicidade, na pobreza evangélica, na obediência irrestrita aos superiores, aberto a todos por um diálogo franco. Ser tudo para todos.
– Estar disposto a obedecer sempre o seu Bispo ou seu Superior a vida toda, qualquer que seja a decisão dele sobre você.
– Estar disposto a dar até a vida pela Igreja, pelas almas e por Jesus Cristo.
Talvez eu tenha sido um pouco exigente; mas para aquele que deseja ser um Sacerdote do Deus Altíssimo, creio que não se pode pedir menos do que isso.  A propósito, lembro a frase de Dom Bosco: “Não há maior graça para uma família do que um filho sacerdote”. Quem opta pela vida sacerdotal deve se entregar de corpo e alma a ela; não pode ser mais ou menos sacerdote, seria uma frustração para a pessoa e para Deus.

(fonte: - Cleofas)


A alegria Cristã


Há umas palavras muito bonitas no livro de Neemias, que se leem com frequência na Liturgia das Horas: A alegria do Senhor será a vossa força (Ne 8, 10). Jesus nos fala dessa “alegria do Senhor”, a garante e a potencia infinitamente com a sua Ressurreição e com a graça do Espírito Santo: Hei de ver-vos outra vez [quando aparecer ressuscitado], e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria (Jo 16,23; cf. Jo 20,20 e Gl 5,22).
A tristeza enfraquece-nos, a nós e aos que nos cercam. Debilita o ânimo, amolece as forças e desperta o mau humor. Uma pessoa triste cria um ambiente soturno. Já dizia, no século II, um dos mais antigos escritores cristãos: <<Afasta de ti a tristeza. Não entendes que a tristeza é pior do qualquer outro estado de ânimo, que é a coisa que mais desanima e que repele o Espírito Santo? Uma pessoa alegre pratica o bem, gosta das coisas boas e agrada a Deus. O triste, pelo contrário, sempre age errado>> (Pastor de Hermas, Mand. 10,1.1; 3.1).
A alegria, antítese da tristeza, enche-nos de vitalidade e levanta o ânimo dos outros. É dinâmica. Pode-se dizer que uma pessoa alegre faz sair o sol em qualquer lugar onde se encontra.
Mas, talvez nos perguntemos: “É possível a alegria como um bem estável da alma, como algo permanente? Não é, na realidade, como um vagalume, uma luzinha efêmera que só pisca de vez em quando e por uns instantes na escuridão?”
Deus nos responde que não.
– Lembremos as palavras já citadas de Jesus na Última Ceia: Vós, sem dúvida, agora estais tristes. Mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a nossa alegria (Jo 16,22).
– Ouçamos o que diz São Paulo aos que acabavam de abraçar a fé cristã: Nós estamos sempre contentes! (2Cor 6,10).
– Escutemos o “mandamento da alegria” de São Paulo aos filipenses: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!… O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma! (Fl 4, 4-6).
Será possível essa alegria?
Essa é a pergunta que se fazia Bento XVI, ao iniciar, com uma meditação, Sínodo dos Bispos de 2005. Acabavam de lidar, na Liturgia da Hora Terça, as palavras com que Paulo termina sua segunda carta aos Coríntios: Por fim, irmãos, vivei com alegria…, animai-vos…, vivei em paz. E o Deus do amor e da paz estará convosco (2Cor 13,11). O Papa fez o seguinte comentário:
<<É possível ordenar, manda desta forma a alegria? A alegria, poderíamos dizer, vem ou não vem, mas não pode ser imposta como um dever. Neste ponto, ajuda-nos a pensar o texto mais conhecido sobre a alegria das cartas paulinas: Alegrai-vos sempre no Senhor. O Senhor está perto” [refere-se a Fl 4,4, acima citado}.
>>Se a pessoa amada, se o amor, o maior dom da minha vida, estiver próximo de mim, se eu puder ter a certeza de que aquele que me ama – Deus – está perto de mim também nos momentos de tribulação, então poderá manter-se firme no meu coração uma alegria maior do que todos os sofrimentos>> (Meditação, 3/10/2005).
No mesmo sentido, o Papa Francisco afirma, com a leveza jovial de quem habitualmente está de bom humor: <<A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus […]. O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria […] Reconheço que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal que, não obstante as aparências contrárias, somos infinitamente amados>> (Encíclica Evangelii Gaudium nn. 1.5.6).
Amor e Alegria
Deus nos ama. Somos seus filhos muito amados (Ef 5,1). Ele está sempre perto de nós. Nós é que podemos afasta-nos dele, e então a tristeza baixa ao coração. Como dizia São Josemaria [não se referia, como é lógico, à tristeza sem culpa, patológica, que procede da depressão]: <<A alegria é um bem cristão. Só desaparece com a ofensa a Deus, porque o pecado é fruto do egoísmo e o egoísmo é causa de tristeza>> (Caminho, n. 662).
Quer dizer que, para estarmos alegres e alegrar os demais, é preciso que aumente o nosso amor a Deus – a nossa vida de oração, o nosso amor à Eucaristia, a nossa mortificação por amor, a nossa luta pelas virtudes -, e que vençamos o egoísmo, correspondendo generosamente ao amor que o Espírito Santo derrama em nossos corações (cf. Rm 5,5 e Gl 5,22).
O Bom Humor
Quem tem alegria, tem bom humor. <<Onde quer que a alegria esteja ausente, onde quer que desapareça o sendo de humor, com certeza ali não estará o espírito de Jesus>> (J. Ratzinger, Princípios teológicos). Não se trata do humorismo sarcástico, irônico, que agride e humilha os outros. Mas do bom humo amável, que faz bem como um bálsamo que suaviza as asperezas da vida.
Como andamos de bom humo lá e casa? E no ambiente de trabalho, entre colegas e amigo? E, em geral, com todas as pessoas com quem temos contato, mesmo que seja ocasional? Ficamos de cara fechada, com reações bruscas, queixas, gestos antipáticos e respostas ríspidas? Ou temos uma amabilidade sorridente, como a de Cristo ressuscitado, que só com a sua presença fazia brotar a alegria: Alegraram-se os discípulos ao ver o Senhor (Jo 20,20)?
O Papa Francisco, usando uma expressão popular, tem repetido que o cristão não pode ter <<cara de vinagre>>. Se tivermos vinagre no coração precisamos limpá-lo e enxuga-lo bem, sobretudo melhorando a nossa oração, como dizia Santo Agostinho e o Papa Bento XVI recordava na sua encíclica sobre a esperança (Spe salvi, n.33).
Quem é que tem vinagre no coração? Aquele que vive como descrevem estas palavras: <<Não és feliz porque ficas ruminando tudo como se sempre fosse tu o centro: é que te dói o estômago, é que te cansas, é que te disseram isto ou aquilo… – Já experimentaste pensar nEle e, por Ele, nos outros?>> (Sulco, n. 74).
Quem limpa o vinagre? Aquele que descobriu o que se lê em outro pensamento do mesmo livro: <<Talvez ontem fosses uma dessas pessoas amarguradas nos seus sonhos, decepcionadas nas suas ambições humanas. Hoje, desde que Ele entrou na tua vida – obrigado, meu Deus! -, ris e cantas e levas o sorriso, o Amor e a felicidade aonde quer que vás>> (n. 81).
As almas cristãs, sobretudo os santos, nos dão exemplos maravilhosos desse bom humor que procede da caridade e da luta espiritual. Não considere os exemplos que vou mencionar a seguir como legendas áureas, dignas de admiração e impossíveis de imitar; mas como mensagens de Deus que batem no seu coração, e lhe dizem: “E você…, como vive a alegria diante das situações difíceis?”.
Alguns exemplos de Santos
– São Filipe Neri, Pippo il buono, que muitos veneravam como santo ainda em vida, às vezes “se fazia de louco” com palhaçadas ingênuas e até grotescas, <<para sabotar em si – como diz um escritor – a tentação do orgulho, pois o riso, às custas de si mesmo, libera do inchaço da vaidade e atrai alegremente todos para Deus>>. Como é bom saber rir de si mesmo, sem dar importância aos nossos “méritos”, nem aos nossos “dramas” e “tragédias” cotidianos.
– São Josemaria Escrivá referiu certa vez o que lhe aconteceu quando ainda era um jovem padre. Por causa de uma contrariedade forte, <<irritei-me… e depois me irritei por ter-me irritado>>. Nesse estado de ânimo, indo pelas ruas de Madrid, passou por uma daquelas máquinas que faziam seis fotografias rápidas por quatro tostões, e Deus lhe inspirou uma ideia. Entrou na cabine e tirou as fotografias. Dizia que olhou para elas, e <<estava engraçadíssima com a cara de irritação!>>, rasgou cinco fotos e guardou a sexta na carteira durante um certo tempo. <<De vez em quando – comentava -, olhava-a para ver a cara de irritação: “Que bobo!”, dizia para mim>>.
– É célebre o impressionante exemplo de humor de São Thomas More, chanceler da Inglaterra, quando ia ser decapitado por ter-se oposto a aderir ao cisma religioso provocado pelo rei Henrique VIII. Quando inclinava a cabeça sobre o talho, olhou para o carrasco e disse-lhe: <<Ânimo, rapaz! Não tenhas medo de cumprir o teu dever. O meu pescoço é muito curto. Cuida, pois de não cortá-lo de lado, para que não fique abalado o teu prestígio>>. E depois acrescentou: <<Deixa-me ajeitar a barba, não aconteça que também a cortes. Ela nada tem nada a ver com isso>>.
Um precedente muito antigo de Sir Thomas é o do diácono de Roma São Lourenço, martirizado no ano de 285. Segundo conta Santo Ambrósio, foi queimado a fogo lento, deitado numa grelha. Brincado com os verdugos, disse em certo momento: “Este lado já está assado, podem virar-me para o outro”.
Após refletir sobre esses exemplos – quatro entre muitos – talvez seja bom terminar este capítulo transcrevendo uma oração “para pedir o bom humor” composta por São Thomas More. Diz-se que a rezava todos os dias:
– <<Dai-me, Senhor a saúde do corpo e, com ela, o bom senso para conservá-la o melhor possível. Dai-me, Senhor, uma boa digestão e também algo para digerir. Dai-me uma alma santa, Senhor, que mantenha diante dos meus olhos tudo o que é bom e puro. Dai-me uma alma afastada do tédio e da tristeza, que não conheça os resmungos, as caras fechadas, nem os suspiros melancólicos… E não permitais que essa coisa que se chama o “eu”, e que sempre tende a dilatar-se, me preocupe demasiado. Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Dai-me a graça de compreender uma piada, uma brincadeira, para conseguir um pouco de felicidade e para dá-la de presente aos outros. Amém>>.
Trecho retirado do livro: Tornar a Vida Amável, Francisco Faus

E vós, quem dizeis que eu sou?



Nova aliança entre a casa de Israel e a casa de Juda
(Livro do Profeta Jeremias 31,31-34)
“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a força sobre eles, diz o Senhor.
Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, diz o Senhor: imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo. Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor!’; todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.

“E vós, quem dizeis que eu sou?”  (Mt 16,13-23)

Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
Meditação....
Jesus vai elogiar e exaltar aquilo que Pedro está dizendo: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (cf. Mateus 16,17-18).
Veja que beleza! Aquilo que veio do coração de Deus não é uma coisa humana, foi Pedro quem realmente percebeu e deixou-se modelar, deixou que a inspiração divina lhe mostrasse quem era Cristo. Por isso, ele proclamou, do fundo de seu coração, o que via na presença de Cristo. Outros viam as graças, os milagres e as curas, mas não reconheciam Jesus ainda como o Messias. Reconheciam n’Ele um grande profeta, um Elias, um João Batista, um enviado de Deus.
Pedro está dizendo a coisa mais certa, está reconhecendo realmente a identidade de Jesus: “Ele é o enviado! Ele é o Cristo! Ele é o Messias!”. Pedro fala isso no Espírito, porém, acontece um problema, porque Jesus proclama tudo isso, exalta Pedro, o Espírito que está nele [Pedro], mas fala: “Não diga isso a ninguém, porque o Filho do Homem vai sofrer, passar por muitos constrangimentos, será entregue nas mãos dos homens e morrerá por causa da nossa salvação”.
Pedro repreende: “Não! Isso jamais vai acontecer com o Senhor!”. Jesus dá uma outra resposta: “Afasta-te de mim satanás, porque esses seus pensamentos não são de Deus. Agora esses seus pensamentos são da carne”.
Veja que, no mesmo Pedro, há a ação do Espírito e da carne, há a ação daquilo que é de Deus e vem d’Ele, mas também aquilo que não é do Senhor, que vem do próprio humano de Pedro, daquilo que é a sua carne humana. Porque a nossa carne e o nosso sentimento humano não querem saber de sofrimentos, querem rejeitar qualquer forma de cruz e sofrimento.
Permita-me dizer a você: graças a Deus, muito do que fazemos e falamos, muito do que levamos aos outros, é de Deus, e Ele age em nós e por meio de nós.
Assim como Pedro, em nós também há muito do “carnal” e humano. Muitas vezes, eles [carnal e humano] se misturam com o diabólico e aquilo que sai de nós, mas não vem de Deus. Quando Jesus diz: “Afasta-te de mim!”, é para Pedro afastar o que é diabólico, o que é puramente humano e não tem a mistura da graça de Deus, a direção da graça d’Ele naquilo que se fala.
Somos e procuramos ser discípulos do Senhor, procuramos fazer a Sua vontade , temos de ter discernimento do Espírito e da graça, para que não façamos as coisas por mais inspiradas e bonitas que sejam, apenas no nosso humano, no nosso carnal e na nossa vontade.
É preciso recorrer à graça divina, para que aquilo que façamos seja realmente de Deus e inspiração divina em nós.
Que Deus nos ajude a não vivermos da carne e guiados por ela, mas que nos abramos à graça do Espírito, para que ele mesmo aja em nós e nos ensine a fazer a vontade do Senhor!


Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...