O maior acontecimento da história

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Jesus Cristo é o Senhor da História. A data do seu Nascimento marca o ponto Zero. Ele é o centro de Referência; nenhum líder no mundo teve tantos discípulos como Ele; hoje são cerca de dois bilhões de pessoas. Por isso, o seu Natal é o Acontecimento singular a História. Ele veio para salvar o mundo.
Depois da queda de Adão e Eva no pecado, afastando toda a humanidade de Deus, eles foram afastados do Paraíso, mas Deus prometeu um Salvador; Ele viria por uma Virgem, uma vez que foi por uma virgem que o pecado entrou no mundo. Pelo mesmo caminho que veio a des-graça, viria a Graça.
O Proto (primeiro) Evangelho diz: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gn 3, 15)
E quando chegou a “plenitude dos tempos” (Gl 4, 4) Deus enviou o seu Anjo à Virgem para anunciar:” “Ave, cheia de Graça! O Senhor é contigo… O Espírito Santo descerá sobre Ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o Santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus”.
“Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Serás Mãe e terás um filho ao qual darás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará sobre à casa de Jacó eternamente; e o seu reino não terá fim” (Mt 1, 20-21).
Cumpria-se a antiga Promessa: “Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. ” (Is 11, 1-2)
“Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco.” (Is 7, 14)
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” (Jo 1, 1-16)
Jesus veio para implantar na Terra o Reino de Deus; ele será como mostra o profeta Isaias:
“O povo que andava nas trevas viu um grande luz, sobre aqueles que habitavam na região da morte resplandeceu uma luz… porque um Menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre os seus ombros, e Ele se chama: Conselheiro Admirável, Deus forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz. O seu Império será grande, e a paz sem fim.” (Is 91-6)
“Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar. Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada.” (Is11,1-10)
Mas Jesus é “sinal de contradição”  como  disse o velho Simeão a Maria e a José no dia de sua apresentação no Templo. Diante Dele ninguém fica indeferente; ou é contra ou é a favor.
Diz São João evangelista que: “Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam…Ele era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.”
Ele veio para  o que era seu mas os seus não o receberam; as trevas fogem da luz para que as suas más obras não apareçam; é calada da noite que agem os bandidos, salteadores, corruptos…
Mas Ele é “a Luz que ilumina todo homem e mulher que vem a este mundo”. “Quem não conhece Jesus Cristo, permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério inexplicável, um enigma insondável”, disse o Papa João Paulo II na encíclica “Jesus Cristo Redentor do homem”, de 1979. Sem Jesus Cristo o homem é neste mundo como um bêbado no escuro; perdido: não sabe de onde veio; não sabe para onde vai; não sabe o sentido da dor, da morte, da vida, nada…
Muitos filósofos que desprezaram Jesus Cristo tiveram uma vida vazia e frustrada e levaram muitos jovens ao desespero e ao suicídio: Sartre, Shopenhauer, Nietzsche, Marcuse, Balsac, Freud, Marx, Engels,  etc.
“Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu Nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.”
A mais precisa definição sobre o homem é esta: “um filho amado de Deus”, mas somente quem abraçou Jesus Cristo experimenta quão doce é ser filho de Deus. “Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono, dizia uma frase no pára-choque de um caminhão.”
Amigo, amiga, esta é a grande alegria de ser cristão; é a grande alegria de celebrar o Natal do Senhor que veio para se fazer nosso Irmão, e assim, nos tornar filhos de Deus nele. Celebre isto com muita alegria. (Prof. Felipe Aquino).

Feliz Natal!


“Eu vim até você para que você pudesse voltar para Mim”…
Antes que Eu criasse o mundo e todas as coisas, Eu já pensava em você… Eu já o conhecia pelo nome e desejava que você viesse ao “banquete da vida”. Queria que você participasse da Minha Vida e desfrutasse de toda a riqueza da Minha divindade…
Foi por isso que Eu o criei. Eu o teci no ventre de sua mãe, cuidadosamente, e o amei com amor eterno.
Eu o fiz à Minha semelhança para que você pudesse compartilhar Comigo de todos os Meus bens inefáveis. Dei-lhe faculdades e potências que não coloquei em nenhum dos outros seres criados: inteligência, vontade, memória, consciência, capacidade de amar; de sonhar; de sorrir; de chorar, de cantar; de falar… você é o único ser vivo capaz de sorrir, abraçar e derramar lágrimas de emoção diante da dor e do belo. Como Eu fiz você belo!
As pe­dras não sonham como você, as árvores não falam como você e os animais não podem sorrir e cantar como você. Só a você Eu permiti que fosse assim porque só você foi feito à Minha Imagem.
Eu o fiz para Mim.
Eu o fiz para viver Comigo sempre, na terra e no céu.
Eu sou o Seu Senhor. Você é Meu.
Sou louco de amor por você e não aceito perdê-lo(a) de forma alguma, porque você é Minha criatura predileta, Minha glória sobre a terra, Minha maior honra.
Eu o amei tanto que quis lhe dar o maior dom: a liberdade.
Meu amor por você exigia que Eu o fizesse livre, capaz de decidir pela inteligência, e não escravo dos instintos como os animais irracionais.
O amor exige que se dê a liberdade!
Eu sabia que você poderia usar mal desta liberdade. Eu sabia, sim, que você poderia até Me rejeitar, Me abandonar e não querer ouvir a Minha voz e nem ouvir os Meus conselhos… e até me virar as costas. Mas, se Eu não lhe desse a liberdade, você não seria Minha Imagem; seria apenas como um robô ou como uma marionete. Por isso Eu o fiz livre. Não quis você limitado e frio como um computador ou como um teleguiado.
Na verdade, fiquei desesperado quando você Me rejeitou, Me abandonou e achou que podia ser feliz sem Mim. Fiquei angustiado quando você matou em si mesmo a vida eterna que lhe dei, separando-se de Mim que sou a fonte da Vida. Sofri demais quando você virou-Me as costas e abandonou o céu e a Mim para sempre.
Então, no Meu amor infinito por você, resolvi vir ao mundo no Natal para salvá-lo.
Me fiz como você, de carne e osso. Nasci de uma santa mulher, que o Pai tinha escolhido e preparado desde a eternidade. Eu assumi a sua natureza humana e nela escondi a Minha divindade para poder falar com você e mostrar-lhe ansiosamente o Caminho da vida. Eu vim busca-lo ao Paraíso perdido.
E depois, depois de lhe ter mostrado todo o Meu amor, com Minhas palavras e milagres, quis amá-lo até o extremo Sacrifício, para que você nunca duvidasse do meu amor por você.
Como disse uma vez ao Meu querido filho Santo Antônio: “Eu vim até você para que você pudesse voltar para Mim”.
Querido amigo e amiga da Cléofas, Feliz Natal!
Obrigado pela amizade e pela confiança em nós depositada.
Que as Bênçãos novas do divino Menino inundem suas almas! 
(Prof. Felipe Aquino).

As lições da Sagrada Família


A família é uma realidade sagrada
O Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como que de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família: guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.
O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de “a Igreja doméstica” (LG, 11) na qual Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; nele também foi ensinado que: “A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS, 47).
Jesus habita com a família cristã. A presença do Senhor nas Bodas de Caná da Galiléia significa que o Senhor “quer estar no meio da família”, ajudando-a a vencer todos os seus desafios; e Nossa Senhora ali o acompanha com a sua materna intercessão.
Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher “à sua imagem e semelhança” (Gen 1,26), Ele os quis “em família”. Por isso, a família é uma realidade sagrada. Jesus começou sua missão redentora da humanidade na Família de Nazaré. A primeira realidade humana que Ele quis resgatar foi a família; Ele não teve um pai natural aqui, mas quis ter um pai adotivo, quis ter uma família, e viveu nela trinta anos. Isso é muito significativo. Com a presença d’Ele na família – Ele sagrou todas as famílias.
Conta-nos São Lucas que após o encontro do Senhor no Templo, eles voltaram para Nazaré “e Ele lhes era submisso” (cf. Lc 2,51). A primeira lição que Jesus nos deixou na família é a de que os filhos devem obedecer aos pais, cumprindo bem o Quarto Mandamento da Lei. Assim se expressou o Papa João Paulo II:
“O Filho unigênito, consubstancial ao Pai, ‘Deus de Deus, Luz da Luz’, entrou na história dos homens através da família” (CF, 2).
Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC, 2205). E na sua mensagem de Paz, do primeiro dia do Ano Novo (2008) o Papa Bento XVI deixou claro que sem a família não pode haver paz no mundo. E o Papa fez questão de ressaltar que família é somente aquela que surge da união de um homem com uma mulher, unidos para sempre, e não uma união homossexual que dá origem a uma falsa família.
“A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC, 2207).
A Família de Nazaré sempre foi e sempre será o modelo para todas as famílias cristãs. Acima de tudo, vemos uma família que vive por Deus e para Deus; o seu projeto é fazer a vontade de Deus. A Sagrada Família é a escola das virtudes por meio da qual toda pessoa deve aprender e viver desde o lar.
Maria é a mulher docemente submissa a Deus e a José, inteiramente a serviço do Reino de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lc 1,38). A vontade dela é a vontade de Deus; o plano dela é o plano de Deus. Viveu toda a sua vida dedicada ao Menino Deus, depois ao Filho, Redentor dos homens, e, por fim, ao serviço da Igreja, a qual o Redentor instituiu para levar a salvação a todos os homens.
José era o pai e esposo fiel e trabalhador, homem “justo” (Mt 1, 19), homem santo, pronto a ouvir a voz de Deus e cumpri-la sem demora. Foi o defensor do Menino e da Mãe, os tesouros maiores de Deus na Terra. Com o trabalho humilde de carpinteiro deu sustento à Família de Deus, deixando-nos a lição fundamental da importância do trabalho, qualquer que seja este.
Em vez de escolher um pai letrado e erudito para Jesus, Deus escolheu um pai pobre, humilde, santo e trabalhador braçal. José foi o homem puro, que soube respeitar o voto perpétuo de virgindade de sua esposa, segundo os desígnios misteriosos de Deus.
A Família de Nazaré é para nós, hoje, mais do que nunca, modelo de unidade, amor e fidelidade. Mais do que nunca a família hoje está sendo destruída em sua identidade e em seus valores. Surge já uma “nova família” que nada tem a ver com a família de Deus e com a Família de Nazaré.
As mazelas de nossa sociedade –, especialmente as que se referem aos nossos jovens: crimes, roubos, assaltos, seqüestros, bebedeiras, drogas, homossexualismo, lesbianismo, enfim, os graves problemas morais e sociais que enfrentamos, – têm a sua razão mais profunda na desagregação familiar a que hoje assistimos, face à gravíssima decadência moral da sociedade.
Como será possível, num contexto de imoralidade, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada e uma vida digna, com esperança?
Como será possível construir uma sociedade forte e sólida onde há milhares de “órfãos de pais vivos”? Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem dos casais que se separam, destruindo as famílias e gerando toda sorte de sofrimento para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva para sempre.
A Família de Nazaré ensina ainda hoje que a família desses nossos tempos pós-modernos só poderá se reencontrar e salvar a sociedade se souber olhar para a Sagrada Família e copiar o seu modo de vida: serviçal, religioso, moral, trabalhador, simples, humilde, amoroso… Sem isso, não haverá verdadeira família e sociedade feliz.
Prof. Felipe Aquino

A nova vida em Cristo


A festa da Sagrada Família mostra que, a partir de Cristo, os homens necessariamente convivem. Ninguém esta a sós, nem é apenas individual. Em primeiro lugar cada um é apresentado ao Senhor, para significar que vive para Deus, como seu principio e fim. Nele tem sua plenitude. Passara sua vida inteira estreitando seus laços com Ele, até que possa dizer como São Paulo, que seu viver é Cristo.
Em segundo lugar, dentro da Igreja, cada um esta rodeado de pessoas piedosas. Sente a solidariedade da fé. São Lucas nos apresenta no Evangelho deste domingo (28/12), dois modelos: o velho Simeão, feliz por ter podido ver o rosto do Salvador. Não lhe falta mais nada. Cumpriu a sua missão na terra. Pode partir em paz. O segundo modelo é Ana, tb idosa mas viúva. Sua vida desenvolveu, primeiramente com o marido mostrando que o homem necessariamente convive em família, e depois no Templo a serviço de Deus. Obteve por isso a graça de encontrar pessoalmente o Menino Jesus, como divisor das águas da humanidade, anunciando o inicio de uma nova era.
São Lucas no Evangelho deste domingo (28/12) conclui a apresentação de Jesus no Templo com a reverencia de sua volta a Nazaré. Aponta quatro características que deve marcar todos aqueles que crê no Senhor Jesus: crescimento, fortificação, sabedoria e graça. Em outras palavras, o cristão nunca esta pronto. Deve desenvolver suas dimensões humanas e cristã, tornar-se cada vez mais forte na fé, esperança e caridade, buscar a sabedoria humana e divina e crescer na graça, até atingir a plenitude de Cristo.   (Dom Tadeus Grings).

Por que dia 7 de outubro é dia de Nossa Senhora do Santo Rosário?


O motivo é muito bonito. No século XVI, o Império Turco Otomano, muçulmano, em expansão, continuava a ameaçar a Europa Ocidental. E preparava-se para invadir a Europa e destruir o Cristianismo a partir da Grécia. O Sultão muçulmano já tinha prometido “dar de comer alfafa a seu cavalo sobre o altar da Basílica de São Pedro”.
Então, em legítima defesa, em situação pouco favorável, em maio de 1571, o Papa São Pio V (1566-1572) conseguiu, finalmente, celebrar a “Santa Liga”, aliança entre Espanha, Veneza e Malta, que ele consagrou na Basílica de São Pedro.
Uma frota se reuniu e foi confiada a Dom João da Áustria, irmão de Felipe II, rei católico  da Espanha. Para implorar a proteção de Deus para a frota de defesa da Europa cristã, São Pio V publicou um jubileu solene e ordenou o jejum e a oração pública do Rosário.
A batalha decisiva aconteceu no golfo de Lepanto, à saída do estreito de Corinto, no dia 7 de outubro de 1571. No combate enfrentaram-se 213 galeras espanholas e venezianas contra uns 300 navios turcos. Aproximadamente cem mil homens combateram em cada campo. A frota cristã alcançou uma vitória completa. Quase todas as galeras inimigas foram presas ou postas a pique. O almirante turco Ali Pacha foi vencido. Quinze mil cativos cristãos foram liberados dos muçulmanos. Somente um terço da frota turca conseguiu voltar, derrubando assim a lenda da invencibilidade da frota muçulmana. O perigo muçulmano estava afastado com a guerra de legítima defesa da Europa cristã. Nossa Senhora salvou a Igreja mais uma vez.
Na noite da batalha, o papa Pio V saiu bruscamente do seu escritório até a janela, onde parecia contemplar um espetáculo. Em seguida, voltou-se e disse aos cardeais que estavam com ele: “Vamos dar graças a Deus: nossa armada saiu vitoriosa!” Isto aconteceu no dia 7 de outubro, pouco antes das cinco horas da tarde, mas a notícia da vitória chegaria a Roma somente 19 dias mais tarde, em 26 de novembro, confirmando, assim, a revelação feita pelo Papa.
Após a batalha de Lepanto, São Pio V acrescentou às Ladainhas de Nossa Senhora uma invocação nova: “Auxílio dos cristãos, rogai por nós”, e ordenou a instituição da festa de Nossa Senhora das Vitórias que Gregório XIII (1572-1585) logo a seguir mandou celebrar com o nome de festa do Santo  Rosário, a cada primeiro domingo do mês de outubro em todas as igrejas. No seio do povo católico, a vitória de Lepanto contribuiu, desta forma, para o rápido desenvolvimento da devoção do Rosário. (Prof Felipe Aquino).

Mãe Divina


Se o meu Redentor,por causa de meus pecados; me atirasse longe de Si, lançar-me-ia aos pés de sua Mãe e, prostrado, não me levantaria enquanto Ela não me obtivesse o perdão. Ela não deixaria de fazer violência ao Coração de Jesus para que me perdoe.
Cada sacerdote no altar deveria ser inteiramente identificado com Nossa Senhora, porque como por meio dela é que nos foi dado este Santíssimo Corpo, assim é pelas mãos dela que Ele deve ser oferecido a nós.
Já que toda a natureza divina esteve nas entranhas da Santíssima Virgem, não duvido dizer que em toda distribuição de graças tem certa jurisdição essa Virgem, de cujas entranhas como de um oceano da divindade, emanam os rios de todas as graças. 
São Boaventura.

Por que fazemos o sinal da Cruz?



“É a cruz que fecunda a Igreja, ilumina os povos, guarda o deserto, abre o paraíso.”Proclo de Constantinopla, bispo
A primeira coisa que nossos pais católicos nos ensinam a fazer é o sinal da Cruz. É uma das mais belas marcas de nossa religião; é o ato que inicia e termina nossas orações particulares ou coletivas. É um sinal externo que “nos volta para Deus”.
Sua referência é bíblica. Uma delas está no livro de Ezequiel (9,3-4): “O Senhor disse: Percorre a cidade, atravessa Jerusalém e marca na fronte os que se lamentaram afligidos pelas abominações que nela se cometem.”
A marca é um tau (T), última letra do alfabeto hebraico, que tinha a forma de uma cruz. Os marcados são propriedade do Senhor, uma porção sagrada e intocável. Em Apocalipse 7,3 temos outra cena semelhante: “Não causeis danos à terra nem ao mar nem às árvores, até que selemos a fronte dos servos do nosso Deus.” Em ambos os textos, a marca na fronte significava a salvação e sem ele o homem não seria poupado.
Tertuliano (†220) escrevia no ano 211 d. C.: “Nós marcamos nossa fronte com o sinal da cruz. Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da Cruz” (De corona militis 3).
Fazer o sinal da cruz já era um hábito antigo quando escreveu isso.
Há muitos textos bíblicos, que louvam e exaltam a Cruz de Cristo:
Mt 10,38: “Aquele que não toma a sua cruz e me segue, não é digno de mim” (Cf.Mc 8,34; Lc 9,23; 14,27).
Mt 16,24: “Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Gl 2,19: “Pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Fui crucificado com Cristo.”
Gl 6,14: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.”
Diz ainda Santo Hipólito de Roma (†235), descrevendo as práticas dos cristãos do século II: “Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se á feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que á um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da Cruz na fronte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreite para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos 42).
São Paulo exalta a santa cruz: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que se salvam, isto é para nós, é uma força divina.” (1 Cor 1,18)
Podemos e devemos fazer o sinal da cruz sempre que vamos rezar, conversar com Deus, pedir a sua proteção. Ao passar por uma igreja, ou outro lugar sagrado, podemos fazer o sinal da cruz, com respeito, e bem feito, para pedir a Deus a sua proteção. O importante é a intenção de rezar, “voltar-se para Deus”. O próprio Sinal da Cruz é uma oração. Importa que seja feito com devoção, e não como superstição.
Diante do Santíssimo Sacramento, pode-se fazer o sinal da cruz, mas não é obrigatório; e sim a genuflexão. Também não é necessário fazer o sinal da cruz ao receber a sagrada Comunhão, pois já o fizemos no início da celebração.
Nota: vale a pena lembrar que no dia 14 de setembro a Igreja celebra a festa da exaltação da santa cruz.
“… Até hoje a cruz é glorificada; com efeito, é a cruz que ainda hoje consagra os reis, adorna os padres,protege as virgens, dá força aos ascetas, reforça os elos dos esposos, dá ânimo às viúvas.É a cruz que fecunda a Igreja, ilumina os povos, guarda o deserto, abre o paraíso.”Proclo de Constantinopla, bispo (c. 390-446) – Sermão para o Domingo de Ramos
Prof. Felipe Aquino

Dia 08 de dezembro de 2014 - Imaculado Coração de Maria





DIA MUITO ESPECIAL PARA MINHA VIDA, REALIZEI  - DIA 08 DE DEZEMBRO DE 2014, RENOVEI MINHA CONSAGRAÇÃO TOTAL A VIRGEM SANTÍSSIMA, PELO METODO DE SÃO LUIS MARIA G MONFORT.

VVVVIIIIIVVVVVAAAA   MMMAAARRRRIAA,   SAAANTTTÍÍÍÍSSIMAAA ,   MMMMÃÃÃEEEE DO MMEEEUU  SSEEENHHHOOOORRR   JJJJEEEESSSSUUUUSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


MUITO OBRIGADO MMMÃÃÃÃEEEE  POR ME ACEITAR COMO TEU ESCRAVO....!!!!!!!!!!


José Julio
Sob o Manto Sagrado da Virgem Santíssima!!!!
08/12/2014


Ó doce Virgem Maria


Por Santo Afonso Maria de Ligório

Grande Mãe de Deus e minha Mãe, ó Maria, é verdade que eu não sou digno de proferir o vosso nome; mas vós, que me tendes amor e desejais minha salvação, concedei-me, apesar de minha indignidade, a graça de invocar sempre em meu socorro vosso amantíssimo e poderosíssimo nome. Pois é ele o auxílio de quem vive e salvação de quem morre.
Puríssima e dulcíssima Virgem Maria, fazei que seja vosso nome de hoje em diante o alento de minha vida. Senhora, não tardeis a socorrer-me quando vos invocar. Pois, em todas as tentações que me assaltarem, em todas as necessidades que me ocorrerem, não quero deixar de chamar-vos em meu socorro, repetindo sempre:

Maria! Maria! Assim espero fazer durante a vida, assim espero fazer particularmente na hora da morte, para ir depois louvar eternamente no céu vosso querido nome, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. 

A Grandeza da Misericordia da Santissima Virgem


Por Santo Afonso Maria Ligorio
Transite ad me omnes qui concupiscitis me, et a generationibus meis implemini – “Passai-vos  a mim todos os que me cobiçais, enchei-vos dos meus frutos” (Ecclus. 24, 26). Quando a Santíssima Virgem vivia ainda na terra, já não podia ver algum necessitado sem socorrê-lo. Quanto mais misericordiosa não será agora que está no céu, de onde melhor vê as nossas misérias e nos ama com coração de Mãe! Não nos descuidemos portanto de recorrer a uma Mãe tão boa em todas as nossas necessidades e de pôr nela toda a nossa esperança. 
Mas, ao mesmo tempo, deixemos de lhe amargurar o coração pela nossa tibieza e pelos nossos pecados.
I. Considera que Maria é uma advogada tão piedosa, que não só ajuda ao que a ela recorre, mas ela mesma vai à procura dos miseráveis para os defender e salvar.Eis como ela convida a todos, animando-nos a esperarmos todos os bens, se a ela recorrermos: “Passai-vos a mim  todos e enchei-vos dos meus frutos.” – “O demônio”, diz São Pedro, “vai sempre ao redor de  nós, buscando quem possa tragar”; mas nossa divina Mãe, acrescenta Bernardino de Bustis, vai sempre ao redor de nós buscando a quem possa salvar: Circuit, quaerens quem salvet.
Maria é Mãe de misericórdia porque a piedade que tem de nós faz que de nós se compadeça e procure sempre salvar-nos; assim com uma mãe não pode ver seus filhos em perigo de se perderem e deixar de os ajudar. E que, depois de Jesus Cristo, pergunta São Germano, interessa-se mais pela nossa salvação do que vós, ó Mãe de misericórdia? – Ela certamente nos ajudará quando a invocarmos e nunca jamais foi alguém por ela desamparado. Isso, porém, não basta a seu Coração piedoso. Como diz Ricardo de São Victor, ela previne as nossas súplicas e procura ajudar-nos antes que nós a invoquemos. Apenas vê alguma miséria, socorre logo e não pode 
ver algum necessitado sem o ajudar.A Santíssima Virgem assim praticava desde a sua vida terrestre, como sabemos pelo fato sucedido nas bodas de Caná na Galileia. Vindo a faltar o vinho, ela não esperou até ser rogada; mas, compadecendo-se da aflição e do pejo daqueles esposos, pediu ao Filho que os consolasse dizendo: Vinum non habent (1) – “Eles não tem vinho”; e obteve que seu Filho, por um milagre, convertesse a água em vinho. Pois bem, diz São Boaventura, se foi tão grande a piedade de Maria para com todos quando estava ainda em terra, muito maior sem dúvida será a sua piedade para nos socorrer, agora que está no céu, onde conhece melhor as nossas misérias e mais de nós se compadece.
II. Ah! Não nos descuidemos jamais de recorrer à nossa divina Mãe em todas as nossas necessidades, pois que sempre será achada com as mãos repletas de misericórdia; sempre disposta a ajudar ao que a invoque, e tão desejosa de nos fazer bem e de nos ver salvos, que ela mais deseja conceder-nos graças do que nós desejemos recebê-las. São Boaventura chega a dizer que a Bem aventurada Virgem se julga ofendida não só pelos que a injuriam positivamente, mas também por aqueles que lhe não
 pedem graças. Recorramos, pois, sempre a esta Mãe de misericórdia e digamos-lhe o que dizia o mesmo Santo: In te, Domina, speravi, non confundar in aeternum – “Em vós, Senhora, esperei, não 

permitais que eu seja confundido para sempre”. Mas ao mesmo tempo deixemos de lhe amargurar o Coração pela nossa tibieza e pelos nossos pecados.Ó Rainha do céu, Maria Santíssima, eu, que era outrora escravo do demônio, consagro-me agora e sempre a vosso serviço e ofereço-me a vós, para vos honrar e servir pelo restante da minha vida. 
Recebei-me, então para vosso servo, e não me rejeiteis como o merecera. Ó minha Mãe, em vós hei posto todas as minhas esperanças. Eu bendigo e agradeço a Deus, que por sua misericórdia me deu esta confiança em vós. Verdade é que, no passado, caí desgraçadamente no pecado; mas tenho confiança de haver obtido perdão pelos merecimentos de Jesus e vossas orações.
Entretanto, isto não basta, ó minha Mãe; um pensamento me aflige: posso de novo perder a graça de Deus. Os perigos são contínuos, os inimigos não dormem, novas tentações virão assaltar-me. Ah! Soberana minha, protegei-me, socorrei-me nos assaltos do inferno, e não permitais me aconteça ainda no futuro cometer pecado e ofender a vosso divino Filho Jesus. Não, não perca eu de novo a minha alma, o paraíso e Deus. Peço-vos esta graça, ó Maria, não me a recuseis, antes alcançai-m'a pela vossa intercessão. Assim espero. (*II 152.)  (fonte: Paróquia Nossa Senhora do Brasil)

A tarefa do cristão não tem limites

Os três versículos da segunda leitura do vigésimo terceiro domingo do Tempo 
Comum são marcados pelo tema do amor enquanto cumprimento da Lei. O amor 
é a raiz de tudo o que deve ser feito e o modo pelo qual tudo deve ser feito. 
Paulo sintetiza isso em uma frase lapidar: “Não tenham nenhuma dívida para com
ninguém, a não ser a de se amarem unas aos outros”.
Diante disso, nós nos perguntamos: essa dívida que contraímos com o nosso
próximo é pagável ou impagável? Temos crédito ou débito? A resposta a essa 
questão fica mais clara à luz do tema central da Carta aos Romanos. E o tema 
central é este: a humanidade toda tinha, em relação a Deus, uma dívida que 
jamais poderia saldar, pois o ser humano não reunia condições para se salvar 
ou se justificar
 por força própria ou em vista de seus méritos. Então, Deus intervém com
 a grande novidade: Ele anistia  a humanidade inteira, salvando-a em Cristo 
Jesus, morto e ressuscitado. Para a humanidade, não resta senão um gesto 
capaz de responder a esse amor inesperado e extraordinário, ou seja, acre-
ditar em Jesus e procurar responder, com a mesma intensidade, ao amor que
 Ele manifestou.
São Paulo mostra em que consiste amar a Deus e a seu Filho Jesus:
“Quem amao próximo, cumpriu a Lei. De fato, os mandamentos: Não cometerás
 adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e todos os outros, estão 
reunidos nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”Note-se que, 
em todo esse trecho, não se menciona Deus. Tem-se a impressão de que esteja 
faltando algo, mas não está, porque não há muitas formas de amarmos a Deus. 
Na verdade, há uma só, que é amando o próximo, cada pessoa, do jeito que ela
é, pois sabemos que ninguém escolhe o próximo para amá-lo. Ele simplesmente
se apresenta como dom de Deus e também como desafio à nossa capacidade
de amar. Nesse sentido, todos somos devedores de uma dívida impagável, a 
não ser que sejamos capazes de gestos gratuitos como os de Jesus, que se 
entregou totalmente por amor.
Por Dom Eurico dos Santos Veloso – Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

Santo Antônio e a Natividade da Virgem Maria




Santo Antônio de Pádua, doutor da Igreja, pronunciou um Sermão no dia do nascimento de Nossa Senhora (8 de setembro). Segue o texto:
1. Digamos: A gloriosa Virgem Maria foi como a estrela da manhã entre as nuvens.
Escreve o Eclesiástico: A beleza do céu é a glória das estrelas, que ilumina o mundo (Eclo 43, 10). Nestas três palavras observam-se os três fatos que resplandeceram admiravelmente na Natividade de Maria Santíssima. Primeiramente, a exultação dos Anjos, quando se diz: A beleza do céu. Conta-se que um homem santo, mergulhado em devota oração, ouviu a doce melodia dum canto angélico no céu. Passado um ano, no mesmo dia, voltou a ouvi-lo e perguntou ao Senhor que lhe revelasse o que vinha a ser aquilo.
Foi-lhe respondido que nesse dia nascera Maria Santíssima. Por esse motivo, os Anjos no céu cantavam louvores ao Senhor. Esta a razão de se celebrar nesse dia a Natividade da gloriosa Virgem. Na segunda palavra observa-se o segundo fato, a pureza da sua Natividade, quando se afirma: A glória das estrelas. Assim como uma estrela difere de outra estrela em claridade (1Coríntios 15,41), assim a Natividade da Virgem Maria difere da natividade de todos os santos. Na terceira palavra observa-se o terceiro fato, a iluminação de todo o mundo, quando se diz: Que ilumina o mundo. A natividade da gloriosa Virgem iluminou o mundo, coberto de trevas e da sombra da morte. E por isso diz bem o Eclesiástico: Como estrela da manhã no meio da névoa etc. Maria Santíssima, mensageira do Salvador e perfeita em tudo.
2. A estrela da manhã precedendo o sol e anunciando a manhã, com a luz do seu fulgor afasta as trevas da noite. A estrela da manhã é Maria Santíssima, que, nascida no meio da névoa, afugentou a névoa tenebrosa, e na manhã da graça anunciou o sol da justiça aos que habitavam nas trevas. Dela diz o Senhor a Jó “És tu porventura que fazes aparecer a seu tempo a estrela da manhã” (Jó 38,32).
Quando chegou o tempo da misericórdia (Salmo 101,14), o tempo de edificar a casa do Senhor, o tempo aceitável e o dia da salvação, o Senhor fez aparecer a estrela da manhã, Maria Santíssima, para luz dos povos. Os povos devem dizer o que disseram a Judite, como se lê no seu livro: “O Senhor abençoou-te com a sua fortaleza, porque ele por ti aniquilou os nossos inimigos… Ó filha, tu és bendita do Senhor Deus altíssimo, sobre todas as mulheres que há sobre a terra. Bendito seja o Senhor, que criou o céu e a terra, que te dirigiu para cortares a cabeça ao príncipe dos nossos inimigos. Porque hoje engrandeceu o teu nome tanto, que nunca o teu louvor se apartará da boca dos homens” (Judite 13, 22-25).
Foi, portanto, Maria Santíssima, na sua Natividade, como a estrela da manhã. Dela diz ainda Isaías: “Sairá uma vara do tronco de Jessé, e uma flor brotará da sua raiz” (Isaías 11, 1). Repare-se que Maria Santíssima se chama vara, por causa das cinco propriedades que esta possui: é longa, reta, sólida, grácil e flexível. Maria Santíssima foi longa na contemplação, reta na perfeição da justiça, sólida na estabilidade do entendimento, grácil na pobreza, flexível na humildade. Esta vara saiu da raiz de Jessé, pai de Davi, de quem proveio Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo (Mateus 1, 16). Por isso se lê no Evangelho de hoje: Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi (Mateus 1,1).
3. Sairá uma vara da raiz de Jessé e uma flor sairá das suas raízes. Vejamos o que significam, no sentido moral, as três palavras: raiz, vara, flor. A raiz significa a humildade de coração; a vara, a retidão da confissão e a disciplina da satisfação; a flor, a esperança da felicidade eterna. Jessé interpreta-se ilha ou sacrifício, e significa o penitente, cujo espírito deve ser uma espécie de ilha. Chama-se ilha, por estar situado no sal, isto é, no mar. O espírito do penitente situa-se no mar, ou seja, na amargura. O penitente é batido pelas ondas das tentações e, todavia, fica firme. E oferece ao Senhor um sacrifício em odor de suavidade. A raiz de Jessé é a humildade da contrição, de que sai a vara da confissão reta e a disciplina da discreta mortificação. E observe-se que a flor não brota do cimo da vara, mas da raiz. Uma flor brotará da sua raiz, porque a flor, ou a esperança da felicidade eterna, brota, não da mortificação do corpo, mas da humildade do espírito. Com tudo isto concorda o que se lê no Evangelho de hoje, em que São Mateus, descrevendo a geração de Cristo, primeiro põe Abraão, em segundo lugar Davi, em terceiro a transmigração da Babilônia. Abraão que disse: “Falarei ao meu Senhor, embora eu seja pó e cinza” (Gênesis 18, 27), designa a humildade do coração; Davi, cujo coração reto esteve com o Senhor: “Encontrei Davi, um homem segundo o meu coração” (Atos 13, 22), a retidão da confissão; a transmigração de Babilônia, a disciplina da mortificação e a tolerância da tribulação. Se existirem em ti estas três gerações, conseguirás a quarta geração, a de Jesus Cristo, que nasceu da Virgem Maria, de cuja Natividade se diz hoje: Como a estrela da manhã no meio da névoa.
4. E enfim: E como a lua cheia brilha durante a sua vida. Maria Santíssima chama-se lua cheia, porque perfeita sob todos os aspectos. A lua é imperfeita no quarto crescente ou minguante, porque tem mancha e pontas. Mas a gloriosa Virgem nem na sua Natividade teve mancha, porque foi santificada no ventre materno e guardada pelos Anjos, nem durante a vida possuiu as pontas da soberba, e, por isso, brilha plena e perfeita. Chama-se luz, por diluir as trevas. Rogamos-te, portanto, Senhora nossa, que tu, Estrela da manhã, afastes com o teu esplendor a névoa da sugestão diabólica, que encobre a terra do nosso espírito; tu que és a lua cheia, enchas o nosso vazio, diluas as trevas dos nossos pecados, a fim de que mereçamos chegar à plenitude da vida eterna, à luz da glória sem falha. Auxilie-nos o Senhor, que te criou para seres a nossa luz. Para nascer de ti, fez-te nascer hoje. A Ele seja prestada honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.
Santo Antônio de Lisboa, Obras Completas, Lello & Irmão – Editores, 1987, Volume I, pp. 901-905. Compilação: Frei Antônio Corniatti, OFM

Natividade da Mãe de Deus


O nascimento de Maria Santíssima traz ao mundo o anuncio jubiloso de
 uma boa nova: a  Mãe do Salvador já está entre nós. Ele é o alvorecer prenunciativo de nossa salvação, o início  histórico da
obra da Redenção.
E "como celebraremos o nascimento de Maria?"
Essa pergunta, feita por São Pedro Damião em seu "Segundo Sermão sobre a Natividade de Nossa Senhora", ainda surge hoje quando se trata de comemorar essa solenidade. O acontecimento é grande demais. E assim o santo justificou sua perplexidade:
Por ocasião do nascimento de Maria, as trevas desaparecem, o céu recobre-se
de cores festivas, toda a natureza se enche de júbilo:  Jesus ainda não aparece,
mas seus primeiros raios  resplandecem em Maria, como numa
aurora de graça e amor


"Às trevas do paganismo e à falta de fé dos judeus, representadas pelo templo de Salomão, sucede o dia luminoso no templo de Maria. É justo, portanto, cantar este dia e Aquela que nele nasceu. Mas como poderíamos celebrá-la dignamente? Podemos narrar as façanhas heroicas de um mártir ou as virtudes de um santo, porque são humanas. Mas como poderá a palavra mortal, passageira e transitória exaltar Aquela que deu à luz a Palavra que fica? Como dizer que o Criador nasce da criatura?"
Uma Festa de Alegria
Está inteiramente de acordo com o espírito da Igreja festejar com alegria a Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria. Sua comemoração é feita no dia 8 de Setembro. "A celebração de hoje é para nós o começo de todas as festas", afirma o Calendário Litúrgico Bizantino. O nascimento de Maria Santíssima traz ao mundo o anuncio jubiloso de uma boa nova: a mãe do Salvador já está entre nós. Ele é o alvorecer prenunciativo de nossa salvação, o início histórico da obra da Redenção.
São Pedro Damião afirma em sua homilia para essa festa:
"Deus onipotente, antes que o homem caísse, previu a sua queda e decidiu, antes dos séculos, a redenção humana. Decidiu Ele encarnar-se em Maria." "Hoje é o dia em que Deus começa a pôr em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Casa linda, porque, se a Sabedoria constrói uma casa com sete colunas trabalhadas, este palácio de Maria está alicerçado nos sete dons do Espírito Santo. Salomão celebrou de modo soleníssimo a inauguração de um templo de pedra. Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado? Naquele dia a glória de Deus desceu sobre o templo de Jerusalém sob forma de nuvem, que o obscureceu.
Sao Joaquim e Nossa Senhora Menina - Ig. S.Juan y S. Vicente- Valencia_1.jpg
São Joaquim, seu pai, e Nossa Senhora menina
O Senhor que faz brilhar o sol nos céus, para a sua morada entre nós escolheu a obscuridade (1Rs 8,10-12), disse Salomão na sua oração a Deus. Este mesmo templo estará repleto pelo próprio Deus, que vem para ser a luz dos povos."
***
A Natividade de Maria era celebrada no Oriente católico muito antes de ser instituída no Ocidente. Ela tem provavelmente sua origem em Jerusalém, em meados do século V. Foi em Jerusalém que se manteve viva a tradição que a Virgem teria nascido junto à Porta da Piscina Probática.
Nessa festa o mundo católico admira Nossa Senhora como sendo Ela a aurora que anuncia o Sol de justiça que dissipa as trevas do pecado. Nela, a Igreja convida a "contemplarmos uma menina como todas as outras, e que ao mesmo tempo é única, pois, Ela é a "bendita entre todas as mulheres" (Lc 1, 42), a Imaculada "filha de Sião", destinada a tornar-se a Mãe do Messias".(João Paulo II, Audiência de 8/9/2004)
Alegria até para os Anjos
A alegria nas comemorações da festa litúrgica do nascimento de Nossa Senhora é justificadamente incentivada a todos, até aos anjos:
"Alegrem-se os Patriarcas do Antigo Testamento que, em Maria, reconheceram a figura da Mãe do Messias. Eles e os justos da Antiga Lei aguardavam há séculos, serem admitidos na glória celeste pela aplicação na fé dos méritos de Cristo, o bendito fruto da Virgem Maria.

       "Alegrem-se todos os homens porque o nascimento da Virgem veio anunciar-lhes a aurora do grande dia da libertação pela qual aspiram todos os povos. Alegrem-se todos os anjos porque neste dia foi-lhes dada pela primeira vez a ocasião de reverenciar a sua futura Rainha." (Lehmann, P. JB. Na luz Perpétua, 1959 p.268)
Só no Céu houve Festa
Ainda que sendo Maria a "Virgem bela e Gloriosa" que Deus amou com predileção desde a sua eternidade, desde toda a Criação como sua obra-prima, enriquecida das graças mais sublimes e elevada à excelsa dignidade de Mãe de Deus, (Patriarca Fócio, Homilia sobre a Natividade,PG 43) visivelmente, nenhum acontecimento extraordinário acompanhou o nascimento de Maria.
Os Evangelhos nada dizem sobre sua natividade. Nenhum relato de profecia, nem aparições de anjos, nem sinais extraordinários são narrados pelos Evangelistas. Só no Céu houve Festa, pois o Filho de Deus vê sua Mãe nascer.
* * * * * * 
Maria, santa desde o primeiro instante de sua vida
Os Santos e outros abalizados autores, de diversas maneiras exprimiram essa doutrina. Em um de seus arrebatadores sermões dedicados a Nossa Senhora, São Tomás de Villanueva ensina: "Era necessário que a Mãe de Deus fosse também puríssima, sem mancha, sem pecado. E assim não apenas quando donzela, mas em menina foi santíssima, e santíssima no seio de sua mãe, e santíssima em sua concepção. Pois não convinha que o santuário de Deus, a mansão da Sabedoria, o relicário do Espírito Santo, a urna do maná celestial, tivesse em si a menor mácula. Pelo que, antes de receber aquela alma santíssima, foi completamente purificada a carne até do resíduo de toda mancha, e assim, ao ser infundida a alma, não herdou nem contraiu pela carne mancha alguma de pecado, como está escrito: "Fixou sua habitação na paz" (Sl. LXXV, 3). Quer dizer, a mansão da divina Sabedoria foi construída sem a inclinação para o pecado.
Santa Ana e Nossa Senhora Menina.jpg
Santa Ana, sua mãe, e Nossa Senhora menina
Ao assinalar os principais privilégios que acompanharam a Imaculada Conceição de Maria, escreve São João Eudes:
"A gloriosa Virgem não apenas foi preservada do pecado original em sua concepção, como foi também adornada da justiça original e confirmada em graça desde o primeiro momento de sua vida, segundo muitos eminentes teólogos, a fim de ser mais digna de conceber e dar à luz o Salvador do mundo. Privilégio que jamais foi concedido a criatura alguma humana nem angélica, pertencendo somente à Mãe do Santo dos Santos, depois de seu Filho Jesus […]
"Todas as virtudes, com todos os dons e frutos do Espírito Santo, e as oito bem-aventuranças evangélicas se encontram no coração de Maria desde o momento de sua concepção, tomando inteira posse e estabelecendo n'Ela seu trono num grau altíssimo e proporcionado à eminência de sua graça".
"Santo Afonso de Ligório, por sua vez, comenta: "A nossa celeste menina, tanto por causa de seu ofício de medianeira do mundo, como em vista de sua vocação para Mãe do Redentor, recebeu, desde o primeiro instante de sua vida, graça mais abundante que a de todos os Santos reunidos. E que admirável espetáculo para o Céu e para a Terra, não seria a alma dessa bem-aventurada menina, encerrada ainda no seio de sua mãe! Era a criatura mais amável aos olhos de Deus, pois que, já cumulada de graças e méritos, podia dizer: 'Quando era pequenina agradei ao Altíssimo'. E ao mesmo tempo era a criatura mais amante de Deus, de quantas até então haviam existido.
"Houvera, pois, nascido imediatamente após a sua Imaculada Conceição, e já teria vindo ao mundo mais rica em méritos e mais santa do que toda a corte dos Santos. Imaginemos, agora, quanto mais santa nasceu a Virgem, vendo a luz do mundo só depois de nove meses, os quais passou adquirindo novos merecimentos no seio materno!"
"Preciosa pérola no seio de Sant'Ana
"Com seu gracioso estilo, o Pe. Manuel Bernardes nos apresenta Maria no seio materno sempre santa: "Uma pérola deu a Rainha Cleópatra a Marco Antônio, que se avaliava em muitos mil talentos. Em quanto avaliaremos nós esta pérola animada, que se formou na concha do ventre de Sant'Ana? Há nas Índias pérolas, que, em razão de sua diferente grandeza e figura, se chamam pérolas Ave Marias e pérolas Padre-nossos. Ó que ricas Índias se descobrirão hoje na casa da gloriosíssima e felicíssima matrona Sant'Ana, donde nos veio tal pérola Ave Maria, que nos deu tal pérola Padre Nosso? Por certo que ainda que todo o firmamento fora um livro (como o considera São João no Apocalipse), e se escrevesse todo de letras de algarismo, não somariam o valor destas duas pérolas. Porque, enfim, como dizíamos, e é certo, tudo o que devemos a Cristo Filho de Deus, devemos por conseguinte a Maria, escolhida para Mãe de Deus, e que foi a que deu pés a Deus, para andar com os homens na Terra".
"Como fecho dos comentários ao presente louvor, ouçamos estas ardorosas palavras do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
Nossa Senhora Menina.jpg
A Igreja convida a contemplarmos uma menina como todas
as outras, e que ao mesmo tempo é única, pois, Ela é a
"bendita entre todas as mulheres " (Lc 1, 42), a Imaculada
"filha de Sião, destinada a tornar-se a Mãe do Messias"
(Beato João Paulo II, Audiência de 8/9/2004)
""Porque concebida sem pecado original, Nossa Senhora, afirmam os teólogos, foi dotada do uso da razão desde o primeiro instante de seu ser. Portanto, já no ventre materno Ela possuía altíssimos e sublimíssimos pensamentos, vivendo no seio de Sant'Ana como num verdadeiro tabernáculo.
"Temos uma confirmação indireta disso no que narra a Sagrada Escritura (Lc. I, 44) a respeito de São João Batista. Ele, que fora engendrado no pecado original, ao ouvir a voz de Nossa Senhora saudando Santa Isabel, estremeceu de alegria no seio de sua mãe.
"Assim, pode-se acreditar que a Bem-aventurada Virgem, com a altíssima ciência que recebera pela graça de Deus, já no seio de Sant'Ana começou a pedir a vinda do Messias e, com Ele, a derrota de todo mal no gênero humano. E desde o ventre materno se estabeleceu, com certeza, no espírito de Maria, aquele elevadíssimo intuito de vir a ser, um dia, a servidora da Mãe do Salvador.
"Na realidade, por essa forma Nossa Senhora já começava a influir nos destinos da humanidade. Sua presença na Terra era uma fonte de graças para todos aqueles que d'Ela se aproximavam na sua infância, ou mesmo quando ainda se encontrava no seio de Sant'Ana. Pois se da túnica de Nosso Senhor - conta o Evangelho (Lc. VIII, 44-47) - se irradiavam virtudes curativas para quem a tocasse, quanto mais da Mãe de Deus, Vaso de Eleição!
Fonte ("Mons. João Scognamiglio Clá - Arautos.org) 

Natividade de Nossa Senhora, celebramos o nascimento da Mãe de Jesus



Hoje é comemorado o dia em que Deus começa a pôr em prática o Seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Esta “casa”, que é Maria, foi construída com sete colunas, que são os dons do Espírito Santo.
Deus dá um passo à frente na atuação do Seu eterno desígnio de amor, por isso, a festa de hoje, foi celebrada com louvores magníficos por muitos Santos Padres. Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e orações, alcançaram esta graça de Deus.
De fato, Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos séculos, para ser a Mãe de Deus. E por isso comemoramos o dia de sua vinda para este mundo, e não somente o nascimento para o Céu, como é feito com os outros santos.
Sem dúvida, para nós como para todos os patriarcas do Antigo Testamento, o nascimento da Mãe, é razão de júbilo, pois Ela apareceu no mundo: a Aurora que precedeu o Sol da Justiça e Redentor da Humanidade.
Nossa Senhora, rogai por nós!

Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...