Cheia de graça

A segunda palavra da Oração Ave Maria é: “Cheia  de graça”. Mas, esta também não é uma tradução muito fiel para a palavra em grego utilizada por Lucas: keharitouméne. O que significa isso? Será que é preciso falar grego para poder rezar a Ave-Maria com devoção? Claro que não! Mas, existem verdades belíssimas que estão escondidas por detrás de algumas palavras que um primeiro olhar não consegue ver. Experimente ler este artigo até o final e você nunca mais rezará a Ave-Maria da mesma maneira. A palavra grega aí de cima vem de uma outra bem mais conhecida: kharis, que pode significar graça. E o que é a graça? Deus é graça. Quem tem Deus tem a sua graça! Maria foi cheia da graça de Deus desde o primeiro momento de sua existência. Por isso, a Igreja Católica professa o Dogma da Imaculada Conceição; naquela que habitava a plenitude da graça de Deus não poderia haver o pecado original. Os evangélicos preferem traduzir o keharitouméne como “agraciada”, para que ninguém imagine que o milagre acontecido no ventre de Maria pudesse ser fruto de seus méritos pessoais. Tudo foi fruto da graça de Deus. Mas, é claro que a graça sempre pede licença para entrar em nossa vida, como o Anjo fez com Maria em Nazaré; para que o milagre pudesse acontecer a Virgem teve que dizer o seu sim. Esta adesão de fé à graça é necessária para tudo em nossa vida. É como diz o velho ditado: Deus ajuda quem madruga. Maria aprendeu a lição. E, nas Bodas de Caná deu o conselho aos servos: “Façam tudo o que o meu filho vos disser”. E a ordem do Filho foi que enchessem as talhas de água. Ordem absurda! O que faltava era vinho. Por que encher talhas de água? Eles seguiram o conselho de Maria e a ordem de Jesus. Mais uma vez o milagre aconteceu. A água foi transformada em vinho. Água é o nosso esforço, nossa obediência… É importante, mas é apenas água. O vinho é o resultado do esforço humano fecundado pela Graça  de Deus. Este sim resolve nossos problemas. Sozinhos não somos nada. Mas se apresentarmos talhas vazias, a Graça não terá o que transformar. Por isso a graça de Deus supõe a natureza humana.
Que alegria, nossa mãe foi cheia da graça… foi agraciada. Nela o sim de Deus e o sim da humanidade se encontraram e o céu começou na terra. Jesus nasceu!

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