A salvação é o negócio mais importante e o mais descuidado

 


Quam dabit homo commutationem pro anima sua? – “Que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16, 26)

Sumário. Coisa estranha! Ninguém quer passar por negligente nos negócios do mundo e muitos não tem pejo de descuidar o negócio da eternidade, o mais importante de todos. Muitos fazem até tudo para perderem a alma e a maior parte dos cristãos vivem como se as verdades eternas fossem outras tantas fábulas. Nós ao menos não sejamos tão insensatos e pensemos seriamente de que nada nos serviria ganharmos o mundo inteiro, se depois viéssemos a perder a nossa alma. Perdida alma, está tudo perdido, e para sempre!

I. A salvação eterna é certamente o negócio que sobre todos os outros mais nos interessa, porque dele depende a nossa eterna felicidade ou desgraça. Todavia é deste negócio que os cristãos menos se ocupam. Não se poupa nenhum cuidado, nem se perde nenhum momento, para chegar a tal dignidade, ganhar tal demanda, concluir tal negócio; que de conselhos então, que de providenciais! Não se come, não se dorme. Mas depois, que se faz para assegurar a salvação eterna? Como é que se vive? Não se faz nada, ou, para melhor dizer, faz-se tudo para a perder e a maior parte dos cristãos vive como se a morte, o juízo, o inferno, o céu e a eternidade não fossem verdades da fé, mas sim fábulas inventadas pelos poetas.

Que mágoa não sentimos quando se perde uma demanda, uma colheita! Quantos cuidados para reparar o prejuízo! Quando se perde um cavalo, um cão, quantas diligências para os reaver! Perdemos a graça de Deus e dormimos e gracejamos e rimos! – Coisa estranha! Cada um tem pejo de passar por negligente nos negócios do mundo; e são inúmeros os que não têm pejo de se descuidar do negócio da salvação, o mais importante de todos! Confessam que os Santos foram verdadeiros sábios, porque só trabalharam para se salvarem e eles mesmos ocupam-se de todas as cosias do mundo com exceção da sua própria alma!

Mas vós, diz são Paulo, ao menos vós, meus irmãos, aplicai-vos ao grande negócio da vossa salvação eterna, que é o negócio que mais vos interessa: Rogamus vos, ut vestrum negotium agatis (1). “Porquanto”, exclama Jesus Cristo, “de que serve ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma? (2)” Perdida a alma está tudo perdido, e perdido para sempre.

II. Persuadamo-nos de que a salvação eterna é para nós o negócio mais importante, por ser irreparável se não o realizarmos. Portanto, afim de o levarmos a feliz êxito, não receemos trabalhos nem fadigas. “O reino eterno”, diz são Bernardo, “não se da aos preguiçosos, mas aos que se houverem valorosamente no serviço de Jesus Cristo.

Ah! Meu Deus, graças Vos dou por me achar ainda aqui aos vossos pés e não no inferno, tantas vezes por mim merecido. Mas de que me serviria a vida que me concedeis, se eu continuasse a viver privado da vossa graça? Nunca mais isto me suceda! Virei-Vos as costas e Vos perdi, ó meu supremo Bem. Arrependo-me de todo o coração e antes tivesse morrido mil vezes! Eu Vos perdi; mas o Profeta me diz que sois todo bondade e Vos deixais achar pela alma que Vos busca: Bonus est Dominus animae quarenti illum (3) . Se no passado tenho fugido de Vós, ó Rei de meu coração, agora Vos busco e só a Vós quero buscar.

Amo-Vos, † Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas, com todo o afeto da minha alma. Aceitai-me e não desprezeis o amor de um coração que algum tempo Vos desprezou. Doce me facere voluntatem tuam (4) – “Ensinai-me a fazer a vossa vontade.” Dizei-me o que devo fazer para Vos agradar; quero fazer tudo que desejardes. Meus Jesus, salvai a minha alma, pela qual destes o sangue e a vida; dai-me a graça de Vos amar sempre nesta vida e na outra.

Espero tudo pelos vossos merecimentos. Confio também em vossa intercessão, ó grande Mãe de Deus e minha Mãe, Maria.

Referências:

(1) 1 Ts 4, 11
(2) Mt 16, 26
(3) Lm 3, 25
(4) Sl 142, 10

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 126-128)

Fonte.:(https://osegredodorosario.blogspot.com/2021/05/a-salvacao-e-o-negocio-mais-importante.html)

As palavras da Virgem Maria na Bíblia que questionam o mundo hoje.

Anunciación / Crédito: Wikipedia - Bartolome Esteban Murillo (Dominio público)

A Anunciação (Lc 1,26-38)

As primeiras palavras da Virgem são contadas por São Lucas quando o Anjo Gabriel visitou Maria e lhe revelou que conceberia Jesus. Ela perguntou: “Como se fará isso, pois não conheço homem?”. E o mensageiro divino, com paciência, explicou a ação do Espírito Santo. “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”, respondeu Maria.

Sobre esta passagem, São João Paulo II escreve na Redemptoris Mater, parágrafo 13, que a Mãe de Deus “respondeu, pois, com todo o seu ‘eu’ humano e feminino. Nesta resposta de fé estava contida uma cooperação perfeita com a ‘prévia e concomitante ajuda da graça divina’ e uma disponibilidade perfeita à ação do Espírito Santo, o qual ‘aperfeiçoa continuamente a fé mediante os seus dons’”.

Visitación / Crédito: Wikipedia - Rafael Sanzio (Dominio público)

A visita a sua prima Isabel (Lc 1,39-56)

Maria, movida pela caridade, colocou-se a serviço de sua prima idosa Isabel. Nesse encontro familiar, Isabel a felicitou e a simples Virgem louvou a Deus e proclamou uma das orações mais excelsas do cristianismo, inspirada no Antigo Testamento: o Magnifica.

“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva...”.

“Com sua visita a Isabel, Maria realiza o prelúdio da missão de Jesus e, colaborando desde o começo de sua maternidade na obra redentora do Filho, transforma-se no modelo de quem na Igreja se coloca em caminho para levar a luz e a alegria de Cristo aos homens de todos os lugares e de todos os tempos” (São João Paulo II, Audiência Geral, 1996).

Jesús en el Templo / Crédito: Wikipedia - James Tissot (Dominio público)

Jesus é encontrado no Templo (Lc 2,41-52)

Quando Jesus tinha doze anos, ficou em Jerusalém e seus pais, não o achando na caravana, voltaram para busca-lo. Depois de três dias, encontraram-no no Templo dialogando com os doutores da lei e Maria lhe disse: “Meu filho, que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição”.

Jesus respondeu que tinha que se ocupar das coisas de seu Pai e a Virgem e São José não entenderam aquela resposta.

São João Paulo II explica que “Jesus tinha a consciência de que ‘só o Pai conhece o Filho’ (cf. Mt 11, 27); tanto assim, que até aquela a quem tinha sido revelado mais profundamente o mistério da sua filiação divina, a sua Mãe, vivia na intimidade com este mistério somente mediante a fé! Encontrando-se constantemente ao lado do Filho, sob o mesmo teto, e ‘conservando fielmente a união com o Filho’, Ela ‘avançava na peregrinação da fé’, como acentua o Concílio”.

Bodas de Caná / Crédito: Wikipedia - Cornelis De Baellieur (Dominio público)

Bodas de Caná (Jo 2,1-11)

Maria, como toda boa mãe, vivia preocupada para que não faltassem as coisas da casa e muito menos em um casamento. Foi assim que, em Caná, alertou seu Filho: “Eles já não têm vinho”. Com a confiança de saber que Jesus ajudaria, adiantou a “hora” do Senhor e deu uma mensagem aos servos e, nela, a todos os crentes: “Fazei o que ele vos disser”.

“Em Caná, graças à intercessão de Maria e à obediência dos servos, Jesus dá início à ‘sua hora’. Em Caná, Maria aparece como quem acredita em Jesus: a sua fé provoca da parte dele o primeiro ‘milagre’ e contribui para suscitar a fé dos discípulos” (São João Paulo II, Redemptoris Mater, 21).

Não há mais palavras de Maria na Bíblia, mas as que aparecem têm especial significado para cada geração e, por isso, São João Paulo II, em sua visita no ano 2000 à Basílica da Anunciação em Nazaré, expressou um de seus maiores desejos:

“Peço à Sagrada Família que inspire todos os cristãos a defender a família, a defender a família contra as numerosas ameaças que atualmente pesam sobre a sua natureza, a sua estabilidade e missão. Confio à Sagrada Família os esforços dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade a fim de defender a vida e promover o respeito pela dignidade de cada ser humano”.

10 razões para amar e honrar a Virgem Maria

 


Virgem Maria esteve presente na encarnação, no nascimento, no primeiro milagre, na paixão e morte de Jesus Cristo, recebeu o Espírito Santo junto com os apóstolos em Pentecostes, e hoje continua participando da história da salvação, levando todos os fiéis ao seu Filho.

O ‘National Catholic Register’ propõe 10 razões para amar a Mãe de Deus, porque quanto mais se recorre a ela, mais se pode ajudar o ser humano no seu caminho ao céu.

1. Amar Maria agrada a Deus

Não se pode superar Deus. Ninguém amou e honrou Maria mais do que Deus. Deus Pai a escolheu para ser a Mãe do seu Filho único; Ela é a esposa do Espírito Santo e a mãe do Filho unigênito de Deus.

2. É um exemplo de humildade

“Como a mais humilde serva do Senhor que é ‘cheia de graça’, Maria era o instrumento perfeito de Deus, porque era apenas um instrumento dele”, disse o escritor católico e místico Thomas Merton.

3. É uma maneira de imitar Jesus

Jesus segue o quarto mandamento e honra a sua mãe. Portanto, todo filho de Deus deve fazer a mesma coisa.

4. É uma forma de imitar os santos

Não existe nenhum santo que não amou nem honrou Maria. Muitos deles tinham um terço na mão.

5. Maria é a intercessora por excelência

Jesus fez o seu primeiro milagre público porque a sua Mãe intercedeu. Cristo disse que ainda não era a sua hora, mas sua Mãe lhe pediu ajuda. A Bíblia é clara: Maria influencia o seu Filho.

6. É bíblico incluir Maria

A Santíssima Mãe fez parte da encarnação, do nascimento, do primeiro milagre, da paixão e da morte de Jesus e recebeu o Espírito Santo junto com os apóstolos. Acredita-se que esteve presente durante a Ascensão de Nosso Senhor. Jesus e Maria estão juntos.

7. É histórico

Durante os tempos do Antigo Testamento, era à Rainha, a mãe do rei naquela época, que as pessoas recorriam para fazer seus pedidos. A melhor oportunidade de ter uma boa resposta do rei era o pedido da sua mãe. Foi assim durante o tempo do Rei Davi, e Jesus descende da casa de Davi.

8. Deus continua nos entregando a sua mãe

Uma multidão de aparições marianas aprovadas pela Igreja mostra que Deus continua enviando a sua mãe para nos ajudar. Por exemplo, em Fátima, há 100 anos, em 13 de outubro, havia 70 mil pessoas que testemunharam o ‘Milagre do Sol’, no qual a Virgem Maria apareceu aos pastorinhos Jacinta, Francisco e Lúcia. Sua mensagem para nós é rezar e reparar os pecados dos homens.

9. O Rosário é uma arma poderosa

O Padre Pio e muitos santos o chamaram de arma contra o mal e rezaram continuamente. Há muitas histórias de milagres documentados e histórias pessoais atribuídas à oração do Rosário.

10. Maria é justa

Ninguém poderia argumentar que ela não é a mais justa, portanto, a Bíblia atesta o poder de suas orações.

“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5,16) e “o Senhor escutará a oração dos justos” (Provérbios 15,20).

Confira também:


[Nossa Senhora de Fátima veio pedir…] MODÉSTIA NO VESTIR


 Livro “Nossa Senhora de Fátima veio pedir… Modéstia no Vestir”, do Apostolado de Nossa Senhora de Fátima. Com autorização eclesiástica, 1 de janeiro de 2014 | The Fatima Center: http://www.fatima.org/port

“Ouvistes o que vos foi dito dos antigos: Não cometerás adultério. Mas Eu vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher com luxúria já cometeu adultério com ela no seu coração.” (Mateus, 5:27-28)

“Hão de vir umas modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor.” – Nossa Senhora de Fátima, 1917

Antes de mais, voltemos o nosso olhar para Jesus Cristo

Antes de qualquer consideração específica respeitante à Modéstia, é necessário que voltemos a nossa atenção para Nosso Senhor Jesus Cristo e para o teor da Sua Aliança e convite feito a cada um de nós para O amarmos, “Pois Deus amou tanto o mundo que lhe entregou o Seu Filho Unigênito…” (João, 3:16). Deus, a Palavra Eterna, foi-nos enviado por Amor. E, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (João, 13:1), o que significa que Ele os amou inteiramente e nem teria sido possível amá-los mais. O Senhor deu a Sua vida por nós. “Nenhum homem experimentou Amor maior do que este, que um Homem dê a vida pelos Seus amigos” (João, 15:13). E foi isto o que Jesus fez por nós. O Seu foi um Amor em total plenitude. As almas possuem um valor infinito, porque Jesus Cristo pagou por elas com o derramamento do Seu Preciosíssimo Sangue.

Assim, é por amor a Deus que você, caro Cristão ou Cristã, não há de querer ofender tão gravemente a Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, ao fazer com que o seu irmão ou irmã ou mesmo você caia em pecado mortal. E também não há de querer magoar o seu irmão ou irmã ou o Senhor Deus. Não há de querer ver o seu irmão ou irmã em pecado mortal nem se há de querer ver a si próprio em pecado mortal, pois o pecado mortal é o nosso maior inimigo e, em última análise, a única coisa capaz de nos afastar da vida eterna.

A falta de modéstia no vestir pode levar à perda de almas imortais e, se for gravemente ofensiva, é um pecado mortal para quem se veste assim e ocasião de pecado para quem é espectador de modas imodestas. Os pecados causados pelas modas imodestas lançam no Inferno ou, pelo menos, fazem merecedoras do fogo do Inferno as almas de muitos daqueles que olham para tais modas.

“Eu oro … por aqueles que Vós Me destes: porque eles são Vossos …Aqueles que Vós me destes, Eu os guardei: e nenhum deles se perdeu…” (João, 17:9, 12). Este é o desejo do nosso Redentor: tendo-Se oferecido em sacrifício pela salvação de todos, Ele deseja que todos, sem exceção, se salvem. Tristemente, porém, sabemos que não é isto o que acontece, uma vez que é uma verdade imutável da Fé, que se mantém na Tradição, nas Escrituras e no ensino perene do Magisterium incluindo as definições solenes da Igreja Católica que o Inferno existe e ali se encontram seres humanos a ele condenados. Nossa Senhora confirma isto mesmo na Mensagem de Fátima. No entanto, nós sabemos que o mistério da Comunhão dos Santos reparte a intercomunicação de merecimentos entre os membros do Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, o que equivale a dizer que alguns deles só serão salvos ou só poderão atingir o nível de santidade a que Deus os chamou por meio da colaboração de outros membros do Corpo Místico de Cristo. S. Paulo refere-o do seguinte modo: “Eu alegro-me agora nos meus sofrimentos por vós e preencho na minha carne as coisas que têm necessidade dos sofrimentos de Cristo, pelo Seu Corpo que é a Igreja” (Col. 1:24).

Muitos são os modos pelos quais os Fiéis podem e devem ajudar os outros no cuidado com a sua salvação eterna. Além da oração, sacrifícios, boas obras de toda a espécie, aceitação paciente dos sofrimentos e seu oferecimento a Deus pelas mãos da Virgem Maria, os Fiéis são ajudados no seu caminho para a salvação pelo bom exemplo de uma vida cristã no cumprimento de todas as exigências, sérias mas amorosíssimas, da nossa Fé; porque deste lado do Paraíso o Amor verdadeiro exige sacrifício. “E todo aquele que não tomar a sua cruz e Me seguir não pode ser Meu discípulo” (Lc. 14:27). Tal exigência inclui modéstia no vestir, uma vez que a modéstia pressupõe, em primeiro lugar, respeito pelo próprio corpo por ser “o templo do Espírito Santo” (1 Cor. 6:19) ou, melhor dizendo, amor e respeito pelo Próprio Deus presente no meu corpo e também caridade para com o próximo, que pode sofrer tentações e cair no pecado se eu não me vestir e comportar recatadamente. Tal desordem dos apetites é uma consequência do Pecado Original e do fato de não ser possível considerar o ser humano num estado de natureza perfeita, como alguns gostariam que fosse, pois está ferido pelo pecado e, tristemente, tende para o mal. Jesus Cristo, nosso Salvador, redimiu-nos, mas não reintegrou a nossa natureza no estado de perfeição original. Feridos pelo pecado, mas restaurados e com renovado vigor pela Graça santificante, devemos “tratar da nossa salvação com temor e tremor” (Fil. 2:12).

E não devemos esquecer o aviso que Nosso Senhor nos deu: “É impossível que não haja escândalos: mas ai daquele por quem vem o escândalo. Seria melhor para ele que lhe pendurassem uma mó de moinho ao pescoço e fosse atirado ao mar do que ele escandalizasse um destes pequeninos” (Lc. 17:1-2).

Portanto, irmãs e irmãos, recordemo-nos da exortação do Apóstolo, que é sempre atual através dos tempos: “Fazei tudo sem murmurações nem hesitações, para serdes sem mancha e filhos sinceros de Deus, sem necessidade de censura no meio duma geração corrompida e perversa, no meio da qual brilhareis como luzes no mundo; erguendo a Palavra da Vida para minha glorificação no dia de Cristo, porque não corri em vão nem trabalhei em vão” (Fil. 2:14-16).

O convite que Jesus Cristo nos faz a todos é belo e reconfortante, mas também exige sacrifício – os sacrifícios do nosso dever quotidiano para com Deus, o que inclui ajudar os nossos irmãos e irmãs a irem para o Céu e não sermos um obstáculo à sua salvação pelo fato de nos vestirmos com falta de modéstia.

Diretrizes sobre a Modéstia no Vestuário

As diretrizes essenciais dadas pela Santa Sé sobre este assunto estão resumidas no parágrafo que aqui transcrevemos:[1]

Um vestido não pode ser considerado decente quando é demasiado decotado, ou seja, mais do que dois dedos abaixo da base do pescoço;[2] quando não cobre os braços pelo menos até ao cotovelo; e quando não vai até um pouco abaixo dos joelhos. Além disso, os vestidos de tecidos transparentes são impróprios.[3]

Tanto homens como mulheres são obrigados pelas leis da Modéstia e é um erro interpretar como de qualquer forma antifeminina esta preocupação com o recato. Mas como é muito mais comum o pecado da imodéstia ser cometido pelas mulheres, é por isso que citamos aqui o Padre Bruno Pelegia, que sublinha a obrigação da mulher a este respeito (Vejam-se as 12 objeções a que ele responde, mais adiante neste livrinho). Mas também os homens devem estar atentos quanto a esta virtude.

Compusemos este livrinho como um Prefácio alargado a partir dos argumentos do Padre Pelegia, Sacerdote Católico doutorado em Sagrada Teologia e que, durante mais de vinte anos, estudou a Teologia Moral de Santo Afonso Maria de Ligório. Este Santo foi proclamado Doutor da Igreja em Teologia Moral pelo Magisterium. Num espírito de imitação da Santíssima Virgem, modelo de pureza para todos os Seus filhos que formam o Corpo Místico de Cristo, vejamos primeiro dois conjuntos de diretrizes para a Modéstia no Vestir, um dos quais se aplica aos homens e o outro às mulheres:

Diretrizes para os Homens quanto à Modéstia no Vestir

  1. Os homens não devem tirar a camisa em público, ficando de tronco nu.
  2. Na igreja, os homens não devem usar calções nem calças justas.
  3. Quando os homens notarem que as suas roupas são muito justas ou de qualquer outra forma recato para não haver ocasião de as suas irmãs em Cristo virem a perder a alma por eles terem despertado nelas desejos ilícitos.[4]

Diretrizes Marianas sobre o Vestir dirigidas às Mulheres

As normas abaixo indicadas são uma versão abreviada de A Girl’s Modesty Guide [“Guia de Modéstia para as Moças”], um sólido guia para as senhoras e moças que querem saber o que a Igreja Católica tem a dizer sobre a Modéstia no Vestir. É este o objetivo da Cruzada Mariana.

Durante muitos anos até a sua morte, em 1969, o Padre Bernard Kunkel da diocese de Belleville, Illinois, E.U.A., foi Diretor da Cruzada cujo Presidente era o seu bispo. As seguidoras da Cruzada comprometiam-se a observar as seguintes normas:

Em resposta à súplica de Nossa Senhora de Fátima pela absoluta modéstia no vestir e para ajudar a evitar os inúmeros pecados causados pela imodéstia do vestuário, especialmente no Verão, esforçar-me-ei com a maior seriedade por:

  1. Abster-me inteiramente de usar calções de qualquer tipo, tanto em público como em casa.
  2. Recusar-me a usar outros tipos de traje que mal cobrem o corpo, como vestidos de praia ou aquele tipo de trajes que deixam a descoberto os ombros, o peito, as costas, a cintura ou o umbigo; evitar também roupas claras ou transparentes, e vestidos e camisolas justos; não usar calças; quanto às saias, usar somente as que cheguem bastante abaixo dos joelhos, para salvaguardar a modéstia em qualquer posição e nos movimentos normais.
  3. Ter um particular cuidado em me vestir modesta e respeitosamente para ir à igreja e para todas as cerimônias e/ou locais sagrados, incluindo Santuários e o adro da igreja – e encorajar as outras a vestirem-se sempre com uma modéstia mariana sem medo de não serem “populares”, e para seguir os desígnios de Nossa Senhora, a Virgem Imaculada, em vez de obedecer à ditadura pagã da moda.

Ouçam a voz do S. Padre Pio, Estigmatizado

Seguindo uma orientação especial do Céu, o Padre Pio, sacerdote santo e estigmatizado que sofreu no seu próprio corpo as sangrentas chagas de Cristo desde 1918 até a sua morte, em 1968, recusava vezes sem conta absolver qualquer mulher, fosse qual fosse a sua categoria social, desde que não usasse uma saia pelo menos 20 centímetros abaixo do joelho. Ele também insistia para que não usassem calças como os homens. Mas hoje em dia, devido à ignorância, ao preconceito e à escravidão, à vaidade ou às paixões, esta diretriz tem sido fortemente combatida.

Magisterium da Santa Igreja Católica pronunciou-se sobre a Modéstia em 1930, em 1954 e em 1957 mantendo-se em silêncio desde então, porque as pessoas já não lhe davam ouvidos. Deus permite que sejamos hoje castigados com o silêncio do Magisterium, devido a não lhe termos obedecido quando ele se pronunciou. Semelhante também foi o modo como Deus respondeu à dureza dos corações do povo, no Antigo Testamento. Como castigo, Deus não lhes enviou profetas durante 400 anos, depois de os judeus terem matado ou rejeitado muitos dos profetas que Ele já lhes enviara.

Há alguns anos, até dois bispos entraram nesta discussão, só que do lado errado. Sentiram-se na obrigação de perseguir The Fatima Crusader em 1979, por publicar este material (o nosso folheto: LF005, The Marylike Standards for Modesty in Dress [LF005P, “A Modéstia no Vestir, Normas Marianas”] agora com 30 anos de publicação). Alguns anos mais tarde e mesmo antes de morrer, um destes bispos já parecia mais disposto a ouvir a verdade.

É por tudo isto, como compreenderão, que hoje em dia muitos padres não querem falar deste assunto. No entanto, é Nossa Senhora de Fátima que insta conosco para que, pela salvação das almas, expliquemos aqui o assunto mais intensivamente.

Ouçam a voz de Nossa Senhora de Fátima, Rainha dos Profetas

Em Fátima, Nossa Senhora lamentou que os militantes ateus, satanistas e membros de outras sociedades anticristãs, como os comunistas e humanistas seculares propagassem os seus erros contra a Moral e a Fé Católicas. Nossa Senhora de Fátima disse: “A Rússia espalhará seus erros pelo mundo”. E disse ainda: “Hão de vir umas modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor”.

Assim, em Fátima, a prática da Modéstia foi insistentemente referida pela Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria, que também nos disse na Mensagem de Fátima que “Os pecados que levam mais almas para o Inferno são os pecados da carne”.

Ora há um certo número de pecados que são contra a Pureza‚ e era a eles que Nossa Senhora se estava a referir. Portanto, é preciso ensinar com toda a clareza o seguinte: só as pessoas casadas podem ter relações sexuais, com o seu cônjuge e só com o seu cônjuge e que, estando essas relações naturalmente orientadas para a procriação, devem deixar sempre em aberto esse desígnio. Com respeito às pessoas que não são casadas, nem podem usar de prazer algum ligado às faculdades de procriação nem sequer consentir neles. Do mesmo modo não podem estas faculdades ser voluntariamente estimuladas, exceto dentro do casamento. Isto é assim porque o poder de gerar filhos, dado por Deus a homens e mulheres, é um dom sagrado que, por isso mesmo, se destina a ser usado somente de acordo com a Sua Lei. Como Criador de todos nós e em especial como Criador da alma imortal de cada criança, Deus tem o direito de nos exigir que Lhe obedeçamos.

Estes temas foram explicados de uma forma geral na revista The Fatima Crusader pelo Padre Bruno Pelegia, em 1986. Mas, porque estes pecados contra a santa Pureza estão hoje, particularmente, num crescendo e são a causa de se perder uma multidão de almas, e em resposta às solicitações de muitas pessoas, sobretudo padres e bispos, é que decidimos voltar a publicar aqui os argumentos do Padre Pelegia em favor da Modéstia no Vestir.

Prefácio às 12 Objeções a que responde o 

Padre Bruno Pelegia

Para ajudar a compreender melhor a explicação do Padre Pelegia sobre a Modéstia no Vestuário, é útil alguma informação de fundamento teológico. É por causa do Pecado Original que todos os homens, mulheres e crianças encontram dificuldades em controlar alguns dos seus apetites, mesmo estando conscientes que é do seu melhor interesse fazê-lo.

Por exemplo, toda a gente pode lembrar-se de ter comido um pouco demais, mesmo depois de a sua razão e o bom senso lhe terem dito que já tinha comido o suficiente. Outros já sentiram desejo de beber ou de fumar mais, mesmo sabendo que o álcool em excesso e o tabaco não são bons para a sua saúde. Tal como a comida ou a bebida, os apetites dos sentidos, ao imporem-se, querem claramente “agir a seu bel-prazer”, mesmo quando isso é contrário à razão.

Nem sempre temos um controle direto sobre o despertar dos apetites dos nossos sentidos. Podemos, no entanto, controlá-los pela mortificação cristã, bem como por outros métodos indiretos. Por exemplo, não mantendo a nossa mente concentrada na comida, bebida ou tabaco, podemos mais facilmente não cometer o pecado da gula. Se continuarmos a entreter o pensamento na comida e na bebida, ou no prazer que isso nos dá, então às vezes estamos a entregar-nos aos nossos apetites, mesmo contra o nosso melhor julgamento.

Desde o Pecado Original que o apetite pelo sexo, a faculdade procriadora existente em todos os homens e mulheres, nem sempre é alvo de controle direto da vontade e do intelecto. Mas é também possível controlar indiretamente este apetite pela mortificação do jejum e da abstinência ou, ainda, deixando de divagar sobre certas pessoas que iriam despertar em nós o desejo sexual. Porque este apetite é tão forte (Deus fê-lo desta maneira com o intuito de assegurar a continuação da espécie humana), não é preciso muito para despertar o desejo da faculdade procriadora. E, por ser diferente a natureza dos homens e das mulheres, em geral é verdade ser mais fácil despertar o desejo sexual do homem.

E é ao ver pessoas do sexo oposto vestidas sem recato que as outras pessoas, homens, em especial, notam que o seu apetite lhes desperta o desejo de usar da faculdade de procriação. Isto pode acontecer mesmo quando é contra a Lei de Deus e, consequentemente, mau para essa pessoa. Ora, se tal apetite não está direcionado para o cônjuge, e nesse caso se, depois de uma reflexão suficiente, é completamente consentido, então essa pessoa está a cometer um pecado mortal. E se não se arrepender desse pecado, é ele sem dúvida que a arrastará para o Inferno por toda a eternidade.

E assim, porque os nossos irmãos e irmãs sofrem desta fraqueza como resultado do Pecado Original, nós temos obrigação de salvaguardar a sua virtude vestindo-nos com Modéstia. Tanto homens como mulheres são obrigados a vestir-se modestamente em estrita Justiça e Caridade; e ofender alguém neste assunto é, frequentemente, cometer um pecado mortal. Devido às diferenças de psicologia entre homem e mulher, acontece que o demônio, os seus agentes humanos e outras pessoas malfazejas que militam ativamente contra a nossa Cultura e Herança Cristãs, têm conspirado no sentido de induzirem as mulheres a vestirem-se indecentemente.

Usando esta estratégia, o diabo e os seus seguidores são muitas vezes bem sucedidos, levando homens e mulheres a cair no Inferno. Conseguem-no, levando os homens a cair em pecado mortal por desejos e ações impuras, depois de verem mulheres vestidas indecentemente. As mulheres responsáveis estão implicadas nestes mesmos pecados, por serem a causa da queda dos homens do estado de Graça. A desorientação diabólica longe das tradições cristãs de modéstia no vestir, poder-se-ia mesmo dizer que é em parte responsável pela atual e quase geral escravatura dos Cristãos às suas paixões mais básicas, numa total negação às suas promessas do Batismo.[5]

Finalmente, note-se que a Castidade e a Modéstia fazem parte da virtude da Temperança, que é uma das Quatro Virtudes Cardinais. E como ‘virtude’ significa “força”, a prática da Modéstia e da Castidade denota verdadeiramente força de caráter, em contraste com a fraqueza em seguir as máximas relaxadas do mundo.

LEMBRE-SE: A Modéstia no Vestir ajuda a salvaguardar a virtude da Pureza e é exigida pela lei moral de Deus. As normas acima são baseadas nesta lei moral inalterável que se enquadra na tradição Cristã. Vestuário imodesto é imoral e pecaminoso, e é assunto para confissão. Podemos bem acreditar que muitas almas estão agora no inferno devido à leviandade das mulheres e jovens que vestem sem modéstia. Por amor a Cristo e a Sua Mãe Imaculada, e por consideração para com aqueles que lutam pela sua Pureza, por favor, vista-se modestamente!

O Padre Bruno Pelegia, S.T.D., Sacerdote Católico, Teólogo e Doutorado em Sagrada Teologia, responde a 12 objeções contra a absoluta necessidade de 

Modéstia no Vestuário das Mulheres

Poderia dizer-me: Que mal tem a forma como me visto?

Pode ao menos suspeitar que o fato de expor o corpo (da mulher; ou também do homem) do modo como o faz pode ser terrivelmente provocante.

Poderia dizer-me: 

Aqueles que me vêem vestida desta maneira não são forçados a pecar!

Podemos admitir isso. Mas não deveremos nós, sempre que pudermos, reduzir as ofensas que o Nosso Divino Senhor recebe? Ai de nós se somos indiferentes neste ponto! Ai de nós se a nossa conduta, com tal indiferença, alicia os outros ao pecado! Sabemos que alguns homens de alma sã resistirão totalmente a essas mulheres provocadoras e que não só não pecarão como ganharão mérito. Outros, porém, sendo fracos, consentirão no que lhes é proibido e, segundo as Sagradas Escrituras, por os ter atraído desnecessariamente ao mal, terá parte também no seu pecado (Mat. 18:7).

Poderia dizer-me: 

Todas as outras moças se vestem desta maneira!

Admitimos o triste fato de muitas moças serem assim levianas. Mas, mesmo que todas elas o fossem, não as deveria seguir como um exemplo. Não se considera capaz de tomar decisões sensatas nos seus assuntos pessoais? Então se tem a liberdade, o privilégio e o dever moral de procurar a virtude e o Céu, porquê e para quê seguir o “rebanho” inconscientemente? «Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. Como é estreita a porta e quão apertado é o caminho que conduz à Vida, e como são poucos os que o encontram!» (Mat. 7:13-14). Deixe que o seu sentido de responsabilidade e de integridade a distingam do “rebanho”.

Poderia dizer-me: 

Não pretendo ser maliciosa.

Posso até acreditar que não. Mas o prejuízo moral que está a causar vestindo-se sem se importar com as consequências é um mal pelo qual terá de responder.

Poderia dizer-me: 

O que importa é o coração!

Mas a Fé …sem obras é morta em si mesma (Tiago, 2:17). E é o nosso corpo, regenerado pelo Santo Batismo, que se torna templo do Deus Vivo, tabernáculo vivo da Diviníssima Eucaristia. A dignidade do corpo de um Cristão exige que ele se vista de maneira adequada. “Agora vós sois parte do Corpo de Cristo, e membros de um só Corpo” (1 Cor. 12:27). “Exorto-vos pois, irmãos, a que, pela graça de Deus, apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, a Quem deveis prestar serviço” (Rom. 12:1).

Poderia dizer-me: 

Acho que devo ser elegante e andar na moda!

Eu poderia responder-lhe que há muitas senhoras e moças bem formadas que, usando um pouco de imaginação, conseguem vestir-se com charme e com uma modéstia atraente. Mas cuidado com um estilo que, seduzindo os homens inclinados a morais corruptas, serve apenas a vaidade e o demônio, pois é uma trágica ilusão. Não importa como mudam as modas e os gostos; a lei moral não muda nunca.

Poderia dizer-me: 

Muitas vezes é difícil avaliar se um vestido é modesto ou não.

Ora reflita: se suspeita que um prato de comida está envenenado, não o serve a ninguém, com medo do mal que faria. Então, e ainda com muito mais razão de ser, não há de agir em total segurança se, ponderando, tiver qualquer suspeita de que a sua forma de vestir pode ser uma fonte de mal? Uma consciência íntegra não reconhecerá o pecado como o maior dos males?

Poderia dizer-me: 

Recuso-me a ser fanática e hipócrita!

Mas como pode ser errado agir de acordo com uma consciência íntegra que lhe diz que uma ofensa contra Deus Todo-Poderoso é verdadeiramente o maior dos males? Um fanático ou um hipócrita é uma pessoa que finge odiar o pecado e amar a Deus quando, verdadeiramente, não se importa nada com tais coisas. Mas se eu lhe peço para se importar com tudo isto, como pode ser algo de errado? Retidão – que muitas vezes requer suor, lágrimas e coragem – nunca é o mesmo do que fanatismo e hipocrisia. E então os Santos, que lutaram corajosamente contra a imodéstia, terão sido fanáticos e hipócritas?

Poderia dizer-me: 

Os homens gostam mais de mim assim.

Isso pode ser verdade para os homens que preferem um pouco de prazer à amizade de Deus, mas já não é verdade para os homens que vivem de acordo com uma consciência reta. Além disso, lembre-se que é a Deus que um dia terá de prestar contas, não aos homens.

Poderia dizer-me: 

O que é lindo é para se ver!

Eu poderia contrapor dizendo que “quando a beleza física é por demais mostrada, perde o seu encanto”. Além disso, há uma beleza física que não pode ser exposta sem daí advir uma atração que tenta os homens a satisfações proibidas. Por outro lado, se pensa na beleza que há em mostrar as pernas, porque é que nunca pensou na beleza que existe em mostrar uma Modéstia Cristã e uma solicitude com o bem das almas?

Poderia dizer-me: 

Mas eu tenho muito calor!

É claro que consegue aguentar o calor quando quiser! Com certeza uma boa consciência é digna de um pouco deste tipo de sofrimento. Muitas almas boas fazem o sacrifício de aguentar o calor de bom grado, com a intenção de oferecerem essa penitência a Deus. Mas – é triste dizê-lo – durante o tempo quente algumas moças e senhoras vão escassamente vestidas à Santa Missa e a outras reuniões da igreja, elas que, no entanto, se vestem com modéstia quando trabalham num escritório onde recebem todo o tipo de pessoas, quando são professoras, ou quando trabalham em salões de venda onde devem atender todo o tipo de clientes.

Poderia dizer-me: 

Eu possuo livre-arbítrio e posso tomar decisões em liberdade!

Certamente não quer ir para o Inferno; e para merecer ir não é preciso ser-se um criminoso ‘com a cabeça a prêmio’! É preciso muito menos que isso: basta cometer pecados mortais contra qualquer dos Mandamentos da Lei de Deus! E eu tenho milhentas razões para a impedir de ir para lá; eu mesmo para lá irei, se não tentar salvar os outros de lá caírem.

Se pretende ser Cristã de fato e não apenas de nome, se quer ajudar e não impedir a ação da Graça para reformar as consciências, se amanhã não quer sentir remorsos nem o peso da culpa, redobre então o cuidado para se vestir seguindo a Modéstia Mariana,

… para poder mostrar-se como uma mulher cristã e não apenas como uma simples armadilha para os homens;

… para poder elevar-se e inspirar um amor casto, e não incitar a prazeres proibidos.

Permita Deus que a sua consciência, agora bem esclarecida, a guie e que nada a desvie, com enganos, da sua vocação à Santidade, Pureza e Eterna Salvação!

Vamos concluir afirmando:

Vestindo-se com Modéstia, as mulheres conseguirão o respeito dos homens ao mesmo tempo que se dignificam, em vez de se degradarem e se tornarem simples objetos de luxúria. Em vez de se vestirem sem respeito algum, devem vestir-se de acordo com padrões mais elevados. Se assim fizerem, receberão também o respeito que merecem.

Deus manda-nos praticar a Caridade, que é, em primeiríssimo lugar, a obrigação de Lhe obedecer. Assim, a Caridade define-se como o Amor a Deus. E o que disse Jesus a propósito deste Amor?

… amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu espírito e com todas as tuas forças (Marc. 12:30).

santa-fotina-1

Esta ilustração de Nosso Senhor a conversar com a mulher junto ao poço dá-nos um exemplo de perfeita modéstia no vestir para as mulheres. Segundo a tradição, o nome desta mulher é Santa Fotina, que é honrada como uma santa e mártir no Martirológio Romano oficial em 20 de Março, juntamente com os seus filhos José e Vítor, que, tal como ela, derramaram o seu sangue pela Fé. Há algum tempo que circula nalguns lugares uma história blasfema sobre Santa Fotina (“a Samaritana”). É claro que essa lenda não tem qualquer fundo de verdade. Devemos recordar-nos de que foi devido à eloquência destemida e entusiástica de Fotina – que convenceu os principais sacerdotes da sua cidade de Sicar, na Samaria, a sairem de casa e a falarem com o Messias – que toda a cidade se converteu. Jesus não se recusou a conversar com ela, embora ela fosse uma grande pecadora, e até se serviu dela de forma positiva, fazendo dela o instrumento de salvação de muitas almas. Santa Fotina é invocada para combater a tentação da carne. Santa Fotina, rogai por nós.

Notas:

[1] Se alguém quiser conhecer as diretrizes emitidas pela Santa Sé e pelas autoridades da Igreja sobre este assunto, basta dirigir-se aos gabinetes da Cruzada Internacional do Rosário de Fátima e pedir o folheto “A modéstia no vestir normas Marianas” (LF005P).

[2] Os dois dedos abaixo da base do pescoço correspondem aproximadamente a 5 centímetros (ou duas polegadas).

[3] Por instruções do Papa Pio XI, o Cardeal Donato Sbarretti, Prefeito da Congregação do Consistório, emitiu, no dia da Festividade da Sagrada Família (12 de Janeiro de 1930), esta regra sobre o que constitui a modéstia no vestir. Esta declaração é a mais específica e, neste sentido, a de maior autoridade que a Igreja alguma vez emitiu sobre o tema da modéstia. Nenhum outro Papa a substituiu ou modificou. Esta declaração, então como agora, obriga em consciência. Note-se ainda que apenas indica os requisitos mínimos, ao dizer: “Um vestido não pode chamar-se decente etc…” Richard J. Lloyd, “On Christian Modesty: The Natural Guardian of Chastity”, reproduzido de The Remnant, pp. 2-3, Cf. Rita Davidson, Immodesty – Satan’s VirtueLittle Flowers Family Apostolates, 2001, Lanark, Ontario, Canadá, p. 121.

[4] Parte do conteúdo destas diretrizes de modéstia para homens foi publicado primeiramente como artigo original no nº 19 do The Fatima Crusader Fevereiro-Abril de 1986, p. 26.

5 Para uma explicação ainda mais completa, leia-se o livrinho Our Lady’s Urgent Appeal [“O Apelo Urgente de Nossa Senhora”], que encontrará no Centro de Fátima.


Ano A - Mateus 9,9-13

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