Ser cristão incomoda muito

Católicos devem tomar consciência de sua responsabilidade
 
A Igreja foi posta, mais uma vez, como espetáculo diante do mundo. Todos os olhos estão voltados para ela e proclama-se, especialmente quando vista de fora, uma grande crise. Aproveita-se a oportunidade para que as muitas bandeiras de uma parcela permissiva da sociedade sejam levantadas. Na cabeça de muitos, vale apostar tudo para ver o que se pode colher, como se a Igreja de Jesus Cristo fosse um balcão de informações turísticas, quem sabe um parlamento democrático aberto a todos ou as orientações morais viessem a ser decididas pelo voto da maioria. A grande renovação da Igreja, ou acontece a partir do coração de cada cristão, com a força da permanente conversão, ou será indevida e mentirosa, pois ela não pode ser infiel ao seu Senhor.
Ser cristão incomoda, e muito, começando mesmo por aqueles que desejam professar sua fé com coerência, em tempos nos quais a perseguição se volta furiosa, especialmente contra os católicos. Não estamos mais em época de cristandade. Com certeza, os cristãos católicos devem tomar consciência de sua responsabilidade e se decidirem a ser sal, luz e fermento, com qualidade de vida e testemunho, indo além das valiosas e reconhecidas devoções para serem presenças qualificadas, capazes de transparência da inigualável mensagem evangélica, dispostos a superar os próprios limites e pecados.

Sabemos que o mistério da iniquidade está presente onde quer que existam pessoas humanas. Falta muito para que todos os homens e mulheres, de qualquer religião ou fé, vejam vencidos em si ou na vida social a maldade que se espalha. Também para nós vale o chamado contínuo à conversão, tanto que, nos dias da Quaresma, a Igreja inteira, consciente de que foi resgatada pelo Sangue do Cordeiro imolado, canta em sua oração: "Humildes, ajoelhados na prece que a fé inspira, ao justo Juiz roguemos que abrande o rigor da ira. Ferimos por nossas culpas o Vosso infinito amor. A Vossa misericórdia do alto infundi, Senhor. Nós somos, embora frágeis, a obra de Vossa mão; a honra do Vosso nome a outros não deis, em vão. Senhor, destruí o mal, fazei progredir o bem; possamos louvar-Vos sempre e dar-Vos prazer também. Conceda, ó Deus Uno e Trino, que a terra e o céu sustém, que a graça da penitência dê frutos em nós. Amém" (Hino de Laudes para os Domingos da Quaresma). É bom que o mundo saiba que nos reconhecemos pecadores, suplicamos a misericórdia de Deus, somos, continuamente, chamados à conversão e nos empenhamos em buscar as formas de vida cristã e as estruturas necessárias ao testemunho autêntico de Jesus Cristo.

No terceiro domingo da
Quaresma, a Igreja proclama e medita o Evangelho de São Lucas, no capítulo treze, versículos um a nove. Jesus forma Seus discípulos e as pessoas que d'Ele se aproximam. Cabe-lhes estar atentos aos acontecimentos. O primeiro deles é de ordem religiosa, quando alguns galileus são mortos por Pilatos quando ofereciam sacrifícios. O segundo é um acidente, quando uma torre cai sobre algumas pessoas. É mais ou menos como as notícias novas ou requentadas, que correm pelo mundo afora e também no boca a boca das conversas.

Em nossos dias, pululam acusações de toda ordem contra a Igreja e os católicos. Os fatos negativos tenham sua devida apuração e, quando comprovados, as pessoas sejam devidamente responsabilizadas. Também os desastres públicos são passíveis de verificações e providências cabíveis. No entanto, envolvidos diretamente ou não nos dois tipos de eventos, todos sejam provocados a tirar as lições devidas. Trata-se de perguntar o que Deus quer nos dizer com os fatos.

Jesus propõe a conversão nos dois casos. Se existem cristãos que agem mal, que comecem uma vida nova, transformem sua mentalidade e suas práticas. Se qualquer um de nós se encontra distante dos fatos e responsabilidades, pergunte-se como pode ser melhor e viver melhor, mesmo em áreas totalmente diferentes. Quando uma obra desaba na sociedade, um incêndio se alastra, as ruas estão esburacadas ou os serviços são de baixa qualidade, mesmo quem não tem poder para mudar tudo pode começar por si mesmo ou perto de sua casa. O lixo que cada um recolhe, de forma adequada, pode ser uma pequena, mas indispensável ajuda, como também a direção segura e defensiva no trânsito e outras práticas. Vale, como sempre, ouvir Jesus: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não” (Lc 13,2-5). Os frutos da conversão se manifestem em nova mentalidade e novas práticas de vida!

A Igreja tem a alegria de oferecer ao mundo, depois de oito anos de trabalho intenso, o exemplo luminoso que tem sido o até agora Papa Bento XVI, que acaba de renunciar. Certamente, incomodou muita gente, mas edificou crianças, jovens e adultos, homens e mulheres de todos os quadrantes do mundo. Sua palavra e seu comportamento foram retilíneos, coerentes com o lema escolhido, “colaborador da verdade”, um cristão autêntico, apaixonado pela Verdade, que é Jesus Cristo. É a esta verdade que queremos converter-nos! É a esta verdade que estará a serviço o novo Papa a ser eleito!

Com a Igreja e o mundo, peçamos juntos: “Senhor Jesus, Pastor eterno, fundastes a Igreja para ser, no mundo, o Sacramento da Salvação, na perfeita comunhão de amor, e destes a Pedro a tarefa de criar a unidade entre vossos filhos e filhas. Amparai, Senhor, a vossa Igreja que, sustentada pelo vosso Santo Espírito, espera confiante a escolha do Sucessor de Pedro, que nos sustentará na mesma fé, da qual, na mesma Igreja, recebemos no batismo. Não permitais, Senhor, que ventos de doutrinas contrárias venham a nos confundir. Sustentai a nossa fé e mandai, sem demora, aquele que conduzirá a Barca da Igreja pelos caminhos da história, em nosso tempo, para a honra e glória do Vosso nome, Vós que sois caminho, verdade e vida. Amém!”

Como viver bem o tempo da Quaresma


Neste tempo especial de graças que  é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20);  “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” (2 Cor 6, 1-2).

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.
Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, “voltamos ao pó” que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: “És pó, e ao pó tu hás de tornar”. (Gênesis 2, 19)
Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas nos lembram que após a morte prestaremos  contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.
Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola (caridade), práticas que a Igreja chama de “remédios contra o pecado”. É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos,  a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.
Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.
Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca”.
Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.
Santo Agostinho dizia que “o pecador não suporta nem a si mesmo”, e que “os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.
Para isso podemos fazer uma Confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a Confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: “a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.
Jesus quis que nos confessemos com o Sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do Confessor e entregar  a Cristo nele representado, as suas misérias.
Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda  durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.
Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua “lembrança”, mas a sua “presentificação”; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, “torna-se presente a nossa redenção”.
Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo assim ser melhor e viver melhor.
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Prof Felipe Aquino

Como viver a Quaresma?



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Quaresma é um tempo de “penitência, jejum e oração”, que a Igreja chama de “remédios contra o pecado”, para a busca da conversão da pessoa. Essas práticas não são fins em si mesmas, mas meios de santificação. É importante notar o que diz o Código de Direito Canônico:
Cân. 1250 – “Os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as sextas – feiras do ano e o tempo da quaresma”.
Cân. 1251 – “Observe-se a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo as prescrições da Conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; observem-se a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta feira da paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Cân. 1252 – “Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e os pais cuidem que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados a lei do jejum e da abstinência, em razão da pouca idade”.
Esse tempo de penitência é recordado pela liturgia: as vestes e os paramentos usados são da cor roxa (no quarto domingo da Quaresma, pode-se usar o rosa, representando a alegria pela proximidade do término da tristeza, pela Páscoa); o Glória não é cantado ou rezado; a aclamação do “Aleluia” também não é feita; não se enfeitam os templos com flores; o uso de instrumentos musicais torna-se moderado.
No início da Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas, os fiéis têm suas frontes marcadas com cinzas, como os primitivos penitentes públicos, excluídos temporariamente da assembleia (lembrando Adão expulso do Paraíso, de onde vem a fórmula litúrgica: “Lembra-te de que és pó…”). Este sacramental lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc. Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: “Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal”.
Para o Brasil a CNBB determinou que, exceto na Sexta-feira Santa, todas as outras sextas-feiras, inclusive as da Quaresma, têm sua abstinência convertida em “outras formas de penitência, principalmente em obras de caridade e exercícios de piedade”.
São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” (2 Cor 6, 1-2). A Quaresma é tempo de viver com profundidade esta Palavra.
Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum.  Esse deve ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola. É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, fazer um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.
A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.
Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca”.
Quaresma, não é, porém,  um “tempo de tristeza”, ao contrário,  a alma fica mais leve e feliz livre dos seus males. Santo Agostinho dizia “os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça. É tempo muito oportuno para uma Confissão bem feita.
Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros. Não esqueçamos também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma.
Prof. Felipe Aquino

Nossa Senhora de Lourdes


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Nossa Senhora de Lourdes rogai por nós, e parabéns pelos seu dia - 11 de fevereiro.

Ao completarem-se 155 anos das aparições de Nossa Senhora na gruta de Massabielle nossos olhos se voltam para a menina a quem Nossa Senhora falou. Sua vida, transcorrida em acrisolada virtude, expressa com eloqüência porque Deus "escondeu estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelou aos pequeninos" (Lc 10, 21).
Tamara Victório Penin
Lourdes! Onde encontraremos os termos que alcancem exprimir tudo quanto esse nome significa para a piedade católica no mundo inteiro? Quem poderá traduzir em palavras o ambiente de paz que envolve a gruta sagrada na qual, há exatos 152 anos, a Santíssima Virgem apareceu à humilde Bernadette e inaugurou, de modo definitivo, um novo vínculo com a humanidade sedenta de refrigério e paz? Por desígnio da Divina Providência, a esse lugar associou-se uma ação intensa da graça, especialmente capaz de transmitir aos milhares de peregrinos, vindos de longe, a certeza interior de serem suas preces benignamente ouvidas, seus dramas apaziguados, e suas esperanças fortalecidas.
Com efeito, ao longo deste século e meio, as ásperas rochas de Massabielle tornaram-se palco das mais espetaculares conversões e curas, legando à Santa Igreja Católica um tesouro espiritual de valor incalculável.
Em Lourdes fatos se revestem de uma grandiosidade peculiar, diante da qual nossa língua emudece. Ali está, diante de nós, a sublimidade do milagre. Entretanto, não se pode falar de Lourdes sem nos lembrarmos com veneração da personagem ligada de modo indissociável a essa história de bênçãos e misericórdias.
A modesta pastorinha a quem Nossa Senhora apareceu é o primeiro e maior prodígio de Lourdes: ela simboliza a íntegra fidelidade aos apelos de conversão e penitência, que naqueles dias foram lançados pela Rainha dos Céus, os quais haveriam de chegar aos mais longínquos recantos da Terra.
Infância marcada pela Fé
Bernadette nasceu num século de profundas transformações. Animada, de um lado, pelo surto de devoção mariana que o pontificado do Beato Pio IX estava suscitando, a segunda metade do século XIX presenciava o avanço insolente do ateísmo e do materialismo.
Os espíritos estavam divididos e, a fim de agir precisamente nessa encruzilhada da História, Maria Santíssima quis servir-se da filha primogênita do casal Soubirous.
Quão distantes, porém, desta sorte de considerações, estavam François e Louise, em 7 de janeiro de 1844! Nascia-lhes a filha Bernadette, no Moinho Bolly, nas cercanias de Lourdes, durante os dias felizes de fartura ali trasta bernadette_4.........jpgnscorridos. A menina foi batizada, recebendo o nome de sua madrinha Bernard, ao qual se acrescentou o da Senhora que haveria de lhe aparecer. Marie- Bernard, eis como se chamava Bernadette, sem escapar do diminutivo carinhoso que a acompanharia para o resto da vida.
No Moinho Bolly transcorreu sua primeira infância, marcada por uma religiosidade autêntica e sincera. Além da freqüência aos Sacramentos, a oração em conjunto aos pés do crucifixo e uma exímia prática dos princípios cristãos correspondiam a um dever moral para aquele casal de camponeses. Bernadette cresceu, por assim dizer, respirando a santa Fé Católica do mesmo modo que respirava o puro ar da montanhosa região dos Pirineus.
A miséria visitou o lar dos Soubirous
A época era difícil e os negócios de François Soubirous iam mal. Quando Bernadette tinha 8 anos, mudaramse para um moinho mais simples, e ao cabo de três anos alugaram uma cabana à beira da estrada. Já crescida, ela acompanhava os progressivos insucessos dos pais e enfrentava, com admirável resignação, a situação de indigência a que se viram reduzidos em 1856, a ponto de terem de mudar para o antigo cárcere da rua Petits- Fosées: um cubículo úmido e pestilento, que as autoridades locais haviam julgado inadequado até mesmo para os presos.
A pobreza era ali completa. O cômodo media menos de 20 m² e a família não possuía absolutamente nada, além da mobília mais indispensável e das roupas. A luz do Sol nunca penetrava no recinto, marcado pela grade da janela e pelo ferrolho da pesada porta - reminiscências do antigo calabouço. Ali vivia o casal Soubirous e as quatro crianças, constantemente atormentados pela fome. Quando conseguia comprar pão, a mãe o dividia entre os pequenos, que ainda assim se sentiam insaciados. Bernadette, não raras vezes, privava-se de sua pequena porção em favor dos mais novos, sem nunca demonstrar o menor descontentamento por isso.
À noite, sem conseguir dormir, atormentada pela asma, Bernadette chorava. A causa principal daquele desafogo, porém, não eram a doença ou as duras privações materiais.
O único desejo da angelical menina era fazer a Primeira Comunhão, mas a necessidade de cuidar dos irmãos e da casa a impedia de freqüentar o catecismo, de aprender a ler e escrever e até de falar francês. De fato, quando a Santíssima Virgem lhe dirigiu a palavra, o fez em patois, o dialeto da região de Lourdes. Se Bernadette desejou algo para si, nos dias de sua infância, foi apenas receber o Santíssimo Sacramento, o Senhor ofendido pelos pecados dos homens, que ela aprendera tão cedo a consolar.
Dias de pastoreio em Bartrès
As poucas vezes que Bernadette freqüentou as aulas de catecismo em Lourdes foram malogradas, porque não conseguia acompanhar as demais crianças, bem mais novas e adiantadas que ela. Louise Soubirous preocupava-se com a filha, de treze anos, que ainda não fizera a Primeira Comunhão, e resolveu pedir à amiga Marie Lagües que a recebesse em Bartrès - vilarejo não muito distante de Lourdes - a fim de que Bernadette lá pudesse freqüentar as aulas de catecismo.
Por consideração e amizade, Marie Lagües a recebeu em sua casa, mas não foi tão fiel à promessa quanto seria de se esperar. Logo ocupou Bernadette nos serviços da casa e no cuidado das crianças. E seu marido encontrou nela a pastora ideal para seu rebanho de cordeiros. Foi nesse períodoque Bernadette solidificouse na oração, durante as longas horas transcorridas no mais completo silêncio em meio ao privilegiado panorama pirenaico. Contemplativa, ela montava um pequeno altar em honra da bernadete_1.jpgSantíssima Virgem e aí passava horas de grande fervor recitando o Rosário, a única oração que conhecia.
Um fato passado com Bernadette por essa época demonstra a pureza cristalina de seu coração. Certo dia, quando François Soubirous foi visitar a filha, encontrou-a triste e cabisbaixa. Perguntou-lhe o que a afligia.
- Todos os meus cordeiros têm as costas verdes - respondeu ela.
O pai, percebendo tratar-se da marca posta por um negociante, fez um ameno gracejo: - Eles têm as costas verdes porque comeram muita erva.
- E podem morrer? - perguntou assustada Bernadette.
- Talvez...
Penalizada, ela começou a chorar no mesmo instante. O pai, então, contou-lhe a verdade: - Vamos, não chores. Foi o negociante que os marcou assim.
Mais tarde, quando a chamaram de boba por ter acreditado em semelhante brincadeira, sua resposta constituiu uma demonstração involuntária de sua elevada virtude: - Eu nunca menti; não podia supor que aquilo que o meu pai me dizia não era verdade.
Os dias se escoavam lentamente na pequena aldeia, havendo completado sete meses que Bernadette lá chegara. Quanta esperança de aproximar- se da Mesa Eucarística trazia na chegada, e que decepção experimentava agora, após poucas aulas de insignificante instrução! Aquela espera interminável a afligia, mas, como tudo na vida do homem, foi permitida por Nosso Senhor.
"Sofre as demoras de Deus; dedicate a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça" (Eclo 2, 3). Essas palavras, desconhecidas para Bernadette, significam exatamente o modo como Deus procedeu a seu respeito. Ao mesmo tempo que a graça inspirava em sua alma um ardente desejo das coisas do alto, estas pareciam ser-lhe tiradas. Com isso, seu anseio se robustecia, e tudo o que era terreno ia se afigurando como pouca coisa aos seus olhos, cada vez mais aptos para compreender as realidades sobrenaturais.
Como costuma ocorrer com as almas que Deus prova por meio de longas esperas, estavam-lhe reservadas grandes graças.
Celestial surpresa
De volta à casa paterna, Bernadette retomou os antigos afazeres. Na manhã inolvidável de 11 de fevereiro de 1858, saiu com a irmã Toinette e a amiga Jeanne Abadie para o bosque, a fim de recolherem gravetos para a lareira e ossos para vender a fim de comprarem algum alimento. Andaram bastante até chegarem à gruta de Massabielle, onde Bernadette nunca havia estado. Enquanto as vivazes meninas atravessavam a água gelada do rio Gave, Bernadette se preparava para fazer o mesmo.
Eis sua própria narração do que então sucedeu: "Escutei um barulho, como se fosse um rumor. Então, virei a cabeça para o lado do prado; vi que as árvores absolutamente não se mexiam. Continuei a descalçar-me. Escutei de novo o mesmo barulho. Levantei a cabeça, olhando para a gruta. Avistei uma Senhora toda de branco, com um vestido branco, um cinto azul e uma rosa amarela sobre cada pé, da cor da corrente do seu terço: as contas do terço eram brancas" 1.
Era a Santíssima Virgem sorrindolhe, e chamando-a para se aproximar d'Ela. Temerosa, Bernadette não se adiantou, mas puxou o terço e começou a rezar. O mesmo fez a "linda Senhora", a qual embora sem mover os lábios, a acompanhava com seu próprio terço. Após o término do Rosário, Ela desapareceu.
A impressão causada por essa primeira aparição em Bernadette foi profunda. Sem reconhecer nEla a Mãe celeste, a menina sentia-se irresistivelmente atraída por figura tão amável e admirável, na qual não podia parar LOURDES_A.................jpgde pensar. Quando uma freira lhe perguntou, anos mais tarde, na enfermaria do convento, se a Senhora era bela, ela respondeu: - Sim! Tão bela que, quando se vê uma vez, deseja-se a morte só para tornar a vê-la!
Dezoito encontros em Massabielle
Por mais que Bernadette tivesse pedido segredo às suas duas companheiras, às quais contou o que vira, elas não se mantiveram caladas por muito tempo. Logo, dezenas de pessoas comentavam na vizinhança o sobrenatural acontecimento. E era apenas o começo: a impressionante popularidade das aparições assumiram proporções tais, que no dia 4 de março, estavam junto a Bernadette nada menos que vinte mil peregrinos.
Antes de cada visita de Nossa Senhora, Bernadette sentia irresistível desejo de ir a Massabielle. Assim aconteceu nos dias 14 e 18 de fevereiro, quando um pressentimento interior a conduziu até a gruta. Na segunda aparição, a Virgem Santíssima permaneceu novamente em silêncio; disse algo apenas no dia 18, conforme no-lo narra a obediente menina: "A Senhora só me falou na terceira vez. Ela perguntou-me se eu queria ir lá durante quinze dias. Eu respondi que sim, depois que pedisse licença a meus pais" 2.
A quinzena de aparições, que se deu entre 18 de fevereiro e 4 de março, com exceção dos dias 22 e 26, constituiu o cerne da mensagem confiada a Bernadette. A cada dia multiplicava- se o número dos assistentes que empreendiam penosas viagens, atraídos pelos celestiais colóquios. Embora mais ninguém além de Bernadette visse a "Senhora", todos sentiam Sua presença e se comoviam com os êxtases da camponesa.
- Ela não parecia ser deste mundo - disse uma testemunha.
As palavras de Nossa Senhora não foram muitas, mas de expressivo significado. Disse a Bernadette no mesmo dia 18: "Não prometo fazer-te feliz neste mundo, mas sim no outro". E nas outras vezes: "Eu quero que venha aqui muita gente". "Pede a Deus pelos pecadores! Beije a terra pelos pecadores!". "Penitência, penitência, penitência!" "Vá e diga aos padres que construam aqui uma capela. Quero que todos venham em procissão".
Ainda durante a quinzena, a Rainha dos Céus confiou três segredos e ensinou uma oração a Bernadette, a qual ela recitou com insuperável fervor todos os dias de sua vida. Após um longo silêncio a respeito de sua identidade, a Senhora revelou seu nome a Bernadette na 16ª aparição, em 25 de março de 1858: "Eu sou a Imaculada Conceição". Era uma solene confirmação do dogma proclamado pelo Beato Pio IX, quatro anos antes; a pureza da doutrina seria coroada, daqui por diante, pela beleza dos milagres.
Transformada por Nossa Senhora
Um dos critérios de prudência adotados pela Santa Igreja para verificar a autenticidade de revelações como as que recebeu Bernadette, consiste em observar atentamente a conduta dos videntes. Neles, se reflete invariavelmente a veracidade e o teor do que dizem ver: seu testemunho pessoal é decisivo.
No caso de Lourdes, tal como depois sucedeu com os pastorinhos de Fátima, a mudança operada em Bernadette pode ser considerada um milagre da graça. Seus gestos, modos, palavras e, sobretudo sua piedade adquiririam indescritível brilho pelo contato com a Rainha dos Céus: "Na sua atitude, nos seus traços fisionômicos, via-se que a sua alma estava arrebatada. Que paz profunda! Que serenidade! Que elevada contemplação! O olhar da criança para a aparição não era menos maravilhoso que o seu sorriso. Era impossível imaginar algo tão puro, tão suave, tão amável..." 3.
Após os êxtases, ela mantinha a clave de sublimidade que a pervadira: o modo como fazia o sinal-dacruz, sua compostura durante a oração e sua fineza de trato, aliados à simplicidade, eram mais distintos que os de qualquer dama que tivesse passado a vida vitral-lourdes........jpginteira exercitando-se na arte do "savoir-plaire".
"Não escapa aos pais que se operou nela uma transformação no decorrer deste último mês. Não foram vãs para ela a contemplação e as lições celestes. [...] Tendo visto chorar a Senhora de Massabielle pelo pecado e pelos pecadores, esta criança analfabeta compreendeu o grande dever da penitência e da oração" 4.
Até mesmo o Pe. Peyramale, o pároco de Lourdes, célebre pela desconfiança em realção a todos os fatos ocorridos com Bernadette, confessou: "tudo nela evolui de maneira impressionante" 5.
Respondendo aos magistrados
Os espíritos céticos estavam à espreita dos acontecimentos. Sumamente irritados pela afluência multitudinária à gruta, diziam: "É incrível quererem fazer-nos crer em aparições em pleno século XIX". Tais homens colocavam suas esperanças mais em seus "modernos" inventos que na onipotência de Deus: "É estupidez e obscurantismo admitir a possibilidade de aparições e milagres na época do telégrafo elétrico e da máquina a vapor" 6.
Foi diante de autoridades com essa mentalidade que Bernadette teve de depor três vezes no curto período de uma semana, ainda durante a quinzena das aparições. Durante os intermináveis inquéritos em que a crivaram de perguntas capciosas, Bernadette ouviu coisas brutais: "Vamos prenderte! O que é que vais procurar à gruta? Por que fazes correr tanta gente? Vamos meter-te na prisão! Matar-te-emos na prisão!" 7. Chamaram-na de mentirosa, visionária, louca. A tudo isso ela apenas respondia com a verdade, suportando esses sofrimentos com humildade e doçura. Suas respostas acertadas confundiram os magistrados, que nunca tiveram qualquer motivo legal para prendê-la.
A opinião final que formaram a respeito de Bernadette, e que enviaram ao Ministro da Justiça de então, foi esta: "Segundo o reduzido número daqueles que pretendem ter a seu lado o bom senso, a razão e a ciência, Bernadette Soubirous é portadora de uma enfermidade mental conhecida: está sendo vítima de alucinações, apenas isto!" 8. Teriam eles, como pretendiam, a razão do seu lado? A resposta não demorou a se tornar clara.
A fonte milagrosa e o chamado à expiação
Na aparição de 25 de fevereiro, a Santíssima Virgem disse a Bernadette: "Vai beber à fonte". Bernadette foi ao rio Gave e bebeu. Contudo, não era ao rio que Ela se referia, mas sim a um canto da gruta onde havia apenas água suja. A menina cavou e bebeu.
Daquela nascente obscura brotou discretamente a água milagrosa, que dali a alguns dias borbulhava em abundância para maravilhamento de todos.Os doentes não demoraram em servir-se dela e as curas inexplicáveis se iniciaram em 1º de março.santuario_1........jpg Enfermos desenganados "pela razão e pela ciência" viam seus males desaparecer num instante, e os argumentos de inúmeros corações reticentes se transformavam em cânticos de fé.
Mas, quando Bernadette, mais tarde, serviu- se da água para suas penosas doenças, ela não lhe foi eficaz. Perguntaram, então: - Essa água cura os outros doentes: por que não te cura a ti? - Talvez a Santíssima Virgem queira que eu sofra - foi a sua resposta. De fato, a sua vocação era sofrer e expiar pela conversão dos pecadores.
A água da fonte não era para ela.
Essa filha predileta de Maria compreendeu com profundidade sua singular missão. Tudo quanto haveria de padecer física e moralmente dali em diante - o que não foi pouco - ela desejava unir aos méritos infinitos do Redentor crucificado, para que fosse pleno o efeito das graças derramadas na gruta. Nunca um murmúrio, uma queixa ou um ato de impaciência se desprendeu de seus resignados lábios, afeitos de modo heróico ao silêncio e à imolação.
No Asilo e em Nevers
Após o ciclo das aparições, todos queriam ver Bernadette e tocá-la. Pediam-lhe bênçãos, roubavam relíquias... Homens ilustres empreendiam longas viagens para conhecê-la e altas figuras eclesiásticas não escondiam sua admiração diante dela.
Todavia, quanto a faziam sofrer por causa disso! Em sua acrisolada humildade, Bernadette sentia-se incomodada perante tantas manifestações de deferência. Seu maior desejo era ser esquecida, queria que apenas a Virgem Santíssima fosse objeto de enlevo e amor.
Em Lourdes, ela viveu ainda nVirgendeLourdes.............jpgove anos no Asilo, administrado pelas Irmãs de Caridade e da Instrução Cristã, de Nevers. Ajudava no atendimento aos doentes, nos serviços da cozinha, na atenção às crianças. Aos 23 anos partiu para a Casa-Mãe da Congregação, em Nevers, desejando avidamente a vida de recolhimento e oração: - Vim aqui para esconder-me - disse ela.
Seus treze anos de vida religiosa foram vincados pela prática de todas as virtudes. De modo especial, o desprendimento de si mesma e o amor ao sofrimento. Desse período, passou nove anos de ininterruptas enfermidades: a asma inclemente, um doloroso tumor no joelho, que evoluiu até uma terrível cárie dos ossos. No dia 16 de abril de 1879, aos 35 anos de idade, ela entregou sua alma ao Criador.
"Encontrar-me-eis junto ao rochedo"
Seus restos mortais incorruptos constituem um dos mais belos vestígios da felicidade eterna que Deus tenha outorgado aos pobres mortais neste Vale de Lágrimas. Intocado, puro, angélico é o corpo de Bernadette, diante do qual o peregrino sente-se atraído a passar horas seguidas em oração, levantando-se depois com a doce impressão de ter penetrado na felicidade eterna de que goza a vidente de Massabielle.
Ali estão, cerrados, mas eloqüentes, os olhos que outrora contemplaram a Santíssima Virgem, a nos ensinar que os únicos a serem exaltados são os mansos e humildes de coração; a nos lembrar que, para realizar Suas grandes obras, Deus não precisa das forças humanas, mas sim da fidelidade à voz de Sua graça.
Sabemos que a missão de Bernadette não terminou. A ação benfazeja de sua intercessão se faz sentir junto à gruta, conforme ela mesma predisse: "Encontrar-me-eis junto ao rochedo que tanto amo". Que ela nos obtenha, neste ano do jubileu das aparições, uma confiança inquebrantável no poder dAquela que disse: "Eu sou a Imaculada Conceição".

O Senhor quer contar conosco



Coisas extraordinárias o Senhor está fazendo conosco! Somos a mais linda demonstração do que Ele pode fazer. Se um artista tem uma tela de primeira qualidade, tintas de primeira, pincéis de qualidade, é muito fácil pintar o quadro. Porém, se ele tem um material ruim, mas mesmo assim consegue pintar e o quadro sai uma obra-prima isso significa que ele é bom mesmo! Somos a demonstração de como o Senhor é “bom de serviço”!

Conosco e por meio de nós Deus está realizando coisas maravilhosas. Ele é artista! Somos um “povo” que precisa ser corrigido, transformado, um “povinho” ainda muito vaidoso, cheio de orgulho espiritual, ciumento, teimoso, desobediente... Somos assim, infelizmente. Mas o Senhor é “bom de serviço” e faz maravilhas em nós! Somos um milagre de Deus!

Graças a Deus, Ele já fez coisas maravilhosas em nossas vidas! Mas o lindo é o que Ele já fez, está fazendo e quer fazer também “por meio” de nós. Conosco o Senhor está transformando a sua Igreja. Aquilo que aconteceu no começo da Igreja está acontecendo agora! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib

Educados por Maria na escola da santidade



A palavra "compaixão" vem do verbo compadecer-se, que significa "padecer com". As mães entendem perfeitamente isso, pois quando os filhos, independentemente da idade, adoecem, o que eles padecem, elas também padecem. O filho sofre no corpo; a mãe, no coração. Muitas vezes, gostaríamos de pedir ao Senhor que tivéssemos a dor no corpo no lugar de nossos filhos.

Foi isso o que Maria viveu. Ela sofreu no coração todas as dores de seu Filho. O que Jesus sofreu no corpo, Ela sofreu no coração. O sofrimento dela teve início desde o momento em que o anjo Gabriel anunciou-lhe que seria Mãe do Filho de Deus. Depois deste acontecimento, muitos outros se seguiram: a viagem que Ela fez com urgência à casa de Isabel, a incompreensão de José ao vê-la grávida, pois não sabia como lhe explicar que aquilo era obra do Espírito Santo.

Houve um momento importante em que Jesus, ao ver a Mãe junto do apóstolo a quem amava, disse-lhe: "‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa" (João 19,26b-27). É isso o que o Senhor está dizendo mais uma vez à Virgem das Dores. Ele está apontando para você e dizendo a Ela: "Mulher, eis aí o teu filho". Ao chamá-la de "mulher", Jesus está recordando que Maria era a mulher do Gênese, a mulher das Bodas de Caná e também do Apocalipse. Jesus a chamou assim, porque, naquele momento da crucificação, Ela era a mulher que estava esmagando a cabeça da serpente.

Meus irmãos, Maria quer esmagar a “serpente” na sua vida. Ela quer vê-lo perto de Jesus e para isso precisa pisar na cabeça da serpente. Maria não quer que você caia em tentação, embora saiba que temos propensão ao pecado.

Hoje, Ela está lhe dizendo que é possível vencer a tentação. O que você vai fazer agora? Entregue a sua vida a Jesus, entregue-se a Ele. Renuncie a satanás, ao pecado. Viva o PHN.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib

Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...