Eucaristia, o caminho para a vitória


"Eu repreendo e educo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono" (Ap 3,19-21).

Estamos a caminho dessa vitória. Queremos estar com Jesus na glória, sentar-nos com Ele, como Ele está assentado com o Pai no Céu. Mas o próprio Jesus nos diz que para isso há uma condição:

"Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,53-55).

Se queremos ter a vida em nós mesmos, vida plena e vida eterna, precisamos da Eucaristia: comungar frequentemente e adorar a Jesus no Santíssimo Sacramento, para vencer com Ele e ressuscitar no último dia.Ao participarmos vivamente do sacrifício da Santa Missa, quando comungamos com o Corpo e o Sangue de Cristo, Ele renova para nós o mesmo sacrifício do calvário.

Deus abençoe você!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Maria, Modelo da Igreja Servidora

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Maria, modelo da Igreja servidora

Que uma Igreja servidora dos homens seja alma de um país melhor

Maria quer nos recordar que o amor é o mais profundo e significativo sentimento, e que ele se expressa no serviço. Assim, mostra-nos, com seus exemplos, que a Igreja é e quer ser a servidora dos homens.

É fácil, falar de amor e caridade, mas muito difícil vivê-los, porque amar significa servir e servir exige renunciar a si mesmo. Se não fosse assim, estaríamos no paraíso, já que todos os homens e todos os cristãos estão de acordo em cantar as belezas do amor. Entretanto, continua havendo guerras, injustiças sociais, perseguições políticas no mundo. Isso acontece, porque amar e servir custam. O pecado original nos inclina a buscar sempre o próprio interesse, a querer dominar e estar no centro.

Mas o que é servir? Jesus mesmo explica: servir é dar sua vida pelos outros, é entregar-se aos demais. Servir é dar-se de si mesmo, entregando ao outro a nossa preocupação, nosso tempo e nosso amor.

Serve a mulher que passa, até tarde, a camisa que seu marido necessita ou que passa a noite junto ao filho enfermo. Serve quem desliga a televisão, durante a novela, para receber o vizinho e escutar seus problemas. Serve quem renuncia algumas horas de descanso para passear com seus filhos, para participar de uma reunião de trabalho.

A Igreja Servidora, A Igreja do Concílio se proclamou servidora do mundo e dos homens. Por isso, escolheu Maria como modelo desta atitude.

Nós, muitas vezes, cremos que estamos servindo a Deus, porque fazemos uma oração ou cumprimos uma promessa. Olhemos para Maria. Ela nos entrega toda sua vida para cumprir a tarefa que o Senhor lhe encomenda pelo anjo. Maria sabe, por meio do anjo, que seu Filho será o Rei do universo, e de Isabel só o seu precursor. Mas é ela quem corre até onde vivia sua prima; ela não busca pretextos por estar grávida e, assim, não poder arriscar-se numa viagem tão longa.
Quando o anjo lhe anuncia que ela será a Mãe de Deus, Maria compreende que esta vocação exige que ela se converta na primeira servidora de Deus e dos homens.
Sacrifício e serviço. Para poder construir um mundo novo, desejado de todos, é necessário muito espírito de Cristo e de Maria. Deve ser um serviço que busca, realmente, nossa entrega aos demais, e não nosso poder pessoal nem o domínio absoluto de nossa empresa ou partido.
Não queremos substituir uma classe dominante por outra, que traz novas formas de opressão. Sem este espírito, nem a Igreja nem o país serão renovados, mesmo que diminuam as diferenças sociais. Uma justiça que não vai acompanhada do amor serviçal é inumana, é uma justiça sem alma.
Peçamos a Ela que nos ajude a construir uma Igreja conforme sua imagem, uma Igreja servidora dos homens, que seja, realmente, a alma de um país melhor.
Padre Nicolás Schwizer (Canção Nova)

Gratidão eterna a Jesus


Padre Paulo Ricardo
Foto: Arquivo/cancaonova.com
O Senhorio de Jesus não se deixa acorrentar dentro dos nossos conceitos. Se Deus é o Senhor, Ele não cabe na nossa cabeça, porque é Amor. Para nós, Ele pode nos curar, libertar, livrar-nos do mal, mas devemos nos perguntar o que, realmente, Ele quer fazer em nós. Nós não sabemos o que é melhor para nós, mas Deus sabe!

Como os pais, que amam seus filhos, coloca limite para eles, Deus também é assim conosco. Na organização da família, o pai é a lei da autoridade; já a autoridade da mãe é mais desgastada, porque esta é mais sensível.

Nosso Santo Pai é assim; muitas vezes, fala 'não' e castiga, como nossos pais que precisam colocar disciplina em nós.

Nos pedimos muitas coisas para o Senhor, mas Ele é quem sabe o que é melhor para nós. Por isso, temos de ter a humildade de pedir, em oração, que Ele nos livre de algo ruim. Jesus é bom até quando nos diz 'não'.

Neste tempo da manifestação de Deus, precisamos estar atentos. Muitas vezes, rezamos tanto pedindo a misericórdia, mas quando o Senhor se manifesta, não percebemos. Temos de estar atentos até mesmo quando o Senhor diz 'não' ou nas demoras daquilo que tanto pedimos, porque as demoras do Senhor são fontes de salvação para nós.

É preciso buscar, primeiramente, o Reino de Deus. Se estamos com os olhos fixos em Jesus Cristo estaremos mais atentos.

Precisamos ver nossa vida com um olhar sobrenatural. Deus quer que tomemos nossa cruz, pois, por meio dela, Ele quer nos ensinar a amar. O Amor Eterno é o mais maravilhoso, Ele se fez Carne, fez-se Homem. Ele morreu de amor na cruz por cada um de nós.
Deixo-lhe uma dica do sobrenatural: Santa Teresinha do Menino Jesus. Ela viu que não dava conta de ser como os grandes santos e, em sua genialidade, falou que devemos amar nas pequenas coisas e demostrar o amor por Jesus Cristo todos os dias. Até na forma de se sentar ela o fazia de um jeito para agradar a Cristo.

Devemos, como Santa Teresinha, transformar tudo em amor e inclinar-se em gratidão eterna, ter gesto de amor a Deus. Não deixemos de fazer as pequenas coisas, a fim de enxergarmos o amor de Cristo em tudo.

Tenhamos a humildade de falar para Cristo em oração 'se queres' e esperar as demoras para nossas respostas, porque tudo é amor.

Os sacramentos são sinais sagrados no qual Jesus transmite o amor. Cristo se oferece ao Pai num ato de amor. Se estamos na Missa e há algo nos incomodando – calor, sede e fome –, temos de ser perseverantes e tentar permanecer nela por amor a Jesus. Isso é um ato de amor!Padre Paulo Ricardo 
Sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT)
www.padrepauloricardo.org

Revolução sexual x Revolução do amor


Foto: Wesley Almeida/Foto CN
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! "Livres para amar". Uma das coisas mais extraordinárias que podem acontecer com o ser humano é, já aqui na terra, começar a amar. Mas não é uma coisa óbvia, pois, exatamente no centro da nossa vida, onde está a fonte da vida e da humanidade, parece que se instalou uma lei da morte e da escravidão.

O bem-aventurado Papa João Paulo II, logo que foi eleito em 1978, fez um grande esforço ao ensinar aos jovens a força existente no amor de Deus, que se manifesta na nossa própria natureza humana, nos nossos corpos e nos nossos corações. Esses ensinamentos mais tarde ficaram conhecidos como "Teologia do Corpo", que foram tema de 129 catequeses do Pontífice polonês para nos ensinar esta realidade. Ele fez isso, pois, como padre e bispo, notou a grande dificuldade que os jovens tinham de viver a lei de Deus com relação à sexualidade. A Igreja, hoje em dia, é tachada por muitas pessoas de repressora, algumas destas dizem: “Eu vivo o sexo como eu quiser! Esses homens velhos e solteirões da Igreja não entendem nada de sexo. A Igreja Católica é uma repressora por tentar impedir que as pessoas sejam felizes com seu impulso sexual”, essa é a grande acusação que fazem contra a Igreja e esta acusação é falsa.

Os religiosos, esses “velhos” como o Papa João Paulo II, entendem muito mais sobre amor do que os chamados libertadores e revolucionários da Revolução Sexual. Aqui está a grande proposta da Igreja, se o mundo fez a revolução sexual nós precisamos fazer a revolução do amor. Alguns perguntam por que a Igreja não muda estas normas, não as adaptam aos tempos modernos? O Papa, os bispos e os padres não podem mudar as leis morais, porque elas não foram feitas por eles. Eles são mensageiros d'Aquele que nos fez, o nosso "Fabricante", Deus, que vem com uma mensagem e nos diz: "Assim vocês serão felizes".

Vou fazer uma comparação para vocês entenderem. Se você tem um carro "flex" você pode abastecê-lo tanto com gasolina como com etanol. Você é livre para escolher qual combustível usar. Mas pensemos que você, revoltado, como um revolucionário, não quer se submeter a esta instrução de usar os combustíveis determinados pelo fabricante e, como dono do carro, abastece o veículo com diesel. O carro vai andar? Não.

Na nossa vida é da mesma forma, temos dois caminhos, temos que escolher entre eles. O primeiro caminho é o mais comum, a aliança de amor, chamada de "matrimônio" e o outro caminho chamado é o "celibato", que também é uma aliança de amor, uma oferenda da sua sexualidade para Deus. Esses são o "etanol" e a "gasolina" que você pode colocar no seu "tanque". Acontece que o homem moderno não quer obedecer às "instruções do Fabricante". Existe uma recomendação, mas queremos colocar outros "combustíveis no carro da nossa vida" e queremos obrigar esse carro a funcionar. Este é o problema! Existe um "Fabricante" que nos diz o caminho que devemos percorrer para sermos felizes e nós somos livres para escolher.

Quem é solteiro, está solto, disponível. Um padre, como eu, não é solteiro. O padre é comprometido em uma aliança de amor com Deus e deve viver assim.Nós precisamos entender isso, ninguém tem vocação para ser solto, para ser solteiro, no entanto, hoje, nossa sociedade acha que liberdade é você ser solteiro, mas não é assim. A liberdade do amor acontece quando selamos uma aliança de amor, quando celebramos uma aliança de amor nós somos livres para amar.

Para você que namora eu pergunto: Você tem vontade de matar sua namorado(a)? Não estou falando de momentos em que ele(a) o deixa com raiva. Digo se você já teve literalmente vontade de, com uma arma, matar seu(a) namorado(a) por estar com ódio dele (a). Outra pergunta: você tem vontade de matar sua mãe? Não! No entanto, existe um mandamento de Deus que diz: "Não matarás". Existe este mandamento, mas você não sente vontade de matar sua mãe, você não se sente escravo dessa lei, pois você não sente vontade de matá--la, não é? Você é livre. Quando seu coração obedece à lei de Deus você vive uma liberdade maravilhosa!

Vamos ver agora isso no campo da sexualidade. Você não tem vontade de ter relações sexuais com sua mãe, nem com seu pai. Você não vai dizer: "A Igreja castradora está me impedindo de fazer isso", pois seu coração está no lugar e não deseja isso. Você nem chega a imaginar isso, porque seu coração está em ordem, no lugar certo e é livre para amar.

A moral sexual da Igreja é a moral da família. Pegue todas as leis sexuais e você pode resumi-las na família, é a moral sexual que permite que exista família. Por que é que uma menina pode andar tranquilamente em sua casa, de pijama, sem ter medo de que seu pai e seus irmãos a desejem sexualmente? Isso acontece porque ela tem segurança de que, em sua casa, não existe um coração perverso. E por isso que o incesto é algo tão terrível, pois é uma desordem. A família é uma ilha de paz onde se tem segurança. A lei moral sexual, dentro da família, é muito clara e isso cria uma liberdade para amarmos. O projeto de Deus é que sejamos família.
"O amor não vicia, mas o pecado e o egoísmo sim!", recorda padre Paulo Ricardo
Foto: Wesley Almeida/Foto CN
Existe algo dentro de nós que não quer ser família, existe algo que perturbou este projeto divino. A moral sexual da Igreja poderia ser chamada de "moral familiar". O sexo só pode ser realizado em um projeto de família, em que um homem e uma mulher se unem de forma permanente para gerar filhos, não estou dizendo que ele é feito só para isso, mas ele tem a ver com esta obra linda de gerar crianças. Este é o projeto de Deus e é, porque perdemos a noção disso, que a moral sexual se tornou tão complicada para nós. Se eu, como padre, olhar para todas as pessoas como meus filhos espirituais eu não irei sentir desejo sexual por essas pessoas. Esse é o segredo do celibato: a paternidade. Quando o diabo joga uma flecha na minha imaginação para eu olhar de forma lasciva para uma pessoa, eu digo: "Não, ela é minha filha, não posso deixá-la órfã!" Se eu desejar uma mulher sexualmente ela ficará órfã, pois ela perdeu um pai espiritual. Nossa vocação é ser família. Ou você vai ser família biológica ou você vai ser família espiritual. O celibatário não é alguém sem família, ele tem uma família maior, espiritual.

O amor não vicia, mas o pecado e o egoísmo sim. Ninguém pode dizer que é viciado na castidade. O marido e a mulher castos não são viciados em fidelidade, embora eles possam cair a qualquer momento. Mas quem é viciado na infidelidade, no pecado, não consegue ser fiel em nenhum momento, pois ele fica viciado. Onde está a raiz disso?

Nas primeiras páginas da Bíblia é narrado o casamento de Adão e Eva e nas últimas páginas da Sagrada Escritura existe o casamento de Deus com a humanidade. O Papa João Paulo II nos ensina que Deus nos fez família aqui na terra, que nos casássemos aqui na terra para que isso fosse um sinal que aponta para o casamento definitivo de Cristo com a Igreja.

Eu sou vigário em uma paróquia de Cuiabá, e todos os meses eu preparo casais para o casamento. É bonito ver o casal de pombinhos. Na palestra eu pergunto a eles: "Quem vai se casar para ser feliz?" E todos respondem: "Eu!" A má notícia é que isso não dá certo. E por quê? Rapaz nenhum, mulher nenhuma, vai poder fazê-lo feliz! Moça, nenhum rapaz vai fazê-la feliz. O mesmo vale para os rapazes. Só Deus, no céu, vai fazê-la verdadeiramente feliz! Nós fomos feitos para estar unidos com Deus no céu em uma felicidade completa, sem limites, infinita. Todas as felicidades desta terra são passageiras.

Eu não estou dizendo para você não se casar. Se esta é a sua vocação, faça isso, mas não se case pensando que seu (a) marido (mulher) vai fazê-lo feliz, porque, senão, vocês dois estarão, daqui a algum tempo, trocando acusações. Se você está com seu (a) namorado(a) ou seu (a) esposo(a) diga para ele (a): "Eu não consigo te fazer feliz. Isso é no céu". Imagine o fardo de ter que fazer uma pessoa plenamente feliz! O casamento dos cristãos é um letreiro que diz: "No céu seremos todos felizes em um casamento que não tem defeito, a união perfeita com Deus".

Quando você vai a um casamento você tem lá o casal e o padre, que é a testemunha qualificada. Olhando para o padre e para o casal nós vemos um diálogo silencioso: O casal diz para o padre: "Todos nós fomos feitos para o casamento". E o padre diz para o casal: "Sim, mas o casamento a que nós somos chamados não é este, é o casamento definitivo com Deus". Por isso a Igreja precisa de celibatários, pois eles nos apontam que nosso casamento definitivo é com Deus.

O padre é escolhido para ser um sinal do Esposo. O padre usa a batina preta como sinal de que ele morreu para o mundo e deve viver agora para uma outra missão. Quem morreu? O Paulo Ricardo. E quem apareceu ali? Jesus Cristo, o Esposo. O padre é um outro Cristo. Quando você tem a Igreja reunida para a Eucaristia, você tem um sinal externo, simbólico do Esposo, que é Cristo, na pessoa do padre, e da esposa, que é a Igreja reunida. E é neste banquete maravilhoso que, um dia, vamos nos unir com Deus. Este é o projeto de Deus para nós, mas, infelizmente, ele [este projeto] foi deturpado.
"Homem, mostre como deve ser essa condução até Jesus!" 
Foto: Wesley Almeida/ Fotógrafo CN 
Nossos corpos falam que nós somos incompletos. Existe algo escrito em nosso corpo. Todos os nossos órgãos são completos, exceto os órgãos reprodutivos. Eu explico. Quando eu abro o olho, ele é completo nele mesmo, eu o abro e vejo. Eu não preciso do olho de outra pessoa para ver. Assim também com meus ouvidos, com minha boca. Mas, por exemplo, quando eu olho para os órgãos reprodutores, os genitais de um homem, eles não têm sentido nenhum se não existe o órgão reprodutor da mulher. Permita-me fazer a analogia: é como uma chave para uma fechadura. Você já encontrou chaves que não se encaixam em nenhuma fechadura? Ela não tem sentido, não serve para nada. Assim são os órgãos sexuais, eles têm uma característica única, não têm sentido em si mesmos. O Papa emérito Bento XVI, quando ainda era o cardeal Ratzinger, disse que, quando ele publicou uma orientação pastoral para os homossexuais, não tem ideologia gay no mundo que consiga quebrar a força dessa realidade.  
Você pode repetir quantas vezes quiser que a união entre dois homens e que a união de duas mulheres são a mesma coisa que a união de um homem com uma mulher. Você pode repetir várias vezes isso, mas isso é artificial, pois o mundo real grita que, quando um homem se une com uma mulher, acontece o milagre da vida. Quando dois homens se unem não acontece nada; e quando duas mulheres se unem também não acontece nada; e este é o mundo real. Desculpem-me, não estou discriminando ninguém. A Igreja não quer discriminar os homossexuais como se eles fossem inferiores. A Igreja quer somente dizer: Existe uma obra inscrita na criação, se nós obedecermos ao nosso Criador, ao ''Fabricante'', vai ser melhor para todos. As pessoas dizem que ficamos castrando os homossexuais ao afirmarmos que eles não podem usar o sexo como querem. Mas ninguém pode usar o sexo como quiser. A Igreja não discrimina ninguém, ela pede a castidade para todos. Os casais [homem e mulher] também são chamados à castidade.

Peguemos um versículo da Bíblia, Mateus 5, 27-28. Jesus, no Sermão da Montanha, fala a respeito da lei sexual. “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. O Papa João Paulo II nos ensina que este mandamento de Jesus vale para todos, inclusive para os esposos, um não pode olhar para o outro apenas como uma coisa, como objeto. As pessoas não são objetos para ser desfrutados. Quando usamos o sexo, fora daquilo que Deus planejou, estamos tratando as pessoas como coisa, não como pessoas. A melhor forma de entendermos o projeto para o santo matrimônio é olhar para a cruz de Cristo, pois ali Jesus ensina como todo esposo deveria olhar para sua esposa. Da cruz Jesus nos diz: "Isto é o meu corpo que é dado por vós".
O sonho de Deus é que Ele nos colocou nesta vida para que nós preparemos um matrimônio maravilhoso que acontecerá no céu. Precisamos amar desde já e para isso precisamos seguir as instruções do Criador. O sexo só deve ser realizado quando houver um amor de quem entrega para toda a sua vida. O amor é que torna lícito o sexo.

Mas você pode dizer: "Eu amo minha namorada, padre! Estou disposto a dar a minha vida por ela. Eu a defenderia a vida dela com a minha". Se você está disposto a defender sua namorada, defenda-a de você, pois ela pode nunca receber um tiro, mas é maior o risco que ela seja usada por você e ser jogada fora. Quantas vezes já vimos casais de namorados que fizeram juras de amor e depois descartaram o outro. Se você, de fato, está disposto a dar a vida por ela, então se case com ela!

O sexo, fora do casamento, é sempre uma mentira, pois o corpo fala. O corpo é mais sincero que a boca. Muitas vezes, com sua boca, você diz uma coisa, mas o seu corpo diz outra. Na relação sexual, fora do casamento, o corpo diz que você é todo do outro, mas, no fim, você se levanta e vai embora. A lógica dos anticoncepcionais contradiz o amor de doação. O projeto de Deus, a revolução que Jesus Cristo quer colocar em nossos corações é a revolução do amor. Se, nas décadas de 60 e 70, o mundo fez uma revolução sexual, na década de 80, com o Papa João Paulo II, a Igreja fez uma revolução do amor. O Sumo Pontífice diz ao mundo inteiro que o sexo só tem sentido em um amor que entrega toda sua vida livre e fielmente, de forma fecunda para outra pessoa, quando um homem se entrega à outra pessoa para ser família. Deus abençoe vocês.

Padre Paulo Ricardo 
Sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT)
www.padrepauloricardo.org

Para sempre fiéis


Foto: Wesley Almeida/ Fotos CN
'Livres para amar' é o tema de, basicamente, toda a história do povo de Deus no Antigo e no Novo Testamento. Uma história de amor com Deus marcada pela fidelidade d'Ele e pela traição de Seu povo. A expressão “Deus é fiel”, muitas vezes, é interpretada como uma garantia de que Deus vai nos dar tudo o que quisermos. Na realidade, há muito mais por trás da fidelidade divina. Não é uma história mercantilista, de troca de favores; na verdade, é uma história de amor.

Ontem, falávamos de dois casamentos contidos na Bíblia. O casamento de Adão e Eva e o casamento de Deus com a humanidade. Também ontem, aprendemos que nós queremos ser felizes, mas não existe nenhum homem ou mulher que nos fará felizes; apenas Deus.

Deus nos criou para uma felicidade muito maior do que possamos imaginar. Ninguém pode imaginar o que é a felicidade no céu. Muitas pessoas não entendem por que pecam. Nós pecamos, porque queremos ser feliz, mas procuramos a felicidade onde ela não se encontra.

O Papa João Paulo II elaborou uma frase que traz esta definição de pecado: "Pecado é buscar Deus onde Ele não se encontra". Por que o drogado consome droga? Porque ele quer ser feliz. Mas a felicidade não está na droga. No fundo do coração do pecador mais infiel existe um grito que está clamando por Deus, mas ele não sabe disso. Nós temos de anunciar esta verdade às pessoas.

O homem e a mulher são diferentes até na forma de pecar. O homem é mais cabeça dura. Ele diz: "Eu quero ser feliz". Então, ele busca uma mulher; e quando não consegue ser feliz, acredita que ela é a mulher errada. Ele trocha de mulher e vai "batendo a cabeça" sempre no mesmo erro. Agindo assim, o homem está buscando Deus em uma mulher. Você que se tornou um dependente compulsivo por sexo, você está procurando Deus, mas você O está buscando no lugar errado.

A mulher é diferente, ela é mais criativa. Ela diz para o marido: "Eu quero ser feliz e preciso que você me dê carinho". Quando ela recebe carinho e não se sente plenamente feliz, acha que precisa de um sapato; depois, de uma viagem... E vai buscando, em diferentes coisas, a felicidade. O grande problema não resolvido para Freud é: “O que é que a mulher quer?”. O homem é obcecado sempre pela mesma coisa. A mulher é diferente, nunca sabe o que quer. A Igreja sabe o que a mulher quer, só que ela está buscando no lugar errado.

Estamos buscando respostas desencontradas para nossas ansiedades. Nós queremos o Senhor e estamos nos confundindo. Com o pecado original aconteceu uma tragédia. Adão e Eva viviam felizes no paraíso; viviam nus e esta nudez original do corpo era uma imagem que os conduzia para Deus.Quando Adão olhava para Eva, ela via nela um dom maravilhoso do amor de Deus, o corpo dela era como uma vitrine que o levava a ver o Senhor. E assim também acontecia com Eva, quando ela olhava para Adão. Quando o homem está na santidade, o corpo humano é um ícone, ou seja, o contrário de um ídolo. No grego, ícone e ídolo querem dizer imagem, mas o ídolo é uma imagem do deus falso, já o ícone nos leva ao Deus verdadeiro.

O homem é visual. Se você fizer uma pesquisa, descobrirá que quem mais consome pornografia na internet é ele. A mulher é diferente. Em sua sexualidade, ela tem necessidade de retirar a roupa, mostrar-se, ela quer ser vista. Veja como estamos aprisionados em um mecanismo de idolatria. Ser idólatra é transformar uma imagem, que deveria me levar para Deus, em um deus. O homem dobra-se diante da nudez de uma mulher e a idolatra, por isso não tem mais condições de viver aquela nudez original. Se fossemos santos e víssemos o corpo de uma mulher, cairíamos de joelhos e adoraríamos Deus. Como não estamos na pureza original do paraíso, nós temos de nos vestir de “roupas de figueira”, assim como Adão e Eva. O pecado original faz com que o homem e a mulher se idolatrem mutuamente.

Mesmo quem não tem fé pode perceber o que vou dizer agora. Nós buscamos a felicidade, neste mundo, mas ela não está à nossa disposição. Você consegue ver isso, perfeitamente, dentro de você. Você não precisa nem acreditar na Igreja para perceber isso, pois percebe em você se for sincero. O que você diria se visse uma pessoa batendo a cabeça na parede? Pensaria que ela está louca. Nós somos esta pessoa, porque buscamos a felicidade em lugares nos quais ela não está, e nós insistimos no erro. Quantas vezes você buscou a felicidade no álcool, no adultério, na masturbação e ela não estava lá? Você acumula frustrações e tristezas.

"A felicidade é diferente do prazer, pois a felicidade vem da alma", ensina padre Paulo.
Foto: Wesley Almeida/ Fotos CN
 
Temos duas alternativas: plano A e plano B. A primeira alternativa é que esta vida é um absurdo e a felicidade não existe. Deus não existe, pois não conseguimos ser feliz. E podemos pensar que tudo termina aqui. A segunda alternativa é que não há problema que eu não esteja sendo plenamente feliz nesta vida, pois ela é apenas uma preparação para a segunda vida no céu. Lá teremos a felicidade perfeita. Para acreditar nesta segunda opção, você precisa ter fé. Para detectar o problema, você não precisa de fé, mas para encontrar a solução é preciso acreditar. Essa conclusão vem dos filósofos existencialistas, os quais chegaram a esta conclusão. Se Deus não existe, essa vida só tem angústia, morte e destruição. Essa foi a constatação dos filósofos.

Todo animal que tem sede de água é porque a água existe em algum lugar. Não é possível que o ser humano seja um animal defeituoso, que tem um desejo em seu coração e que não poderá saciar em nenhum lugar. Nenhum animal pratica o sexo do jeito que o ser humano pratica. Se um macaco tem uma relação sexual, ele fica plenamente satisfeito. O ser humano é capaz de ter várias relações sexuais em uma noite e não estar satisfeito. A felicidade é diferente do prazer, pois a felicidade vem da alma. O ser humano faz sexo e não fica plenamente satisfeito, porque ele foi feito para Deus. A sua insatisfação é a prova de que você foi feito para Deus.

Quais são as consequências disso? Você está neste mundo, mas você não é para este mundo. O que Jesus disse de si mesmo serve para o ser humano: “O filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Você já viajou de ônibus ou avião durante a noite? Você tenta dormir e busca várias posições; coloca a cabeça e não consegue uma posição boa durante toda a noite. Esta experiência nos mostra o que significa o que disse Jesus. Nossa vida, neste mundo, é uma viagem de ônibus. Você tenta reclinar a cabeça em diversas realidades, mas não encontra nunca a satisfação. Por quê? Porque você foi feito para Deus.

Quer dizer, então, que esta vida é ruim? Não! Esta vida é boa. Mas ela é como um banquete, e, antes dele, lhe oferecem um aperitivo. É uma coisa boa, mas não foi feito para saciar a pessoa. Esta vida é muito boa, mas é apenas um aperitivo. O prato principal é o céu.

Nós precisamos, a todo momento, de um exercício para colocar os nossos pés no chão. Este exercício se chama vida de oração. O problema é que, muitas vezes, nos sentimos um peixe fora d'água. Muitas pessoas vivem no pecado, e para isso não é preciso muito esforço. Ao contrário, para permanecer na fé é preciso esforço, é preciso oração, penitência e estudo.

Nossos três inimigos são: o mundo, a carne e o diabo. Eles prometem, mas não cumprem suas promessas. Eles não nos fazem feliz. Nós insistimos no erro de cair em seus enganos, por causa do pecado original, que quer nos fazer achar que a felicidade plena está neste mundo. Imaginem uma noiva que recebeu um presente e fica tão encantada que esquece do noivo. Uma mulher dessas é maluca, não é? Nós somos essa mulher. Deus nos deu esse mundo de presente e nós ficamos tão encantados com o presente e esquecemos de Deus.

Santo Tomás de Aquino nos ensina que a caridade sobrenatural não pode ser abusada, ao contrário do amor natural. Por exemplo: você ama seu filho, isso é bom. Mas você pode amá-lo tanto a ponto de ficar apegado a ele e isso se tornar uma carência, uma dependência. Já a caridade sobrenatural não tem limites. Qual a diferença entre o amor natural e o sobrenatural? É a razão, o porquê. Eu tenho que amar Deus, por causa d'Ele. Eu tenho que me amar, por causa de Deus, e eu tenho que amar o meu próximo por causa de Deus. E é assim que o amor é sobrenatural.

Vamos ver isso na prática. Amar Deus por causa de Deus. Santa Terezinha do Menino Jesus aprendeu que deveria amar Jesus por Ele mesmo. Mas muitos fazem assim: adoram Jesus no sacrário, porque querem ir para o céu, ou seja, estão adorando-O não por causa d'Ele mesmo, mas pelo interesse de ir para o céu. O amor sobrenatural não é o de quem ama como um escravo nem como um mercenário. Quem ama como escravo ama a Deus por medo do inferno. Quem O ama como mercenário, o faz, porque busca recompensas. Santa Terezinha dizia: "Eu gostaria de amar Deus sem que Ele soubesse que fui eu quem O amou. Ela O amava por quem Ele era, não em busca de recompensas.

Temos de transformar o nosso amor natural em um amor sobrenatural. Ame seus filhos, seus pais, todas as pessoas por causa de Deus. Como fazer isso? Quando seu filho lhe trouxer muitos sofrimentos e desgostos, e, por causa de Jesus, você permanecer amando-o, sem desistir dele, aí você ama com amor sobrenatural. Quando seus pais, depois de velhos, perdem a lucidez e lhe dão muito trabalho, mas, mesmo assim, você cuida deles, aí está o amor sobrenatural.

O amor de Jesus, o Esposo fiel, pede de nós um caminho de amor sobrenatural, de amar os outros, a mim mesmo e a Deus por causa d'Ele. Aqui, nesta terra, não temos morada definitiva; nosso repouso será o céu. Ele nos espera. Coragem!
Padre Paulo Ricardo 
Sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá (MT)
www.padrepauloricardo.org

A Virgem Maria e a manifestação de Deus em Jesus Cristo.

A VirgemMaria e a manifestação de Deus em Jesus Cristo.
No domingo dia do Senhor, dia 05 de janeiro a Nossa Igreja Católica e nos celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor, refletiremos sobre a Virgem Maria e a manifestação de Deus em Jesus Cristo. 
Nossa Senhora a Rainha do Universo a  Virgem de Nazaré foi aquela que mostrou aos Magos o Menino Deus, o novo Rei do mundo (cf. Mt 2, 11). Nossa Senhora, como Mãe amorosa, mostra Jesus Cristo também a nós e nos ajuda a ser indicadores da estrada que conduz a Jesus Cristo. Na Epifania do Senhor, na manifestação do amor de Deus, aprendemos como somos levados ao encontro com Cristo e como, a exemplo de Maria, mostrar Jesus aos homens e mulheres de nosso tempo. Neste encontro com Cristo, no qual acontece a manifestação do infinito amor de Deus, é Ele próprio que nos conduz. Como os pastores, que foram os primeiros convidados pelo Anjo para ir até junto do Menino recém-nascido, deitado na manjedoura (cf. Lc 2, 8,-12). O Papa Emérito Bento XVI ensina que os pastores personificam os pobres de Israel, as almas simples que interiormente vivem muito perto de Jesus (cf. Homilia do Papa Bento XVI na Solenidade da Epifania do Senhor, em 06 de janeiro de 2013). A iniciativa do convite foi de Deus, que através do Anjo os conduziu à manifestação do amor de Deus, na pessoa do Menino Jesus. Por Maria, aquela que mostra o Menino recém-nascido aos pastores, o Senhor manifesta o seu amor pelos homens. Porém, Deus não manifestou seu amor somente aos pastores, mas também aos Magos vindos do oriente.
O Papa Bento XVI também ensina que “os homens vindos do Oriente personificam o mundo dos povos, a Igreja dos gentios: os homens que, ao longo de todos os séculos, se encaminham para o Menino de Belém, n’Ele honram o Filho de Deus e se prostram diante d’Ele” (Idem). Deus manifestou-se a homens de todos os lugares, de todos os continentes, das mais diversas culturas, das diferentes formas de pensamento e de vida. Todos se puseram, e estão, a caminho de Cristo, por isso, “podemos verdadeiramente dizer que esta peregrinação e este encontro com Deus na figura do Menino é uma Epifania da bondade de Deus e do seu amor pelos homens” (Idem). Com já dissemos, Nossa Senhora foi aquela que mostrou o Menino aos Magos (cf. Mt 2, 11), o seu “sim” incondicional à vontade do Senhor (cf. Lc 1, 38) possibilitou o encontro com Jesus Cristo, não somente àqueles homens vindos do Oriente, mas à todos homens e mulheres de boa vontade.
A inciativa da manifestação do Amor em Jesus Cristo aos homens é sempre de Deus. Mas, como Maria e José (cf. Lc 2, 16), somos chamados a mostrar o Senhor a tantos quantos Ele nos enviar. Como a Virgem de Nazaré, que foi a primeira Igreja, o primeiro templo vivo de Deus, também nós devemos ser templos onde se manifesta o amor de Deus. A presença de Maria e José, unidos em oração e na contemplação do Menino Deus, nos mostra qual é a primeira atitude para quer mostrar o Senhor aos homens. A primeira atitude é colocar-se diante de Deus em oração, senão podemos nos tornar obstáculos, esconder e não mostrar o Senhor. Fazer as coisas é necessário, mas o essencial é permanecermos sempre unidos em oração diante de Deus.
Assim, peçamos a Virgem Maria a coragem e a humildade da fé, que tiveram os Pastores e os Magos do Oriente para acolher o chamado de Deus e sermos testemunhas da manifestação do amor de Deus por todos os homens. Supliquemos a Nossa Senhora que, da mesma forma que ela acolheu com docilidade os desígnios do Senhor, acolhamos também a sua vontade, para podermos mostrar Jesus Cristo a todos os homens e mulheres de nosso tempo. Como Maria e José, nos unamos em oração e na contemplação de Deus, na expectativa da Sua manifestação definitiva no Reino dos Céus. Vinde Senhor Jesus! (cf. Ap 22, 20). (fonte: Canção Nova)

Como consagrado a Maria, posso colocar intenções nas minhas orações?

Podemos pedir, interceder, sempre. Você reza o terço pedindo por fulano. Esse Terço, além da intercessão por alguém ou alguma intenção, tem um valor espiritual, como se fosse uma moeda, um tesouro espiritual. Na comunhão dos santos está todo esse tesouro espiritual. Os méritos pelos sofrimentos do Padre Pio, por exemplo, podem ser usados para fazer o bem no ano de 2013. O sofrimento de uma pessoa numa prisão na China, pode ser usado na conversão de um menino de rua em São Paulo. Quando fazemos jejuns, orações, penitências, todo o tesouro espiritual não nos pertence mais. Podemos interceder, pedir a Nossa Senhora por alguma pessoa ou intenção, mas não posso oferecer, pois Maria quem vai usar dos nossos méritos, do nosso tesouro espiritual.
Quando nos consagramos, até aquilo que eu ofereci há muito tempo, nosso capital de graças inteiro está nas mãos de Maria. Temos que entender que nós podemos usar mal das nossas orações. Mas, Nossa Senhora sabe como usar bem as nossas orações, nosso tesouro espiritual. As campanhas de consagração que estão acontecendo por todo o Brasil e pelo mundo estão ligadas ao triunfo do Imaculado Coração da Virgem Maria, porque nós colocamos nas suas mãos uma riqueza espiritual, nós estamos dando a ela todos os nossos bens espirituais, para que ela utilize na batalha espiritual do jeito que ela quiser. Quanto mais consagrados tivermos, mais riquezas colocamos nas mãos dela, para que venha o triunfo do coração de Maria. Quando encontramos uma pessoa que tem grandes virtudes, que é matéria-prima para fazer um bom santo, esse precisa ser dela, para que ela tenha mais riquezas espirituais.
O terço rezado durante outra atividade é valido?
Esta é a famosa pergunta dos franciscanos e dos jesuítas no Rio Grande do Sul (piada): “Os gaúchos gostam de tomar chimarrão. Por isso, os franciscanos foram à Santa Sé e perguntaram: podemos tomar chimarrão enquanto rezamos o Terço? A resposta foi: “na hora de rezar, temos que rezar, não tomar chimarrão”. Os jesuítas, mais espertos disseram que eles não tinham perguntado direito. Eles foram lá e perguntaram: podemos rezar o Terço enquanto tomamos chimarrão? A resposta foi: rezar você pode fazer sempre”. Assim, se é valido ou não depende da ocasião. Qual é a minha atividade principal? Se estou lavando pratos, é melhor rezar o Terço do que ficar pensando bobagens e isso é válido. Outra coisa é quando estamos rezando o Terço. Nesse caso, devemos parar tudo para rezar bem.
Nos agradecimentos do Terço ou do Rosário, o que significa a palavra “obrigar”?
Para mais vos “obrigar” vos saudamos soberana Rainha. Nessa frase dos agradecimentos do Terço ou Rosário, a palavra “obrigar” é do português arcaico, que não está mais em uso. O significado de “obrigar” nessa frase é agradecer. Não estamos obrigando Nossa Senhora a fazer nada, estamos apenas agradecendo a ela. Por isso, não podemos dizer tranquilamente para mais vos “obrigar”.


É possível um novo começo

"O Senhor nos diz: 'Vou renovar o teu ânimo e tua vida'", ensina monsenhor Jonas
Hoje, Deus nos dá a oportunidade de passarmos nossa vida a limpo e purificarmos nossas lembranças daquilo que foi o ano anterior, mergulhando-a na misericórdia de Deus.
Deus quer curar o nosso coração de todos os desencontros, erros e pecados com a graça de Seu perdão. Ao mesmo tempo, temos a chance de deixar de lado tudo o que nos atrapalha, abandonando os rancores e ressentimentos, perdoando as pessoas que nos feriram.

"Não vos lembreis mais dos acontecimentos de outrora, não recordeis mais as coisas antigas, porque eis que vou fazer obra nova, a qual já surge: não a vedes?" (Is 43, 18).

Quando a Sagrada Escritura nos diz para não nos lembrarmos dos "acontecimentos de outrora", não se trata realmente de esquecer, mas de não vivermos como escravos dos acontecimentos que, agora, não existem mais. Devemos ficar com o que foi bom e tirar proveito até mesmo dos erros cometidos para o nosso crescimento e amadurecimento. Trata-se, na verdade, de uma nova chance de recomeçar e de nascer de novo pela graça de Deus.

É possível uma vida nova. É possível um novo começo neste exato momento, porque Deus está conosco, porque Jesus está vivo e nos dá a Sua força para recomeçar. A diferença está justamente aqui: se antes vivíamos contando apenas com as nossas energias, podemos recomeçar agora pelo "poder de Deus", "pela força do Alto", que é o Espírito Santo. É dessa certeza que brota a nossa esperança.

É ano novo! É tempo de esperança! O que era velho ficou para trás. É o Senhor, portanto, quem nos diz: "Levanta, meu filho! Chegou o momento. Vou restabelecê-lo, vou renovar o seu ânimo e sua vida. Coragem!"

Desejo, de todo o meu coração, que este novo ano seja para você e para toda a sua família um tempo de muita graça de Deus, um tempo de esperança e renovação. (Monsenhor Jonas Abib) 

Os 10 mandamentos para o Ano Novo


Professor Felipe Aquino

Sempre que um novo ano começa, nós queremos renovar nossa vida e nossas esperanças. Ano novo é vida nova, mas como devemos vivê-lo? Pensando nisso, enquanto estava rezando e preparando esta pregação, elaborei os 10 mandamentos do Ano Novo:

1 – Viva com fé

2 – Viva com amor

3 – Respeite os outros

4 – Seja otimista

5 – Entenda o valor que você tem

6 – Acredite em você

7 – Vença a inveja

8 – Construa um mundo novo

9 – Não queira levar vantagem em tudo

10 - Vença a preguiça

Devemos viver com fé, porque quem não se entrega a Deus é bobo. A coisa mais inteligente do mundo é você entregar sua vida para o Senhor. Viver com fé não significa ter uma vida sem dificuldades e sofrimentos; ter confiança em Cristo é ter força para viver e enfrentar essas situações.

São João diz que a nossa vitória é ter fé, porque ela vence o mal e todo o sofrimento. Deus é o maquinista do trem da nossa vida, portanto, deixemos que Ele nos leve e nos conduza. A nossa fé precisa ser abandonada em Deus, porque Ele é o condutor da nossa vida. Assim, devemos deixar o Senhor agir em nós. Não sabemos os desígnios de Cristo, porque não os entendemos nem os compreendemos. Por isso São Paulo diz que devemos dar graças em todas as situações.

Nós não sabemos o que é bom e ruim para nós, porque quem o sabe é Cristo; portanto, devemos agradecer na hora da glória e das lágrimas. Em Deus não há maldade, ao contrário, Ele é especialista em transformar o mal em bem, assim como Ele pegou todo o pecado do mundo e o transformou em salvação.

Precisamos viver com amor, pois é ele que faz a vida valer a pena. Por isso que o Senhor nos amou muito e não tem amor maior do que aquele que dá a vida pelo irmão. O amor é capaz de fazer a diferença.

É preciso respeitar as pessoas e não deixar a alma delas enrugada, é preciso tratar a todos com grande amor e respeito. É necessário que sejamos otimistas.

O que Deus quer de cada um de nós? Ele nos predestinou para sermos imagem e semelhança do Cristo. Deus Pai quer ver em cada um de nós o Seu Filho amado; portanto, a maior glória que podemos ter é Deus olhar para nós e enxergar Seu Filho. Não podemos olhar para nós e dizer que não temos valor nenhum, ou seja, devemos acreditar em nós, porque somos Filhos do Pai. O importante é invisível aos olhos, porque o que é visível acaba.

Nunca podemos deixar que a inveja tome conta do nosso coração, porque ela destrói a nossa alma. Não podemos ser pessoas invejosas e querer o que a outra pessoa tem. Para vencer esse mal é preciso agradecer a Deus por aquela pessoa ter conseguido algo. Não deixe que a inveja tome conta do seu coração neste ano. Comece 2014 deixando a inveja de lado.

Nós estamos acostumados a dizer que o mundo não presta, mas muitos de nós não realizam nenhum gesto para mudar o mundo. Às vezes, pensamos que o mundo está podre, mas é o nosso coração que deve estar sujo. Devemos construir um homem bom para ter um mundo melhor.

Não podemos tirar proveito de tudo; precisamos ser honestos. Muitas vezes, a pessoa não sabe que está sendo enganada, mas Deus sabe.

Para terminar, é preciso vencer a preguiça, um dos setes pecados capitais, porque ela é terrível e tem o poder de destruir. Deus não ajuda preguiçoso, mas sim quem cedo madruga.

Neste ano, peça a Deus a graça de viver todos esses mandamentos. (Professor Felipe Aquino)

Maria, Mãe de Deus, dai-nos a paz!



O ano litúrgico antecipa-se ao ano civil, iniciando-se com o tempo do 
Advento que prepara o Natal. Dentro do tempo litúrgico do Natal, em 
1º de janeiro, a Igreja faz a comemoração de Maria, “Mãe de Deus”. 
Este título de Maria, atribuído pelo Concílio de Éfeso (431), realça a 
íntima união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarna-
ção de Jesus. A maternidade divina de Maria vem, de certo modo, pre-
encher a carência do feminino na imagem tradicional de Deus, particu-
larmente no Antigo Testamento. Nas devoções a Maria, os fiéis buscam
 a face materna de Deus.
Nos Evangelhos Maria ocupa um papel mais discreto na Bíblia se compa-
rado com a tradição católica. Os dados estritamente biográficos deriva-
dos dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela virgem, quan-
do concebeu Jesus, o Filho de Deus. Era uma mulher verdadeiramente 
devota e corajosa, e continua sendo. O Evangelho de João menciona que 
antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João 
e a Igreja Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, 
filha da Nova Eva.
“A virgem engravidará e dará à luz um filho… Mas José não teve relações 
com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus”
(Mateus 1,23-25). “Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o 
nome de Jesus… será chamado Filho do Altíssimo”. Maria pergunta ao anjo Gabriel: “Como acontecerá isso, se não conheço homem?” O anjo respondeu:
“O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a 
sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado Santo, Filho de Deus” 
(Lucas 1,26-35).
As passagens onde Maria aparece no Novo Testamento são:
O aparecimento do arcanjo Gabriel e anúncio de que seria ela a mãe do Filho
de Deus, o prometido Messias (Lucas 1,26-56 a Lucas 2,1-52; compare 
com Mateus caps. 1 e 2).
A visitação à sua prima Santa Isabel e o Magnificat (Lc 1,39-56).
O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos pastores e dos 
reis magos (Lc 2,1-20).
A sua purificação e a apresentação do Menino Jesus no Templo (Lc 2,22-38).
À procura do Menino-Deus no Templo debatendo com os doutores da Lei 
(Lc 2,41-50).
Meditando sobre todos estes fatos (Lc 2,51).
Nas bodas em Caná da Galileia. (João 2,1-11).
À procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que lhe faz (Lc 8,19-21
 e Mc 3, 33-35).
Ao pé da Cruz quando Jesus aponta a Maria como mãe do discípulo e a este
como seu filho (Jo 19,26-27).
Depois da Ascensão de Cristo aos céus, Maria era uma das mulheres que 
estavam reunidas com os discípulos no derramamento do Espírito Santo em Pentecostes e na fundação da Igreja Cristã. (Atos 1,14; Atos 2,1-4).
Lucas é o evangelista da misericórdia e dos pobres. Em sua narrativa, são 
os humildes pastores que, movidos pela esperança da libertação e do 
resgate de sua dignidade, vão ao encontro do recém-nascido. Maria acolhe
 o novo que se manifesta e, em oração, medita sobre seu significado. Em 
Jesus, que recebeu um nome comum em sua época, revela-se o projeto de 
Deus de nos conceder a salvação por meio da humildade e da comum con-
dição da encarnação.
Convido você a dar o primeiro passo no novo ano de mãos dadas 
com Maria Santíssima, a Mãe de Deus e nossa. Ela nos dá segurança, 
porque traz em seus braços o Príncipe da Paz. Sem o acolhimento de 
nosso Salvador, o mundo celebra inutilmente o “Dia Mundial da Paz 
e da Fraternidade Universal”.
Os homens têm provado, ao longo dos séculos, que são impotentes para 
construir a verdadeira paz por si próprios. Continuam poderosos apenas 
para multiplicar a violência e provocar mortes. Por isso, hoje é um dia de 
súplica universal pela paz e pela fraternidade, que somente Jesus 
pode fazer-nos construir.
E nós suplicamos confiantes, porque ora conosco – e por nós – a 
Mãe de Deus, aquela que deu ao mundo a nossa paz: Jesus Cristo, 
o Príncipe da Paz!
Maria, Mãe de Deus, dai-nos a paz!
Padre Bantu Mendonça

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça para nós
começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da
 encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!
Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios, em
325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois 
concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubs-
tancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verda-
deiro homem.
No mesmo século, século IV, já ensinava o bispo Santo Atanásio: “A natureza
que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a
divina escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era
um corpo idêntico ao nosso”. Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos somos
descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da encarnação,
no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade
de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um
corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento,
sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade.
Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a San-
tíssima Virgem é a Mãe de Deus.
No terceiro Concílio Ecumênico em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de
Deus. Muitos não compreendiam, até pessoas de igreja como Nestório, patri-
arca de Constantinopla, ensinava de maneira errada que no mistério de Cristo
existiam duas pessoas: uma divina e uma humana; mas não é isso que teste-
munha a Sagrada Escritura. porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus em duas 
naturezas e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a 
Santíssima Virgem é Mãe de Deus.

Solenidade da Santa Mãe de Deus – Anúncio do Evangelho


Anúncio do Evangelho (Lc 2,16-21)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 16os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura.
17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam.
19Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração.
20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...