Como um Consagrado a Virgem Santíssima Recebe a Comunhão

Na preparação para a comunhão, devemos:

Antes da Comunhão:


1º – Humilhar-nos profundamente diante de Deus;
2º – Renunciar ao nosso fundo mau, todo corrompido, e às nossas más disposições, embora o nosso amor próprio as faça parecer boas;
3º – Renovar a nossa consagração dizendo: “’Todo Vosso sou, ó querida Mãe, e tudo o que tenho é Vosso!‘ (Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt!)”4;
4º – Suplicar a Virgem Maria que nos empreste o seu Coração de Mãe, para nele receber seu Filho com as disposições dela. 
Pois, a glória de seu Filho exige que não seja recebido num coração tão manchado e tão inconstante como o nosso. Se recebermos o Senhor em nosso coração, este não demorará em fazer-nos perdê-Lo, ou em privar-nos da Sua glória. Mas, se Nossa Senhora quiser vir habitar em nosso coração para receber seu Filho, poderá fazê-lo pelo domínio que tem sobre os corações. Dessa forma, seu Filho será bem recebido, sem mancha nem perigo de ser ultrajado ou perdido. Então, digamos confiantemente a Mãe de Deus que tudo o que lhe oferecemos dos nossos bens é bem pouca coisa para honrá-la. Por isso, desejamos dar-lhe, pela santa comunhão, o mesmo presente que o Pai Eterno lhe deu: seu Filho Jesus Cristo. Deste modo, a Virgem Maria será mais honrada do que se lhe oferecêssemos todos os bens do mundo. Podemos dizer a Virgem de Nazaré que seu Filho Jesus a ama muito particularmente, e que ainda quer ter nela as suas alegrias e o seu repouso, mesmo que agora seja em nossa alma, mais suja e pobre que o estábulo5, onde Jesus não pôs dificuldades em vir, porque ela lá estava. Enfim, peçamos a Nossa Senhora o seu Coração, com estas ternas palavras: “Tomo-Vos como toda a minha riqueza. Dai-me o Vosso Coração, ó Maria!”6.

Durante a Comunhão:
Segundo a devoção ensinada por São Luís Maria, quando se aproximar o momento sublime de receber Jesus Cristo, depois do “Pai-Nosso”, diremos três vezes: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo!7, cada uma delas por uma pessoa da Santíssima Trindade:
1ª – A primeira vez será para dizer ao Pai Eterno que não somos dignos de receber seu Filho Unigênito, por causa dos nossos maus pensamentos e ingratidões para com um Pai tão bom. Mas eis que Maria, a Serva do Senhor, está conosco, representa-nos e dá-nos confiança e esperança singulares junto da Divina Majestade8;
2ª – A segunda vez, diremos ao Filho que não somos dignos de recebê-Lo por causa das nossas inúteis e más palavras, por causa da nossa infidelidade ao Seu serviço. Suplicaremos a Jesus que tenha piedade de nós, porque O introduziremos na casa da sua própria Mãe e nossa. Diremos que não O deixaremos partir sem que venha morar na casa de Maria: “Detive-o e não o deixarei até o introduzir na casa de minha Mãe e no quarto daquela que me gerou”9. Pediremos a Cristo que se levante e venha descansar no lugar do seu repouso, na arca da sua santificação: “Levantai-Vos, Senhor, entrai no Vosso repouso, tu e a arca da tua santidade”10. Não colocaremos nenhuma confiança nos nossos méritos, em nossas forças e na nossa preparação, como Esaú, mas nas mãos de Maria, nossa querida Mãe, como o jovem Jacó se colocou aos cuidados de Rebeca11. Embora pecador e Esaú que somos, ousamos aproximar-nos da santidade do Filho de Deus apoiados e revestidos dos méritos e virtudes de sua Santa Mãe;
3ª – Na terceira vez, diremos ao Espírito Santo que não somos dignos de receber a obra-prima da sua caridade, por causa da tibieza e iniquidade das nossas ações e das nossas resistências às suas inspirações, mas que toda a nossa confiança está em Maria, sua Fiel Esposa. Com São Bernardo, exclamaremos: “Ela é a minha grande confiança, é toda a razão da minha esperança!”12 Neste momento, podemos pedir ao Espírito de Deus que venha mais uma vez a Virgem Maria, sua esposa inseparável; que seu seio é tão puro e seu Coração tão abrasado como sempre; e que sem que Ele desça à nossa alma, Jesus e Maria nela não poderão ser bem acolhidos, nem bem formados.

Depois da Comunhão:
Depois da santa comunhão, interiormente recolhidos, com os olhos fechados, introduziremos espiritualmente Jesus Cristo no Coração de Maria. Nós O daremos “à sua Mãe, que O receberá amorosamente, O instalará honorificamente, O adorará profundamente, O amará perfeitamente, O abraçará com amor e Lhe tributará, em espírito e verdade, várias homenagens que nos são desconhecidas, a nós, envoltos nessas densas trevas”13. Ou então, permaneceremos profundamente humilhados em nosso coração, na presença de Jesus fazendo sua morada em Maria. Ou ficaremos como um escravo à porta do palácio do Rei, onde Ele está a falar com a Rainha e, enquanto Eles falam, sem precisar de nós, iremos em espírito ao Céu e pela Terra inteira para pedir a todas as criaturas que agradeçam, adorem e amem Jesus em Maria, por nós. “Vinde, adoremos, vinde!”14. Ou então, nós mesmos pediremos a Jesus, em união com Maria, a vinda do seu Reino sobre a Terra, por intermédio de sua Santa Mãe. Ou pediremos a Sabedoria Divina, ou o Amor Divino, ou o perdão dos nossos pecados, ou qualquer outra graça, mas sempre por Maria e em Maria. Então diremos, considerando-nos com desconfiança: Senhor, não olheis para os nossos pecados, mas que os Vossos olhos só vejam em nós as virtudes e os méritos de Maria. E, recordando-nos dos nossos pecados, acrescentaremos: “Foi o inimigo que fez isto!”15. Pois, nós mesmos somos o maior inimigo com quem temos que lutar; fomos nós que cometemos estes pecados. Ou então: Livrai-nos, Senhor, do homem perverso e mentiroso16, que somos nós mesmos. Podemos dizer ainda: meu Jesus, é necessário que vós cresçais na minha alma e que nós diminuamos17. Ó Maria, é necessário que cresçais em nós, e que sejamos menores do que nunca! “Crescei e multiplicai-vos”18: ó Jesus e Maria, crescei em nós, e multiplicai-Vos fora de nós nos outros.


O rito de consagração e a bênção das cadeias


Conheça o rito da consagração a Virgem Maria 

e duas fórmulas para a bênção e a

imposição das cadeias.

Neste artigo, apresentamos, de forma simples e resumida, o rito da consagração a Santíssima Virgem Maria e duas fórmulas possíveis para a bênção própria das cadeias ou correntes e a para a sua imposição. São Luís Maria Grignion de Montfort nos ensina – no final do seu clássico e precioso livro “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria” – quando e como deve ser o rito de consagração[1]. O Apóstolo da Virgem também recomenda que usemos as cadeias ou correntes como sinal da amorosa escravidão a Jesus Cristo e a Nossa Senhora.
O rito da consagração a Jesus por Maria
Quando a consagração é feita durante a Santa Missa, depois da comunhão – que deverá ser feita conforme o número 266 do Tratado – recita-se a fórmula de consagração, de preferência de joelhos. Esta recitação pode ser feita no próprio lugar onde estamos. Pode-se combinar das pessoas que se consagram sentarem num lugar à parte. Mas, também é possível fazer a consagração em frente ao altar, ou a uma imagem de Jesus Cristo ou de Nossa Senhora. A respeito de onde será feita a recitação da fórmula, recomendamos que seja consultado previamente o Sacerdote celebrante, para que não haja dúvidas, imprevistos ou mal-entendidos no solene momento da consagração.
Depois do solene ato de consagração, a pessoa que se consagrou e o Padre – ou outra testemunha – assinam a folha com a fórmula da consagração. Porém, lembramos que ter uma pessoa como testemunha da consagração é facultativo, ou seja, não é obrigatório.
1ª opção de fórmula para bênção e imposição das cadeias
O Padre abençoa as correntes, segundo o rito abaixo:
“Abençoai, Senhor, esta cadeia e aquele que a vai usar toda a vida, como símbolo de entrega total a Vós pelas mãos da Virgem Santíssima”.
Depois, o Sacerdote faz a imposição ou entrega das cadeias:
Recebe ____________ esta cadeia, que voluntariamente quiseste usar e trazer durante toda a tua vida, como símbolo da tua doação total, da tua escravidão de amor à Santíssima Virgem Maria, nossa Rainha, Senhora e Mãe e, por meio d`Ela, a Nosso Senhor Jesus Cristo, para que por Ela te receba e te guarde no Seu Santíssimo Coração, já aqui nesta terra, e das suas mãos te receba, quando entrares na Eternidade.
Que esta cadeia de amor mantenha diante dos teus olhos e do teu coração os votos e promessas do teu Batismo; que sirva para mostrar que não te envergonhas de ser escravo e servo de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, e que renunciais à funesta escravidão do mundo, do pecado e do demônio; e que, assim, ela te sirva de garantia e preservação das cadeias do pecado e do demônio.
Que esta prática exterior seja um vivo reflexo do teu totus tuus, da tua vivência da Santa Escravidão de Amor, ou seja, fazer todas as ações por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, a fim de mais perfeitamente as fazeres por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus Cristo e para Jesus Cristo, para honra e glória da Santíssima Trindade. Amém.
Ao final, o Padre ou o próprio consagrado coloca as cadeias.
2ª opção de fórmula para bênção e imposição das correntes
Bênção e Imposição da Cadeia de Escravidão amorosa e voluntária a Jesus e ao seu Reino nos corações dos homens e na terra:
V: Mostrai-nos Senhor, tua misericórdia.
R: E dá-nos Tua salvação.
V: Escuta, Senhor, minha oração.
R: E chegue a Ti meu clamor.
V: O Senhor esteja convosco.
R: Ele está no meio de nós.
Oremos:
Ó Sabedoria Eterna e Encarnada, ó amabilíssimo e adorável Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Filho único do Eterno Pai e de Maria sempre Virgem, eis que é chegada a hora do vosso Reino no mundo e nos corações dos homens, e em cumprimento de vosso Reino abençoa esta cadeia de caridade que servirá de sinal de escravidão amorosa e voluntária a Vós e ao Vosso Reino nos corações e no mundo, que usarão aqueles que se consagram como vossos fiéis escravos por meio de Maria, para que usando lembrem-se dos votos e compromissos do Batismo, a renovação perfeita das promessas batismais que fizeram por esta devoção, e a estrita obrigação em que estão de se conservar fiéis. Em Nome do + Pai e do + Filho e do Espírito + Santo.
V. Amém.
A continuação asperge-se a cadeia com água benta e depois o impõe na pessoa ou pessoas (a cada um separadamente), dizendo a cada uma:
Recebe esta bendita cadeia de caridade, sinal visível e palpável da vinda e estabelecimento do Reino de Jesus que já chegou e está no meio de nós, para que teu corpo e alma possam participar da mesma escravidão completa em ti.
R: Que assim seja.
Referências:

SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, 231.
Idem, 236-242.
Idem, 231.
Idem, ibidem.




Ano A - Mateus 9,9-13

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