Semana Santa - Sábado Santo

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Sábado Santo

O Sábado Santo não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "tudo está consumado".


Vigília Pascal:

Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, 
meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e 
esperando na oração e no jejum sua ressurreição. Todos os elementos 
especiais da Vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da Noite: 
a Páscoa do Senhor, a sua passagem da Morte à Vida. 
A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, de 
maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc 12, 
35-36), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu 
Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e 
os convide a sentar à sua mesa. 

Bênção do fogo

Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta
o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida o círio pascal é 
apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o presidente faz nele uma 
cruz dizendo as palavras que falam da eternidade de Cristo. 
Assim expressa com gestos e palavras toda a doutrina do império de 
Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Reden-
ção do Senhor, e tudo, homens, coisas e tempo estão sob sua potestade.

Procissão do Círio Pascal

As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o círio
e o ergue por algum tempo proclamando: Eis a luz de Cristo! Todos res-
pondem: Demos graças a Deus!
Os fiéis acendem suas velas no fogo do círio pascal e entram na igreja.
O círio pascal representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de
luz que nos guia através das trevas e nos indica o caminho à terra pro-
metida, avança em procissão.

Proclamação da Páscoa

O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da cele-
bração incensa o círio pascal. Em seguida a Páscoa é proclamada.
Este hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da
Páscoa, alegria do céu, da terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos.
Esta alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a
proclamação apagam-se as velas.

Liturgia da Palavra

Esta noite a comunidade cristã se detém mais que o usual na 
proclamação da Palavra. 
As leituras da Vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor 
chave é a que nos deu o próprio Cristo: "E começando por Moisés, per-
correndo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) 
o que dele se achava dito em todas as Escrituras" (Lc 24, 27).

Liturgia Batismal

A noite de Páscoa é o momento no qual tem mais sentido celebrar os 
sacramentos da iniciação cristã. O sacerdote que preside nesta noite 
tem a faculdade de conferir também a Confirmação, para fazer visível 
a unidade dos sacramentos da iniciação.
Se houver batismo, chamam-se os catecúmenos, que são apre-
sentados pelos padrinhos à Igreja reunida.

Ladainha de todos os Santos

Nós, Igreja peregrina, em profunda comunhão com a Igreja do céu,
reafirmamos nossa fé e pedimos a intercessão daqueles que nos
precederam na glória do Cristo ressuscitado.

Bênção da água batismal

Durante a oração o sacerdote mergulha o Círio Pascal na água uma 
ou três vezes. Se houver batismo cada catecúmeno renuncia ao 
demônio, faz a profissão de fé e é batizado.
A bênção da água se trata sobretudo de bendizer a Deus por tudo o 
que fez por meio da água ao longo da História da Salvação, 
implorando-lhe que hoje também este sinal atualize o Espírito 
de vida sobre os batizados.

Renovação das promessas batismais

Após o rito do batismo (se houver) ou da bênção da água, todos em 
pé e com as velas acesas, renovam as promessas do batismo.
Terminada a renovação das promessas do batismo, o sacerdote 
asperge o povo com a água benta, enquanto todos cantam. Neste 
dia é omitido o creio, em seguida é presidida a oração dos fiéis.

Liturgia Eucarística

A celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascoal. É a Eucaristia
central de todo o ano, mais importante que a do Natal ou da Quinta-feira
Santa. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz participar do seu
Corpo e do seu sangue, como memorial da sua Páscoa

O Sábado Santo, ou Sábado de Aleluia, antecede as comemorações 
do domingo de Páscoa, da Ressurreição de Jesus. Durante o dia, a 
Igreja permanece meditando a Paixão e esperando a Ressurreição.

Depois do anoitecer, a Vigília Pascal inicia com a Liturgia da Luz, que começa 
com as luzes da igreja apagadas e a reunião dos fiéis. Abençoa-se o fogo, símbolo 
do esplendor do Ressuscitado. Prepara-se o círio pascal, vela em que o celebrante 
marca uma cruz e as letras Alfa e Ômega, que representam Cristo, Princípio e 
Fim de tudo e de todos. Entre os braços da cruz está o ano em curso. O círio é 
usado em todo o Tempo Pascal, permanecendo na igreja, e durante todo o 
ano em batismos, crismas e funerais, lembrando a todos que Cristo é a luz do 
mundo.

A vela é acesa e segue o antigo rito do Lucernário. Um sacerdote ou
diácono carrega o círio pela igreja escura, parando três vezes e
aclamando: “Lumen Christi” (Luz de Cristo), e a assembleia
responde “Deo Gratias”(Graças a Deus). A vela prossegue pela
igreja e todos acendem velas menores pelo Círio Pascal , represen-
tando a “Luz de Cristo” se espalhando por todos. A escuridão
diminui. Depois de colocada em destaque, a vela é incensada e entoa-se
solenemente o canto Exulted, de tradição milenar. A Igreja pede
que as forças do céu exultem a vitória de Cristo sobre a morte.

Apagam-se as velas e inicia-se a Liturgia da Palavra, composta 
de sete leituras do Antigo Testamento, que são como um resumo de 
toda a História da Salvação.Cada leitura é seguida por um salmo 
e uma oração. Depois de concluir estas leituras, é entoado solene-
mente o Gloria in excelsis Deo (“Glória a Deus nas alturas”). Os 
sinos, sinetas e campainhas da igreja devem ser tocados. É a 
primeira vez que se entoa o “Glória” desde a Quarta-feira de Cinzas, 
com exceção da Quinta-feira Santa. Lê-se um texto da Epístola 
aos Romanos e o Salmo 118.


O “Aleluia” é cantado também de forma muito solene, pois não 
se entoava desde o início da Quaresma. Na Liturgia Batismal, a 
água da pia batismal é solenemente abençoada e pode-se 
haver batizados neste momentos. Depois, todos renovam os 
seus votos batismais e recebem a aspersão da água. A oração 
dos fiéis se segue e a Liturgia Eucarística continua como de 
costume. Esta é a primeira Missa do dia da Páscoa.






Semana Santa - Sexta-Feira da Paixão





Sexta-feira da Paixão  - Mistério de amor

A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de 
Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de 
salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de 
João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo 
Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado. Há um ato simbólico 
muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da Santa Cruz, momento 
em que é apresentada solenemente a cruz à comunidade.




Via-sacra

Ao longo da Quaresma muitos fiéis realizam a Via Sacra com uma forma de 
meditar e fazer memória do caminho doloroso que Jesus viveu até a crucifixão
 e morte na cruz.
A Igreja nos propõe esta meditação para nos ajudar a rezar e a mergulhar na 
doação e misericórdia de Jesus que se doou por nós. Em muitas paróquias 
e comunidades são realizadas a encenação da Paixão, Morte e Ressurreição 
de Jesus Cristo, através da meditação das 14 estações da Via Crúcis.


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Nada o detém na sua entrega amorosa




Vamos começar nossa reflexão a partir das palavras que São João usa 
para sintetizar o que aconteceu na Última Ceia e na Paixão de Jesus
“Tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” 
(Jo 13, 1).
Amar até o fim significa que, no caminho da sua entrega por nós 
na cruz, Jesus seguiu todas as etapas, sem deixar uma só, e che-
gou até o final. As penúltimas palavras que pronunciou na cruz 
foram: “Tudo está consumado” (Jo 19, 30), antes de clamar: “Pai, 
nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc 23, 46).
Mas amar até o fim também significa que Cristo, na cruz, nos amou sem 
limite algum, sem recuo algum, sem se poupar em nada, até o extremo. 
Nada limitou o amor do Senhor por nós. Não se deteve em barreiras, não 
O arredou nenhuma dor, nenhum sacrifício, nenhum horror. Acima do Seu 
bem-estar, da Sua honra, 
da Sua vida, colocou a salvação dos que amava, de cada um de nós.
Já pensamos no que é um amor ilimitado? Um amor que não depende 
de nada, nem exige nada, para se dar por inteiro?
O amor de Cristo começa sem que nós O tenhamos amado, não é retri-
buição, é puro dom; e chega até o extremo ainda que nós não o corres-
pondamos, melhor dizendo, no meio de uma brutal falta de correspondên-
cia. Nisso consiste o amor – esclarece São João –: “Não em termos nós 
amado a Deus, mas em que Ele nos amou primeiro e enviou o seu Filho 
para expiar os nossos pecados” (1 Jo 4, 10).


A meditação da Paixão, neste sentido, é transparente. Nenhum sofrimento 
físico aparta Jesus da cruz. Basta que contemplemos – como numa sequência
 rápida de planos cinematográficos – Cristo preso, amarrado, arrastado 
indignamente, esbofeteado, açoitado até a Sua carne se converter numa 
pura chaga, coroado de espinhos, esfolado e esmagado sob o peso da 
cruz e de nossos pecados, cravado com pregos ao madeiro, torturado pela
dor, pela sede, pelo esgotamento... Nada O detém na Sua entrega amorosa.
Podemos projetar também – em flashes consecutivos – a sequência dos sofri-
mentos morais do Senhor, e perceber que tampouco conseguiram afastá-Lo 
de chegar até o fim. É caluniado, ridicularizado, julgado iniquamente, conde-
nado injustamente; alvo de dolorosa ingratidão, de hedionda traição; é ferido 
pela infidelidade, pela falta de correspondência dos que amava e escolhera 
como Apóstolos; é atingido pelas troças mais grosseiras, pelos insultos mais
 ferinos, por escarros e tapas no rosto...
Nada O faz recuar, nem sequer a última humilhação, pois não O deixa-
ram morrer em paz, e desrespeitaram com zombarias e insultos até os 
últimos instantes da Sua agonia. Os que passavam perto da cruz sacu-
diam a cabeça e diziam: “Se és o Filho de Deus, desce da cruz!”
Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos também zombavam 
de Jesus nessa hora: “Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo! 
Se é rei de Israel, desça agora da cruz e creremos nele; confiou em Deus, que
 Deus o livre agora, se o ama...” (Mt 27, 39-43). Esta doação sem limites de 
Cristo é o Amor que nos salva, o caminho que Ele quis escolher para nos 
livrar do mal, afogando-o em si – no Seu Amor – como num abismo.
Ao mesmo tempo, é um contínuo apelo ao nosso amor. “Quem não amará o 
Seu Coração tão ferido? – perguntava São Boaventura. Quem não retribuirá 
o amor com amor? Quem não abraçará um Coração tão puro? Nós, que so-
mos de carne, pagaremos amor com amor, abraçaremos o nosso Ferido, a 
quem os ímpios atravessaram as mãos e os pés, o lado e o Coração. 

Peçamos que se digne prender o nosso coração com o vínculo do Seu 
amor e feri-lo com uma lança, pois é ainda duro e impenitente.

Semana Santa - Quinta-Feira Santa

Quinta-Feira Santa  -  Cristo inaugurou um novo sacerdócio


“Que a celebração desta Eucaristia possa incendiar o seu coração de amor 
por Jesus. A Eucaristia é serviço, é doação, e celebrando este mistério, se atualiza a Paixão de Nosso Senhor e também nossa. Que a partir desta noi-
te você abra o coração e seus ouvidos: 'Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue', para que este amor seja reavivado no seu coração pela Santa Eucaristia”.

Os fiéis devem deixar a celebração em silêncio, pois todas as manifesta-
ções de alegria e de festa são cessadas até a Vigília Pascal. Ocorre a desnudação do altar, quando todas as toalhas são retiradas e as imagens 
e cruzes são cobertas como sinal de respeito pelo sofrimento de Jesus, despojando-nos de tudo aquilo que pode simbolizar a alegria.




Santos óleos 

Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a benção dos santos óleos usados durante todo ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nessa celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. 
Ela conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.



Lava pés

O Lava-pés é um ritual litúrgico, realizado durante a celebração da Quinta-feira 
Santa, quando recorda a última ceia do Senhor. 
Jesus ao lavar os pés dos discípulos quer demonstrar seu amor por cada um e 
mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem, 
portanto esta celebração é a maior explicação para o grande gesto de Jesus 
que é a Eucaristia. 
O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da missa, mas um gesto litúrgico
 que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou padre que lava os pés de algu-
mas pessoas da comunidade está imitando Jesus no gesto, mas não como teatro; 
ao contrário, como compromisso de estar ao serviço da comunidade, para que 
todos tenham a salvação, como fez Jesus.



Instituição da Eucaristia

Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou noite da Quinta-
feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última 
Ceia, onde Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o seu Corpo e San-
gue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que 
os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores.
A palavra "Eucaristia" provém de duas palavras gregas "eu-cháris": "ação de gra-
ça", e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências 
de pão e vinho.



Instituição do sacerdócio

A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia 
como hoje, na véspera da sua paixão, "Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu 
corpo." (Mt 26, 26). 
Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos nos reuníssemos e nos recordássemos d'Ele abençoando o pão e o vinho: "Fazei isto em memória de 
mim". Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e deu-lhes 
poder para celebrar a Eucaristia. 


Na Quinta-feira Santa à tarde, quando se inicia o Tríduo Pascal, a Igreja cele-
bra a instituição do maior dos sacramentos, a Eucaristia. É o sacramento do 
amor – sacramentum caritatis. A oferta de Jesus na cruz foi sacramentalmente antecipada na última Ceia pelas palavras do Divino Mestre sobre o pão e so-
bre o vinho, respectivamente: "Isto é o meu corpo entregue. Este é o cálice do 
meu sangue, o sangue da Nova e Eterna Aliança, derramado..."
Jesus, com efeito, ordenou aos apóstolos que, repetindo o seu gesto, celebras-
sem sacramentalmente o Seu sacrifício ao longo da história da Igreja. A Igreja,
a verdade, recebeu a ordem de celebrar a Eucaristia como um verdadeiro dom,
 um presente inestimável de Deus. Pela Eucaristia, a Igreja é associada ao sa-
crifício redentor de Cristo em favor da salvação do mundo. Pela Eucaristia, a pre-sença de Jesus à Igreja se realiza de um modo intenso e extraordinário. Pela Eucaristia, o Povo de Deus a caminho é alimentado e fortalecido com o Pão do
Céu. Vemos, assim, a importância da nossa participação anual nessa celebra-
ção e a alegria de celebrá-la solenemente aos domingos e dias de semana. Es-
se grande dom que o Senhor nos concede, alimentando-nos com Seu Corpo e
Seu Sangue, também nos fala pelas Escrituras e nos une em comunidade de fé
como irmãos e irmãs – e nos envia ao mundo com a missão de anunciar a to-
dos a Boa Notícia.
Ao ordenar aos apóstolos a celebração da Eucaristia, Jesus instituiu o sacerdó-
cio ministerial. Na Igreja, em virtude do Batismo, todos são inseridos no único sacerdócio de Cristo. Entretanto, como o plano de Deus obedece à economia sacramental, existem na Igreja aqueles que fazem as vezes de Cristo Sacerdote, Cabeça da Igreja. Estes são os sacerdotes ordenados. Ora, o sacerdócio orden-
ado existe para o bem do Povo de Deus. Pela pregação da Palavra, pelo governo
da Igreja, pela celebração dos sacramentos – especialmente a Eucaristia –, o mi-
nistro ordenado, representando Cristo Cabeça, serve aos fiéis batizados a fim de
que todos sejam associados ao único Sacerdote da Nova e Eterna Aliança.
Com efeito, Cristo inaugurou um novo sacerdócio, o sacerdócio da Nova Aliança.
Os sacerdotes do Antigo Testamento ofereciam a Deus sacrifícios externos, co=
mo o novilho ou o cordeiro. Jesus, no entanto, ofereceu ao Pai a sua própria vida.
De outra coisa não quis saber senão de obedecer em tudo ao seu Pai. O sacrifício
que Jesus Sacerdote ofereceu a Deus é um sacrifício existencial, mas o sacrifício
da vida conformada à vontade divina. A morte na cruz é o grande sinal de que Jesus não se acovardou, mas levou até o fim a missão que o Pai lhe confiara. Jesus é o
novo Adão. O velho Adão desobedeceu a Deus, mas o novo foi-Lhe fiel até o derramamento do próprio sangue.
Para que a humanidade se renovasse e pudesse obedecer a Deus à semelhança
do Homem Novo, Jesus Cristo, Ele dispôs que todos os homens se associassem
a seu Filho pela graça.
A graça é uma ajuda, um favor de Deus concedido em benefício da nossa fraqueza.
A graça de Deus nos tira do pecado, renova-nos, santifica-nos e nos dispõe para receber um dia a glória celeste em todo o seu esplendor. Ora, de acordo com a economia sacramental do Plano de Deus, a graça de que necessitamos vem até
nós de modo especial pelos sacramentos, especialmente a Eucaristia. A Eucaristia comunica-nos a vida mesma de Cristo, a fim de que façamos o que Cristo fez: entre-gar a vida a Deus como um sacrifício de louvor. Na verdade, servir a Deus significa realizar nossa suprema vocação. E servir a Deus é reinar.
O sacerdócio ordenado, na verdade, resulta de uma especial participação do sacerdócio de Cristo e, como tal, existe para o bem espiritual do Povo de Deus. 
Os ministros ordenados, sobretudo pela celebração da Eucaristia, perpetuam sacramentalmente o sacerdócio de Cristo e, assim, levam aos fiéis os dons da Redenção, associando a Igreja ao sacrifício de seu Esposo. A finalidade supre-
ma é a união com Cristo e a tradução dessa união em gestos concretos de amor ao próximo. Deixar que a vida de Cristo seja a nossa vida é a grande me-
ta de todos nós. Como Cristo ofereceu-se ao Pai, a Igreja também deve fazê-lo. 
E a força que ela recebe para isso vem do próprio Cristo, que, por seus ministros ordenados, atua eficazmente em favor de seu Corpo Místico.
Recorda-nos o rito de ordenação de presbíteros: “Este irmão, após prudente exa-
me, será constituído sacerdote na Ordem dos Presbíteros para servir ao Cristo
Mestre, Sacerdote e Pastor, que, por seu ministério, edifica e faz crescer o seu
Corpo, que é a Igreja, como povo de Deus e Templo do Espírito Santo.” E ainda: “Desempenha, portanto, com verdadeira caridade e contínua alegria, a missão
do Cristo sacerdote, procurando não o que é teu, mas o que é de Cristo”.
Que a Quinta-feira Santa, dia da Eucaristia e da instituição do sacerdócio orde-
nado, seja para o Povo de Deus, principalmente para os sacerdotes, o grande
dia de contemplar o amor de Deus. O Senhor deixou à Igreja o sacramento da caridade, e o sacerdócio ordenado, que, nas palavras de São João Maria Vian-
ney, é “o amor do coração de Jesus”. Que o Ano Sacerdotal, que ora celebramos, reavive em nós a consciência da importância da Eucaristia e dos ministros orde-
nados para a vida da Igreja. E os ministros ordenados agradeçam ao Senhor, sa-bendo que tudo é dom de Deus para o bem da Igreja, e sejam fiéis ao dom rece-
bido, mostrando pela vida e pelas palavras que a fidelidade de Cristo é que ga-
rante a fidelidade do sacerdote. “Seja, portanto, a tua pregação, alimento para o
povo de Deus e a tua vida, estímulo para os féis, de modo a edificares a casa de Deus, isto é, a Igreja, pela palavra e pelo exemplo”.
Ao agradecer a Deus pelo Seu Filho presente entre nós, de modo especialíssimo
pela Eucaristia, pois acreditamos nas Palavras que Ele nos deixou nas Escrituras, rezemos também pelos que são chamados a servir ao Povo de Deus no ministério sacerdotal, entregando suas vidas para a glória de Deus e a santificação das pessoas.
Nós recordamos com carinho do nosso querido Papa João Paulo II, o grande
Servo de Deus, fiel até o fim, dando a sua vida até o último suspiro na fidelidade
ao Evangelho, e que governou a Igreja de 1978 a 2005.
As celebrações da Paixão e Morte do Senhor na Sexta Feira Santa e grande
Vigília Pascal, quando renovamos as promessas batismais, completarão esse importante tríduo sacro, centro de nosso ano litúrgico. Somos todos convidados
a “fazer Páscoa”, participando com nossas comunidades desses momentos marcantes de nossa vida católica.
Ao iniciarmos com esta celebração da Ceia do Senhor as celebrações pascais
deste ano, permitam-me agradecer a todos pela comunhão e unidade e desejar
que a Páscoa que ora vivemos possa iluminar todos os momentos de nossas
vidas e ser o centro de toda a nossa história. Ter a certeza de que, com Cristo, passamos da morte para a vida, e na madrugada do primeiro dia da semana,
iremos, também nós, anunciar ao mundo a grande notícia: o Senhor está vivo,
Ele está conosco, Ele Ressuscitou! Aleluia! (fonte: canção nova.)

Semana Santa - Procissão do encontro na Quarta-feira Santa.

Procissão do encontro

Em muitas paróquias, especialmente no interior, realiza-se a famosa "Procissão do Encontro" na Quarta-feira Santa. 
Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos e as mulheres saem de outra com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre "Sermão das Sete Palavras" fazendo uma reflexão que chama os fiéis à conversão e à penitência.


O Sermão das Sete Palavras de Cristo na Cruz


“De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3,16.
Quis começar com essa passagem tão conhecida para falar de algumas Virtudes da Cruz de Cristo, que nós podemos hoje tomar posse. Sexta-feira Santa a Igreja nos ensina a guardar o silêncio, pois o Senhor “dorme” está em repouso, e um texto antigo do terceiro século de um autor desconhecido diz que Cristo desceu a mansão dos mortos para resgatar os fiéis antigos que esperavam este Dia Glorioso, e o primeiro deles foi Adão a quem o Senhor estendeu a mão para retirá-lo das trevas dizendo: “Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” (cf. Efésios 5,14). Essa não é uma historinha, é um dogma de fé, que professamos do Creio, ‘desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia’. Cristo hoje quer e pode nos tirar de toda situação de morte em nossas vidas.
Olhando para o crucificado, para o lado aberto de Cristo, de onde jorraram sangue e água, a primeira Virtude da Cruz que Jesus nos dar é aVida Eterna“para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” O mundo tem nos apresentado uma pseudo vida, cheia de esforços para preencher o nosso coração, mas que não tem conseguido corresponder aos anseios de nossa alma, pois a nossa alma tem sede do eterno, do sagrado, tem sede de Deus, mesmo que você não de esse nome, você tem sede de Deus! Precisamos passar pelo lado aberto de Cristo toda nossa vida, para que daí possa nascer de novo para uma vida nova.
A Virtude da Esperança é outro dom extraordinário para os nossos tempos de desesperados, fala que não é verdade que hoje nós não sabemos esperar, não temos paciência, tudo tira a nossa calma, com facilidade perdemos a paciência e o humor. Falta-nos esperança porque nos falta Deus, a Esperança dos homens. Que nos ensina a paciência, nos ensina a esperar, a crer que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”.
A Virtude da Fé perpassa todo Mistério da Cruz, pois só podemos entender um Deus que oferece o seu filho único para morrer por um povo que não merece, se for pela fé. Deus deu o maior foto de credito no homem, só este gesto poderia e pode Salvar o mundo, que hoje vive sua maior crise de fé. “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu filho único”, essa é a maior de todas as Virtudes da Cruz: O AMOR. São João nos fala na sua primeira carta que Deus é Amor, é simples, mas essa é a essência de Deus, quem não ama não conhece a Deus, e hoje nós somos profundamente marcados pela falta de amor, pela violência, pelo ódio, como diante de tudo isso que nos apresenta um mundo sem Deus, acreditar que Deus é Amor.
É só olhar para o crucificado, e nele ver a prova mais expressiva do amor, aquele que é capaz de dar a Vida, quando daríamos a vida por um criminoso ou por um grande pecador? Pois Deus deu a vida por você por Amor. Essa força é a única capaz de mudar as pessoas, de mudar o mundo. Peçamos ao Senhor as Virtudes da Cruz, para que nós possamos viver e experimentar a Vida nova que Cristo conquistou com o seu sangue e sua morte na Cruz.
Para Deus conta mais a Qualidade da minha fidelidade do que a quantidade de minhas infidelidades!
A crucificação de Jesus Cristo é narrada nos quatro evangelhos, dando o quadro completo do sacrifício do Cordeiro de Deus pela Salvação do mundo (Lc. 23,33-49; Mt. 27,32-56; Mc 15,21-41; João 19,17-37). È uma tradição antiga da Igreja, dos grandes pregadores refletirem e mergulharem na espiritualidade das Sete Palavras de Cristo na Cruz. Hoje podemos nos prostrar diante do crucificado e beijando as Suas Santas Chagas receber os frutos desta santa devoção. Às três horas da tarde, nos diz os Evangelhos Jesus morre por amor de mim e de você, essa é a Hora da Misericórdia.
“Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!” Dentro desta espiritualidade rezemos com as sete últimas Palavras de Cristo na cruz, dando a vida por mim e por você:
I – Perdão: 
I- “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem”. (Lc. 23,34)
1. Jesus se deixa crucificar pelos nossos pecados.
2. Jesus se deixa crucificar pelo perdão da humanidade.
II – Abertura do Céu: 
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”
 (Lc 23,43)
1-Jesus se deixa crucificar pela salvação dos perdidos. (Dimas o bom ladrão).
2-Jesus se deixa crucificar para nos abrir o caminho e as portas do céu.
III – Amor e Proteção: 
“Mulher, eis ai o teu filho… Eis ai a tua mãe” (João 19, 26, 27)
1. Jesus se deixa crucificar por amor, para salvação do mundo.
2. Jesus recomenda sua mãe a João e João a sua mãe, proclamando a grande fraternidade da família de Deus a Igreja.
IV – Substituição: 
“Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste”. (Mt 27,46) e (Mc 15,34)
1. Jesus se deixa crucificar no lugar dos pecadores, Ele se faz pecador. (II Cor. 5,21)
2. Jesus se esvazia da divindade, para dar aos pecadores a plenitude da Vida Eterna.
V – Sede de Redenção: “Tenho sede” (João 19,28)
1. Jesus morre de sede, para dar a Água da vida ao mundo.
2. Jesus anseia pelo mundo remido da sequidão do mal e do pecado.
VI – Consumação da Redenção: “Tudo está consumado” (João 19,30).
1. Jesus fica satisfeito ao ver consumada sua obra de redenção, sua Vitória sobre a morte.
2. Jesus contempla o mundo remido por sua morte, que traz a vida Missão cumprida.
VII – Entrega ao Pai: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46)
1. Jesus expira nas mãos do Pai, para ensinar a viver e morrer.
2. Jesus reina no mundo Espiritual, abrindo ao mundo o Reino da Vida Eterna.
O mundo tem sede de Deus, de beber do manancial da salvação, que é o Coração aberto de Jesus na Cruz. O sangue de Jesus Cristo nos lave de Todo o mal, de todo o pecado, e nos conceda a Vida, a saúde e a paz…
“Um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água”. (Jo 19,34).
Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e o Sangue a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos pecados do mundo inteiro. Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

A Semana Santa - O Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos lembra o projeto de Jesus 


O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa celebrando a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição.
Esse domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou nos sacerdotes da época e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte. 
A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas sacramento da nossa fé na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.




DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR: LEMBRA O PROJETO DE JESUS.

Na liturgia deste domingo, revivemos a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém para celebrar a sua Páscoa. Unidos aos sentimentos do Senhor, mergulhamos no seu projeto de obediência ao Pai e de serviço à humanidade. Lembrando Jesus reafirmamos nossa obediência e assumimos a solidariedade com os excluídos e marginalizados.

Domingo de Ramos na Canção Nova
Foto: Arquivo CN
Três símbolos estão presentes na liturgia: os ramos, a procissão com ramos e a proclamação do Evangelho da Paixão.

Fazemos parte de um povo que sai às ruas, agitando ramos, cantando hinos ao Cristo, nosso Rei e Redentor. Aclamamos Jesus como Messias, o Esperado das nações. Cremos que Ele vem realizar as promessas antigas e instaurar o Reino: Justiça para os pobres, participação na construção da sociedade solidária, convivência fraterna, paz entre os povos; diálogo entre as religiões e culturas e vida em abundância para todos.

Em cada celebração, o Senhor está presente para realizar as promessas e nós O acolhemos por intermédio da prece e da participação aos sacramentos e nos unimos à missão d'Ele de trazer a paz. No Domingo de Ramos isso acontece de modo especial. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas sacramento da nossa fé na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades. 

É o Domingo da Paixão de Jesus, do seu sofrimento assumido como expressão de compaixão pela multidão de famintos e da nossa compaixão com todos os sofridos em sua busca de libertação.

A entrada triunfal em Jerusalém é o convite para que os cristãos entrem hoje nas cidades e proclamem o projeto de vida que Ele nos apresentou. Em procissão, aclamando que Ele vem em nome de Deus, aderimos ao seu projeto e abraçamos a sua atitude de servidor fiel até a extrema entrega na cruz.

No Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, a Igreja entra no mistério do seu Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado, o qual, ao entrar em Jerusalém, preanunciou a sua majestade. Os cristãos levam ramos e sinal do régio triunfo, que, sucumbindo na cruz, Cristo alcançou. De acordo com a palavra do apóstolo: “Se com Ele padecemos, com Ele também seremos glorificado” (Rm 8,17), deve-se na celebração e catequese deste dia, salientar o duplo aspecto do mistério pascal. (fonte: Canção Nova)

Ano A - Mateus 9,9-13

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