Cuidado com as falsas revelações!

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 7, 15-20)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má, produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis”.

No Evangelho de hoje, caminhando para a conclusão do Sermão da Montanha, Jesus nos ensina a quem devemos dar ouvidos. Diz Ele: Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. E qual é o critério para discernir o verdadeiro do falso profeta? O Senhor acrescenta: Vós os conhecereis pelos seus frutos. Somos católicos; mas, infelizmente, mesmo entre nós há certo gosto por coisas extraordinárias, dons proféticos, visões etc., o que muitas vezes acaba desviando os fiéis. Deus se revelou a nós em Jesus Cristo, e o que a Igreja nos ensina? A conservar a verdade e os ensinamentos de Cristo ao longo dos séculos. Por isso, se ouvimos falar de alguém que tem visões, recebe revelações privadas, conversa com tal ou qual santo, experimenta êxtases místicos etc., precisamos ter um critério seguro para saber se isso vem de Deus ou não. Qual é ele? Antes de tudo, a fidelidade ao dogma da Igreja, ao ensinamento da Tradição, à fé dos Apóstolos. A Igreja Católica crê que, depois da morte do último Apóstolo, nada de novo será acrescentado à Revelação divina antes do Fim dos Tempos, com a segunda vinda de Cristo. É importante ter sempre uma atitude de fidelidade à Igreja, porque nenhum vidente ou profeta autêntico poderá dizer novidades. É o primeiro ponto que precisamos ter diante dos olhos.

Se há algo, pois, desse Evangelho que podemos aplicar em nossas vidas, é o que Jesus diz logo no início: Cuidado, não nos deixemos levar pela vã curiosidade, uma desordem devida ao pecado original. Todos temos vontade de comer, e qual é a desordem da fome? A gula. Todos temos vontade de beber, e qual é a desordem da sede? A embriaguez. Todos temos vontade de conhecer, e qual é a desordem da inteligência? A vã curiosidade. É por causa dela que muitos acabam seguindo caminhos mal traçados, à procura de toda sorte de videntes, aparições, novidades… Tudo começa por uma curiosidade aparentemente devota: “Não! É Nossa Senhora mesmo quem está aparecendo!”, o que termina, em muitos casos, abrindo as portas para influências demoníacas. De fato, não é raro que os “aparicionsitas”, gente apaixonada por aparições e revelações novas, se deixem atrair por esoterismos e feitiçarias, cartomantes e leitura de sorte. É a desordem da vã curiosidade. Deus nos revelou muitas coisas, mas apenas as que necessitamos saber para sermos salvos. Afinal, Ele quer a nossa confiança, e não satisfazer a nossa curiosidade. Sim, Deus quer que confiemos nele, por isso não nos revelou tudo o que gostaríamos de saber. Precisamos confiar; para isso, devemos contentar-nos com o que Deus houve por bem nos comunicar.

Há ainda outro ponto que devemos levar em conta neste Evangelho para saber quem tem o carisma divino de revelações ou não. Está na segunda sentença de Jesus: Vós os conhecereis pelos seus frutos. É famoso o episódio em que o Papa mandou São Filipe Néri investigar uma freira conhecida por ter revelações místicas. Obediente ao Papa, São Filipe Néri foi ver a religiosa, que já contava com muitos discípulos e seguidores devotos, atraídos por tantas histórias de êxtases místicos e visões. São Filipe Néri, depois de longa viagem, chegou à casa da “santa” com as botas cobertas de barro. Ao se encontrar com a suposta vidente, pediu-lhe: “Irmã, trago os sapatos sujos de lama. A senhora me poderia fazer o favor de os limpar?” A freira, com olhar de desdém, de nobre perturbada por um reles plebeu, olhou-o de cima para baixo e respondeu: “Como tu me pedes tal coisa? Não estou habituada a esse tipo de serviço…”. São Filipe Néri não teve dúvida. Calçou os sapatos sujos e viajou de volta para Roma. Lá chegando, disse ao Papa: “Sua Santidade esqueça aquela freira. Ela não é santa de modo algum porque não tem a virtude básica, que é a humildade”. Pelos frutos os conhecereis, e o fruto maior que um profeta ou vidente pode mostrar é a santidade, as virtudes de quem está em contato com as coisas divinas. E o que dissemos com relação aos curiosos amantes de revelações vale também para os que se apegam muito a seus próprios dons carismáticos. São João da Cruz adverte que algumas pessoas têm de fato dons carismáticos, e Deus lhes pode até mesmo revelar algumas coisas; mas se tais pessoas não cuidarem da virtude nem procurarem a mudança de vida, a emenda dos costumes — numa palavra, a verdadeira santidade —, então cuidado: elas podem terminar na feitiçaria, cheias de soberba e vaidade. Quem diz isso é o próprio Doutor Místico.

Em resumo, qual deve ser a nossa atitude espiritual? Não dar demasiada atenção a essas coisas. Se porventura recebermos alguma mensagem de Deus, tenhamos cuidado e discernimento de espíritos, não acreditando em tudo com excessiva facilidade [1]. Mesmo que tenhamos a convicção interior de que aquilo é verdadeiro, precisamos, em primeiro lugar, pôr essas mensagens, profecias e palavras debaixo da provação de Deus, porque é pelo fruto espiritual que elas dão em nós que iremos saber se vêm de Deus ou não. A atitude correta, portanto, é a mudança de vida, a emenda dos costumes, o desapego das coisas deste mundo e a união à cruz de Cristo, para alcançarmos assim o grau de santidade a que Deus nos chama. Ouçamos com fé a Revelação que Jesus nos deu. Ele é o verdadeiro Profeta. Mais do que isso: Ele é a própria Palavra encarnada, Deus feito homem. Permaneçamos na fé de Cristo transmitida pelos Apóstolos. Assim estaremos construindo nossa casa sobre rocha firme.

Referências

1.    Em sua obra De revelationibus, visionibus et apparitionibus privatis regulæ tutæ, o Pe. Eusebius Amort dá, entre outras, as seguintes regras para considerar falsas supostas revelações ou aparições privadas: “São falsas as revelações […] nas quais se contém uma única falsidade” (§4, Regra 3); “As revelações que, em particular, por suas doutrinas ou promessas, dispõem os pecadores a postergar as penitências não vêm de Deus” (§4, Regra 4); “As revelações que alargam o caminho para o céu são falsas” (§4, Regra 7); “As revelações que servem apenas para alimentar a curiosidade, mas não para emendar a vida, são falsas” (§4, Regra 8); “Se a forma, o modo, as circunstâncias ou os efeitos da aparição contêm alguma deformidade, vaidade, soberba ou torpeza, é certo que tal visão vem antes do demônio que de Deus” (§4, Regra 9); “Se a pessoa a quem se atribuem revelações tiver maus costumes, sobretudo se for escrava de vícios carnais e cuidados supérfluos, deve-se julgá-la enganada ou enganadora”. Também são falsas “as revelações cujo objeto são coisas curiosas ou inúteis” (§4, Regra 11).

 


O Profeta do Altíssimo - São João Batista

 


“A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente”, explicou o Bispo Santo Agostinho (354-430) em seus sermões nos primeiros séculos do cristianismo, sobre a natividade de São João Batista, que é celebrada hoje, 24 de junho.

“João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até João Batista”, acrescentou o Santo Doutor da Igreja.

São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo. No primeiro capítulo de Lucas narra-se que Zacarias era um sacerdote judeu casado com Santa Isabel e não tinha filhos, porque ela era estéril. Estando já com a idade muito avançada, o anjo Gabriel apareceu a ele e comunicou que sua esposa teria um filho que seria o precursor do Messias, a quem daria o nome João. Zacarias duvidou desta notícia e Gabriel lhe disse que ficaria mudo até que tudo fosse cumprido.

Meses depois, quando Maria recebeu o anúncio de que seria a Mãe do Salvador, a Virgem foi ver sua prima Isabel e permaneceu ajudando-a até o nascimento de São João.

Assim, como o nascimento do Senhor é celebrado todo 25 de dezembro, perto do solstício de inverno no hemisfério norte (o dia mais curto do ano), o nascimento de São João é em 24 de junho, próximo do solstício de verão no hemisfério norte (o dia mais longo). Dessa forma, depois de Jesus, os dias vão aumentando, e depois de João, os dias vão diminuindo, até que se volte “a nascer o sol”.

A Igreja assinalou essas datas no século IV, com a finalidade de que se sobrepusessem às duas festas importantes do calendário greco-romano: o “dia do sol” (25 de dezembro) e o “dia de Diana” no verão, cuja festa comemorava a fertilidade. O martírio de São João Batista é comemorado em 29 de agosto.

O Profeta do Altíssimo

Em 24 de junho de 2012, por ocasião desta festa, o Papa Bento XVI afirmou que o exemplo de São João Batista chama os cristãos “converter-nos, a testemunhar Cristo e anunciá-lo todo o tempo”.

Em suas palavras prévias à oração mariana do Ângelus, recordou a vida de São João Batista e indicou que “com exceção da Virgem Maria, João Batista é o único santo do qual a liturgia festeja o nascimento, e isto porque ele está estreitamente relacionado com o mistério da Encarnação do Filho de Deus”.

“Desde o seio materno João é o precursor de Jesus: a sua concepção prodigiosa é anunciada pelo Anjo a Maria como sinal de que ‘nada é impossível a Deus’”.

Bento XVI recordou que o “pai de João, Zacarias — marido de Isabel, parente de Maria — era sacerdote do culto judaico. Ele não acreditou imediatamente no anúncio de uma paternidade já inesperada, e por isso ficou mudo até ao dia da circuncisão do menino, ao qual ele e a esposa deram o nome indicado por Deus, ou seja, João, que significa ‘o Senhor concede graças’”.

“Animado pelo Espírito Santo, Zacarias falou assim da missão do filho: ‘E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás adiante do Senhor a preparar os seus caminhos. Para dar a conhecer ao Seu povo a Sua salvação pela remissão dos pecados’”.

Ele explicou que “tudo isso se manifestou 30 anos depois, quando João começou a batizar no rio Jordão, chamando as pessoas para se preparar, com aquele gesto de penitência, à eminente vinda do Messias, que Deus lhe havia revelado durante sua permanência no deserto da Judeia”.

“Quando um dia veio de Nazaré o próprio Jesus para se fazer batizar, João inicialmente recusou-se, mas depois consentiu, e viu o Espírito Santo pairar sobre Jesus e ouviu a voz do Pai celeste que o proclamava seu Filho”.

O Santo Padre explicou que a missão de São João Batista ainda não estava cumprida, porque “pouco tempo mais tarde, foi-lhe pedido que precedesse Jesus também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do rei Herodes, e assim deu pleno testemunho do Cordeiro de Deus, que ele foi o primeiro a reconhecer e a indicar publicamente”.

Bento XVI também recordou que “a Virgem Maria ajudou a idosa prima Isabel a levar até ao fim a gravidez de João”. “Ela ajude todos a seguir Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que o Batista anunciou com grande humildade e fervor profético”, disse o então Pontífice.

Fonte.: Igreja CatólicaNatividade de São João BatistaSanto do Diasantos e santasSão João Batista

O desprezo do tempo e a hora da morte

  Devemos saber como aproveitar o tempo

Vocavit adversum me tempus – “Chamou contra mim o tempo” (Lm 1, 15)

Sumário. Grande é a tristeza do viajante ao ver que errou o caminho quando já caiu a noite e não há tempo para reparar o engano. Incomparavelmente maior será, na hora da morte, a tua mágoa, meu irmão, se em via não tiveres aproveitado o tempo, ou, pior ainda, tivesses dele abusado para ofenderes ao Senhor. Como fui insensato! – dirias então chorando. – Ó vida perdida! Em tantos anos, com tão grandes graças podia santificar-me e não o fiz… De que servirão então estas lamentações, quando a cena já estiver no fim e se aproximar o grande momento de que depende a eternidade?

I. Nada há mais precioso que o tempo; e nada há que seja menos estimado e mais desprezado pelos mundanos. É o que fazia São Bernardo chorar: Nihil pretiosius tempore, sed nihil vilius aestimatur. Depois ele acrescenta: Transeunt dies salutis – Passam os dias oportunos para adquirir a salvação eterna e ninguém reflete que os dias que passam lhe são descontados para nunca mais voltarem. – Vê o jogador que gasta dias e noites no jogo. Se lhe perguntares: “Que estás fazendo?” responderá: “Estou passando o tempo.” – Vê o ocioso que se entretem horas inteiras nas ruas, a ver quem passa, ou as desperdiça em conversas indecentes ou inúteis. Se lhe perguntares: “Que estás fazendo?” responder-te-á igualmente: “Procuro passar o tempo.” Pobres cegos, que desperdiçam tantos dias que não voltam mais!

Desdenhado tempo! Tu serás o que os mundanos desejarão mais na hora da morte. Desejarão então mais um ano, mais um mês, mais um dia, mas não o terão, e ouvirão dizer: Tempus non erit amplius (1) – “Não haverá mais tempo”. Quanto não daria então cada um deles para ter mais uma semana, um dia, afim de melhor ajustar as contas da consciência? Ainda que não fosse senão para obter uma só hora, diz São Lourenço Justiniano, ele daria todos os seus bens: Erogaret opes, honores, delicias pro uma horula. Mas essa hora não lhe será dada.

– Apressa-te, lhe dirá o sacerdote que o estiver assistindo, – apressa-te em partir deste mundo; não há mais tempo para ti: Proficiscere, anima christiana, de hoc mundo.

Ó meu Deus, dou-Vos graças por me concederdes o tempo para chorar os meus pecados e compensar pelo meu amor as ofensas que Vos fiz. Ai de mim! Que seria de minha alma, se me viessem agora anunciar a chegada de minha morte!

II. Exorta-nos o Sábio a que nos lembremos de Deus e entremos em sua graça, antes que se nos apague a luz: Memento Creatoris tui, antequam tenebrescat sol et lumen (2). Que tristeza para um viajante o ver que errou o caminho quando já está cabida a noite e não há tempo para reparar o engano! Tal será, na morte, a mágoa de quem tiver vivido muitos anos no mundo sem os empregar no serviço de Deus.

A consciência recordará então àquele homem descuidado o tempo que teve e que empregou em prejuízo da sua alma: todos os convites, todas as graças que recebeu de Deus para se santificar e de que se não quis aproveitar. Depois verá que lhe faltam os meios de fazer qualquer bem. Exclamará gemendo: – Como fui insensato! Ó tempo perdido! Ó vida perdida! Ó anos perdidos, durante os quais me podia santificar e não o fiz! Agora já não é tempo de o fazer… De que servirão, porém, estas lamentações e suspiros, quando a cena já está no fim, quando a lâmpada está próxima a apagar-se e quando o mundo está próximo do momento terrível de que depende a eternidade?

Apressai-Vos, ó meu Jesus, apressai-Vos a me perdoar. Que hei de esperar? Esperarei porventura até chegar ao cárcere eterno, onde com os outros réprobos teria de lamentar eternamente, dizendo: Finita est aestas (3) – “Findou-se o estio?” Passou o tempo, e nós não nos salvámos! Não, meu Senhor, não quero mais resistir a vosso amoroso convite. Quem sabe se a presente meditação não é o último aviso que me dirigis? Ó soberano Bem, pesa-me de Vos haver ofendido e Vos consagro todo o tempo de vida que me resta. Não Vos quero mais causar desgostos; quero Vos amar sempre. Prometo-Vos que, cada vez que disto me lembrar, farei um ato de amor, afim de remir o tempo perdido. Dai-me a santa perseverança. † Doce Coração de Maria, sede minha salvação.

Referências:

(1) Ap 10, 6
(2) Ecle 12, 1-2
(3) Jr 8, 20


(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 198-201)

Fonte.: O segredo do Rosário.

Consagração ao Sagrado Coração de Jesus

 


Me entrego e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, minha pessoa e vida, ações, dores e sofrimentos para que utilize meu corpo somente para honrar, amar e glorificar ao Sagrado Coração.

Este é meu propósito definitivo, único, ser todo d'Ele, e fazer tudo por amor a Ele, e ao mesmo tempo renunciar com todo meu coração qualquer coisa que não lhe compraz, além de tomar-te, Ó Sagrado Coração, para que sejas ele o único objeto de meu amor, o guardião de minha vida, meu seguro de salvação, o remédio para minhas fraquezas e inconstância, a solução aos erros de minha vida e meu refúgio seguro à hora da morte.

Seja, Ó Coração de Bondade, meu intercessor ante Deus Pai, e livra-me de sua sabia ira. Ó Coração de amor, ponho toda minha confiança em ti, temo minhas fraquezas e falhas, mas tenho esperança em tua Divindade e Bondade.

Tira de mim tudo o que está mal e tudo o que provoque que não faça tua santa vontade, permite a teu amor puro a que se imprima no mais profundo de meu coração, para que eu não me esqueça nem me separe de ti.

Que eu obtenha de tua amada bondade a graça de Ter meu nome escrito em Teu coração, para depositar em ti toda minha felicidade e glória, viver e morrer em tua bondade. Amém

Santa Margarida Maria Alacoque

Sagrado Coração de Jesus - Histórico da Devoção

 


Os Santos Padres muitas vezes falaram do Coração de Cristo como símbolo de seu amor, tomando-o da Escritura: "Beberemos da água que brotaria de seu Coração....quando saiu sangue e água" (Jo 7,37; 19,35).

Na Idade Média começaram a considera-lo como modelo de nosso amor, paciente por nossos pecados, a quem devemos reparar entregando-lhe nosso coração (santas Lutgarda, Matilde, Gertrudes a Grande,Margarita de Cortona, Angela de Foligno, São Boaventura, etc.).

No século XVII estava muito expandida esta devoção. São João Eudes, já em 1670, introduziu a primeira festa pública do Sagrado Coração.

Em 1673, Santa Margarida Maria de Alocoque começou a ter uma série de revelações que a levaram à santidade e ao impulso de formar uma equipe de apóstolos desta devoção. Com seu zelo conseguiram um enorme impacto na Igreja.

Foram divulgados inúmeros livros e imagens. As associações do Sagrado Coração subiram em um século, desde meados do XVIII, de 1000 a 100.000. umas vinte congregações religiosas e vários institutos seculares foram fundados para estender seu culto de mil formas.

O apostolado da Oração, que pretende conseguir nossa santificação pessoal e a salvação do mundo mediante esta devoção, contava já em 1917 com 20 milhões de associados. E em 1960 chegava ao dobro em todo o mundo, passando de um milhão na Espanha; suas 200 revistas tinham 15 milhões de inscrições. A maior instituição de todo o mundo.

A Oposição a este culto sempre foi grande, sobretudo no século XVIII por parte dos jansenistas, e recebeu um forte golpe com a supressão da Companhia de Jesus (1773).
Na Espanha foram proibidos os livros sobre o Sagrado Coração. O imperador da Áustria deu ordem que desaparecessem suas imagens de todas as Igrejas e capelas. Nos seminários era ensinado: "a festa do Sagrado Coração provocou um grave mancha sobre a religião".

A Europa oficial rejeitou o Coração de Cristo e em seguida foi assolada pelos horrores da Revolução francesa e das guerras napoleônicas. Mas depois da purificação, ressurgiu de novo com mais força que nunca.

Em 1856 Pio IX estendeu sua festa a toda a Igreja. Em 1899 Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus (o Equador tinha se consagrado em 1874).

E a Espanha em 1919, em 30 de maio, também se consagrou publicamente ao Sagrado Coração no Monte dos Anjos. Onde foi gravado, sob a estátua de Cristo, aquela promessa que fez ao pai Bernardo de Hoyos, S. J., em 14 de maio de 1733, mostrando-lhe seu Coração, em Valladolid (Santuário da Grande Promessa), e dizendo-lhe: "Reinarei na Espanha com mais Veneração que em muitas outras partes" (Até então a América também era Espanha).


Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...