Ofício da Imaculada Conceição


                                 
(Este Ofício foi escrito na Itália, no século XV, pelo franciscano Bernardino de
Bustis, e aprovado pelo Papa Inocêncio XI em 1678.)

MATINAS E LAUDES (Manhã e madrugada)
Deus vos salve Virgem, Filha de Deus Pai!
Deus vos salve Virgem, Mãe de
Deus Filho! Deus vos salve Virgem, Esposa do Divino Espírito Santo!
Deus vos salve Virgem, Templo e Sacrário da Santíssima Trindade!
Agora, lábios meus, dizei e anunciai os grandes louvores da Virgem Mãe de Deus.
Sede em meu favor, Virgem soberana, livrai-me do inimigo com o vosso valor.

Glória seja ao Pai, ao Filho e ao Amor também, que é um só Deus em três Pessoas,
agora e para sempre, e sem fim. Amém.

Hino:
Deus vos salve, Virgem, Senhora do mundo, Rainha dos céus e das virgens, Virgem.
Estrela da manhã, Deus vos salve, cheia de graça divina, formosa e louçã.
Dai pressa Senhora, em favor do mundo, pois vos reconhece como defensora.
Deus vos nomeou já desde toda a eternidade, para a Mãe do Verbo,
com o qual criou, terra, mar e céus.
E vos escolheu, quando Adão pecou, por esposa de Deus.
Deus vos escolheu, e já muito dantes em seu tabernáculo morada lhe deu.
Ouvi, Mãe de Deus, minha oração. Toquem vosso peito os clamores meus.

Oração:
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do
mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora,
em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o
perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com
devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar
o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso beneditíssimo Filho, Jesus
Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para
sempre. Amém.

PRIMA (6 horas da manhã)

Sede em meu favor, etc. Glória seja ao Pai, etc.

Hino:
Deus vos salve, mesa para Deus ornada, coluna sagrada, de grande firmeza;
Casa dedicada a Deus sempiterno, sempre preservada Virgem do pecado.
Antes que nascida, foste, Virgem, santa, no ventre ditoso de Ana concebida.
Sois Mãe criadora dos mortais viventes. Sois dos Santos porta, dos Anjos
Senhora. Sois forte esquadrão contra o inimigo, estrela de Jacó, refúgio do
cristão. A Virgem, a criou Deus no Espírito Santo, e todas as suas obras, com
elas as ornou. Ouvi, Mãe de Deus, minha oração. Toque Vosso peito os
clamores meus.
Oração:
Santa Maria, Rainha dos céus, etc.

TERÇA (9 horas da manhã)

Sede em meu favor, etc. Glória seja ao Pai, etc.

Hino:
Deus Vos salve, trono do grão Salomão, arca de concerto, velo de Gedeão;
Íris do céu clara, sarça de visão, favo de Sansão, florescente vara;
a qual escolheu para ser Mãe sua, e de Vós nasceu o Filho de Deus.
Assim Vos livrou da culpa original, nenhum pecado há em Vós sinal.
Vós, que habitais lá nessas alturas, e tendes Vosso Trono sobre as nuvens puras.
Ouvi, Mãe de Deus, minha oração. Toque em Vossos peitos os clamores meus.

Oração:
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.

SEXTA (meio-dia)

Sede em meu favor, etc. Glória seja ao Pai, etc.

Hino:
Deus Vos salve, Virgem de trindade templo, alegria dos anjos, da pureza
exemplo; que alegrais os tristes, com vossa clemência, horto de deleite, palma
da paciência. Sois terra bendita e sacerdotal. Sois de castidade símbolo real.
Cidade do Altíssimo, porta oriental; sois a mesma graça, Virgem singular.
Qual lírio cheiroso, entre espinhas duras, tal sois Vós, Senhora entre as criaturas.
Ouvi, Mãe de Deus, minha oração.
Toque em Vosso peito os clamores meus.

Oração:
 Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.


NONA (3 horas da tarde)

Sede em meu favor, etc. Glória seja ao Pai, etc.

Hino:
Deus vos salve, cidade de torres guarnecida, de Davi, com armas bem
fortalecida. De suma caridade sempre abrasada, do dragão a força foi por Vós
prostrada. A mulher tão forte! A invicta Judite! Que Vós alentastes o sumo Davi.
Do Egito o curador, de Raquel nasceu: Do mundo o Salvador Maria no-Lo deu.
Toda é formosa minha companheira, nela não há mácula da culpa primeira.
Ouvi, Mãe de Deus, minha oração, toquem o Vosso peito os clamores meus.

Oração:
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.


VÉSPERAS (6 horas da tarde)

Sede em meu favor etc. Glória seja ao Pai etc.

Hino:
Deus vos salve, relógio, que, andando atrasado, serviu de sinal ao Verbo
Encarnado. Para que o homem suba às sumas alturas, desce Deus dos céus
para as criaturas. Com os raios claros do Sol da Justiça, resplandece a Virgem,
dando ao sol cobiça. Sois lírio formoso que cheiro respira entre os espinhos.
Da serpente a ira Vós a quebrantais com o vosso poder. Os cegos errados
Vós alumiais. Fizestes nascer Sol tão fecundo, e como com nuvens cobristes o
mundo. Ouvi, Mãe de Deus, minha oração. Toquem Vosso peito os clamores
meus.

Oração:
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.


COMPLETAS (9 horas da noite)

Rogai a Deus, Vós, Virgem, nos converta, que a sua ira aparte de nós. Sede
em meu favor etc.

Glória seja ao Pai, etc.

Hino:
Deus Vos salve, Virgem Imaculada, Rainha de clemência, de estrelas coroada.
Vós sobre os Anjos sois purificada; de Deus à mão direita estais de ouro
ornada. Por Vós, Mãe de graça, mereçamos ver a Deus nas alturas, com todo
prazer. Pois sois esperança dos pobres errantes, e seguro porto dos
navegantes. Estrela do mar e saúde certa, e porta que estais para o céu
aberta. É óleo derramado, Virgem, Vosso nome, e os vossos servos vos hão
sempre amado. Ouvi, Mãe de Deus, minha oração. Toquem Vosso peito os
clamores meus.

Oração:
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.


oferecimento
Humildes oferecemos a Vós, Virgem pia, estas orações, porque, em Vossa
guia, vades Vós adiante. E na agonia, Vós nos animeis, ó doce Virgem Maria.
Amém.





Orações ensinadas pelo Anjo e Nossa Senhora na aparição em Fátima.

Orações do Anjo
“Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam".
"Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, pevo-Vos a conversão dos pobres pecadores”.
Oração de Nossa Senhora
A vidente Lúcia (Irmã Lúcia) conta na 4.ª Memória (livro da autoria da Irmã Lúcia) que Nossa Senhora em 13 de Julho de 1917 recomendou:
“Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria!”
Na mesma aparição, Nossa Senhora acrescentou:
“Quando rezais o terço, dizei depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as almas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem”.

Consagração a Nossa Senhora
Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço todo(a) a Vós, e em prova da minha devoção para convosco, Vos consagro neste dia e para sempre, os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser.
E porque assim sou Vosso(a), ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como propriedade vossa.
Lembrai-Vos que Vos pertenço, terna Mãe, Senhora Nossa.
Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria Vossa 





Consagração ao Coração Imaculado de Maria
Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, ao Vosso Coração Imaculado nos consagramos, em acto de entrega total ao Senhor. Por Vós seremos levados a Cristo. Por Ele e com Ele seremos levados ao Pai. Caminharemos à luz da fé e faremos tudo para que o mundo creia que Jesus Cristo é o Enviado do Pai. Com Ele queremos levar o Amor e a Salvação até aos confins do mundo. Sob a protecção do Vosso Coração Imaculado seremos um só povo com Cristo. Seremos testemunhas da Sua ressurreição. Por Ele seremos levados ao Pai, para glória da Santíssima Trindade, a Quem adoramos, louvamos e bendizemos. Amen.

Mensagem de Fátima






A Mensagem de Fátima é um convite e uma escola de salvação. Foi iniciada pelo Anjo da Paz (1916) e completada por Nossa Senhora (1917). Foi vivida de maneira histórica pelos Três Pastorinhos – Lúcia, Francisco e Jacinta.
A mensagem de Fátima sublinha os seguintes pontos:
- a conversão permanente;
- a oração e nomeadamente o rosário,
- o sentido da responsabilidade colectiva e a prática da reparação.
A aceitação desta mensagem traz consigo a Consagração ao Coração Imaculado de Maria, que é símbolo de um compromisso de fidelidade e de apostolado. As orações ensinadas em Fátima pelo Anjo e Nossa Senhora ajudam a viver a Mensagem, que, como disse João Paulo II, em Fátima em 1982, é a conversão e a vivência na graça de Deus.

Maria, tu nos conheces!

Maria tesouro







Cada mulher seja uma cópia da Mãe de Deus, seja uma esposa de Cristo, seja uma
apóstola do Coração Divino. Todas, então, corresponderão plenamente à sua vocação 
feminina, independentemente das circunstâncias e das atividades exteriores nas quais 
realizam as tarefas desenvolvidas.
Que possamos voltar o olhar à Mãe de Deus, Maria, nas bodas de Caná. O seu olhar
silencioso e perscrutador observa tudo e repara onde falta alguma coisa. E antes que
alguém perceba e ocorra algum embaraço, ela já prestou a sua ajuda. Encontra meios
e modos, dá as indicações necessárias, e isso tudo em silêncio, sem deixar perceber
nada.
Maria, hoje permaneci contigo sob a cruz e jamais sentira tão claramente que foi sob a
cruz que te tornaste nossa Mãe. Como a fidelidade de uma mãe da terra não escutaria
solícita a última vontade do filho?
Maria, tu nos conheces a todos: nossas feridas, nossas chagas, tu conheces também o
esplendor celeste que o amor de teu Filho quer difundir sobre nós na claridade eterna.
Assim, guia solícita nossos passos. (Paroquia Nossa Senhora do Brasil)


Papa destaca Quaresma como tempo forte para conversão

Santo Padre enfatizou que a Quaresma deve ser vivida como renovação pessoal e comunitária, mediante adesão confiante ao Evangelho
Jéssica Marçal, com Rádio Vaticano
Da Redação
Papa destaca Quaresma como tempo forte para conversãoNa catequese desta quarta-feira, 5, Papa Francisco falou sobre o Tempo da Quaresma que a Igreja inicia, hoje, com a Quarta-Feira de Cinzas. Trata-se de um período de preparação para a Páscoa, um tempo, segundo o Pontífice, para a conversão.
Francisco explicou que, neste tempo quaresmal, a Igreja nos convida a duas ações em especial: ter uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo e viver com mais empenho o próprio batismo.
Segundo ele, a consciência acerca das maravilhas que o Senhor fez para a salvação do homem dispõe a mente e o coração humano para uma atitude de gratidão a Deus por tudo o que Ele fez. “Quando nós vemos este amor que Deus tem por nós, sentimos vontade de nos aproximar d’Ele, e esta é a conversão”.
Sobre o maior empenho em relação ao próprio batismo, Francisco destacou que isso nos leva também a não nos habituarmos às situações de miséria na qual se encontra as cidades e os países. Segundo ele, o homem se habitua, até mesmo, a viver em uma sociedade em que os pais não ensinam o sinal da cruz aos filhos. Ele questionou, então, sobre a situação das crianças, se já sabem fazer o sinal da cruz, rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria. “Pensem e respondam vocês. Esse costume a comportamentos não cristãos e de comodismo narcotiza o nosso coração!”.
O Pontífice destacou ainda que a Quaresma é um tempo propício para mudarmos a rota, recuperarmos a capacidade de reagir diante da realidade do mal que sempre nos desafia. É um tempo para ser vivido como renovação pessoal e comunitária mediante a aproximação de Deus e a adesão confiante ao Evangelho.
“Deste modo, permite-nos também olhar com olhos novos para os irmãos e as suas necessidades. Por isso, a Quaresma é um momento favorável para nos convertermos ao amor para com Deus e para com o próximo; um amor que saiba fazer propriamente a atitude de gratuidade e de misericórdia do Senhor”.
Por fim, o Papa elencou os elementos essenciais para viver a Quaresma: dar graças a Deus pelo mistério do Seu amor crucificado, ter fé autêntica, converter-se e abrir o coração aos irmãos. Ele encerrou a catequese pedindo a proteção e a ajuda da Virgem Maria para que acompanhe os fiéis nestes dias de intensa oração e penitência.

Homilia do Papa Francisco - Inicio da Quaresma 2014


Brasão do PapaQuaresma nos oferece a oportunidade de recomeçar, diz Papa


HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA COM A BÊNÇÃO E IMPOSIÇÃO DAS CINZAS
Quarta-feira, 05 de março de 2014

Tradução: Liliane Borges
“Rasgai o coração, e não as vestes” (Jl 2,13).
Com estas palavras penetrantes do profeta Joel, a liturgia nos introduz hoje na Quaresma, indicando na conversão do coração a característica deste  tempo de graça. O apelo profético constitui um desafio para todos nós, sem exceção, e nos lembra que a conversão não se reduz à formas exteriores ou em propósitos vagos, mas envolve e transforma toda a existência a partir do centro da pessoa, da consciência. Somos convidados a iniciar esse caminho, no qual, desafiando a rotina, nos esforçamos para abrir nossos olhos e ouvidos, mas especialmente o coração, para ir além do nosso “quintal”.
Abrir-se a Deus e aos outros. Vivemos em um mundo cada vez mais artificial, em uma cultura do “fazer”, do “útil”, onde sem perceber excluímos a Deus de nosso horizonte. A Quaresma nos convida a despertar, para nos lembrar que somos criaturas, que não somos Deus
E também em relação aos outros , corremos o risco de nos fechar, de esquecê-los.  Mas só quando as dificuldades e os sofrimentos de nossos irmãos nos desafiam, só então podemos começar nosso caminho de conversão rumo à Páscoa. É um itinerário que inclui a cruz e a renúncia. O Evangelho de hoje mostra os elementos desta jornada espiritual: a oração, o jejum e a esmola (cf. Mt 6,1-6.16-18). Todos os três envolvem a necessidade de não ser dominado por coisas que aparecem: o que importa não é a aparência, e o valor da vida não depende da aprovação dos outros ou do sucesso, mas daquilo que temos dentro de nós.
O primeiro elemento é a oração. A oração é a força do cristão e de toda pessoa que crê. Na fraqueza e na fragilidade da nossa vida, podemos nos voltar para Deus com a confiança de filhos e entrar em comunhão com Ele. Diante de tantas feridas que nos fazem mal e poderiam endurecer o coração, somos chamados a mergulhar no mar da oração, que é o mar do amor sem limites de Deus, para desfrutar de sua ternura. A Quaresma é um tempo de oração, uma oração mais intensa, mais assídua, mais capaz de cuidar das necessidades dos irmãos, de interceder  junto a Deus por tantas situações de pobreza e sofrimento.
O segundo elemento qualificante do caminho quaresmal é o jejum. Devemos ter cuidado para não fazer um jejum formal, ou que na verdade nos “sacia” porque nos faz sentir justificados. O jejum faz sentido se  realmente afeta a nossa segurança, e também se consegue um benefício para os outros, se nos ajuda a crescer no espírito do Bom Samaritano, que se inclina sobre o seu irmão em necessidade e cuida dele. O jejum envolve a escolha de uma vida sóbria, que não desperdiça, que não descarta. O jejum ajuda-nos a treinar o coração na essencialidade na partilha. É um sinal de consciência e responsabilidade diante  das injustiças, abusos, especialmente para com os pobres e os pequeninos, e é um sinal da confiança que depositamos em Deus e sua na providência.
O terceiro elemento é a esmola: ela indica a gratuidade, porque a esmola é dada a alguém de quem não se pode esperar  nada em troca. A gratuidade deveria ser uma das características do cristão, que, consciente de ter recebido tudo de Deus livremente, isto é, sem qualquer mérito, aprende dar aos outros gratuitamente. Hoje, muitas vezes a gratuidade não faz parte da vida cotidiana, pois tudo é comprado e vendido. Tudo é cálculo e medição. A esmola ajuda-nos a viver a gratuidade do dom, que é a liberdade da obsessão pela posse, o medo de perder o que se tem, da tristeza daqueles que não querem compartilhar com os outros o seu próprio bem-estar.
Com seus apelos à conversão, a Quaresma  providencialmente vem despertar-nos, para sacudir- nos  do torpor, do risco de avançar por inércia. A exortação que o Senhor nos faz através do profeta Joel é alta e clara: “Retornem para mim de todo o vosso coração” (Joel 2, 12). Por que devemos voltar para Deus? Porque algo está errado em nós, na sociedade, na Igreja e nós precisamos de mudança, de uma transformação, precisamos nos converter! Mais uma vez a Quaresma vem  dirigir-nos um apelo profético para nos lembrar que é possível realizar algo novo em  nós mesmos e ao nosso redor, simplesmente porque Deus é fiel, continua a ser cheio de bondade e misericórdia, e está sempre pronto a perdoar e recomeçar. Com esta confiança filial, coloquemo-nos a caminho!

Quaresma nos oferece a oportunidade de recomeçar, diz Papa

Quaresma nos oferece a oportunidade de recomeçar, diz Papa












O Papa Francisco celebrou, nesta quarta-feira, 5, a Missa de Imposição das Cinzas na Basílica Santa Sabina, em Roma. Antes da celebração, o Pontífice presidiu uma procissão penitencial, partindo da Basílica de Santo Anselmo, a 200 metros da Basílica onde realizou a Celebração Eucarística.
Francisco destacou que a Quaresma é um tempo para  se deparar com a própria fragilidade e iniciar um caminho de conversão. “A Quaresma nos convida a despertar, a nos lembrarmos de que somos criaturas, e não somos Deus”, disse o Papa.
O Papa afirmou ser necessário seguir um itinerário espiritual que compreende a cruz e a renúncia. Ele destacou a liturgia do dia, apontando, como passos concretos deste tempo quaresmal,  a oração, o jejum e a esmola.
Francisco apontou a oração como a força de todo cristão e de todo aquele que crê.
“Na fraqueza e na fragilidade da nossa vida, podemos voltar para Deus com a confiança de filhos  e entrar em comunhão com Ele. Diante de tantas feridas que nos fazem mal (…), somos chamados a mergulhar no mar da oração, que é o mar do amor sem limites de Deus”, afirmou.
De acordo com o Pontífice, ao praticar o jejum, o cristão deve estar atento para não o viver como uma prática formal, a fim de se sentir justificado diante de Deus.
O Pontífice apontou o jejum como uma escolha sóbria, que não desperdiça nada, mas ajuda a “treinar o coração” à partilha.
“O jejum tem sentido se, realmente, atinge a nossa segurança, também quando oferece benefícios  aos outros, se nos ajuda a crescer no espírito do Bom Samaritano, que se inclina sobre o seu irmão em dificuldade  e cuida dele”, ensinou o Papa.
Para Francisco, a esmola significa gratuidade, pois ela é oferecida ao necessitado  sem esperar nada em troca. “A gratuidade deve ser uma das características do cristão, que, consciente de ter recebido tudo de Deus gratuitamente , sem qualquer mérito, aprende a dar aos outros também de forma gratuita”, declarou.
Por fim, o Pontífice destacou que a Quaresma dirige a todos um apelo profético de renovação e  recorda a possibilidade de realizar algo novo para si mesmo, mas também para os outros. “Simplesmente, porque Deus é fiel, continua a ser rico em bondade e misericórdia, sempre pronto a nos perdoar e nos levar a recomeçar”, concluiu.
Após a homilia, o Santo Padre presidiu o rito de imposição das cinzas. (Liliane Borges - Redação Canção Nova).

Inicio da Quaresma

Entenda o significado do período quaresma que tem início nesta Quarta-feira de Cinzas. No Brasil, este período tem uma proposta ampla
Da redação, com Rádio Vaticano
Bispo explica sentido da Quarta-feira de Cinzas e da QuaresmaA Quarta-feira de Cinzas é o dia que, para a Igreja Católica de rito latino, marca o início da Quaresma. É um dia de jejum e abstinência depois do carnaval.
Por que a Igreja chama este dia de Quarta-feira de Cinzas? A explicação é do Bispo de Rondonópolis (MT), Dom Juventino Kestering.
“O início da Quaresma cai sempre numa quarta-feira, e se diz ‘Quarta-feira de Cinzas’ por que os cristãos são chamados a se reunirem nas comunidades, e a Igreja faz o rito de colocar as cinzas sobre a cabeça [dos fiéis] dizendo: ‘convertei-vos e crede no Evangelho’, para mostrar o caminho que o cristão deve seguir no período da Quaresma”, esclarece o bispo.
Dom Juventino explica ainda que a Quarta-feira de Cinzas é um dia de jejum e abstinência, e também de sacrifícios. “Um dia de quem se põe a caminho para se preparar para celebrar a Páscoa do Senhor”, afirma.
Neste período, a Igreja no Brasil celebra também a Campanha da Fraternidade, com o objetivo de despertar a solidariedade de seus fiéis em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira.
O bispo de Rondonópolis destaca que, este ano, o tema da Campanha é muito importante: “A Fraternidade e o Tráfico Humano”, que trata sobre “as raízes do mal” que permanecem na sociedade.
“Vender as pessoas, negociá-las, iludi-las, prometer um emprego, mas, depois, ver que se trata de um antro de prostituição. Existem situações em que se tira a vida da pessoa para tirar seus órgãos e servir a outros. Todas essas questões, muito graves, que quase não aparecem, mas estão aí no ‘submundo’, a Igreja Católica teve a sua ‘profecia’ no sentido de transformar isso em um tema da Campanha da Fraternidade”, explica Dom Juventino.
Para vivenciar este tempo quaresmal, a Igreja indica alguns caminhos.
“Primeiro, lembrarmos que estamos na Quaresma, um tempo de voltarmos para Deus, para a confissão, para uma conversão, para o perdão, para transformar nossa vida em uma vida mais honesta. Mas, ao mesmo tempo, viver a Campanha da Fraternidade, refletir sobre esse tema, fazer com que ele seja divulgado. E também a preparação para a Páscoa. A Quaresma tem o sentido de chegar na Páscoa. E para chegar a ela, o cristão é chamado a fazer um caminho, e esse caminho chama-se o tempo da Quaresma, tempo da fraternidade”, afirma o bispo.

Maria na Bíblia

Por vezes, pensa-se que a Virgem não é muito evocada na Bíblia...
Mostraremos que as citações diretas, no Novo Testamento, são muito mais numerosas do que pensamos e que têm um significado muito peculiar, em momentos cruciais da vida de Cristo. Por outro lado, as alusões indiretas a Maria são numerosas e muito importantes: descobrimos, por exemplo, que Maria é a única no mundo que passa mais de trinta anos ao lado de Cristo, durante a sua vida terrena; que é Aquela a quem o Apocalipse chama a “Arca da verdadeira Aliança”; Aquela que, sobretudo, que o anjo da Anunciação saudou como a “cheia de graça” e que pode anunciar a toda a Criação: “de agora em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações”...
O Antigo Testamento está, também ele, repleto de figuras, imagens e profecias nas quais tanto o Magistério como os Padres da Igreja, os seus Doutores e Santos reconheceram o anúncio daquela que deu ao mundo o Messias esperado. Do “Gênesis” ao Livro do Profeta Isaías, e até aos últimos profetas da Primeira Aliança... prefigurações e outros anúncios, respeitantes à Virgem Mãe do Salvador, atravessam todo o Antigo Testamento, do Pentateuco aos Profetas, passando pelos Livros Históricos e Sapienciais!
Maria pertence ao Novo Testamento. Ela nasceu no tempo do Novo Testamento. Todos os relatos específicos e diretos que falam dela, estão no Novo Testamento. Porém, podemos formular-nos uma pergunta: O Antigo Testamento referiu-se alguma vez a Mãe do Messias esperado? Existem textos bíblicos que, mesmo em sentido figurado, mencionam algo sobre a Mãe do Filho de Deus? Podemos associar alguns textos do Antigo Testamento e aplicarmos a Maria?
ANÚNCIOS DE MARIA NO ANTIGO TESTAMENTO
Segundo a visão cristã, Eva, a primeira mulher, cedo se tornou aquela que, com Adão, arrastou toda a humanidade no naufrágio do pecado original. Deus prometeu um Salvador, e a mãe do Redentor foi anunciada naquele mesmo momento, no texto do Gênesis já citado: “Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher” (Gn.3,15)
 A mais autêntica das filhas de Abraão
Abraão, nosso “pai na fé”, obedeceu de maneira total e incondicional aos desígnios de Deus, mesmo quando, exteriormente, lhe era difícil compreender como se cumpririam tais promessas. O Papa João Paulo II, na sua homilia em Nazaré, a 25 de Março de 2000, chamou à Virgem Maria a “mais autêntica das filhas de Abraão” já que, pela sua fé, se tornou a Mãe do Messias e a Mãe de todos os crentes (cf. Homilia publicada no Obsservatore Romano, edição semanal em língua portuguesa).

Eis os símbolos da Virgem Maria que podemos encontrar na Bíblia hebraica, o Antigo Testamento para os cristãos:
 Imagens e figuras de Maria no Antigo Testamento:
Podemos encontrar imagens da Virgem Mãe no Gênesis e em Isaías, a Filha de Sião, o Jardim do Éden, a Amada do Cântico dos Cânticos e a Arca da Aliança. Rute pode ser um símbolo de Maria e da Igreja, porque aparece providencialmente colocada na árvore genealógica de Cristo. Também em Ester e Judite podemos ver um símbolo de Maria, já que são associadas ao Salvador no desenrolar do plano divino da Salvação. Podemos agrupar estes diversos anúncios de Maria no Antigo Testamento em 3 “categorias”:
- imagens: Estrela da Manhã; Torre de David, Trono da Sabedoria, etc...;
- figuras: Sara, Raquel, Débora, Judite, Ester e tantas outras...;
- profecias: Gn.3,15; Is.7,11; etc...

Ao lado de Cristo, Maria é a maior glória do povo judeu
A Virgem Maria pode ser vista, a par de Cristo, como a maior glória do povo judeu. Foi do seio deste povo da Aliança que Deus escolheu esta excepcional figura que viria a dar à luz o Salvador da Humanidade. Por isso, ninguém melhor do que a Santa Virgem para interceder, junto de Deus, pela contínua promoção das relações judeu-cristãs.
Muitos estudiosos afirmam que o tema mariano está "escondido" sob três modos no Antigo Testamento: preparação moral, preparação tipológica e preparação profética.

1) Preparação moral: como a humanidade estava corrompida pelo pecado, Deus escolhe uma linhagem de fé e santidade para que o seu filho possa nascer da raça humana.

2) Preparação tipológica (linguagem simbólica): constatamos que no Antigo Testamento, muitas mulheres foram favorecidas com nascimentos milagrosos (Sara, Judite...). Todas estas mulheres fazem parte dos ancestrais do Messias esperado. Maria aparece como símbolo da "Filha de Sião" (Sof 3, 14-17), o lugar da residência de Javé. Maria também é simbolizada com a nova Arca da Aliança (dentro da Arca era depositada a LEI), que vai trazer dentro de si a Lei definitiva (revelação) de Deus, seu próprio Filho, Jesus.

Rejubila-te, filha de Sião,solta gritos de alegria, Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, filha de Jerusalém! 15O Senhor revogou tua sentença, eliminou teu inimigo. O Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti, não verás mais a desgraça. 16Naquele dia, será dito a Jerusalém: Não temas, Sião! Não desfaleçam as tuas mãos! 17O Senhor teu Deus está no meio de ti, como um herói que salva! Ele exulta de alegria por tua causa, ele te renova por seu amor, ele se regozija por causa de ti com gritos de alegria, 18como nos dias de festa.” (Sof 3, 14-18)

3) Preparação profética: Além do texto acima, temos mais alguns que podem ser aplicados a Maria:


a)Ct 4,7: Tu és toda formosa, amada minha, e em ti não há mancha. O texto pode fazer alusão à concepção imaculada de Maria;


b)Jer 31,22: Até quando andarás errante, ó filha rebelde? pois o senhor criou uma coisa nova na terra: uma mulher protege a um varão.


c) Gn 3,15: Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.


Uma consideração sobre este texto..

O texto é muito significativo e apresenta, numa primeira leitura, a luta até o fim dos tempos entre a humanidade e o demônio. O termo "Ela te ferirá a cabeça" pode aludir tanto a Maria, a nova Eva, como a Igreja.
d) Is 7,14: Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.
Considerando o texto...


Embora o texto faz referência ao nascimento de um herdeiro na linhagem de Davi, pode ser muito bem ser aproveitado como uma profecia Mariana.


e) Miq 5, 1-4: Agora, ajunta-te em tropas, ó filha de tropas; pôr-se-á cerco contra nós; ferirão com a vara no queixo ao juiz de Israel.
2 Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
3 Portanto os entregará até o tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel.
4 E ele permanecerá, e apascentará o povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora ele será grande até os fins da terra.


Sobre o texto...


Mesmo não apontando diretamente uma referência mariana, o texto fala diretamente de um rei-pastor, saído da tribo de Davi. Seu nascimento se projeta para o futuro (os verbos estão no futuro).

MARIA NO EVANGELHO DE JOÃO
João escreveu o seu evangelho por volta do ano 90-100 d.C. É também autor do livro do Apocalipse. Tanto o quarto evangelho com o livro do Apocalipse apresentam, por serem os escritos mais tardios, uma reflexão bem mais madura sobre Jesus.

O Evangelho de João está dividido em três partes:

a) Prólogo (Jo 1, 1-18)
b) Livro dos Sinais (Jo 1,19 - 12,50)
c) Livro da Exaltação (Jo 13-20)
Menciona a Mãe de Jesus em três ocasiões: uma indiretamente, na encarnação do Filho de Deus (Jo 1, 14), e as duas de uma maneira bem explicita: as Bodas de Caná (Jo 2, 1-12) e na Morte de Jesus (Jo 19, 25-27).

1) Jo 1,14: (PROLOGO)

E o Verbo divino se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.

Embora o texto não mencione Maria, porque a intenção do autor é mostrar a origem divina de Jesus (Verbo de Deus), dá-se a entender que Ela está implícita no processo da encarnação de Jesus ("e habitou entre nós"). Não podemos, em hipótese alguma, afirmar que este é um texto mariano, mas quando se fala em "encarnação" do Verbo Divino, Maria é lembrada.
2) Jo 2, 1-12 (AS BODAS DE CANÁ)

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, e estava ali a mãe de Jesus;
2 e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento.
3 E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho.
4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas.
7 Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram- nas até em cima.
8 Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram.
9 Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo
10 e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.
Este relato encontra-se inserido no chamado "bloco dos sinais". É cheio de uma simbologia muito grande. Os sinais apresentam um sentido de revelação da pessoa de Jesus e têm uma intima relação com a fé. Quando Jesus realiza um milagre, este serve de sinal para que as pessoas vendo possam acreditar em Jesus. Em Mateus, Marcos e Lucas, os milagres que Jesus realiza indicam o poder de Deus sobre as forças do mal.
Os sinais que o quarto evangelho mencionam também expressam a Glória de Deus, que com Jesus, aos poucos vai se manifestando ao mundo.


Analisando o texto...


Um primeiro dado interessante que se percebe à primeira vista é que João não menciona o nome "Maria". Ele refere-se a Maria chamando-a de "Mulher" ou "Mãe de Jesus" (seis vezes). A explicação é simples: João gosta de apresentar certas pessoas como modelos de seguidores do projeto de Jesus. Maria, portanto, é um modelo, uma figura símbolo que aceitou a mensagem de Jesus.

Apesar de ser uma festa de casamento, os personagens principais não são os noivos e sim Jesus e Maria. Apesar de usar uma linguagem de um casamento, João quer mostrar, com este relato, que o pacto (casamento) entre o povo da Antiga Aliança (Israel) e Deus estava desgastado, sem vida, vazio, devido o abismo do pecado
,br> O relato data muito a seqüência dos dias, com destaque especial "ao terceiro dia" , alusão simbólica à Aliança no Monte Sinai (Ex 19, 11.9) e principalmente à Ressurreição de Jesus.

Ao fazer chegar até Jesus a problemática da falta de vinho, Maria se apresenta como aquela que, conhecendo as necessidades da humanidade, pede ajuda para Jesus. Aqui está simbolizado o papel de intercessora atribuído a Maria.
A primeira reação de Jesus ao afirmar "Mulher, que tenho eu contigo" (ou, que importa a mim e a ti), parece ser um tanto ríspida com relação a Maria, mas serve para ilustrar o deslocamento de perspectiva: que Jesus chama os seus interlocutores (na pessoa de Maria) para perceber um outro nível de sua presença.

A palavra "mulher" pode representar três idéias:

pode lembrar Gn 3, referindo a Eva-Mulher que trouxe o pecado ao mundo. Assim Maria, a nova Mulher trouxe a salvação, Jesus;
Maria, Mulher, pode representar todo o povo de Israel (Filha de Sião);
Pode traduzir todo o reconhecimento da figura feminina na comunidade de João pelo papel evangelizador que as mulheres desempenhavam no testemunho do Evangelho.

Depois de realizar o milagre da transformação da água em vinho, o relato tem um desfecho muito significativo. E é para lá que apontava João: Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.( v11). Com isso, o autor acentua a centralidade do relato: mostrar quem é Jesus (aquele que traz o vinho novo, a Nova Aliança, o Novo Pacto, a alegria, a plenitude, a graça, a salvação) e a fé dos discípulos que aderem ao projeto do Filho de Deus. E todo o projeto do Reino de Deus é simbolizado através da figura das Bodas, o grande Banquete, as Núpcias do Cordeiro, a grande Festa da plena e definitiva alegria. Jesus é o novo NOIVO.

Maria-mulher é aquela que leva os discípulos a crerem em Jesus. Incentiva os filhos a fazerem a vontade do seu Filho.



3) Jo 19, 25-27 (MARIA JUNTO À CRUZ)


25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena.

26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.

27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

O texto mostra que estavam presentes junto à cruz de Jesus quatro mulheres: a mãe de Jesus, uma irmã de Maria, Maria esposa de Cléofas e Maria Madalena e também o discípulo amado.

As mulheres, como já vimos, representam o serviço generoso e destacado que elas exerciam na comunidade; o "discípulo amado" representa o modelo ideal de todo cristão que apesar das contrariedades e cruzes da vida, permanece fiel a Cristo.

Ao colocar Maria junto à cruz de Jesus, o autor do livro, quer:
simbolizar a presença da mãe sofredora que sempre esteve ao lado de Jesus e de todo aquele que sofre;
fazer uma relação entre as Bodas de Cana onde Maria esteve presente no inicio das atividades do seu Filho, como no pleno cumprimento de sua missão, através da morte da Cruz.
Tanto o discípulo amado com Maria, são representações da Igreja:
Maria como geradora de novos filhos (mulher, membro constitutivo da Igreja e mãe da comunidade);
O Discípulo amado como representante de todos os fiéis que seguem Jesus custe o que custar.
Resumindo, podemos sintetizar a figura de Maria no quarto evangelho como:
- discípula fiel
- pessoa de fé
- mãe da comunidade
- mulher solidária


MARIA NO EVANGELHO DE LUCAS e ATOS DOS APÓSTOLOS

SINOPSE
O livro de Lucas foi escrito por volta dos anos 79-80 d. C. Teve como destinatário primeiro um certo "Teófilo" (Lc 1,1 e At 1,1-2), cuja identidade é desconhecida. A evidência mostra que o livro foi escrito especialmente para os gentios. Lucas se esforça para mostrar os costumes judaicos e, algumas vezes substitui nomes gregos por hebraicos.
Como bom médico que foi, Lucas retrata a figura de Cristo mostrando todo o seu lado humano e misericordioso que socorre, cura, liberta e salva a todos sem distinção.
Como também é autor do livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas compreende a HISTÓRIA DA SALVAÇÃO em três tempos ou etapas e organiza toda a sua obra a partir desta perspectiva:
1ª etapa: período preparatório à vinda de Jesus Salvador ( O antigo Israel espera com alegria a manifestação do Messias e prepara a sua vinda)
2ª etapa: A vida de Jesus: sua encarnação, sua presença, sua manifestação, paixão, morte, ressurreição e glorificação.
3ª etapa: tempo da Igreja que se faz por obra do Espírito Santo. A Igreja é a grande portadora da salvação a todos os povos.
Estes três períodos ou etapas se articulam a partir de Jerusalém.
Segundo os estudiosos do tema, Lucas é o evangelista que mais fala de Maria. Num total de 152 versículos do NT sobre Maria, 90 são de Lucas (1 versículo aparece no livro dos Atos e 89 no terceiro evangelho).
Lucas nos apresenta muitas qualidades de Maria. Ela é o exemplo vivo do discípulo e seguidor de Jesus, que acolhe a Palavra de Deus com fé, guarda e medita em seu coração e põe em prática, produzindo muitos e bons frutos.
Maria é apresentada como a grande peregrina na fé. O "SIM" dado a Deus na sua juventude é renovado constantemente no decorrer de toda a sua vida.
Maria não nasce como uma santa pronta e acabada. Ela passa por crises e situações difíceis e desafiadoras contribuindo para o seu crescimento na fé.
Por outro lado, Maria nos lembra que Deus escolhe preferencialmente os pobres e os pequenos para iniciar seu Reino. Maria é uma pessoa de coração pobre todo aberto para Deus; tem um coração solidário e serviçal sempre disponível a ajudar os mais necessitados.
MARIA NO EVANGELHO DE MARCOS 
SINOPSE:
Marcos escreve o seu evangelho por volta do ano 60 d.C. Acredita-se que o escritor, ao preparar o seu livro, teve em mente os cristãos gentios. O evangelista tem com preocupação primeira mostrar que Jesus é o Filho de Deus. Esse é a sua grande tese verificada a partir do primeiro versículo:
"Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus." . Um Filho de Deus que é confirmado pelos discípulos, através da pessoa de Pedro (Mc 8,29) e testemunhado pelo centurião na morte de Jesus (Mc 15,39); um Filho de Deus que se deixa reconhecer na medida que se caminha ao seu lado assumindo o seu projeto de vida.
O Evangelho de Marcos está tecido em duas grandes partes:
- Primeira parte: (Mc 1,1 - 8,26). Neste primeiro bloco Jesus aparece na Galiléia inaugurando o Reino de Deus que vem com toda força. A prática de Jesus é contestada pelos escribas e fariseus. Diante da sua proposta vão se formando dois grupos: os que seguem Jesus (discípulos e multidão) e os que não aceitam a proposta de Jesus.
- A segunda parte (restante do evangelho) apresenta as condições e os elementos necessários para seguir Jesus. Seguimento que não significa "ir atrás" mas entrar no caminho de sua vida, identificar-se com ele, deixar tocar pela sua pessoa, fazer parte de sua missão de inaugurar o Reino e vencer as forças do anti-reino.
Maria aparece duas vezes durante todo o seu relato. As citações são poucas, mas muito significativas onde ela é apresentada como a discípula fiel que faz parte essencial da família de Jesus porque cumpre a vontade do Pai e a mulher que acolhe a todos como filhos e irmãos de Jesus.
I - Textos marianos:
1)) Mc 3, 20-21. 31-35: A FAMÍLIA DE JESUS.
20 Depois entrou numa casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal modo que nem podiam comer
21 Quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Ele está fora de si.
31 Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo.
32 E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram.
33 Respondeu-lhes Jesus, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos!
34 E olhando em redor para os que estavam sentados à roda de si, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos!
35 Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
Contexto: No tempo de Jesus, a estrutura familiar exercia importante influência na definição dos papéis e no lugar social ocupado pelo individuo. No judaísmo, as famílias eram classificadas conforme seu grau de pureza de origem, ou seja, se eram imaculadas cruzamento com sangues de estrangeiros ou atingidas por mancha de mistura étnica.
A cena bíblica é a seguinte: Jesus e os Doze, recém eleitos, vão a uma casa em Cafarnaum. Havia uma multidão acirrada, a tal ponto que eles nem podiam e não tinham tempo nem para alimentar-se. E quando os "seus" ficaram sabendo disso, saíram para proteger Jesus, porque diziam que Ele tinha "perdido o juízo" . E neste grupo que vai até Jesus, está a figura de Maria, sua mãe.
Os parentes de Jesus consideram que Ele estava exagerando no modo como se dedicava à sua missão, porque Jesus desleixa até as suas necessidades mais elementares, como a de comer (v.20)
Marcos mostra aqui o caminho progressivo de Maria na fé. O evangelista revela o traço tão humano de Maria de Nazaré que se preocupa pelo Filho, o que denota uma preocupação normal.
Num olhar mais profundo, Marcos quer mostrar que o seguimento de Jesus (para fazer parte de sua família) ultrapassa os laços de parentesco.
Jesus inaugura uma NOVA FAMÍLIA constituída não mais do sangue e dos laços de parentesco (valor absoluto nas sociedades antigas) e sim daqueles que se juntam ao redor de Jesus para fazer a vontade do Pai.
Marcos ensina que até Maria, a criatura mais estreitamente ligada a Jesus pelos laços de sangue (maternidade) teve que elevar a ordem mais alta dos seus valores.
Depois de ter levado Jesus no seu ventre, era preciso que Ela o gerasse no coração, cumprindo a vontade de Deus. Uma vontade que se torna manifesta naquilo que Jesus dizia e realizava.
Assim, a figura de Maria "mãe" se harmoniza e se completa com a figura de "discípula" e "primeira cristã".
2)Mc 6, 1-6: JESUS DE NAZARÉ ( O SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRES)
1 Saiu Jesus dali, e foi para a sua terra, e os seus discípulos o seguiam.
2 Ora, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouví-lo, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe é dada? e como se fazem tais milagres por suas mãos?
3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.
4 Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa.
5 E não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
6 E admirou-se da incredulidade deles. Em seguida percorria as aldeias circunvizinhas, ensinando.
Contexto: O texto de Marcos refere-se a um acontecimento concreto: a rejeição dos Moradores de Nazaré ao anúncio de Jesus e à sua pessoa. Eles não se colocam como inimigos de Jesus, mas se escandalizam dele por sua incredulidade. A fé é um grande requisito para o seguimento de Jesus.
a)Mc 6, 3: O "Filho de Maria"
3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.
4 Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa.
No costume judeu, o nome da pessoa era conferido ou vinha relacionado por referência ao Pai. Temos alguns exemplos:
- Simão, filho de Jonas (Mt 16,13)
- Tiago, filho de Zebedeu (Mt 4,21)
- Levi, filho de Alfeu (Mc 2,13)
Sendo assim, surge a grande pergunta: por que Jesus não é chamado "filho de José"?. Para esta pergunta há quatro tipos de respostas:
- Marcos queria enfatizar os traços humanos de Jesus;
- É uma referência à concepção virginal de Jesus (obra do Espírito Santo);
- Foi um intento de difamação contra Jesus (desvalorizar a sua pessoa pela profissão humilde de José);
- José não é citado porque já havia morrido.
b) "Os irmãos e as irmãs de Jesus" (v3):
Versículo de caráter polêmico principalmente entre os "evangélicos" onde se afirma a existência de outros filhos de Maria.
A verdade é que para os conceitos orientais tradicionais, não se define a família como pequeno núcleo "pai-mãe-filhos", como conhecemos hoje, mas num amplo leque no qual se incluem tanto os parentes próximos como os distantes.
No aramaico falado, usado por Jesus e seu povo, não havia uma diferenciação nos conceitos de parentesco (primo, tio, tia, irmão, sobrinho, etc...). A palavra que exprimia e englobava todo este parentesco era "irmãos", que os gregos traduziram por "adelfos". Assim, quando ouvimos falar que "tua mãe e teus irmãos estão lá fora..." significa que Maria e os parentes de Jesus queriam protegê-lo um pouco da multidão.
Não podemos confundir: "irmãos" de Jesus significa "parentes próximos" dele. Tiago e Joset, chamados de "irmãos de Jesus" são considerandos, dentro desta lógica explicativa, de "parentes próximos" de Jesus e não "irmãos carnais" dele.
Se assim não fosse, qual seria a necessidade de Jesus, no alto da cruz, entregar a João, o discípulo a quem amava, os cuidados de Maria quando disse: " Filho, eis aí a tua mãe" (Jo 19,27)? Não seria mais comum, Tiago e José, se fossem realmente filhos carnais de Maria, tomar conta de sua "mãe" após a morte do "irmão" Jesus?
Quando estudarmos o dogma da Virgindade de Maria entenderemos mais esta questão.
Com isso, o evangelista quer mostrar a necessidade da fé no ato do seguimento de Jesus. Condição indispensável para reconhecer a sua presença e caminhar com Ele.

MARIA NO EVANGELHO DE MATEUS
SINOPSE:
Mateus (também chamado de Levi), um dos Doze apóstolos, foi sem dúvida um judeu que também era publicano romano.
Mateus escreveu o seu evangelho por volta do ano 70 d.C. Tinha como destinatários principalmente os judeus. Este ponto de vista está confirmado pelas referencias às profecias hebraicas, cerca de sessenta, e pelas aproximadamente quarenta citações do Antigo Testamento.
Ressalta especialmente a missão de Cristo aos judeus.
A intenção de Mateus é a de mostrar que Jesus foi o Messias prometido no Antigo Testamento através do cumprimento das promessas feitas a Abraão e a Davi, passando por todos os profetas.
Maria é apresentada como a mãe virginal de Jesus que o concebe pela ação do Espírito Santo sem intervenção humana, mostrando a gratuidade da iniciativa divina.
O Evangelho de Mateus amplia bastante a imagem de Maria.
Ela aparece na narrativa da origem e da infância de Jesus (Mt 1-2) e em alguns textos referentes à vida pública de Jesus (Mt 12, 46-50 e Mt 13, 53-58).
I - GENEALOGIA DE JESUS (Mt 1, 1-25)
1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
2 A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos;
3 a Judá nasceram, de Tamar, Farés e Zará; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão;
4 a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Nasom; a Nasom nasceu Salmom;
5 a Salmom nasceu, de Raabe, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé;
6 e a Jessé nasceu o rei Davi. A Davi nasceu Salomão da que fora mulher de Urias;
7 a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a Abias nasceu Asafe;
8 a Asafe nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão nasceu Ozias;
9 a Ozias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias;
10 a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amom; a Amom nasceu Josias;
11 a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilônia.
12 Depois da deportação para Babilônia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel;
13 a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor;
14 a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde;
15 a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacó;
16 e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo.
17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze gerações.
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.
19 E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
20 E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo;
21 ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22 Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta:
23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.
24 E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher;
25 e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.
Primeiramente o objetivo desta genealogia é o de mostrar que Jesus descende de Abraão e Davi e que, portanto, Ele herda as promessas feitas a esses dois patriarcas de Israel. De Abraão, a promessa da numerosa descendência (Gn12); de Davi, a promessa da eterna realeza (2Sam7).
A genealogia de uma pessoa e de uma família tinha enorme importância jurídica e trazia conseqüências para a vida social e religiosa. A pureza de uma linha genealógica dava participação ao descendente nos méritos de seus antepassados.
Mateus remonta a origem de Cristo a partir de Abraão passando por todas as gerações até chegar a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus. Esse elenco de nomes que vai de Abraão a Cristo é subdividido em três grupos e cada grupo abrange 14 gerações:

1o grupo: de Abraão a Davi

2o grupo: de Davi a Jeconias ( exílio na Babilônia)
3o grupo: de Jeconias a Cristo

A grande novidade nesta descrição genealógica que passou de geração em geração foi a intervenção da Providencia Divina através do Espírito Santo na geração de Jesus por Maria.

Se antes o encadeamento paterno era o elemento fundante na genealogia, aqui nós temos agora uma ruptura visível e explicita: apesar de pertencer a descendência de Abraão e sucessão, José não é o pai biológico de Jesus. Assim, a mensagem do relato resume-se em: o nascimento de Jesus se deve à ação do Espírito Santo em Maria. Mostra que Jesus, o Messias esperado, é fruto da intervenção divina que gratuitamente irrompe a história da humanidade e oferece o seu filho para a salvação do seu povo.

José ao receber Maria em sua casa e assumir Jesus dando-lhe o nome (de Jesus), sela definitivamente o vínculo histórico da descendência messiânica. Por outro lado revela a concepção virginal de Jesus.

Mt 2, 10-23: ADORAÇÃO DOS MAGOS E FUGA PARA O EGITO
10 Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria.
11 E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra.
12 Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
13 E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.


14 Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito.
15 e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho.
16 Então Herodes, vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos.
17 Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias:
18 Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque eles já não existem.

19 Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egito,

20 dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do menino.

21 Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.

22 Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galiléia,

23 e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno.

Nas cenas (adoração dos Magos e Fuga para o Egito) se repete várias vezes "o menino e sua mãe" (v.13, v.14, v.20) . Isso reforça a real maternidade de Maria não aludindo à "paternidade real" de José.

II - MARIA NA VIDA PÚBLICA DE JESUS.

Apesar de usar a mesma fonte de Marcos quando fala de Maria e dos "irmãos de Jesus" e a cena da casa e da rejeição em Nazaré, Mateus interpreta num outro sentido.

1) Mt 12, 46-50: a família de Jesus e os seguidores

46 Enquanto ele ainda falava às multidões, estavam do lado de fora sua mãe e seus irmãos, procurando falar-lhe.

47 Disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, e procuram falar contigo.

48 Ele, porém, respondeu ao que lhe falava: Quem é minha mãe? e quem são meus irmãos?

49 E, estendendo a mão para os seus discípulos disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.

50 Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

Aqui aparece claro a idéia e a importância de seguir a Jesus e fazer a sua vontade. Não há, portanto, referencia negativa à família biológica de Jesus.

2) Mt 13, 53-58: O profeta rejeitado em sua pátria

53 E Jesus, tendo concluido estas parábolas, se retirou dali.

54 E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?

55 Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?

56 E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?

57 E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra e na sua própria casa.

58 E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

Mateus substitui aqui o "filho de Maria" que aparece em Marcos por "filho do carpinteiro" e suprime a palavra "parentes".
Há dois motivos fundamentais nestas mudanças operadas por Mateus:

a)Tiago, que aparece como sendo "o irmão do Senhor" que na verdade é primo de Jesus, é um membro ativo na comunidade atual onde Mateus vive (composta de natureza judeu-cristã)
b)Mateus parece ter uma idéia bem clara sobre a concepção virginal de Maria
Com isso tudo, fica claro que Maria é vista como mãe virginal do Messias, por ação do Espírito Santo.

MARIA NO LIVRO DO APOCALIPSE 12
Todo o livro do Apocalipse é repleto de uma linguagem de muitas imagens e números. Numa primeira vista, parece que o livro é enigmático, assustador e cheio de mistérios. Mas, apesar de usar uma linguagem "não muito clara", o autor quer reforçar a fé e a esperança dos cristãos frente às perseguições de dificuldades que na qual se encontrava a Igreja primitiva.


O uso deste tipo de linguagem (Gênero literário) é bem simples de se explicar: João está preso. Ele manda cartas para os cristãos. Usa linguagem simbólica que só os cristãos entendiam. Caso contrário, as correspondências não chegariam ao seu destino. Portanto, cada imagem, cada número, cada ação...tem o seu significado. Mas nós vamos nos ater somente naquelas passagens que podem fazer referência à pessoa de Maria. Neste caso, o capítulo 12, principalmente porque tem algumas referências sobre uma "mulher vestida de sol".

O Capítulo pode muito bem ser dividido em três partes que apresentam três cenas com os seguintes personagens:
1)1ª cena (Ap 12, 1-6): a mulher, o dragão e a criança.
2)2ª cena (Ap 12, 7-12): a guerra entre as forças de Deus (Miguel) e do mal (Satanás)
3)3ª cena: (Ap 12, 13-17): a mulher perseguida pelo dragão que é vencido.


Vamos analisar estas três cenas...

1ª Cena : Ap 12, 1-6

1 E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
2 E estando grávida, gritava com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz.
3 Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas;
4 a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho.
5 E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.


Este "grande sinal" significa a importância do acontecimento;
" Céu", mais que morada de Deus, simboliza o lugar onde estão as forças transcendentais que interferem na história humana;

"Mulher vestida de sol" numa primeira leitura não se refere a Maria (Maria não apareceu no céu, não deu à luz no céu e muito menos o menino foi levado para junto de Deus. Foi exatamente o contrário...Ele veio de Junto de Deus, no mistério da encarnação) faz alusão à glória de Deus que reveste o seu povo. O sol que ilumina;
"Tem a lua debaixo de seus pés" significa o domínio sobre as coisas temporais;
"Coroa de doze estrelas" lembra as doze tribos de Israel, bem como os doze Apóstolos recompensados no final dos tempos;
"Dores de parto" recorda todo o sofrimento vivido pelo povo do Antigo Testamento, bem como as perseguições da comunidade do Novo Testamento que quer continuar gerando Jesus para a humanidade através do seu testemunho;

"Dragão de sete cabeças e dez chifres" representa o poder político e dominador da época. As "sete cabeças" simboliza a plenitude (o número sete significa a plenitude, a totalidade) de poder. Os "dez chifres" representam os dez governadores senatorias do Império Romano; O "diadema" sobre cada uma das cabeças, referem-se à linhagem nobre de cada um dos governadores.
Tanto a Mulher como o Dragão são colocados juntos e em contraposição, simbolizando que as forças do bem e do mal travam um conflito constante na história;
A Mulher "deu à luz a um filho, um varão que irá reger todas as nações com um cetro de ferro". Este versículo lembra o Salmo 2, 7b-9 (Tu és meu Filho, hoje te gerei.8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão. 9 Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. ). Não se refere ao nascimento de Jesus em Belém, mas sim na Paixão, quando então sairá vitorioso pela Ressurreição;
O "deserto" tanto significa o lugar da tentação (Jesus foi tentado no deserto durante 40 dias e 40 noites) com também o lugar da proteção de Deus;

2ª Cena: Ap 12, 7-12

7 Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam,
8 mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu.
9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.
10 Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite.
11 E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte.
12 Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Mas ai da terra e do mar! porque o Diabo desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.
Entram em cena novos personagens: Miguel e seus anjos. A luta que começa no céu desce à terra. Nesta cena não aparece mais a figura da "mulher" e sim "Miguel e o Dragão". O Dragão é descrito como a "antiga serpente". Faz lembrar Gn 3,15 ( Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar) que já foi vencida. Conforme o texto, esta vitória sobre a serpente se deu "pelo sangue do cordeiro" (sacrifício deJesus).


3ª Cena: Ap 12, 13-17:


13 Quando o dragão se viu precipitado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão.
14 E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
15 E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente.
16 A terra, porém acudiu à mulher; e a terra abriu a boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.
17 E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus.
18 E o dragão parou sobre a areia do mar.
Esta cena tem como cenário, a terra. Os personagens são: o dragão e a mulher e sua descendência. Já que o dragão perdeu a batalha para Miguel e seus anjos, ele volta-se contra a mulher, que, por sua vez, consegue escapar pela proteção de Deus.
Assim, a descendência da mulher (A Igreja), "os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus", são continuamente ameaçados pelas forças do mal (serpente). Mas Deus aparece sempre com sua força protetora encorajando os filhos para a vitória final.
Conclusão: O Capítulo 12 do Apocalipse é um texto que deve ser interpretado, primeiramente como sendo eclesiológico (A Igreja peregrina que sofre, é perseguida, mas que tem a força de Jesus e do Espírito Santo de Deus para vencer as armadilhas do mal), depois mariológico (Maria, mãe da Igreja que caminha). 

 MARIA NO NOVO TESTAMENTO- SEGUNDO GÁLATAS
    Faremos um estudo mais detalhado, em ordem cronológica, dos livros bíblicos do Novo Testamento que falam explicitamente de Maria. São eles:
     - Gálatas (as informações mais antigas sobre Maria)
     - Livro escrito por volta do ano 50 d.C.
     - Marcos (escrito por volta do ano 60 d.C)
Mateus (escrito por volta do ano 70 d.C)
Lucas (escrito por volta do ano 70 d.C.)
Atos (também escrito por volta do ano 70 d.C)
João (escrito por volta dos anos 90-100 d.C)
Apocalipse (também escrito por volta dos anos 90-100 d.C)
I - GÁLATAS.
Por conter a informação mais antiga sobre Maria, analisaremos um único versículo referente ao estudo mariano. Gal 4, 4. Eis o texto: "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam debaixo de lei, a fim de recebermos a adoção de filhos."
CONTEXTO:
    O tema central deste versículo é sobre a ENCARNAÇÃO do FILHO DE DEUS, ou seja, o modo através do qual Deus quis vir ao encontro do homem. E isso se deu na "plenitude dos tempos", isto é, quando o Pai envia o seu Filho ao mundo os tempos do desígnio divino atingem a sua "plenitude". A encarnação de Cristo é o ponto culminante desta etapa.
    E Maria é colocada exatamente nesse vértice do plano redentor. Através do seu ministério materno, o Filho do Pai, preexistente ao mundo, se radica na cepa da humanidade.
    Ela é a MULHER que o reveste com a nossa carne e o nosso sangue. São Paulo quer mostrar com isso a condição real e humana de Jesus. O apóstolo declara que a pessoa de Maria está vitalmente vinculada ao projeto salvífico de Deus.

MARIA NOS OUTROS ESCRITOS DA IGREJA
Se, no Novo Testamento, encontramos poucas alusões à Virgem Maria, são muitos os outros escritos, pertencentes ao tesouro da Igreja, que evocam a Mãe de Jesus.
Primeiramente, temos os escritos da Tradição: dogmas e ensinamentos do Magistério da Igreja (pontifical, conciliar, apostólico), textos e homilias dos Padres da Igreja, textos da liturgia, tratados dos Doutores da Igreja; 
Há, também, escritos e comentários exegéticos dos teólogos;e ainda, os numerosos testemunhos dos grandes místicos reconhecidos e canonizados; 
há, enfim, os inumeráveis “Evangelhos Apócrifos” (1): estes escritos constituem mesmo a maior fonte de informação sobre a vida da Mãe do Cristo, porque foram redigidos na época e por pessoas diretamente relacionadas com a vida da Santa Família.
Ainda que esses escritos não sejam canônicos(2), muitos deles são considerados escritos fidedignos e são citados, algumas vezes, pela própria Hierarquia da Igreja e seu Magistério.

(1) O termo « apócrifo » (do grego apockryphos = escondido) designa um texto geralmente atribuído a um escritor próximo do meio ou da época do Cristo, mas que não foi incluído no cânone das Escrituras bíblicas cristãs.
(2) O Cânone (do grego kânon = regra) é a lista das Escrituras cristãs reconhecidas como inspiradas. Um livro é “canônico” quando faz parte da Bíblia, e nisto difere do livro “apócrifo”.
Fontes Consultadas:  http://www.nospassosdemaria.com.br/

Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...