Santa Mônica, Mãe de Santo Agostinho



Santa Mônica nasceu no norte da África, em Tagaste, no ano 332, numa família cristã que lhe entregou – segundo o costume da época e local – como esposa de um jovem chamado Patrício.
Como cristã exemplar que era, Mônica preocupava-se com a conversão de sua família, por isso se consumiu na oração pelo esposo violento, rude, pagão e, principalmente, pelo filho mais velho, Agostinho, que vivia nos vícios e pecado. A história nos testemunha as inúmeras preces, ultrajes e sofrimentos por que Santa Mônica passou para ver a conversão e o batismo, tanto de seu esposo, quanto daquele que lhe mereceu o conselho: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.
Santa Mônica tinha três filhos. E passou a interceder, de forma especial, por Agostinho, dotado de muita inteligência e uma inquieta busca da verdade, o que fez com que resolvesse procurar as respostas e a felicidade fora da Igreja de Cristo. Por isso se envolveu em meias verdades e muitas mentiras. Contudo, a mãe, fervorosa e fiel, nunca deixou de interceder com amor e ardor, durante 33 anos, e antes de morrer, em 387, ela mesma disse ao filho, já convertido e cristão: “Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco, ver-te cristão antes de morrer”.
Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever:“Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
Santa Mônica é o exemplo claro do poder da oração das mães pelos filhos. Ela nasceu em Tagaste (África), em 331, de família cristã. Muito jovem, foi dada em casamento a um homem pagão chamado Patrício, de quem teve vários filhos, entre eles Agostinho, cuja conversão alcançou da misericórdia divina com muitas lágrimas e orações. É um modelo perfeito de mãe cristã. Morreu em Óstia (Itália) no ano 387.
Deus estabeleceu uma lei: precisamos pedir a Ele as graças necessárias em nossa vida, para sermos atendidos. Jesus foi enfático: “E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.  Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá” (Lc 11,8-10). Quem não pede não recebe.
Jesus disse isso depois de contar aquele caso do vizinho que bateu na porta da casa do outro para pedir um pouco de pão à meia noite, porque tinha recebido uma visita e estava sem pão. Como o outro não quis atendê-lo, Jesus disse: “Eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar”.
Ora, o que Jesus está querendo nos ensinar com isso?
Que devemos fazer o mesmo com Deus. Importuná-lo! Mas, por que Deus faz assim? É para saber se de fato confiamos Nele; se temos fé de verdade, como aquela mulher cananeia, que não era judia, mas que pediu com insistência que curasse o seu filho endemoniado  (Mt 15, 22). Se a gente pede uma vez ou duas, e não recebe, e não pede mais, é porque não confiamos Nele.
Santo Agostinho ensinou o seguinte: “Deus não nos mandaria pedir, se não nos quisesse ouvir.  A oração é uma chave que nos abre as portas do céu.  Quando vires que tua oração não se apartou de ti, podes estar certo de que a misericórdia tão pouco se afastou de ti. Os grandes dons exigem um grande desejo porquanto tudo o que se alcança com facilidade não se estima tanto como o que se desejou por muito tempo. Deus não quer dar-te logo o que pedes, para aprenderes a desejar com grande desejo”.
Ninguém como ele entendeu a força da oração de uma mãe por seu filho; pois durante vinte anos sua mãe, Santa Mônica, rezou pela conversão dele, e conseguiu. Ele mesmo conta isso no seu livro “Confissões”.
Ele disse que sua mãe ia três vezes por dia diante do Sacrário em Hipona, e pedia a Jesus que seu Agostinho se tornasse “um bom cristão”. Era tudo que ela queria, não pedia que ele fosse um dia padre, bispo, santo, doutor da Igreja e um dos maiores teólogos e filósofos de todos os tempos. Mas Deus queria lhe dar mais. Queria de Agostinho esse gigante da Igreja, então, ela precisava rezar mais tempo e sem desanimar. E Santa Mônica não desanimou, por isso temos hoje esse gigante da fé. Fico pensando se ela parasse de rezar depois de pedir durante 19 anos… Não teria o seu filho convertido. E nós não teríamos o Doutor da Graça.
Quando Agostinho deixou a África do Norte, e foi ser o orador oficial do imperador romano, em Milão, ela foi atrás dele. Tomou o navio, atravessou o Mediterrâneo, e foi rezar por seu filho. Um dia, foi ao bispo de Milão, em lágrimas, dizer-lhe que não sabia mais o que fazer pela conversão de seu Agostinho, que o bispo bem conhecia por sua fama. Simplesmente o bispo lhe respondeu: “Minha filha, é impossível que Deus não converta o filho de tantas lágrimas”.
E aconteceu. Santo Agostinho, ouvindo as pregações de Santo Ambrósio, bispo de Milão, se converteu; foi batizado por ele, e logo foi ordenado padre, escolhido para bispo, e um dos maiores santos da Igreja. Tudo porque aquela mãe não se cansou de rezar pela conversão de seu filho… vinte anos!
Santo Agostinho disse nas “Confissões” que as lágrimas de sua mãe diante do Senhor no Sacrário, eram como “o sangue do seu coração destilado em lágrimas nos seus olhos”.  Que beleza! Que fé!
É exatamente o que a Igreja ensina: que nossa oração deve ser humilde, confiante e perseverante. Humilde como a do publicano que batia no peito e pedia perdão diante do fariseu orgulhoso; confiante como a da mãe cananeia e perseverante como a da mãe Mônica. Deus não resiste às lágrimas e as orações de uma mãe que reza assim.
Santo Agostinho resume com estas palavras a vida de sua mãe: “Cuidou de todos os que vivíamos juntos depois de batizados, como se fosse mãe de todos; e serviu-nos como se fosse filha de cada um de nós”.
O exemplo de Santa Mônica ficou gravado de tal modo na mente de Santo Agostinho que, anos mais tarde, certamente lembrando-se da sua mãe, exortava: “Procurai com todo o cuidado a salvação dos da vossa casa”. Já se disse de Santa Mônica que foi duas vezes mãe de Agostinho, porque não apenas o deu à luz, mas resgatou-o para a fé católica e para a vida cristã. Assim devem ser os pais cristãos: duas vezes progenitores dos seus filhos, na sua vida natural e na sua vida em Cristo.
Prof. Felipe Aquino

Nossa Senhora das Dores


Celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucificação de Jesus
“Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!”
Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucificação de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.
A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucificação , morte e sepultura de Jesus Cristo.
Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor.
A sensibilidade de piedosa compaixão do povo cristão está eloquentemente expressa no quadro da Pietá. Nossa Senhora das Dores recebe no colo o filho morto apenas tirado da cruz. É o momento que se reveste da incomensurável dor uma paixão humana e espiritual única: a conclusão do sacrifício de Jesus Cristo, cuja morte sobre a cruz é o ponto culminante da Redenção. 

Mas como a morte de Cristo está já implícita, como em embrião, desde os primeiros momentos de sua existência de homem, também a com-paixão está implícita no inicial: “Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Como mãe, Maria assume implicitamente os sofrimentos de Cristo, em cada momento de sua vida. Eis porque a imagem da pietá típica da arte gótica e do Renascimento (a mais conhecida é a escultura de Michelangelo) exprime só um momento desta dor da Virgem Mãe. 

A devoção, que precede a celebração litúrgica, fixou simbolicamente as sete dores da Co-redentora, correspondentes a outros tantos episódios narrados pelo Evangelho: a profecia do velho Simeão a fuga para o Egito, a perda de Jesus aos doze durante a peregrinação à Cidade Santa, o caminho de Jesus para o Gólgata, a crucificação, a deposição da cruz, a sepultura. Mas como o objetivo do martírio de Maria é o martírio do Redentor, desde o século XV encontramos as primeiras celebrações litúrgicas sobre a compaixão de Maria aos pés da cruz, colocada no tempo da Paixão ou logo após as festividades pascais. 

Em 1667 a Ordem dos Servitas, inteiramente dedicada à devoção de Nossa Senhora (os sete santos Fundadores no século XIII tinham instituído a “Companhia de Maria Dolorosa”) obteve a aprovação de celebração litúrgica das sete Dores da Virgem, que durante o pontificado de Pio VII foi acolhida no calendário romano e lembrada no terceiro domingo de setembro. 

Pio X fixou a data definitiva de 15 de setembro, conservada no novo calendário litúrgico, que mudou o título da festa, reduzida a uma simples memória: não mais Sete Dores de Maria, mas menos especificadamente e mais oportunamente: Virgem Maria Dolorosa. 

Com este título nós honramos a dor de Maria aceita na redenção mediante a cruz. É junto à Cruz que a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe do corpo místico nascido da Cruz, isto é, nós somos nascidos enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e sofredor de Jesus e Maria. Eis porque hoje se oferece à nossa devota e afetuosa meditação a dor de Maria.

Natividade de Nossa Senhora, celebramos o nascimento da Mãe de Jesus




Natividade de Nossa Senhora



Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe 
do Rei dos séculos, para ser a Mãe de Deus
Hoje é comemorado o dia em que Deus começa a pôr em prática o
Seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes
que o Rei descesse para habitá-la. Esta “casa”, que é Maria, foi construída
com sete colunas, que são os dons do Espírito Santo.
Deus dá um passo à frente na atuação do Seu eterno desígnio de amor,
por isso, a festa de hoje, foi celebrada com louvores magníficos por muitos
Santos Padres. Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e
Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e
orações, alcançaram esta graça de Deus.
De fato, Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos
séculos, para ser a Mãe de Deus. E por isso comemoramos o dia de sua
vinda para este mundo, e não somente o nascimento para o Céu, como é 
feito com os outros santos.
Sem dúvida, para nós como para todos os patriarcas do Antigo Testamento,
o nascimento da Mãe, é razão de júbilo, pois Ela apareceu no mundo:
a Aurora que precedeu o Sol da Justiça e Redentor da Humanidade.
Nossa Senhora, rogai por nós!

Consagração dos filhos a Nossa Senhora


Ó boa Mãe, três vezes admirável, tu que és a Mãe do Filho de Deus e que adotaste a nós como teus filhos, compreendes muito bem quão sublime, grandiosa e bela é a missão que nos foi confiada como pais de família. Nas nossas mãos, Deus colocou o futuro da Igreja e da sociedade. A nós deu o poder de colaborar com Ele na criação, educação e formação dos homens de amanhã.
Cientes de nossa responsabilidade e conhecendo a realidade da vida, sentimo-nos incapazes de, por nós próprios, realizar a grande missão que nos foi confiada.
Por isso, Mãe, cheios de confiança, ajoelhamo-nos diante de ti, para confiar-te e consagrar-te os nossos filhos. Tu bem sabes a quantos perigos eles estão expostos e como o mundo e o demônio os perseguem, querendo destruir neles a sua dignidade de filhos de Deus e lançá-los na lama do pecado! Mãe, suplicamos-te humildemente: vem em auxílio dos nossos filhos e revela nestes a tua admirável arte de educar! Acolhe-os no teu bondoso coração, assiste-os e ampara-os em todas as dificuldades, sobretudo nas horas de tentação. Conserva-os puros e ensina-lhes a lutar sempre pelo bem. Estende-lhes a tua mão e guia-os para Deus.
Afasta-os das más companhias e livra-os de todo o mal. Guarda neles a graça santificante que receberam no batismo e não permitais que venham ofender Deus pelo pecado grave.
Querida Mãe, zela por nossos lares e por nossos filhos. Cuida que jamais nos falte o pão material e o alimento espiritual. Fazei crescer em todos nós a fé, a esperança e a caridade. Suscita entre nós costumes cristãos, de oração, prática de boas obras e espírito de sacrifício. Ajuda-nos a ter sempre atitudes cristãs, de caridade fraterna, perdão mútuo e solidariedade. Sê tu a Mãe e educadora dos nossos filhos. Que eles vivam realmente como filhos de Deus. Encaminha-os na vocação que o Pai Celeste previu para eles desde a eternidade. Guia-os pela vida e acompanha-os na hora da morte.
Ajuda-nos, Mãe, para que nós, pais, sejamos para os nossos filhos verdadeiras imagens de Deus, a fim de que eles encontrem em nós todo apoio, amor, segurança e compreensão de que necessitam.
Vem, fica conosco no nosso lar. Torna-o semelhante ao lar de Nazaré, onde reine sempre a paz, a união, a alegria e o amor. Amém. (fonte: Canção Nova)

Confiança em Maria


Estejamos confiantes, sempre confiantes, quando invocarmos a Maria. “Ó Virgem fidelíssima – diz Santo Efrém – não temos, nem podemos ter confiança senão em Vós. Se nos abandonardes, que será de nós?” E São Germano põe as seguintes palavras nos lábios de Nossa Senhora: “Eu sou o grande hospital para os enfermos do pecado. Sou a fonte perene da saúde, a ruína do demônio, cidade do refúgio para os que a mim percorrem. Chegai-vos, hauri em mim, com fé, toda abundância das graças”.
Santo Ildefonso, outra voz autorizada, assim se dirige à Virgem: “A Divina Majestade resolver confiar às tuas mãos, ó Maria, todas as graças que determinou conceder-nos”.
Não é, pois, Maria a mediadora de todas as graças? Confiemos muito na sua proteção. Nas tristezas do exílio, desamparados das criaturas que nos desprezam, de nós se esquecem e nos ferem o coração, só Maria Santíssima, só Ela, Mãe carinhosa, não nos abandona! Confiança, confiança em Maria!
“Por que recearmos – escreve São Bernardo – de nos aproximar de Maria? Somos fracos? Ela se mostra doce e suave aos mais pobres e miseráveis. A todos abre o seio da sua Misericórdia. Ao prisioneiro dá liberdade, ao doente, saúde, ao pecador, perdão, ao justo a graça. Ninguém se pode subtrair ao império da sua Misericórdia. Podemos desconfiar ainda, sem a ofender?”
Oh! Hei de bradar sempre: “Maria! Maria” Confio em Vós!”
Trecho retirado do livro: O Breviário da Confiança

Maria é a mulher que na fé venceu todas as barreiras e foi coroada no Céu



Há um livro que nos ensina a viver como Maria: “Imitação de Maria”. São tantas as virtudes da Virgem Maria, que não basta um artigo para descrevê-las. Maria é Aquela que “achou graça diante do Senhor”, a cheia de graça divina: “Entrando o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28).
Por ter sido escolhida por Deus, desde toda a eternidade, para ser a Mãe do Seu Filho encarnado, a Virgem Maria foi concebida sem pecado original e foi assunta ao Céu de corpo e alma. São Luiz de Montfort disse que “Deus reuniu todas as águas e deu o nome de mar; reuniu todas as graças e deu o nome de Maria”. Ela é Mãe de Deus: “Donde me vem esta honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 43), proclama Isabel, cheia do Espírito Santo.
A primeira lição que a Virgem nos dá é a da entrega absoluta de sua vida a Deus, na fé: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Maria é a mulher que faz a vontade de Deus. Ela não pensou em nada, em si mesma, quando o Anjo anunciou a encarnação do Verbo. Com esta sua doação total ela fere a cabeça do demônio (Gn 3,15) e começa a devastar o seu reino de morte, que será destruído totalmente pelo seu Filho Jesus. Imitemos Maria na entrega de nossa vida a Deus, sem medo dos problemas e das preocupações, na certeza de que Deus cuida de nós como cuidou dela.
Maria é a mais humilde serva do Senhor. Foi sua humildade que atraiu sobre ela os olhos de Deus. “Ele olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1,48). Santo Irineu disse que Maria, com sua humildade e obediência, desatou o nó da desobediência de Eva. Ela é para nós, modelo e exemplo de humildade, a virtude mais importante. “Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (1 Pe 5,5). Ela é a mulher que mais poderia fazer exigências de glória e de elogios; é a Mãe do Messias salvador, mas se esconde, e se põe a servir.
E, como Deus exalta os humildes, ela cantou: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1, 48). Imitemos a humildade de Maria, no escondimento, fugindo das glórias e honras humanas, sem querer aparecer e receber elogios e aplausos. Que a nossa glória venha só de Deus. Como disse Santa Catarina de Sena: “Não sejamos ladrões da glória de Deus”. O Salmista disse: “Não a nós Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai glória” (Sl 113,9 ou 115,1 – hebraico).
Deus realizou maravilhas em Maria, fez dela o primeiro Sacrário da Terra, o primeiro templo de Cristo. “Realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é Santo” (Lc 1,49). E pode fazer também maravilhas em nós, se imitarmos a humildade, fé, abandono e o desprendimento de Maria. Quantos imitaram Maria e fizeram maravilhas para Deus! Seu único apego era Jesus, nada mais. Quando o perdeu em Jerusalém, ficou aflita: “Meu filho, por que fizestes isso, teu pai e eu estávamos aflitos” (Lc 3,48).
Deus é a alegria e o júbilo de Maria. Que seja também o nosso: “Minha alma glorifica o Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador” (Lc 1,1). Que nossa alegria seja estar perto de Deus, ter Deus como Tudo em nossa vida. “Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos. O Senhor está perto…” (Fil 4,4).
Maria é a mulher toda pura, Virgem perpétua, diz o Catecismo (n. 499). “Virgem antes, durante, e depois do parto”, diz Santo Agostinho. Ela é a mãe da pureza e da castidade. Neste mundo enlameado de tanta pornografia, homossexualidade, adultério, fornicação, orgias e coisas semelhantes, a Virgem Maria continua sendo um baluarte da pureza e santidade. Recorramos a ela e imitemos sua pureza para agradar a Deus.
Maria é modelo de mansidão e misericórdia. Mesmo vendo seu Filho divino, santo, ser massacrado pelos criminosos, não levantou a voz para amaldiçoa-los. Apenas entregava Seu Filho à Justiça divina em seu holocausto sangrento. Por isso, Ela é modelo de fé. Mesmo na maior dor, quando a espada de Simeão penetrou seu coração até o fundo, ela não se desesperou, confiou em Deus que de todo mal sabe tirar o bem (cf. Rom 8,28). E entregou-se nas mãos de Deus na hora de sua compaixão diante da paixão de Jesus. Estava de pé aos pés da Sua Cruz, para receber de Jesus cada um de nós como filho seu. “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’” (Jo 19, 26-27).
Se Jesus é o “Homem das dores”, como disse Isaías, Nossa Senhora é a “Mulher das dores”. Desde o início de sua vida, ouviu esta dura sentença do profeta: “E uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2, 35). Esta espada a acompanhou durante toda a vida. Nos primeiros dias de vida de Jesus teve de fugir para o Egito (Nossa Senhora do desterro!); atravessando o deserto do Sinai com uma criancinha recém nascida… Um dia perdeu Seu Jesus em Jerusalém e experimentou a aflição por três dias. No caminho do Calvário o encontrou flagelado, coroado de espinhos, carregando uma cruz onde o verá ser crucificado, levantado por três horas na agonia da morte. Que mulher forte! Ela o recebe destruído em seus braços; nem mesmo o pode velar porque era a véspera do Sábado sagrado dos judeus. O sepulta às pressas… e vive a dor da solidão e da saudade! (Nossa Senhora da Soledade!)
Uma lança transpassou o coração do Cristo na Cruz. Uma espada de dor transpassou o coração de Maria no Calvário! (Nossa Senhora do Calvário). Ela nos ensina a sofrer na fé, sem desespero, certa de que “Deus não perde batalhas”. Depois da morte de Jesus, o viu ressuscitado, recebeu o Espírito Santo com os Apóstolos e se tornou Mãe da Igreja. Peçamos a Ela que nos faça pacientes e fervorosos diante dos mais dolorosos sofrimentos de nossa vida, sem nunca desanimar.
Maria é a mulher que serve, diligente. Tão logo recebeu a visita do Anjo e a notícia de que a velha parenta Santa Isabel estava grávida, deixou Nazaré e foi a casa de Isabel, em Ain Karen, para prestar-lhes seus serviços, até que a idosa prima desse a luz. Nas bodas de Caná, ela percebeu o constrangimento do casal. “Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles não tem mais vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. Disse então sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser” (Jo 2, 3-5). E Jesus fez o milagre antes da hora. Ela confia no Seu Filho, sabe que Ele vai fazer alguma coisa. Que nós tenhamos esse mesmo espírito serviçal de Maria, de fé, e de compaixão pelos que estão em dificuldade.
Maria é o exemplo de discípula, que aprende com o Mestre e medita Suas palavras. Por isto, como doce discípula Maria “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2, 19.51). Meditava e as guardava!
Maria é a mulher que na fé venceu todas as barreiras e foi coroada no Céu: “Apareceu em seguida um grande sinal no Céu: uma Mulher revestida de sol, a Lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12, 1). O Apocalipse descreve que esta mulher “estava grávida e (…) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações…” (Ap 12, 2.5). “Os justos resplandecerão como o sol” (Mt 13, 43). Como Maria.
Prof. Felipe Aquino

Consagre-se a Maria



Consagre-se a Maria todos os dias
O mais lindo título com que os nossos irmãos da Igreja oriental saúdam Nossa
Senhora é Santa Mãe de Deus. Há quem diga que “Santa Maria”, a segunda
parte da oração ave-maria, é uma invenção da Igreja. Chegam até a dizer que
nem se deve rezá-la. Posso afirmar, porém, que é uma bem-aventurada “invenção”
da Igreja. Mas entenda bem o sentido que quero dar à palavra “invenção”.
Você não acha linda a invenção do rádio? A invenção da televisão? A descoberta
da cirurgia do coração? Quanta gente já estaria fatalmente morta se não tivessem
sido descobertos todos os procedimentos da cirurgia do coração e se não inventassem
os aparelhos adequados para realizá-la? Pode-se dizer: santas invenções! Até mesmo
a invenção da penicilina e de todos os antibióticos…
Consagre-se a Maria todos os dias

O que aconteceu? Nestório, patriarca de Constantinopla, afirmava
que Maria Santíssima não era Mãe de Deus, mas somente mãe da
pessoa humana de Jesus Cristo. No Concílio de Éfeso, a maternidade
da Santíssima Virgem e a unidade das duas naturezas numa só pessoa
em Jesus Cristo foram definitivamente proclamadas: Jesus Deus e
homem. São Cirilo, bispo de Alexandria e presidente do Concílio de
Éfeso, defendeu essa verdade no cristianismo contra as investidas
dos hereges no ano 431.
No dia do encerramento do Concílio, foi lido o decreto Dogma
da Maternidade Divina de Maria Santíssima. O papa Celestino I,
que estava presente, emocionado e com lágrimas nos olhos,
ajoelhou-se e respeitosamente saudou Nossa Senhora assim:
“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e
na hora da nossa morte. Amém!”
Todo Concílio ouviu e respondeu com um grande “Amém!”
Essa foi a origem da segunda parte da ave-maria. Foi ou não uma
linda invenção? Ao anoitecer, levaram o resultado ao povo. Assim
que todo ele tomou conhecimento da conclusão do Concílio, saiu
em procissão com velas, com tochas, pela cidade de Éfeso. O que
mais o povo proclamou naquela noite foi: “Santa Maria, Mãe de
Deus, rogai por nós pecadores, agora, e na hora da nossa morte”.
Nunca mais deixou de unir a primeira parte da ave-maria à segunda.
Fui para o seminário muito menino, com treze anos, pois naquele
tempo o costume era esse. Ao chegar, deparei-me com aquela vida
de pureza, justa, vivida com a insistência que era necessária para
que vivêssemos assim. Mas, infelizmente, tinha
trazido todas as consequências da minha infância de menino da periferia de São Paulo.
Graças a Deus, tinha uma boa família, mas ao lado da minha casa, do meu colégio,
havia muitos meninos com quem aprendi coisa errada. E para o seminário eu fui,
assim, com muita bobagem na cabeça.
Tinha uma dificuldade enorme de viver a pureza, e não fazia por maldade, era fraqueza
mesmo. Quando o meu diretor, observando minha sinceridade ainda naquele primeiro
 ano, disse-me: “Consagre-se a Nossa Senhora e todos os dias, antes de se deitar,
ao pé de sua cama, reze três ave-marias e você vai ver como ela lhe dará a vitória”.
Com aquela simplicidade de menino – mas menino que queria vencer e não tinha
forças –, eu fiz do jeitinho que o meu diretor falou. Dou graças a Deus: com treze
anos, eu me consagrei a Nossa Senhora.
Eu não sabia dessa frase que, depois, João Paulo II iria usar: Totus Tuus, que
quer dizer: Todo Teu. Mas, mesmo sem saber, eu havia me consagrado todo a ela,
na minha simplicidade de criança. Comecei, a partir daquele dia – todas as noites,
antes de me deitar – a rezar três ave-marias.
Foi como se passasse, primeiramente, um escovão na minha vida. Depois um pano
úmido para limpar tudo. “Aquelas coisas” desapareceram. Durante um tempo longo.
Só bem mais tarde, quando entrei numa época de crise, é que essas coisas voltaram
a me atacar. Mas, durante todo aquele tempo de menino no seminário, de adolescente,
de jovem, nada mais daquilo me atingiu.
Não foi por merecimento e nem por minha força, não! Eu pude experimentar,
ainda menino, a eficácia daquilo que o meu diretor falou. Hoje, é o que temos de
dizer a todos aqueles que querem lutar e vencer. A todos aqueles que se sentem
sozinhos e não são capazes de vencer. Eu digo a você: não deixe para depois.
Faça isso hoje. Faça como João Paulo II fez: Totus tuus – sou Todo teu. Vai ser
como um nome novo que assumimos: “Todo teu”.
Consagre-se a ela. Hoje, consagrar-se é justamente colocar-se ao seu lado e entregar-se
a ela. Ser como uma criança que se confia ao coração dela, que se joga em seus
braços, que se põe debaixo de seu manto. Como uma criança assustada, como um
menino necessitado que vem correndo para a mãe, que se atira no colo, que se
joga no coração dela, que se põe debaixo do manto. Uma criança guardada, protegida.
Que vence sob o manto dela.
Tenha a certeza de que vencerá! Eu aprendi, graças a Deus, ainda muito cedo:
realmente ela é a Auxiliadora dos Cristãos. A vitoriosa das batalhas de Deus. Na
sua luta pessoal contra o pecado, na sua luta para ser cidadão do Céu, para imunizar-se
de todo pecado, você precisa dela como a sua Mãe, sua protetora, sua advogada.
Monsenhor Jonas Abib
Trecho retirado do livro: Maria, mulher do Gênesis ao Apocalipse

Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...