segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A alegria Cristã


Há umas palavras muito bonitas no livro de Neemias, que se leem com frequência na Liturgia das Horas: A alegria do Senhor será a vossa força (Ne 8, 10). Jesus nos fala dessa “alegria do Senhor”, a garante e a potencia infinitamente com a sua Ressurreição e com a graça do Espírito Santo: Hei de ver-vos outra vez [quando aparecer ressuscitado], e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria (Jo 16,23; cf. Jo 20,20 e Gl 5,22).
A tristeza enfraquece-nos, a nós e aos que nos cercam. Debilita o ânimo, amolece as forças e desperta o mau humor. Uma pessoa triste cria um ambiente soturno. Já dizia, no século II, um dos mais antigos escritores cristãos: <<Afasta de ti a tristeza. Não entendes que a tristeza é pior do qualquer outro estado de ânimo, que é a coisa que mais desanima e que repele o Espírito Santo? Uma pessoa alegre pratica o bem, gosta das coisas boas e agrada a Deus. O triste, pelo contrário, sempre age errado>> (Pastor de Hermas, Mand. 10,1.1; 3.1).
A alegria, antítese da tristeza, enche-nos de vitalidade e levanta o ânimo dos outros. É dinâmica. Pode-se dizer que uma pessoa alegre faz sair o sol em qualquer lugar onde se encontra.
Mas, talvez nos perguntemos: “É possível a alegria como um bem estável da alma, como algo permanente? Não é, na realidade, como um vagalume, uma luzinha efêmera que só pisca de vez em quando e por uns instantes na escuridão?”
Deus nos responde que não.
– Lembremos as palavras já citadas de Jesus na Última Ceia: Vós, sem dúvida, agora estais tristes. Mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a nossa alegria (Jo 16,22).
– Ouçamos o que diz São Paulo aos que acabavam de abraçar a fé cristã: Nós estamos sempre contentes! (2Cor 6,10).
– Escutemos o “mandamento da alegria” de São Paulo aos filipenses: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!… O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma! (Fl 4, 4-6).
Será possível essa alegria?
Essa é a pergunta que se fazia Bento XVI, ao iniciar, com uma meditação, Sínodo dos Bispos de 2005. Acabavam de lidar, na Liturgia da Hora Terça, as palavras com que Paulo termina sua segunda carta aos Coríntios: Por fim, irmãos, vivei com alegria…, animai-vos…, vivei em paz. E o Deus do amor e da paz estará convosco (2Cor 13,11). O Papa fez o seguinte comentário:
<<É possível ordenar, manda desta forma a alegria? A alegria, poderíamos dizer, vem ou não vem, mas não pode ser imposta como um dever. Neste ponto, ajuda-nos a pensar o texto mais conhecido sobre a alegria das cartas paulinas: Alegrai-vos sempre no Senhor. O Senhor está perto” [refere-se a Fl 4,4, acima citado}.
>>Se a pessoa amada, se o amor, o maior dom da minha vida, estiver próximo de mim, se eu puder ter a certeza de que aquele que me ama – Deus – está perto de mim também nos momentos de tribulação, então poderá manter-se firme no meu coração uma alegria maior do que todos os sofrimentos>> (Meditação, 3/10/2005).
No mesmo sentido, o Papa Francisco afirma, com a leveza jovial de quem habitualmente está de bom humor: <<A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus […]. O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria […] Reconheço que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal que, não obstante as aparências contrárias, somos infinitamente amados>> (Encíclica Evangelii Gaudium nn. 1.5.6).
Amor e Alegria
Deus nos ama. Somos seus filhos muito amados (Ef 5,1). Ele está sempre perto de nós. Nós é que podemos afasta-nos dele, e então a tristeza baixa ao coração. Como dizia São Josemaria [não se referia, como é lógico, à tristeza sem culpa, patológica, que procede da depressão]: <<A alegria é um bem cristão. Só desaparece com a ofensa a Deus, porque o pecado é fruto do egoísmo e o egoísmo é causa de tristeza>> (Caminho, n. 662).
Quer dizer que, para estarmos alegres e alegrar os demais, é preciso que aumente o nosso amor a Deus – a nossa vida de oração, o nosso amor à Eucaristia, a nossa mortificação por amor, a nossa luta pelas virtudes -, e que vençamos o egoísmo, correspondendo generosamente ao amor que o Espírito Santo derrama em nossos corações (cf. Rm 5,5 e Gl 5,22).
O Bom Humor
Quem tem alegria, tem bom humor. <<Onde quer que a alegria esteja ausente, onde quer que desapareça o sendo de humor, com certeza ali não estará o espírito de Jesus>> (J. Ratzinger, Princípios teológicos). Não se trata do humorismo sarcástico, irônico, que agride e humilha os outros. Mas do bom humo amável, que faz bem como um bálsamo que suaviza as asperezas da vida.
Como andamos de bom humo lá e casa? E no ambiente de trabalho, entre colegas e amigo? E, em geral, com todas as pessoas com quem temos contato, mesmo que seja ocasional? Ficamos de cara fechada, com reações bruscas, queixas, gestos antipáticos e respostas ríspidas? Ou temos uma amabilidade sorridente, como a de Cristo ressuscitado, que só com a sua presença fazia brotar a alegria: Alegraram-se os discípulos ao ver o Senhor (Jo 20,20)?
O Papa Francisco, usando uma expressão popular, tem repetido que o cristão não pode ter <<cara de vinagre>>. Se tivermos vinagre no coração precisamos limpá-lo e enxuga-lo bem, sobretudo melhorando a nossa oração, como dizia Santo Agostinho e o Papa Bento XVI recordava na sua encíclica sobre a esperança (Spe salvi, n.33).
Quem é que tem vinagre no coração? Aquele que vive como descrevem estas palavras: <<Não és feliz porque ficas ruminando tudo como se sempre fosse tu o centro: é que te dói o estômago, é que te cansas, é que te disseram isto ou aquilo… – Já experimentaste pensar nEle e, por Ele, nos outros?>> (Sulco, n. 74).
Quem limpa o vinagre? Aquele que descobriu o que se lê em outro pensamento do mesmo livro: <<Talvez ontem fosses uma dessas pessoas amarguradas nos seus sonhos, decepcionadas nas suas ambições humanas. Hoje, desde que Ele entrou na tua vida – obrigado, meu Deus! -, ris e cantas e levas o sorriso, o Amor e a felicidade aonde quer que vás>> (n. 81).
As almas cristãs, sobretudo os santos, nos dão exemplos maravilhosos desse bom humor que procede da caridade e da luta espiritual. Não considere os exemplos que vou mencionar a seguir como legendas áureas, dignas de admiração e impossíveis de imitar; mas como mensagens de Deus que batem no seu coração, e lhe dizem: “E você…, como vive a alegria diante das situações difíceis?”.
Alguns exemplos de Santos
– São Filipe Neri, Pippo il buono, que muitos veneravam como santo ainda em vida, às vezes “se fazia de louco” com palhaçadas ingênuas e até grotescas, <<para sabotar em si – como diz um escritor – a tentação do orgulho, pois o riso, às custas de si mesmo, libera do inchaço da vaidade e atrai alegremente todos para Deus>>. Como é bom saber rir de si mesmo, sem dar importância aos nossos “méritos”, nem aos nossos “dramas” e “tragédias” cotidianos.
– São Josemaria Escrivá referiu certa vez o que lhe aconteceu quando ainda era um jovem padre. Por causa de uma contrariedade forte, <<irritei-me… e depois me irritei por ter-me irritado>>. Nesse estado de ânimo, indo pelas ruas de Madrid, passou por uma daquelas máquinas que faziam seis fotografias rápidas por quatro tostões, e Deus lhe inspirou uma ideia. Entrou na cabine e tirou as fotografias. Dizia que olhou para elas, e <<estava engraçadíssima com a cara de irritação!>>, rasgou cinco fotos e guardou a sexta na carteira durante um certo tempo. <<De vez em quando – comentava -, olhava-a para ver a cara de irritação: “Que bobo!”, dizia para mim>>.
– É célebre o impressionante exemplo de humor de São Thomas More, chanceler da Inglaterra, quando ia ser decapitado por ter-se oposto a aderir ao cisma religioso provocado pelo rei Henrique VIII. Quando inclinava a cabeça sobre o talho, olhou para o carrasco e disse-lhe: <<Ânimo, rapaz! Não tenhas medo de cumprir o teu dever. O meu pescoço é muito curto. Cuida, pois de não cortá-lo de lado, para que não fique abalado o teu prestígio>>. E depois acrescentou: <<Deixa-me ajeitar a barba, não aconteça que também a cortes. Ela nada tem nada a ver com isso>>.
Um precedente muito antigo de Sir Thomas é o do diácono de Roma São Lourenço, martirizado no ano de 285. Segundo conta Santo Ambrósio, foi queimado a fogo lento, deitado numa grelha. Brincado com os verdugos, disse em certo momento: “Este lado já está assado, podem virar-me para o outro”.
Após refletir sobre esses exemplos – quatro entre muitos – talvez seja bom terminar este capítulo transcrevendo uma oração “para pedir o bom humor” composta por São Thomas More. Diz-se que a rezava todos os dias:
– <<Dai-me, Senhor a saúde do corpo e, com ela, o bom senso para conservá-la o melhor possível. Dai-me, Senhor, uma boa digestão e também algo para digerir. Dai-me uma alma santa, Senhor, que mantenha diante dos meus olhos tudo o que é bom e puro. Dai-me uma alma afastada do tédio e da tristeza, que não conheça os resmungos, as caras fechadas, nem os suspiros melancólicos… E não permitais que essa coisa que se chama o “eu”, e que sempre tende a dilatar-se, me preocupe demasiado. Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Dai-me a graça de compreender uma piada, uma brincadeira, para conseguir um pouco de felicidade e para dá-la de presente aos outros. Amém>>.
Trecho retirado do livro: Tornar a Vida Amável, Francisco Faus

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

E vós, quem dizeis que eu sou?



Nova aliança entre a casa de Israel e a casa de Juda
(Livro do Profeta Jeremias 31,31-34)
“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a força sobre eles, diz o Senhor.
Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, diz o Senhor: imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo. Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor!’; todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.

“E vós, quem dizeis que eu sou?”  (Mt 16,13-23)

Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
Meditação....
Jesus vai elogiar e exaltar aquilo que Pedro está dizendo: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (cf. Mateus 16,17-18).
Veja que beleza! Aquilo que veio do coração de Deus não é uma coisa humana, foi Pedro quem realmente percebeu e deixou-se modelar, deixou que a inspiração divina lhe mostrasse quem era Cristo. Por isso, ele proclamou, do fundo de seu coração, o que via na presença de Cristo. Outros viam as graças, os milagres e as curas, mas não reconheciam Jesus ainda como o Messias. Reconheciam n’Ele um grande profeta, um Elias, um João Batista, um enviado de Deus.
Pedro está dizendo a coisa mais certa, está reconhecendo realmente a identidade de Jesus: “Ele é o enviado! Ele é o Cristo! Ele é o Messias!”. Pedro fala isso no Espírito, porém, acontece um problema, porque Jesus proclama tudo isso, exalta Pedro, o Espírito que está nele [Pedro], mas fala: “Não diga isso a ninguém, porque o Filho do Homem vai sofrer, passar por muitos constrangimentos, será entregue nas mãos dos homens e morrerá por causa da nossa salvação”.
Pedro repreende: “Não! Isso jamais vai acontecer com o Senhor!”. Jesus dá uma outra resposta: “Afasta-te de mim satanás, porque esses seus pensamentos não são de Deus. Agora esses seus pensamentos são da carne”.
Veja que, no mesmo Pedro, há a ação do Espírito e da carne, há a ação daquilo que é de Deus e vem d’Ele, mas também aquilo que não é do Senhor, que vem do próprio humano de Pedro, daquilo que é a sua carne humana. Porque a nossa carne e o nosso sentimento humano não querem saber de sofrimentos, querem rejeitar qualquer forma de cruz e sofrimento.
Permita-me dizer a você: graças a Deus, muito do que fazemos e falamos, muito do que levamos aos outros, é de Deus, e Ele age em nós e por meio de nós.
Assim como Pedro, em nós também há muito do “carnal” e humano. Muitas vezes, eles [carnal e humano] se misturam com o diabólico e aquilo que sai de nós, mas não vem de Deus. Quando Jesus diz: “Afasta-te de mim!”, é para Pedro afastar o que é diabólico, o que é puramente humano e não tem a mistura da graça de Deus, a direção da graça d’Ele naquilo que se fala.
Somos e procuramos ser discípulos do Senhor, procuramos fazer a Sua vontade , temos de ter discernimento do Espírito e da graça, para que não façamos as coisas por mais inspiradas e bonitas que sejam, apenas no nosso humano, no nosso carnal e na nossa vontade.
É preciso recorrer à graça divina, para que aquilo que façamos seja realmente de Deus e inspiração divina em nós.
Que Deus nos ajude a não vivermos da carne e guiados por ela, mas que nos abramos à graça do Espírito, para que ele mesmo aja em nós e nos ensine a fazer a vontade do Senhor!


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Condições espirituais necessárias para receber a Eucaristia


Aprenda algumas orientações importantes para receber a Eucaristia

Muitos, antes de receberem a Eucaristia, já se perguntaram: “Tenho eu as condições espirituais necessárias para receber a Eucaristia?”. Ao nos aproximarmos para receber a Santa Comunhão, é necessário que haja, em nossa alma, uma pré-disposição interior para tal graça a ser acolhida em nosso interior. O Concílio Ecumênico de Trento prescreve que a Eucaristia seja proposta aos fiéis “como antídoto, que nos liberta das culpas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais”.
Todo antídoto tem por finalidade combater algum tipo de veneno mortal. Na vida cristã, o veneno que pode nos fazer morrer espiritualmente é o pecado. Portanto, cada um deve examinar a si mesmo, sua vida e consciência, acerca dos pecados cometidos e verificar se não há pecados graves que necessitem ser confessados. Caso não haja a oportunidade de confessar-se, desde que haja um motivo grave para tal, deve-se fazer um ato de contrição, que inclua o propósito de confessar-se o quanto antes.

Ao aproximar-se da sagrada mesa eucarística, é necessário que o fiel tenha consciência e discernimento pleno do seu ato. Não é raro pessoas comungarem sem as devidas condições espirituais. Em todo caso, que cada um examine a si mesmo.
A comunhão eucarística é para os pecadores, já que os santos não precisam comungar por estarem na plenitude da graça. No entanto, mesmo a Eucaristia tendo como destinatário pessoas pecadoras, é preciso que haja o discernimento necessário para recebê-la ativa, consciente e frutuosamente.

Hoje, vivemos em uma sociedade religiosa dos extremos! Para algumas pessoas, nada mais é pecado. Tudo está liberado! Tudo é permitido! Há ainda um outro grupo de pessoas que consideram tudo pecado. São dois extremos perigosos. É preciso o justo equilíbrio.
Uma das maneiras de demonstrarmos reverência à Sagrada Eucaristia é nos aproximarmos para recebê-la em estado de graça, livres de todos os pecados mortais.
Dentre as inúmeras condições espirituais necessárias para receber a Eucaristia, a nossa reverência e como nos aproximamos da santa comunhão também se revestem de outras atitudes, como o modo que nos vestimos, nosso caminhar, nossa participação ativa e consciente nos ritos litúrgicos do Sacrifício da Missa.

Importante também é o fiel, após comungar, fazer a sua ação de graças no momento propício, que é o silêncio após o canto de comunhão. Aquele momento não é apenas um espaço isolado dentro da liturgia eucarística, mas sim um tempo oportuno que convida à intimidade com o Senhor Jesus Cristo, que em nós faz sua morada.

Ao celebrarmos bem cada momento da liturgia do Santo Sacrifício da Missa, estaremos, desde o seu início, preparando-nos adequadamente para receber a comunhão eucarística com todos os frutos espirituais que em nós deseja se realizar plenamente.

terça-feira, 5 de julho de 2016

As promessas de Nossa Senhora a quem reza o Rosário


Nossa Senhora faz promessas a quem reza o Rosário

“O terço é a minha oração predileta. A todos exorto cordialmente que o rezem.” (João Paulo II)
Nossa Senhora, em suas aparições, pediu que rezássemos o Rosário e confiou valiosas promessas a São Domingos e ao bem-aventurado Alan de La Roche.
Primeira promessa
“Todos os que rezarem o meu Rosário, com constância, receberão graças especiais.”
Segunda promessa 
“Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças.”
Terceira promessa 
“Os devotos do meu Rosário serão dotados de uma armadura poderosa contra o inferno, pois conseguirão destruir o vício, o pecado e as heresias.”
Quarta promessa 
“Aos que rezarem devotamente o meu Rosário, prometo minha especial proteção e as grandes graças.”
Quinta promessa 
“Toda alma que recorre a mim, por meio da oração do Rosário, jamais será condenada.”
Sexta promessa 
“Todo aquele que rezar devotamente o Rosário e aplicar-se na contemplação dos mistérios da redenção não será atingido por desgraças; não será objeto da justiça divina por meio de castigos e não morrerá impenitente. Se for justo, permanecerá como tal até a morte.”
Sétima promessa 
“Os que realmente se devotarem à prática da oração do Rosário, não morrerão sem receber os sacramentos.”
Oitava promessa
“Todos aqueles que rezarem com fidelidade o meu Rosário terão, durante a vida e no instante da morte, a plenitude das graças e serão favorecidos com os méritos dos santos.”
Nona promessa 
“Os devotos do meu Santo Rosário que forem para o Purgatório, eu os libertarei no mesmo dia.”
Décima promessa 
“Os devotos do meu Rosário terão grande glória no céu.”
Décima primeira promessa 
“Tudo o que os meus fiéis devotos pedirem, por meio do meu Rosário, será concedido a eles.”
Décima segunda promessa 
“Aos missionários do meu Santo Rosário prometo o meu auxílio em todas as suas necessidades.”
Décima terceira promessa 
“Para todos os devotos do meu Rosário, consegui de meu Filho a intercessão de toda a corte celeste na vida e na morte.”
Décima quarta promessa 
“Todos os que rezam o meu Rosário são meus filhos e irmãos de Jesus, meu Unigênito.”
Décima quinta promessa 
“A devoção ao meu Rosário é grande sinal de predestinação*.”
*predestinados à salvação
Oração a Nossa Senhora do Rosário

Nossa Senhora do Rosário, intercedei em favor de todos os filhos de Deus para que, pela oração do Santo Rosário, meditando os santos mistérios do nascimento, da vida, morte e ressurreição de Jesus, com a recitação das Ave-Marias, possamos, como discípulos de teu Filho, proclamar a Boa Nova do Reino do Pai; vencer todos os males e todos os pecados, e chegar um dia, pela Paixão e cruz de Cristo, à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 
Amém.
Fonte - Canção Nova.

Como relacionar-se com Nossa Senhora no dia a dia


A presença de Nossa Senhora se revela em nosso dia a dia

Cada paróquia no Brasil tem um título de Nossa Senhora, que ganha destaque na comunidade local. Quando se aproxima a festa relacionada a esse título mariano, a paróquia se mobiliza, faz novena, quermesse e celebra muito a festividade. Mas Nossa Senhora só está presente em nossa vida nesses momentos particulares? Somos fiéis devotos dela, mas só pedimos sua interseção nas Missas celebrativas ou quando estamos com problemas a resolver? Não é esse o desejo de Deus ao nos dar Maria como Mãe nem é o desejo dela ao nos assumir como filhos. Ela quer participar do nosso dia a dia, auxiliando-nos e fortalecendo-nos na caminhada até Deus.

Auxílio dos cristãos
São Bernardo nos ensina que “nos perigos, nas angústias e dúvidas devemos pensar em Maria, invocando-a”. São Boaventura afirma: “Jamais li que algum santo não tivesse sido devoto especial da Santíssima Virgem”. Na oração da Ladainha de Nossa Senhora, nós a chamamos de “auxílio dos cristãos”. Sim, ela o é! Nossa Senhora é Auxiliadora!
No Evangelho de João 19,26-27, vemos que “Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse a ela: ‘Mulher, eis o teu filho!’. Depois, disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe!’. A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu’”. O Papa Francisco, ao meditar essa leitura, fala-nos: “Temos uma Mãe que está conosco, que nos protege, acompanha e ajuda também nos tempos difíceis, nos maus momentos”.
Podemos encontrar um vasto conteúdo nos escritos dos Papas e Santos da Igreja, mostrando-nos a real maternidade de Maria; e a resposta de João às Palavras do Cristo na cruz nos mostra qual deve ser nossa postura ao acolher a Virgem Santa como Mãe: “A partir daquela hora, o discípulo a acolhe no que era seu”. Esse é o centro do relacionamento materno entre Maria e seus filhos, não somente crer na maternidade, mas trazer Nossa Senhora para perto, colocá-la a par dos acontecimentos e sentimentos que diariamente compõem nossa vida e, para isso, há um caminho eficaz: a oração.

Colo sublime
Seja o Rosário, o Ofício, a Ladainha ou uma jaculatória que invoca a proteção da Santíssima Virgem, seja um momento longo ou um breve elevar da alma até o colo sublime da Mãe de Deus, o certo é que devemos seguir o exemplo de João e trazer Maria para tudo o que nos pertence. Apresentar a Maria nossos conflitos e medos, nossas vitórias e projetos e tê-la como Mãe é encontrar nela uma companheira para o dia a dia.
Muitas vezes, durante o meu dia, elevo meu coração a Maria. Além de rezar o Santo Terço, vou me colocando nas mãos dela no decorrer das horas e dos fatos ocorridos. Quando estou realizando algum trabalho, para o qual não tenho muito domínio, vou pedindo a Maria que venha em meu auxílio. Quando vivo uma situação difícil, busco nela um apoio.

Mostra-te, Mãe
Na Carta Encíclica Adiutricem Populi, Papa Leão XIII fala de uma jaculatória simples, mas eficaz: “Mostra-te, Mãe”. Ele convida os cristãos a invocar Maria nos acontecimentos do dia e pedir sua presença ou seu conselho.
Maria, não somente quer nos acolher como filhos, como deseja nos acompanhar por toda nossa peregrinação aqui na terra rumo à morada eterna.

Nos acontecimentos duros da vida, nos momentos de solidão e dor, alegria e realização, clamemos essa simples oração que nos ensina o Santo Padre: “Mostra-te, Mãe”. Confiemos: aquela que acompanhou Jesus até o Calvário também nos acompanhara por todos caminhos.

(Fonte: Canção Nova - Paulo Ferreira - missionário.)



A devoção a Santa Virgem é necessária a todos os homens para conseguirem a salvação


http://consagrate.com/


Quando li o livro do Tratado da Verdadeira devoção a Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort, sobre a importância da Virgem Maria para a salvação de todos os homens, confesso que fiquei impressionado. Pensei logo naqueles que abandonaram essa devoção e me dei conta da real importância da Santíssima Maria na nossa vida. Então, concluí: isso precisa ser divulgado.

Assim, transcrevo aqui alguns textos para que possam ser mais amplamente conhecidos. Além disso, pretendem responder às duas perguntas abaixo:
– A devoção a Nossa Senhora é necessária para a salvação?
– Sem a devoção a Nossa Senhora podemos nos salvar?

Eis o que está escrito no referido livro de Montfort nos itens 40 a 42:

§ 1. A devoção a Santa Virgem é necessária a todos os homens para conseguirem a salvação.
40. O doutor e piedoso Suárez, da Companhia de Jesus, o sábio e devoto Justo Lípsio, doutor da universidade de Lovaina, entre outros, provaram incontestavelmente, apoiados na opinião dos Santos Padres, entre os quais, Santo Agostinho, Santo Efrém, diácono de Edessa, São Cirilo de Jerusalém, São Germano de Constantinopla, São João Damasco, Santo Anselmo, São Bernardo, São Bernardino, Santo Tomás e São Boaventura, que a devoção a Santíssima Virgem é necessária à salvação e também um sinal infalível de condenação – opinião do próprio Ecolampádio e outros hereges – não ter estima e amor a Santíssima Virgem. O contrário é indício certo de predestinação ser-lhe inteira e verdadeiramente devotado.

41.As figuras e palavras do Antigo e do Novo Testamento o provam; a opinião e os exemplos dos santos o confirmam; a razão e a experiência o ensinam e demonstram; o próprio demônio e seus asseclas, premidos pela força da verdade, viram-se muitas vezes constrangidos a confessá-lo, a seu pesar. De todas as passagens dos Santos Padres e doutores, que compilei para provar esta verdade, cito apenas uma, para não me alongar: Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá àqueles que quer salvar (São João Damasceno).

42. Eu poderia repetir aqui várias histórias que provam o que afirmo. Entre elas, destaco:
Aquela que vem narrada nas crônicas de São Francisco, em que se conta que o santo viu, em êxtase, uma escada enorme, em cujo topo, apoiado no céu, avultava a Santíssima Virgem. E o santo compreendeu que aquela escada ele devia subir para chegar ao céu.
Outra narrada nas crônicas de São Domingos: quando o santo pregava o rosário nas proximidades de Carcassona, quinze mil demônios, que possuíam a alma de um infeliz herege, foram obrigados, por ordem da Santíssima Virgem, a confessar muitas verdades grandes e consoladoras, referentes à devoção a Maria. E eles, para sua própria confusão, o fizeram com tanto ardor e clareza que não se pode ler essa autêntica narração e o panegírico, que o demônio, embora a contragosto, fez da devoção mariana, sem derramar lágrimas de alegria, ainda que pouco devoto se seja da Santíssima Virgem [Veja abaixo este texto com as respostas dos demônios] (São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira devoção a Santíssima Virgem, pág. 40-45. 31. ed. Vozes. Petrópolis, 2002).

Respostas dos demônios, mesmo contra a vontade deles (*)
Quando São Domingos estava pregando o Rosário perto de Carcassona, trouxeram à sua presença um albigense que estava possesso pelo demônio. Consta que mais de doze mil pessoas tinham vindo ouvi-lo pregar. Os demônios que possuíam esse infeliz foram obrigados a responder às perguntas de São Domingos, com muito constrangimento. Eles testemunharam que:
1 – Havia quinze mil deles no corpo desse pobre homem, porque ele atacou os quinze mistérios do Rosário;
2 – Continuaram a testemunhar que, quando São Domingos pregava o Rosário, impunha medo e horror nas profundezas do inferno e que ele era o homem que eles mais odiavam em todo o mundo; isso por causa das almas que ele arrancou dos demônios por intermédio da devoção do Santo Rosário; revelaram ainda várias outras coisas.

São Domingos colocou o seu Rosário em volta do pescoço do albigense e pediu que os demônios lhe dissessem a quem, de todos os santos nos céus eles mais temiam, e quem deveria ser, portanto, mais amado e reverenciado pelos homens. Nesse momento eles soltaram um gemido inexprimível no qual a maioria das pessoas caiu por terra desmaiando de medo e eles disseram:
Domingos, nós te imploramos, pela paixão de Jesus Cristo e pelos méritos de sua Mãe e de todos os santos, deixe-nos sair desse corpo sem que falemos mais, pois os anjos responderão sua pergunta a qualquer momento. São Domingos ajoelhou-se e rezou a Nossa Senhora para que ela forçasse os inimigos a proclamarem a verdade completa e nada mais que a verdade. Mal tinha terminado de rezar viu a Santíssima Virgem perto de si, rodeada por uma multidão de anjos. Ela bateu no homem possesso com um cajado de ouro que segurava e disse: Responda ao meu servo Domingos imediatamente. Então os demônios começaram a gritar:
Oh, vós, que sois nossa inimiga, nossa ruína e nossa destruição, porque desceste dos céus só para nos torturar tão cruelmente? Oh, Advogada dos pecadores, vós que os tirais das presas do inferno, vós que sois o caminho certeiro para os céus, devemos nós, para o nosso próprio pesar, dizer toda a verdade e confessar diante de todos quem é que é a causa de nossa vergonha e nossa ruína? Oh, pobres de nós, príncipes da escuridão: então, ouçam bem, vocês cristãos: a Mãe de Jesus Cristo é todo-poderosa e ela pode salvar seus servos de caírem no Inferno. Ela é o Sol que destrói a escuridão de nossa astúcia e sutileza. É ela que descobre nossos planos ocultos, quebra nossas armadilhas e faz com que nossas tentações fiquem inúteis e sem efeito. Nós temos que dizer, porém de maneira relutante, que nem sequer uma alma que realmente perseverou no seu serviço foi condenada conosco; um simples suspiro que ela oferece a Santíssima Trindade é mais precioso que todas as orações, desejos e aspirações de todos os santos.
Nós a tememos mais que todos os santos dos céus juntos e não temos nenhum sucesso com seus fiéis servos. Muitos cristãos que a invocam quando estão na hora da morte e que seriam condenados, de acordo com os nossos padrões ordinários, são salvos por sua intercessão. Oh, se pelo menos essa Maria (assim era na sua fúria como eles a chamaram) não tivesse se oposto aos nossos desígnios e esforços, teríamos conquistado a Igreja e a teríamos destruído há muito tempo atrás; e teríamos feito com que todas as Ordens da Igreja caíssem no erro e na desordem.
Agora, que somos forçados a falar, também lhe diremos isto: ninguém que persevera ao rezar o Rosário será condenado, porque ela obtém para seus servos a graça da verdadeira contrição por seus pecados e por meio dele, eles obtêm o perdão e a misericórdia de Deus.
(*) Fonte: www.deuspelaarte.com.br


Consagração A Nossa Senhora


A devoção a Nossa Senhora sempre fez parte do Cristianismo. Dom Nelson Francelino, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, afirma que “a devoção a Maria começou com o próprio Cristianismo”.
Em toda a história da Igreja, vemos que muitos santos tiveram grande amor a Mãe de Jesus e fervor ao culto a ela. São João Bosco dizia: “Maria Santíssima sempre me guiou”; Santo Antonino: “Se Maria é por nós, quem será conta nós?”; Santo Agostinho: “Tudo quanto pudermos dizer em louvor de Maria Santíssima é pouco em relação ao que merece por sua dignidade de Mãe de Deus”.
E poderíamos fazer aqui uma lista enorme dos vários santos e seus dizeres sobre a Virgem Maria.

Tratado da Verdadeira Devoção
Uma devoção em especial, apesar de ser antiga, ultimamente tem chamado a atenção de muitos jovens. É a consagração pelo Tratado a Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, escrito por São Luís Grignion de Monfort, santo que viveu de 31 de janeiro de 1673 a 28 de abril de 1716.
Um número cada vez maior de pessoas tem considerado essa devoção muito poderosa, capaz de produzir grandes frutos na alma da pessoa que a pratica; daí a grande repercussão.
Contudo, algumas pessoas veem muitos exageros na consagração pelo método do Tratado. Acham que há muito rigor e interpretam essa devoção como “desencarnada” ou “espiritualoide” – tipo de desvirtuamento da verdadeira espiritualidade, em que o indivíduo vive quase que totalmente desconsiderando que é humano, exige de si e dos outros uma “pseudo-perfeição”, cheia de escrúpulos.
Há mesmo tais exageros na consagração a Maria pelo Tratado? E o que causa essas objeções?
Não, não há exageros. A intenção de São Luís G. Monfort é apresentar uma fórmula diferenciada de consagração.
Talvez, alguns termos e frases usados nos escritos que, mal interpretados, levam as pessoas a terem objeções, medo da consagração.

Vejamos alguns exemplos:
– Há aqueles que dizem que o consagrado não pode pedir a Maria nem a Jesus nada para si mesmo. Entretanto, veja o que diz o Tratado: “Uma pessoa, que assim voluntariamente se consagrou e sacrificou a Jesus Cristo por Maria, já não pode dispor do valor de nenhuma de suas boas ações. Tudo o que sofre, tudo que pensa, diz e faz de bem pertence a Maria, para que ela de tudo disponha conforme a vontade e para maior glória de seu Filho, sem que, entretanto, esta dependência prejudique de modo algum as obrigações de estado no qual esteja presentemente, ou venha a estar no futuro: por exemplo, as obrigações de um sacerdote” (art. nº 123).
Perceba que o Tratado não cita que o consagrado não pode pedir nada para si mesmo, mas que Maria irá dispor dos méritos da oração, do sacrifício ou das boas obras dessa pessoa, como seu Filho Jesus bem quiser. Diz respeito a um ato de confiança, em que o consagrado crê que seus bens espirituais são melhor administrados por Nossa Senhora e Cristo Jesus, do que por ele mesmo.
Ora, não é algo parecido com isso que nos ensinam sobre a oração em línguas? “Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor” (Rm 8, 26), quando nós podemos pedir como nosso coração deseja, mas que o Espírito Santo pede melhor por nós.

Portanto, o consagrado pode pedir o que quiser, mas quem decidirá o que é melhor para ele será Jesus. Na verdade, na vida de todos nós já é assim, pois nós rezamos, mas quem decide quando recebemos e o tamanho da graça é o céu.
– Outro ponto polêmico é o termo: “Escravo de Nossa Senhora”.
Em nossos dias, a palavra “escravidão” não soa bem, mas, nos dias de São Luís G. Monfort, a realidade da escravatura era comum. Não estou querendo com isso amenizar as ‘barbáries’ do passado e de hoje para justificar essa devoção, todavia, não conseguiremos interpretar o verdadeiro sentido de “escravo”, como quis o autor, sem nos desfazermos do conceito moderno que temos.

Então, o que é ser escravo de Maria?
São Luís nos explica: “Há duas maneiras, aqui na terra, de alguém pertencer a outrem. São a simples servidão e a escravidão” (art. Nº 69).
O servo não dá tudo a seu patrão, exige salário, pode deixar o patrão quando quiser e não confia sua vida ao seu superior (cf. art. 71).
Já o escravo “põe sua pessoa na posse e dependência completa [de Maria]” (art. nº 72).
São Luís diz que: “Há três espécies de escravidão: por natureza, por constrangimento e por livre vontade. Por natureza, todas as criaturas são escravas de Deus (Sl 23, 1). Os demônios e os réprobos são escravos por constrangimento; e os justos e os santos o são por livre e espontânea vontade” (art. nº 70). É é essa última forma que o Tratado nos convida.
Que lindo quando uma pessoa usa de sua livre e espontânea vontade para assumir um compromisso de amor! Quanto mais a Nossa Senhora!
– Sobre as correntes e sinais exteriores.
O Tratado ainda propõe usar uma pequena cadeia de ferro ou material não valioso e desprovida de beleza, seja no braço, pescoço, tornozelo ou mesmo na cintura, significando a pertença a Maria.
Sobre este quesito, muitas pessoas reprovam essa condição, no outro extremo temos os que dizem ser obrigatório o uso de tais objetos.
Entretanto, consultemos mais uma vez o livro:
“Essas demonstrações exteriores não são, na verdade, essenciais, e uma pessoa pode bem dispensar, embora tenha abraçado esta devoção” (art. nº 236).
Ainda que, adiante São Luís, elogie aqueles que decidem usá-las, a verdade é que a consagração não obriga ninguém a usá-la. Eu mesmo, não uso, por uma alergia, mas também por não me sentir à vontade para utilizar, penso que chama muita atenção. Com certeza, Maria não desmereceu minha entrega a ela por falta de uma corrente!
Eu, como um consagrado, por esse método posso testemunhar que é um meio de aproximar o devoto de forma particular e única de Maria.
Não estou afirmando com isso que essa consagração é melhor ou mais eficaz que outras. Quem sou eu para mensurar isso? Mas aquilo que São Luís G. Monfort propõe em seus escritos, apesar de não ser uma vocação específica, é como se fosse um tipo de carisma, que atrai a pessoa de tal maneira, como nenhuma outra devoção e práticas espirituais podem preencher seu coração.
O devoto encontra nos preceitos do Tratado uma identificação com sua alma, uma harmonia com sua pessoa e suas características. Por isso, não se torna “pesada”.
É um chamado do Céu, assim como nos sentimos atraídos a sermos devotos de um santo ou outro, nos identificando com sua história e o jeito de buscar a santidade.

Com toda certeza, digo que não há exageros no Tratado, o que acontece são más interpretações e pessoas que propagam uma “dureza” que chama a atenção mais para si e para sua severidade do que verdadeiramente para a Mãe de Deus e Seu Filho.

Esta é a oração que o Papa Francisco faz à Virgem Maria

  Cada um de nós poderia passar por momentos muito difíceis, as vezes perdemos de vista o horizonte e até caímos em desespero. Diante disso,...