E vós, quem dizeis que eu sou?



Nova aliança entre a casa de Israel e a casa de Juda
(Livro do Profeta Jeremias 31,31-34)
“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a força sobre eles, diz o Senhor.
Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, diz o Senhor: imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo. Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor!’; todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.

“E vós, quem dizeis que eu sou?”  (Mt 16,13-23)

Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.
Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
Meditação....
Jesus vai elogiar e exaltar aquilo que Pedro está dizendo: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (cf. Mateus 16,17-18).
Veja que beleza! Aquilo que veio do coração de Deus não é uma coisa humana, foi Pedro quem realmente percebeu e deixou-se modelar, deixou que a inspiração divina lhe mostrasse quem era Cristo. Por isso, ele proclamou, do fundo de seu coração, o que via na presença de Cristo. Outros viam as graças, os milagres e as curas, mas não reconheciam Jesus ainda como o Messias. Reconheciam n’Ele um grande profeta, um Elias, um João Batista, um enviado de Deus.
Pedro está dizendo a coisa mais certa, está reconhecendo realmente a identidade de Jesus: “Ele é o enviado! Ele é o Cristo! Ele é o Messias!”. Pedro fala isso no Espírito, porém, acontece um problema, porque Jesus proclama tudo isso, exalta Pedro, o Espírito que está nele [Pedro], mas fala: “Não diga isso a ninguém, porque o Filho do Homem vai sofrer, passar por muitos constrangimentos, será entregue nas mãos dos homens e morrerá por causa da nossa salvação”.
Pedro repreende: “Não! Isso jamais vai acontecer com o Senhor!”. Jesus dá uma outra resposta: “Afasta-te de mim satanás, porque esses seus pensamentos não são de Deus. Agora esses seus pensamentos são da carne”.
Veja que, no mesmo Pedro, há a ação do Espírito e da carne, há a ação daquilo que é de Deus e vem d’Ele, mas também aquilo que não é do Senhor, que vem do próprio humano de Pedro, daquilo que é a sua carne humana. Porque a nossa carne e o nosso sentimento humano não querem saber de sofrimentos, querem rejeitar qualquer forma de cruz e sofrimento.
Permita-me dizer a você: graças a Deus, muito do que fazemos e falamos, muito do que levamos aos outros, é de Deus, e Ele age em nós e por meio de nós.
Assim como Pedro, em nós também há muito do “carnal” e humano. Muitas vezes, eles [carnal e humano] se misturam com o diabólico e aquilo que sai de nós, mas não vem de Deus. Quando Jesus diz: “Afasta-te de mim!”, é para Pedro afastar o que é diabólico, o que é puramente humano e não tem a mistura da graça de Deus, a direção da graça d’Ele naquilo que se fala.
Somos e procuramos ser discípulos do Senhor, procuramos fazer a Sua vontade , temos de ter discernimento do Espírito e da graça, para que não façamos as coisas por mais inspiradas e bonitas que sejam, apenas no nosso humano, no nosso carnal e na nossa vontade.
É preciso recorrer à graça divina, para que aquilo que façamos seja realmente de Deus e inspiração divina em nós.
Que Deus nos ajude a não vivermos da carne e guiados por ela, mas que nos abramos à graça do Espírito, para que ele mesmo aja em nós e nos ensine a fazer a vontade do Senhor!


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