sexta-feira, 18 de março de 2016

Maria nas Bodas de Caná


“Três dias depois, celebravam-se as bodas em Caná da Galileia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos.
Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho.
Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. Disse, então, sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’. Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas.
Jesus ordena-lhes: Enchei as talhas de água. Eles encheram-nas até em cima.Tirai agora , disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram.
Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e disse-lhe: É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.
Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.” João 2, 1-11

Três dicas para trilhar o percurso de Maria e permanecer de pé diante da cruz

Maria nos ensina, através deste evento, a como chegar aos pés da cruz. Maria fez um percurso de fé. Ela encontrou o Cristo Menino no seu ventre, ela encontrou o Cristo no início da manifestação dos milagres de Jesus. Não tem como estar agarrado a cruz de Cristo se, primeiro, eu não encontrá-Lo.

Primeiro: Atenção de Maria

“Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho.” (João 2, 2). Maria era mulher, e como mulher foi na cozinha, ela, atenta, percebeu que faltava vinho.
Quem encontra o Cristo fica atento às necessidades alheias. Quem não O encontra, fica preso às própria necessidades.Quem encontra a Cristo fica atento ao que acontece à sua volta, mas vai encontrar, também, as necessidades do outro.
Quem encontra com o Cristo tem os mesmos sentimentos de Cristo. Foi com Ele que Maria aprendeu. Percebendo que faltava o vinho, Maria não foi fofocar sobre a desorganização, ou que faltava vinho, mas ela foi apresentar as necessidades de um outro a Deus.
A Carta Encíclica “Deus Caritas Est”, afirma: CARTA ENCÍCLICA DEUS CARITAS EST  “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.”
É preciso encontrar o Cristo e permanecer.

Segundo: Testamento de Maria

“Disse, então, sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’” (João 2, 5).
Não ouvimos mais a voz de Maria, porque ela deixou o testamento aqui. Ela não via o milagre, mas ela acreditou. Quem encontra o Cristo tem o testamento: Eu não vejo, mas acredito.
Quando Maria pediu para Jesus fazer o milagre, Ele disse: “Minha hora ainda não chegou”. Mas, ainda assim, Maria acreditou.
Alguém que encontrou o Cristo e que quer permanecer com Cristo, sua vida precisa falar: “fazei tudo o que Ele vos disser”. Maria não falou: “faça o que eu quero”. Nao! Maria falou: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Nesse testamento, ela apontou quem é o Senhor. Porque ela foi a primeira evangelizadora, porque ela anunciou.
Quem encontra o Cristo não se contém, mas transborda para os outros. Quem encontra com o Cristo, evangeliza.

Terceiro: o desejo de Maria

O desejo de Maria era que todos soubessem quem era Jesus. Ela não falou: “ Ele é o Messias”, ela só falou: “fazei tudo o que Ele vos disser”. “Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era – se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água -, chamou o noivo”(João 2, 9).
O desejo de Maria é que trilhemos o percurso de fé para chegarmos aos pés da cruz. Aqueles serventes sabiam quem tinha realizado o milagre. Agora eles sabiam quem era Jesus.
Quem encontra o Cristo sabe fazer manifestação sem fazer barraco. Quem encontra o Cristo sabe quem é, e por isso, não tem medo de oposição. Maria não fez barraco. Quem encontra com o Cristo não é corrupto, quem encontra com o Cristo sabe o seu lugar. Maria poderia procurar na festa de Caná os noivos, mas ela não quis causar tumulto, barraco. Maria indicou, conduziu. Cristo não precisaria de Maria, mas Cristo quis precisar de Maria. Seria mais difícil este percurso sem Maria.
Se Jesus quis usar da gente, de um pregador, para levar Sua palavra, imagine a sua mãe!
Para estar de pé na cruz é preciso viver a atenção, o testamento e o desejo de Maria.
Fonte: Padre Anderson Marçal –  arquivo cancaonova.com

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