“Tu
és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… e as portas do inferno
jamais prevalecerão contra ela.” (Mt 16,18).
Pela
História da Igreja podemos ver com clareza a sua transcendência e divindade.
Nenhuma instituição humana sobreviveu a tantos golpes, perseguições, martírios
e massacres durante 2000 mil anos; e nenhuma outra instituição humana teve uma
seqüência ininterrupta de governantes. Já são 265 Papas desde Pedro de
Cafarnaum.
Esta
façanha só foi possível porque ela é verdadeiramente divina; divindade esta que
provém Daquele que é a sua Cabeça, Jesus Cristo. Ele fez da Igreja o Seu
próprio Corpo (cf. Cl 1,18), para salvar toda a humanidade.
Podemos
dizer que, humanamente falando, a Igreja, como começou, “tinha tudo para não
dar certo”. Ao invés de escolher os “melhores” homens do Seu tempo, generais,
filósofos gregos e romanos, etc., Jesus preferiu escolher doze homens simples
da Galileia, naquela região desacreditada pelos próprios judeus.
“Será
que pode sair alguma coisa boa da Galileia?” Isto, para deixar claro a todos os
homens, de todos os tempos e lugares, que “todo este poder extraordinário
provém de Deus e não de nós” (2Cor 4,7); para que ninguém se vanglorie do
serviço de Deus.
Aqueles
Doze homens simples, pescadores na maioria, “ganharam o mundo para Deus”, na
força do Espírito Santo que o Senhor lhes deu no dia de Pentecostes. “Sereis
minhas testemunhas… até os confins do mundo” (At 1, 8).
Pedro
e Paulo, depois de levarem a Boa Nova da salvação aos judeus e aos gentios da
Ásia e Oriente Próximo, chegaram a Roma, a capital do mundo, e ali
plantaram o Cristianismo para sempre. Pagaram com suas vidas sob a mão
criminosa de Nero, no ano 67, juntamente com tantos outros mártires, que
fizeram o escritor cristão Tertuliano de Cartago(†220) dizer que: “o sangue dos
mártires era semente de novos cristãos”. Estimam os historiadores da Igreja em
cem mil mártires nos três primeiros séculos. Talvez isto tenha feito os
Padres da Igreja dizerem que “christianus alter Christus” (o cristão é um outro
Cristo), que repete o caminho do Mestre.
Mas
estes homens simples venceram o maior império que até hoje o mundo já conheceu.
Aquele que conquistou todo o mundo civilizado da época, não conseguiu dominar a
força da fé. As perseguições se sucederam com os 12 Césares romanos: Décio,
Dioclesiano, Valeriano, Trajano, Domiciano, etc., até que Constantino, cuja mãe
se tornara cristã, Santa Helena, se converteu ao Cristianismo. No ano 313 ele
assinava o edito de Milão, proibindo a perseguição aos cristãos, depois de três
séculos de sangue. E nem mesmo o imperador Juliano, por volta do ano 390, o
apóstata, conseguiu fazer recuar o cristianismo, e no leito de morte exclamava:
“Tu venceste, ó galileu!”.
O
grande Império se ajoelhou diante de Cristo; a orgulhosa espada romana se
curvou diante da Cruz.
A
marca impressionante desta Igreja invencível e infalível, esteve sempre na
pessoa do sucessor de Pedro, o Papa. Os Padres da Igreja cunharam aquela frase
que ficou célebre: “Ubi Petrus, ibi ecclesia; ubi ecclesia ibi Christus” (Onde
está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja está Cristo). Já é um cadeia de
266 Papas, ininterrupta. Jamais se viu isso em qualquer outra Instituição
humana. Os Impérios acabaram: Egípcio, Babilônico, Caldeu, Persa, Grego,
Romano, Mongol… mas a marcha inexorável da Santa Igreja continua.
“Tu
és Pedro; e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… e as portas do inferno
jamais prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).
Depois
da perseguição romana, vieram as terríveis heresias. Já que o demônio não
conseguiu destruir a Igreja, a partir de fora, tentava agora fazê-lo a partir
de dentro. De alguns patriarcas das grandes sedes da Igreja, Constantinopla,
Alexandria, Antioquia, Jerusalém, e outras partes , surgiam as falsas
doutrinas, ameaçando dilacerar a Igreja por dentro. Era o pelagianismo, o
maniqueísmo, o gnosticismo, o macedonismo, nestorianismo, etc.. Mas o Espírito
Santo incumbiu-se de destruir todas elas, e o barco da Igreja continuou o
seu caminho até nós.
Os
grandes defensores da fé e da sã doutrina, foram os “Padres” da Igreja: Inácio
de Antioquia (†107), Clemente de Roma (†102), Irineu de Lião (†202),
Cipriano de Cartago(† 258), Hilário de Poitiers (†367), Cirilo de Jerusalém
(†386), Anastácio de Alexandria (†373), Basílio (†379), Gregório de Nazianzo
(†394), Gregório de Nissa (†394), João Crisóstomo de Constantinopla (†407),
Ambrósio de Milão (†397), Agostinho de Hipona (†430), Jerônimo (420), Éfrem
(†373), Paulino de Nola (†431), Cirilo de Alexandria (†444), Leão Magno (†461),
e tantos outros que o Espírito Santo usou para derrotar as heresias nos
diversos Concílios dos primeiros séculos.
Cristo
deixou a Sua Igreja na terra como “a coluna e o sustentáculo da verdade” 1Tm
3,15). Todas as outras comunidades cristãs foram derivadas da Igreja
Católica; as ortodoxas romperam em 1050; as protestantes em 1517; a anglicana,
em 1534, etc.
Depois
que desabou o Império Romano do ocidente, coube à Igreja o papel de mãe destes
filhos abandonados nas mãos dos bárbaros. S.Leão Magno, Papa e doutor da
Igreja, enfrentou Átila, rei dos hunos, às portas de Roma, e impediu que este
bárbaro, o “flagelo da História”, destruísse Roma; o mesmo fez depois com
Genserico. Aos poucos a Igreja foi cristianizando os bárbaros, até que o rei e
a rainha dos francos, Clovis e Clotilde, recebessem o batismo no ano 500. Era a
entrada maciça dos bárbaros no cristianismo. Nascia a França católica; “a filha
mais velha da Igreja”. Papel importantíssimo nesta conquista lenta e silenciosa
coube aos monges e seus mosteiros espalhados em toda a Europa, especialmente os
beneditinos, que preservaram a cultura do Ocidente. A Igreja salvou o mundo da
destruição dos Bárbaros.
Mais
adiante, no Natal do ano 800, na Catedral de Reims, na França, o rei franco
Carlos Magno era coroado pelo Papa. Também os bárbaros se rendiam à fé de
Cristo. Isto foi possível graças aos milhares de evangelizadores que
percorreram toda a Europa anunciando a salvação trazida por Jesus ao mundo.
Em
toda a Idade Média imperou a marca do cristianismo na Europa. Aspirava-se e
respirava-se a fé. Surgiram as Catedrais como a bela expressão da fé; as
Cruzadas ao Oriente no zelo de libertar a Terra Santa profanada; as
Universidades cristãs, Bolonha, Sorbonne, Oxford, Salamanca, Coimbra, La
Sapienza, etc, todas fundadas pela Igreja de Cristo. A Igreja é a mãe da
cultura e do saber no Ocidente.
Mas
a fé sempre esteve ameaçada; nos tempos modernos levantaram-se contra a Igreja
as forças do materialismo, do comunismo, do nazismo, do racionalismo e
iluminismo ateu; e fizeram milhares de mártires cristãos, especialmente neste
triste século vinte que há pouco findou.
Certa
vez, Stalin, ditador soviético, para desafiar a Igreja, perguntou “quantas
legiões de soldados tinha o Papa”; é pena que não sobrevivesse até hoje para
ver o que aconteceu com o comunismo. Mas a Igreja continua como nunca, até o
final da História, quando Cristo voltará para assumir a Sua Noiva. Será as
Bodas definitivas e eternas do Cordeiro com a Sua Igreja.
Prof.
Felipe Aquino
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