Principais Aparições Marianas


Confira a lista das principais aparições reconhecidas pelo catolicismo e confie na prudência da Santa Igreja Católica

Éinegável que a devoção à Virgem Maria esteja estendida pelo mundo inteiro. Assim o revelam suas inumeráveis invocações e também os abundantes testemunhos sobre sua mediação a favor daqueles que a invocam com grande fervor. É tal o impacto que por séculos tem gerado a Mãe de Deus na Fé dos crentes, que inclusive recentemente a revista norte-americana National Geographic destacou a figura da Santíssima Virgem Maria como “a mulher mais poderosa do Mundo”.
Dentro deste fenômeno mariano, o que mais chama a atenção são suas aparições: mais de 2 mil registradas em todo o mundo, segundo o website ‘The Miracle Hunter’ (www.miraclehunter.com), que reúne os relatos, histórias, testemunhos e frequência de milagres, entre eles as aparições marianas, que se registraram ao longo dos séculos, tudo baseado nas investigações de Michael O’Neill.
De acordo com o website, a primeira aparição da Virgem da qual se tem dados, é a de Nossa Senhora do Pilar de Zaragoza, na Espanha, que apareceu ao Apóstolo Santiago o Maior às margens do rio Ebro no ano 40 depois de Cristo. De acordo com a tradição, esta aparição tem um selo particular diante das demais, já que a Mãe de Deus se apresentou em “carne mortal” ao apóstolo padroeiro da Espanha.
O certo é que diante destes acontecimentos a Igreja Católica sempre foi muito prudente e de todas as aparições marianas, o Vaticano somente reconheceu 16 e 28 contam com a aprovação dos Bispos locais.
Prudência que está muito bem explicada no Catecismo da Igreja Católica, onde se expõem: “Ao longo dos séculos houve revelações chamadas ‘privadas’, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. Estas, no entanto, não pertencem ao depósito da Fé. Sua função não é a de ‘melhorar’ ou ‘completar’ a Revelação definitiva de Cristo, mas a de ajudar a vivê-la mais plenamente em uma certa época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o sentir dos fiéis (sensus fidelium) sabe discernir e acolher o que nestas revelações constitui uma chamada autêntica de Cristo ou de seus Santos à Igreja”.
Tal como se expõem no website ‘The Miracle Hunter’, durante o Concílio de Trento (1545-1563) se estabeleceu que o Bispo local é a primeira e principal autoridade para julgar a autenticidade de uma aparição mariana; quer dizer, se reconhece que sua mensagem não é contrária à Fé já a moral, e a Virgem Maria pode ser venerada de uma maneira especial. Aqui a aprovação do Vaticano não é necessária para assinalar que a aparição é autêntica, mas, depois de uma aprovação episcopal, este pode realizar uma declaração oficial, ou, após um tempo, efetuar uma visita papal coroando a imagem ou presenteando com uma rosa de ouro.
Entre as aparições marianas que contam com reconhecimento da Santa Sé, se encontram a da Virgem de Guadalupe, no México (fato ocorrido em 1531); a de Nossa Senhora de Siluva, na Lituânia (1608); a Virgem da Medalha Milagrosa na França (1830); Nossa Senhora de Sión em Roma, Itália (1842); a Virgem de La Salette (1846) e Lourdes (1858) na França; Nossa Senhora de Gietzwald na Polônia (1877); a Virgem de Fátima, Portugal (1917), e a Mãe do Mundo de Kibeho, Rwanda (1981), para mencionar algumas.
Sobre Medjugorje, na Bosnia e Herzegovina, a Igreja se mantêm prudente seguindo o parecer dos Bispos da Iugoslávia (país que se dividiu após as guerras), que em 1991 assinalaram que “não é possível estabelecer que houve aparições ou revelações sobrenaturais”. Para este sucesso em 2010 foi constituída a partir do Vaticano uma comissão internacional, sob a autoridade da Congregação da Doutrina da Fé, que tem a cargo determinar a sobrenaturalidade ou não do fenômeno. (pt.Aletéia)

São Lucas: o primeiro retratista da Virgem Maria?



A ele é atribuída a autoria de uma antiga e venerada imagem da Virgem, que fica em Roma
São Lucas, o Evangelista, era médico, como podemos notar da epístola de seu amigo São Paulo (“o caríssimo médico”, Colonenses 4,14). Mas, não raro, também se diz que ele era pintor, por isso é o padroeiro dos médicos e pintores.
Para escrever seu Evangelho, ele fez uma pesquisa e entrevistou os que estiveram mais próximos a Jesus: seus apóstolos e sua Mãe, a Virgem Maria. Até um exegeta levantou a hipótese de que foi ela mesma quem ditou o “Magnificat” ao evangelista. Somente em seu livro podemos encontrar afirmações íntimas sobre a Virgem, como “Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19).
Por essa relação tão próxima a Maria e por causa de sua paixão pela pintura, é atribuída a São Lucas a primeira imagem da Virgem. A tradição conta que ele a retratou enquanto ela relatava, com amor, tudo o que tinha acontecido com seu Filho, Jesus.
Mas onde está essa pintura? Nas catacumbas de Priscila, em Roma, fica uma imagem muito antiga da Virgem Santíssima, atribuída a São Lucas. Mas uma interpretação mais forte da tradição romana atribui ao santo a muito querida imagem “Salus Populi Romani” (ver imagem abaixo), que teria sido pintada em um pedaço de madeira da mesa utilizada na última ceia de Jesus com os apóstolos.
A lenda diz que essa pintura permaneceu em Jerusalém até que foi descoberta por Santa Helena, juntamente com outras relíquias sagradas, com a cruz em que Cristo morreu. A pintura teria sido levada primeiro a Constantinopla, onde reinava o seu filho, o imperador Constantino, o Grande, e logo transferida pela própria Santa Helena a Roma, onde foi colocada na Basílica de Santa Maria Maior – considerada o “primeiro santuário dedicado à Virgem no ocidente”.
A imagem foi declarada por São João Paulo II como Padroeira das Jornadas Mundiais da Juventude e é para onde o Papa Francisco sempre se dirige para pedir ou agradecer por cada viagem importante que ele realiza.
Mas esta não é a única imagem atribuída a São Lucas. Dizem que os seguintes quadros também foram pintados por ele: Nossa Senhora de Vladimir, padroeira da Rússia, Santa Maria de Impruneta e Nossa Senhora de São Lucas.
Qual é a original? Ninguém sabe ao certo, mas sabemos que a melhor imagem que São Lucas nos deixou da Virgem Maria é sua detalhada descrição nos escritos de seu Evangelho.

As promessas do Sagrado Coração de Jesus reveladas à Santa Margarida



“É no Coração Sacratíssimo de Jesus que havemos de colocar todas as nossas esperanças; a ele havemos de pedir e dele havemos de esperar a salvação dos homens” (Papa Leão XIII).

No dia 16 de outubro a Igreja celebra a memória de Santa Margarida Maria Alacoque, a quem o Senhor Jesus passou a dialogar e revelar promessas aos devotos do Seu Sagrado Coração.
Jesus Eucarístico expôs a Santa Margarida, em momentos de oração e contemplação da jovem, o Seu Coração chagado, amargurado e dilacerado alvo das ofensas, pecados e ingratidão da humanidade.   
Considerada a “confidente do Sagrado Coração”, Santa Margarida recebeu revelações do próprio Jesus sobre a importância e necessidade das pessoas de todo o mundo amarem mais à Eucaristia e repararem os pecados da humanidade.
As 12 principais promessas do Sagrado Coração de Jesus reveladas são:
1. Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
2. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
3. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
4. Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte.
5. Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos.
6. Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias.
7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção.
8. As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição.
9. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração.
10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos.
11. As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração.
12. A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

Para receber as graças prometidas pelo Sagrado Coração de Jesus, três condições são necessárias:
1. Receber sem interrupção a Sagrada Comunhão durante as nove primeiras sextas-feiras consecutivas.
2. Ter a intenção de honrar o Sagrado Coração de Jesus e de alcançar a perseverança final.
3. Oferecer cada Sagrada Comunhão como um ato de expiação pelas ofensas cometidas contra o Santíssimo Sacramento.
O culto ao Sagrado Coração de Jesus se espalhou por todo o mundo e hoje é considerado uma das devoções mais praticadas entre os católicos.  

Oração ao Sagrado Coração de Jesus
Oh! Deus, que no Coração de vosso Filho, ferido por nossos pecados, vos dignais prodigalizar-nos os infinitos tesouros do amor, nós vos rogamos que, rendendo-lhe o preito de nossa devoção e piedade, também cumpramos dignamente para com ele o dever de reparação. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso. Amém.
Sagrado Coração de Jesus, em Vós eu confio!

Nossa Senhora Rainha


Hoje é o dia de Nossa Senhora Rainha, uma grande festa para toda a Igreja Católica.


Deus nos enviou Maria para ser redentora de toda a humanidade. Rainha dos Pecadores, e Medianeira de todas as Graças.
Assim como afirmam inúmeros santos da Igreja, todas as bênçãos, antes de ser concedidas, passam por Maria.
 
Foi A primeira que adorou o Santíssimo Sacramento, e a única que teve a graça de conceber o Filho de Deus.

Devemos sempre exaltar, TODOS os títulos de Nossa Senhora, pois isso é um agrado ao Nosso Senhor, principalmente no dia de hoje.
Oração de Santo Afonso a Nossa Senhora Rainha:
Ó grande, excelsa e gloriosíssima Senhora, prostrado aos pés do Vosso trono, nós Vos rendemos as nossas homenagens, daqui deste vale de lágrimas. Nós nos comprazemos na glória imensa, de que Vos enriqueceu o Senhor. Agora que já reinais como Rainha no céu e na terra, ah! Não nos esqueçais, pobres servos Vossos. Do Vosso trono excelso em que reinais, volvei os Vossos olhos a nós miseráveis. Vós quanto mais vizinha estais da fonte da graça, tanto mais nos podeis delas prover.
No céu, descobris melhor as nossas misérias, portanto é preciso que tenhais maior compaixão de nós e mais nos socorrais. Fazei que sejamos na terra vossos fiéis servos, para podermos mais tarde bendizer-vos no Paraíso.
Neste dia em que fostes feita Rainha do Universo, nós nos queremos consagrar a vosso serviço. No meio da Vossa grande alegria, consolai-nos também, aceitando-nos hoje por vossos vassalos. Sois Vós a nossa Mãe. Ah! Mãe suavíssima, Mãe amabilíssima, Vossos altares estão rodeados de muita gente que vos pede: uns Vos pedem a cura de suas enfermidades, outros o Vosso auxílio em suas necessidades; outros, uma boa colheita; outros, a vitória em qualquer demanda. Nós, porém, Vos pedimos coisas mais agradáveis ao Vosso coração.
Alcançai-nos ser humildes, desapegados da terra, e resignados à vontade divina. Impetrai-nos o santo amor de Deus, uma boa morte, o paraíso. Senhora, mudai-nos, mudai-nos de pecadores em santos. Fazei este milagre, que Vos dará mais honra se désseis a vista mil cegos e ressuscitastes a mil mortos.
Vós sois tão poderosa junto de Deus. Basta dizer que sois uma Mãe, a mais querida, cheia de sua graça: que Vos poderá Ele recusar? Ó Rainha, formosíssima nós pretendemos ver-Vos na terra, mas queremos ir ver-Vos no paraíso. A Vós compete alcançar-nos esta graça. Assim o esperamos de certo. Amém.
Fonte: Aposturado da Oração e Cleofas.

Dogma: A Assunção de Maria



O dogma da Assunção se refere a que a Mãe de Deus, ao cabo de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial.
Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1 de novembro de 1950, na Constituição Munificentissimus Deus:
“Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu”.

Agora bem, porquê é importante que os católicos recordemos e aprofundemos no Dogma da Assução da Santíssima Virgem Maria ao Céu?
O Novo Catecismo da Igreja Católica responde à esta interrogação:
“A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos”(966).
A importância da Assunção para nós, homens e mulheres do começo do Terceiro Milênio da Era Cristã, radica na relação que existe entre a Ressurreição de Cristo e nossa. A presença de Maria, mulher da nossa raça, ser humano como nós, quem se encontra em corpo e alma já glorificada no Céu, é isso: uma antecipação da nossa própria ressurreição.
Mais ainda, a Assunção de Maria em corpo e alma ao céu é um dogma da nossa fé católica, expressamente definido pelo Papa Pio XII pronunciando-se “ex-cathedra”.
E… Que é um Dogma?Posto nos termos mais simples, Dogma é uma verdade de Fé, revelada por Deus (na Sagrada Escritura ou contida na Tradição), e que também é proposta pela Igreja como realmente revelada por Deus.
Neste caso se diz que o Papa fala “ex-cathedra”, quer dizer, que fala e determina algo em virtude da autoridade suprema que tem como Vigário de Cristo e Cabeça Visível da Igreja, Mestre Supremo da Fé, com intenção de propor um assunto como crença obrigatória dos fiéis católicos.
O Novo Catecismo da Igreja Católica (966) nos explica assim, citando a Lumen Gneitium 59, que à sua vez cita a Bula da Proclamção do dogma:
“Finalmente a Virgem Imaculada, preservada livre de toda macha de pecado original, terminado o curso da sua vida terrena foi levada à glória do Céu e elevada ao trono do Senhor como Rainha do Universo, para ser conformada mais plenamente a Seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da mrote”.

E o Papa João Paulo II, em uma das suas catequeses sobre a Assunção, explica isto mesmo nos seguintes termos:
“O dogma da Assunção, afirma que o corpo de Maria foi glorificado depois de sua morte. Com efeito, enquanto para os demais homens a ressurreição dos corpos ocorrerá no fim do mundo, para Maria a glorificação do seu corpo se antecipou por singular previlégio” (JPII, 2- Julho-97).

“Contemplando o mistério da Assunção da Virgem, é possível compreender o plano da Providência Divina com respeito a humanidade: depois de Crsito, Verbo Encarnado, Maria é a primeria criatura humana que realizou o ideal escatológico, antecipando a plenitude da felicidade prometida aos eleitos mediante a ressurreição dos corpos” (JPII, Audiência Geral do 9-julho-97). Continua o Papa: “Maria Santíssima nos mostra o destino final dos que ‘escutam a Palavra de Deus e a cumprem'(Lc. 11,28). Nos estimula a elevar nosso olhar às alturas onde se encontra Cristo, sentado à direita do Pai, e onde também está a humilde escrava de Nazaré, já na glória celestial”(JPII, 15-agosto-97).
Os homens e mulheres de hoje vivemos pendentes do enigma da morte. Ainda que o enfoquemos de diversas formas, segundo a cultura e crenças que tenhamos, por mais que o evadimos em nosso pensamento por mais que tratemos de prolongar por todos os meios ao nosso alcane nossos dias na terra, todos temos uma necessidade grande desta esperança certa de imortalidade contida na promessa de Cristo sobre nossa futura ressurreição.
Muito bem faria a muitos cristãos ouvir e ler mais sobre este mistério da Assunção de Maria, o qual nos diz respeito tão diretamente. Por quê se chegou a difundir-se a crença no mito pagão da re-encarnação entre nós? Se pensamos bem, estas ideias estranhas à nossa fé cristão vieram metendo-se na medida em que deixamos de pensar, de predicar e de recordar aos mistérios, que como o da Assunção, têm a ver com a outra vida, com a escatologia, com as realidades últimas do ser humano.

O mistério da Assunção da Santíssima Virgem Maria ao Céu nos convida a fazer uma pausa na agitada vida que levamos para refletir sobre o sentido da nossa vida aqui na terra, sobre o nosso fim último: a Vida Eterna, junto com a Santíssima Trindade, a Santíssima Virgem Maria e os Anjos e Santos do Céu. O fato de saber que Maria já está no Céu gloriosa em corpo e alma, como nos foi prometido aos que façamos a Vontade de Deus, nos renova a esperança em nossa futura imortalidade e felicidade perfeita para sempre.

Ave Maria

Uma introdução à Mariologia



A ORAÇÃO CRISTÃ só pode chegar até Deus no caminho que Ele 
próprio preparou. Do contrário, ela sairia do mundo em direção ao 
vazio, e cairia na tentação de tomar esse vazio por Deus, ou tomaria 
por Deus o próprio Nada. Deus não é um objeto mundano, mas não
 é, tampouco, um objeto supra-mundano que pode ser perseguido
 e conquistado em alguma espécie de viagem espacial do espírito, 
após uma preparação técnica adequada. Ele é a Liberdade infinita, 
que se torna acessível unicamente por sua própria iniciativa. Na 
medida em que Ele não apenas nos dirige sua Palavra, mas permite
 que ela habite entre nós, essa Palavra passa a ser não apenas a 
Palavra  que vem de Deus, mas também aquela que a Ele retorna. 
O atalho entre Deus e nós, homens, foi aberto nas duas direções: 
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”; “Eu vim como luz ao mundo; 
assim, todo aquele que crer em mim, não ficará nas trevas” (Jo 14,6; 
12,46). Mas de que modo chegou até nós o “Caminho”? Como a “Luz” 
nos invadiu e a “Palavra” habitou entre nós? Pois isso teria de acontecer, 
para que pudéssemos nos estabelecer em um caminho para Deus 
acessível aos homens. Se assim não fosse, a Luz teria apenas 
brilhado nas trevas e estas não a teriam percebido; a Luz teria vindo 
sobre o que é seu – pois o mundo, com efeito, pertence a Deus –, mas 
os seus não a teriam acolhido. Alguém teria de acolher a 
Palavra incondicionalmente, e de um modo tão pleno que nela se 
abrisse um espaço para que a própria Palavra se tornasse um 
homem, da mesma forma que um filho encontra espaço em uma mãe.
Essa mãe, que se abre e se oferece totalmente à Palavra de Deus, não
somos nós: nenhum de nós diz a Deus o “Sim” incondicional. Por isso, 
o “sim” perfeito nos é, a priori, inatingível. E, no entanto, ele é 
uma das condições exigidas para que a Palavra de Deus realmente 
chegue até nós e se torne o Caminho que pode ser percorrido por nós, 
homens. Em um coração que se decidisse por Deus apenas pela 
metade, Ele não teria conseguido se fazer carne, pois o filho é 
essencialmente dependente da sua mãe; ele se nutre de sua substância 
físico-espiritual e é educado a se tornar um verdadeiro e fecundo ser 
humano. A precedência da Mãe, que faz parte do estabelecimento do 
Caminho entre Deus e nós, não significa o seu isolamento, mas a 
abertura da possibilidade de que também nós nos tornemos capazes 
de dizer “sim”, de que a Palavra também chegue até nós, e de que 
nós, nEla, cheguemos a Deus. “Bem-aventurado o ventre que te trouxe, 
e os peitos que te amamentaram!” “Antes, bem-aventurados aqueles 
que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 11,27-28). “Aquele 
que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha 
mãe” (Mc 3,35).
A permanente precedência de Maria é o fundamento da nossa participa-
ção. A comunidade, que une Deus e a humanidade nela, Maria, na 
medida em que Ele se torna um filho humano, é a base de uma comu-
nidade que nos une entre nós, enquanto filhos de Deus, e que chama-
mos  de Igreja. A Mãe é a premissa perene, a fonte, a plena realização 
da Igreja, da qual podemos participar – se assim o desejarmos – como 
aqueles que estão a caminho do “sim” pleno, e de seu enraizamento em
 toda a nossa existência. Sendo assim, nós, os incompletos, podemos e 
devemos dizer àquela que já está completa, e que nos conduz e atrai 
para a sua completude: Ave Maria. Não, porém, como se a separásse-
mos do seu Filho: ela é apenas a resposta [Antwort]; Ele é a Palavra 
[Wort].
O evento entre o Filho e a Mãe constitui o centro do evento da reden-
ção, que não pode jamais perder seu caráter de atualidade, uma 
vez que a autorrevelação graciosa de Deus acontece sempre aqui e 
agora, seu fluxo jamais se afasta da fonte. Quem quiser participar, 
tem de mergulhar nessa fonte, no seu inesgotável mistério, de que a 
Palavra de Deus tenha realmente se mostrado a nós, que ela realmente
 tenha sido recebida entre nós e entre nós habitado, e que ela não
 tenha voltado para Deus sozinha, mas junto conosco. O que isso 
significa nós podemos vislumbrar no relacionamento entre essa Criança
 e essa Mãe. Ela se coloca inteiramente à disposição da Palavra, para 
que esta possa se fazer carne a partir dela, carne da sua carne. 
Porém, na medida em que essa Criança cresce, e entrega sua carne 
divina para a reconciliação do mundo com Deus, oferecendo-se como 
alimento eucarístico para todos os que recebem a Palavra na fé, ela 
atrai aquele que a recebe para sua própria carne, em primeiro lugar 
sua Mãe, modelo e origem da Igreja. Ambos, Cristo e Maria-Igreja,
são, portanto, “uma só carne”, um “Corpo”, em um acontecimento 
pleno de reciprocidade: primeiramente, é Cristo quem recebe a carne 
terrena de Maria, e, em seguida, é Maria-Igreja quem se torna parti-
cipante de sua carne celestial. Maria é a “Bendita entre as mulheres” 
apenas porque, enquanto Mãe, coloca sua carne à disposição da encar-
nação da Palavra, mas isso é apenas o prelúdio para aquilo que vem a 
seguir, “Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”, que produziu a res-
posta da carne terrena, a resposta de Maria-Igreja, e continua a produ-
zi-la na Eucaristia; também de nossa parte, os membros do Corpo, 
que, de acordo com a pureza e plenitude do nosso “sim”, podemos tam-
bém nos tornar seus membros fecundos, tornado-nos um colo acolhedor.
Podemos, então, juntamente com o anjo enviado por Deus, saudar 
Maria e, em seguida, com Isabel, bendizê-la, pois “Deus está com ela”; 
com isso, podemos rezar junto com a própria Maria, em sua resposta à 
Palavra divina, em seu “Sim”, não mais nos dirigindo a ela, mas, com 
ela, a Deus. A “Ave-Maria” é um exercício e uma integração na 
oração mariana/eclesial. Mesmo a oração litúrgica oficial da Igreja – 
aberta ou veladamente, consciente ou inconscientemente – é sempre 
oração mariana. Apesar disso, aqui embaixo jamais atingimos a 
perfeição de Maria – enquanto condição constitutiva para o Caminho, 
que é Cristo, ela não é apenas exemplo, mas o protótipo original. 
Por isso, podemos sempre pedir sua intercessão: “agora e na hora 
de nossa morte”, ou seja, em cada momento da nossa vida, durante
a qual permanecemos tentando sem jamais chegar ao êxito pleno, e
 naquela hora em que somos, forçadamente, levados ao caminho de
 Deus, àquela passagem amarga e abençoada em que nós, pelo bem 
ou  pelo mal, “como que através do fogo”, teremos de aprender o “sim” 
perfeito. Nós vivemos para essa hora, para ela exercitamos nossa fé. 
E se Maria não exercitou o seu “sim”, senão como orante, muito menos 
ainda seremos nós capazes de realizar o nosso “sim” com as nossas 
próprias forças, mas teremos de nos remeter, agradecidos, a ela, que
 pôde verdadeiramente realizá-lo. É por essa razão que se pode sempre, 
após o final da saudação – “agora e na hora de nossa morte, amém” 
–, recomeçar imediatamente, desde o início – “Ave, Maria”.

Fonte: O FIEL CATÓLICO

SETE EXEMPLOS DE MARIA PARA PRATICAR O SILÊNCIO

Nossa Senhora rogai por nós, que recorremos a vós.

Quem é silencioso sabe escutar
Numa conversa entre amigos, sempre que o silêncio reinava por alguns segundos, alguém dizia: “Foi um anjo que passou por nós!”
Faz tempo que não escuto essa expressão! Ou os anjos estão assustados com as nossas conversas ou é a ausência de silêncio dos nossos dias. Vou ficar com a segunda opção! Uma mulher soube, por causa do silêncio, sentir a presença e ouvir o anjo. Maria é modelo de quietação para nós. Vamos aprender com Ela?
1. Silenciosa e escondida
No Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, São Luís de Montfort nos leva a Nazaré a encontrar uma jovenzinha escondida. Não com medo, mas reservada, delicada e simples. Era Maria. São Luís afirma que nem os anjos conheciam essa mulher. O silêncio dela era do agrado de Deus e pela sua humildade foi escolhida para tão perfeita missão: mãe de Jesus.
Hoje, nossos barulhos pelas redes sociais, pelo ego, pelo desejo de sermos destaques nos impedem de gerar Cristo em nós. Pelo silêncio da Virgem, foi gerado o Verbo encarnado e, em nós, pelo barulho, são deixados de lado os ensinamentos do mesmo Verbo.
2. Silenciosa e confiante
Maria não contou a José sobre a gravidez. E nem a Isabel. A Palavra nos conta que José, percebendo a gestação, quis abandonar Maria em segredo. Certamente Maria orou muito. Abandonou-se em Deus e confiou. E José, por sonho, acreditou. A Bíblia também narra que Maria mal tinha chegado à casa de Isabel e já foi saudada por sua prima. Como Isabel sabia? Nossa Senhora não saiu divulgando a todos, mas pelo seu silêncio e jeito meigo tornou-se bendita. Precisamos aprender a maturidade do silêncio que nos leva a confiar e não nos vangloriar.
3. Silenciosa e grata
Sabe aquela expressão, “falou pouco, mas falou bonito”? Encaixa-se perfeitamente a Maria. Quando ela abriu a boca, cantou o Magnificat em gratidão ao amor de Deus.
Tem gente que quer enfeitar tanto sua fala que mais enche linguiça do que toca no coração das pessoas. Maria ensina a usar os lábios para o bem e não para ser o queridinho.
4. Silenciosa e perceptiva
Em Caná, Maria interveio para o primeiro milagre de Jesus. Nossa Senhora estava em um lugar barulhento. Era uma festa! Tinha música, conversas… E ela estava se divertindo, porém o fruto de uma vida regrada pelo silêncio fez Nossa Senhora perceber o drama dos noivos com o vinho que iria acabar.
Em muitas situações a agitação nos domina e não percebemos os necessitados e sofredores ao nosso lado.
5. Silenciosa e paciente
Aos pés da Cruz, diante da dor de ver seu filho morrendo, Maria poderia se desesperar. A dor era imensa, mas seu silêncio ajudava a cicatrizar as feridas. A quietação permitiu trocar olhares e dar força a Jesus.
Em nossas dores precisamos silenciar. A agitação no momento da Cruz só aumenta as feridas e nada resolve. Assim como nos momentos de raiva. Agir com a cabeça quente mais machuca do que cura.
6. Silenciosa e solícita
Quem é silencioso sabe escutar. Oferece os ouvidos para quem quer desabafar. Maria é refém dos nossos pedidos. Fica à espera de nossas orações e confianças.
Aprendamos com Ela a ser atenciosos, oferecendo nossos ouvidos para um simples desabafo.
Fonte: Cleofas (Prof. Felipe Aquino)

Ano A - Mateus 9,9-13

  S ÃO MATEUS APÓSTOLO E EVANGELISTA Festa – Correspondência de São Mateus à chamada do Senhor. A nossa correspondência. – A alegria da voca...