O Santíssimo Nome de Maria



A Igreja celebra no dia 12 de setembro a festa do Santo Nome de Maria. Deus sempre valorizou o nome das pessoas e esses nomes estiveram ligados à identidade e à missão delas. Por exemplo, Jesus mudou o nome de Simão (cf. Jo 1, 40s) para Képhas (= Pedro); uma vez que ele seria a Pedra sobre a qual o Senhor edificaria a sua Igreja (cf. Mt 16,18). “Tu és Pedro…”
A Sagrada Escritura sempre valorizou muito o nome dos personagens do povo de Deus. O próprio nome de Jesus indica a sua identidade: “Deus salva”, e o Anjo Gabriel o deu a Maria e a José: “Ela dará à luz um filho a quem tú porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1, 21).
Certamente, devemos concluir que o santo nome da Virgem Maria não foi dado sem um sentido, e certamente foi dado por Deus por inspiração a seus pais Santa Ana e São Joaquim. E o Arcanjo Gabriel pronuncia o seu nome: “Não temas Maria, porque achaste graça diante do Senhor” (Lc 1,30).
Segundo os etimologistas, o nome Maria pode ter vindo da raiz mery, da língua egípcia que significa mui amada. Outros dizem que provém do siríaco e quer dizer senhora. Mas, a probabilidade maior é a que veio do hebraico, e pode ter vários significados: “Estrela do Mar; Esperança; Excelsa; ou Sublime”, entre outros.
Não importa, contudo, o real significado, mas o que se tornou a partir do momento que a Mãe do Redentor o recebeu. Poderoso é este nome que deve ser invocado sempre.
Todo católico ama e pronuncia muitas vezes o santo nome de sua Mãe Santíssima, Virgem, Imaculada e Assunta ao céu. Quando rezamos o santo Rosário o pronunciamos sem cessar, clamando a sua ajuda e poderosa intercessão. “Ave Maria, cheia de graça…” , “Santa Maria Mãe de Deus…” E o bom povo brasileiro gosta de colocar em suas filhas este sagrado nome: Maria Isabel, Maria Aparecida, Maria do Socorro, Maria das Dores, Maria do Carmo, Maria… Maria… Maria… Que povo devoto à Virgem Maria!
O Padre Antônio Vieira, em um dos seus mais inspirados escritos, diz:
“Só vos digo que invoqueis o nome de Maria quando tiverdes necessidade dele; quando vos sobrevier algum desgosto, alguma pena, alguma tristeza; quando vos molestarem os achaques do corpo, ou vos  molestarem os da alma; quando vos faltar o necessário para a vida…;
Quando os pais, os filhos, os irmãos, os parentes se esquecerem das obrigações do sangue; quando vo-lo desejarem beber a vingança, o ódio, a inveja; quando os inimigos vos perseguirem, os amigos vos desampararem, e donde semeastes benefícios, colherdes ingratidões e agravos;
Quando os maiores vos faltarem com a justiça, os menores com o respeito, e todos com a proximidade; quando vos inchar o mundo, vos lisonjear a carne, e vos tentar o demônio, que será sempre e em tudo; quando vos virdes em alguma dúvida ou perplexidade, em que vós não saibais resolver nem tomar conselho;
Quando amanhecer o dia, sem saberdes se haveis de anoitecer, e quando vos recolherdes à noite, sem saber se haveis de chegar à manhã; finalmente, em todos os trabalhos, em todas as aflições, em todos os perigos, em todos os temores, e em todos os desejos e pretensões, porque nenhum de nós conhece o que lhe convém; em todos os sucessos prósperos ou adversos, e em todos os casos e acidentes súbitos da vida, da honra,  e, principalmente, nos da consciência, que em todos anda arriscada, e com ela a salvação.
E como em todas estas coisas, em cada uma delas necessitamos de luz, alento e remédio mais que humano, se em todas e cada uma recorrermos à proteção e amparo da mãe das misericórdias, não há dúvida que, obrigados da mesma necessidade, não haverá dia, nem hora, nem momento em que não invoquemos o nome de Maria”.
São Bernardo, Doutor da Igreja, dizia de Maria:
“Ó tu, que te sentes, longe da terra firme, levado pelas ondas deste mundo, no meio dos temporais e das tempestades, não desvies o olhar da luz deste Astro, se não quiserdes perecer.
Se o vento das tentações se elevar, se o recife das provações se erguer na tua estrada, olha para a Estrela, chama por Maria.
Se fores sacudido pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, do ciúme, olha para a Estrela, chama por Maria.
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, que não se afaste de teu coração; e, para obter o auxílio da sua oração, não te descuides do seu exemplo de vida.
Seguindo-a, terás a certeza de não te desviares; suplicando-lhe, de não desesperar; consultando-a, de não te enganares. Se ela te segurar, não cairás; se te proteger, nada terás de temer; se te conduzir, não sentirás cansaço; se te for favorável, atingirás o objetivo”.
Todos os santos, sem exceção, engrandeceram o sagrado nome da Virgem Maria e por isso a Igreja celebra a festa do seu santo nome.
Santa Maria, rogai por nós!
Prof. Felipe Aquino

Natividade de Nossa Senhora


Viva Santa Mãe de Deus, Imaculada, sempre Virgem, Assunta ao Céu! Hoje tem festa de Aniversário Dela na Terra e no Céu!
A Igreja celebra com júbilo muitas festas e solenidades de Nossa Senhora por ser a Mãe de Deus humanado, por ter dado corpo ao Verbo divino, para que acontecesse a salvação da humanidade. A celebração do nascimento da Virgem Maria, como disse santo André de Creta (cf. Ofício das leituras), honra a natividade da Mãe de Deus.
O nascimento de Maria anunciou alegria e a aproximação da Salvação do mundo perdido; por isso esta festa se celebra na Igreja com grande louvor e ação de graças.
Com o seu SIM a Deus, Maria respondeu em nome de toda a humanidade a Deus e permitiu, então, que o Senhor da História entrasse na História dos homens, para salvá-los. Por isso, a Igreja presta à Virgem Santíssima o culto chamado “hiperdulia”, super veneração.
Maria nasceu para ser a Mãe do Salvador, daquele que é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1,29). Por isso, somente de Maria, como também de João Batista e Jesus Cristo, a Igreja celebra não só o nascimento para o céu, mas também o nascimento para este mundo.
Maria foi concebida no ventre de sua mãe Ana, sem o pecado original, para poder gerar o Criador em forma humana. Ela veio ao mundo de forma diferente de todos os demais humanos, não isenta da graça santificante e não sujeita ao pecado, mas, pura, bela, formosa e gloriosa, adornada das graças mais preciosas que convinha Àquela escolhida para ser a Mãe do Salvador. Ela é a Nova Eva, que veio para desatar o nó da desobediência de Eva, e esmagar a cabeça de Satanás (Gn 3,15).
Assista também: Natividade de Nossa Senhora
Por isso, esta festa foi sempre celebrada com louvores por muitos Santos Padres, que tiraram suas conclusões da Bíblia. São Pedro Damião, (1007-1072), doutor da Igreja, no seu “Segundo Sermão sobre a Natividade de Nossa Senhora”, diz:
“Deus onipotente, antes que o homem caísse, previu a sua queda e decidiu, antes dos séculos, a redenção humana. Decidiu portanto encarnar-se em Maria.”
“Hoje é o dia em que Deus começa a pôr em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Casa linda, porque, se a Sabedoria constrói uma casa com sete colunas trabalhadas, este palácio de Maria está alicerçado nos sete dons do Espírito Santo. Salomão celebrou de modo soleníssimo a inauguração de um templo de pedra. Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado? Naquele dia a glória de Deus desceu sobre o templo de Jerusalém sob forma de nuvem, que o obscureceu. O Senhor que faz brilhar o sol nos céus, para a sua morada entre nós escolheu a obscuridade (1Rs 8,10-12), disse Salomão na sua oração a Deus. Este mesmo templo estará repleto pelo próprio Deus, que vem para ser a luz dos povos.”
“Às trevas do paganismo e à falta de fé dos judeus, representadas pelo templo de Salomão, sucede o dia luminoso no templo de Maria. É justo, portanto, cantar este dia e Aquela que nele nasceu. Mas como poderíamos celebrá-la dignamente? Podemos narrar as façanhas heroicas de um mártir ou as virtudes de um santo, porque são humanas. Mas como poderá a palavra mortal, passageira e transitória exaltar Aquela que deu à luz a Palavra que fica? Como dizer que o Criador nasce da criatura?”
Esta festa teve origem no Oriente. No Ocidente o Papa São Sérgio (687-701) ordenou que fosse celebrada em Roma. A tradição diz que a Virgem nasceu em Jerusalém, nas proximidades do tanque de Betesda, onde atualmente se venera uma cripta sob a igreja de Santa Ana, como sendo o local onde nasceu Nossa Senhora.
Prof. Felipe Aquino


Igreja celebra a festa de Nossa Senhora Rainha

Quaresma de São Miguel Arcanjo







A Quaresma de São Miguel Arcanjo reaviva nossa 

devoção e nosso relacionamento com os anjos

A Quaresma de São Miguel Arcanjo deve ser rezada, diariamente,
entre os dias 15 de agosto e 29 de setembro, dia da Festa de São 
Miguel. Pode ser rezada também em outras épocas do ano por um
período de 40 dias.

Para se preparar para essa Quaresma é necessário
* Acender uma vela abençoada diante de uma imagem ou estampa
de São Miguel Arcanjo
* Oferecer uma penitência durante os 40 dias;
* Fazer o sinal da cruz;
* Rezar estas orações todos os dias:

Oração inicial para todos os dias

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso
refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe, 
Deus, instantemente o pedimos.
E vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no
inferno a satanás e aos outros espíritos malignos que andam pelo 
mundo para perder as almas. 
Amém.
Sacratíssimo Coração de Jesus (3x)

Ladainha de São Miguel Arcanjo

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, rogai por nós.
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós.
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.
São Miguel, poderosíssimo príncipe dos exércitos do Senhor, rogai
por nós.
São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós.
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.
São Miguel, luz dos anjos, rogai por nós.
São Miguel, baluarte dos cristãos, rogai por nós.
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da cruz,
rogai por nós.
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida,
rogai por nós.
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.
São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.
São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório, rogai
por nós.
São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que
estão no Purgatório,
São Miguel, nosso príncipe, rogai por nós.
São Miguel, nosso advogado, rogai por nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade
de nós, Senhor.
Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo,
para que sejamos dignos de Suas promessas.
Oração : Senhor Jesus, santificai-nos por uma bênção sempre
nova e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, essa
sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do céu e a trocar
os bens do tempo presente pelos da eternidade. Vós que viveis
e reinais em todos os séculos dos séculos. Amém.

O que significa a Assunção de Nossa Senhora?



Ouvi um padre amigo dizer na homilia da Missa da Assunção de Nossa Senhora, que nos lembra que “há um lugar em Deus para nós; e em nós deve, então, haver um lugar para Deus”. Deus nos fez para Ele e Ele nos quer vivendo sempre com Ele na eternidade. E, por isso, disse São Paulo, “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da Terra” (Col 3,1-2).
A Virgem Imaculada foi elevada ao Céu de corpo e alma após sua morte, que a Igreja desde os primeiros séculos chama de “dormição”; Deus a ressuscitou e levou para o Céu. O Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica “Munificientissimus Deus” proclamou como dogma de fé, dizendo:
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.”
A Festa de Nossa Senhora Rainha do Céu e da Terra é celebrada no dia 22 de agosto. A Assunção da Virgem Maria é uma participação especial na Ressurreição de Jesus e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos. A Liturgia bizantina reza: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte”.
Na Missa da Assunção a Igreja reza: “Deus eterno e todo poderoso, que elevastes `a glória do Céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, mãe do Vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de Sua glória”.
Muitos santos perguntavam se o melhor dos filhos poderia recusar à melhor das mães a participação em sua ressurreição e o glorioso domínio à direita do Pai? Para eles sua dignidade de Mãe de Deus exige a Assunção. Para Santo Irineu de Lião (†200), como a nova Eva, Maria participou da sorte do novo Adão, Jesus Cristo, ressuscitou depois da morte, seu corpo não experimentou a corrupção.
A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o Céu existe e é nosso destino. A chegada de nossa Mãe ao Céu é a certeza antecipada da vitória final de todos os justos amigos de Deus, que amam o Evangelho e obedecem a Igreja, vivendo como verdadeiros cristãos. Lá do alto a Mãe querida, ao lado do trono do Rei, prepara um lugar no céu para cada um de nós, e ali intercede por nós sem cessar, ela que é a “onipotência suplicante”. A Igreja reza na Assunção: “Hoje a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do Céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”.(Pref. da Or. Euc.)
A Assunção de Nossa Mãe ao céu é um sinal da nossa ressurreição. É uma mensagem especial e convite dessa Mãe a cada um de nós para segui-la ao Céu, desprezando toda a sedução dos apegos e prazeres desta vida, que por mais abundantes que sejam não conseguem saciar os anseios de uma alma imortal criada em Deus, para Deus e à semelhança de Deus. O coração do homem que foi feito para o Alto.
A Assunção de Nossa Mãe é o testemunho certo de que a filosofia consumista, materialista e hedonista de nossos tempos, que tiraniza o ser humano, afastando-o de Deus e dos irmãos, longe de trazer-lhe a verdadeira felicidade, ao contrário, enche sua alma de tristeza, frustração e pessimismo, numa vida sem rumo e sem ideal.
A Assunção de Maria é a festa da esperança do cristão verdadeiro que espera a felicidade eterna e perfeita. Maria subiu ao Céu deixando na terra um túmulo vazio, sinal de que nossa vida aqui nesta terra é uma caminhada para o Céu. É um alerta para que não nos deixemos enganar pelas delícias ilusórias da viagem, as quais não podem satisfazer os anseios infinitos do homem, cujo destino é viver em Deus para sempre.
A Assunção de Maria é a vitória da vida sobre a morte, da esperança sobre o pessimismo, do sofrimento sobre o prazer, da humildade sobre a soberba, do amor sobre o egoísmo, da pureza sobre a luxúria, da mansidão sobre o ódio, da bondade sobre a inveja, da solicitude sobre a preguiça… do bem sobre o mal.
A subida de Maria ao céu é um chamado vibrante a cada um de nós para que vivamos na terra como ela viveu: simples, humilde, pobre, oculta, silenciosa, discreta, generosa, mansa, bondosa e prestativa, para que sejamos um dia exaltados por termos vivido a humildade.
É lá na casa de Maria, no esplendoroso palácio celeste que deve habitar nosso pobre coração. Conquistar o céu, como Maria, deve ser a meta de cada um de nós, e o objetivo de todos nossos esforços.
O cristão vive com os pés na terra e o coração no céu.
São Paulo expressa isso bem quando diz: “Se é só para esta vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (1Cor 15,19). Em outras palavras, é perder tempo querer seguir Jesus apenas para ser feliz nesta vida, que é rápida e muito precária. No céu é que receberemos a recompensa, “a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,24).
Quem deseja o Reino de Cristo nunca pode esquecer-se de que Ele disse: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,26). Cristo nos quer a todos no Céu, porque ali está nosso destino. Seu coração fica frustrado quando um lugar no céu não é ocupado por alguém. As alegrias do Céu são tantas e tão insondáveis que fizeram S. Paulo exclamar: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que O amam” (1Cor 2,9).
“Nós somos cidadãos dos céus. É de lá que também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo glorioso” (Fl. 3,20-21). “Temos no céu uma casa feita por Deus e não por mãos humanas” (2Cor 5,1). Para o Apóstolo, era um exílio viver na terra. “Todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor… suspiramos e anelamos ser sobrevestidos de nossa habitação celeste… Pois, enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos… Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo, para ir habitar junto do Senhor” (2Cor 5,2-8). Desejar o paraíso é desejar a Deus, diz Santo Afonso, nosso fim último, onde O amaremos perfeitamente.
A vida aqui sem a perspectiva do céu é um desastre total, uma frustração inexplicável. Sem a fé no céu a vida na terra é vazia, sem sentido, como um barco que navega à deriva…
Maria, agora gloriosa no Céu, é a “âncora lançada no infinito de Deus”, é “a Porta do Céu” aberta para seus filhos devotos. Vamos ao Céu por Maria, Ela é a escada que Jesus nos deu para chegar até lá.
Pela Assunção de Nossa Senhora Deus nos revela o sentido pleno da redenção; isto é, uma completa divinização do corpo humano, a transfiguração da própria dimensão material do homem e a vitória sobre a morte em todas suas formas.
Outro aspecto muito relevante da Assunção de Nossa Senhora é que, com seu corpo transfigurado e glorificado, ela pode estar sempre presente ao lado de Jesus e, de modo muito especial numa presença misteriosa junto à Eucaristia. Em vista disso, São Pedro Julião Eymard deu a ela o título de: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”.
Prof. Felipe Aquino

Rezemos pelos nossos sacerdotes, por nosso clero…



Senhor Jesus Cristo, que para testemunhar-nos o Vosso amor infinito, instituístes o sacerdócio católico, a fim de permanecerdes entre nós, pelo ministério dos padres, enviai-nos santos sacerdotes!
Nós Vos pedimos por aqueles que estão conosco à frente de nossa comunidade, especialmente o vigário de nossa paróquia. Pedimos pelos missionários que andam pelo mundo, enfrentando o cansaço, perigos e dificuldades para anunciar a Palavra da Salvação.
Pedimos pelos que se dedicam ao serviço da caridade, cuidando das crianças, dos doentes e dos velhos, de todos os que sofrem e estão desamparados.
Pedimos por todos aqueles que estão a serviço do Vosso Reino de Justiça, de Amor e de Paz, seja ensinando, seja abençoando, seja administrando os sacramentos da salvação.
Amparai e confortai, Senhor, aqueles que estão cansados e desanimados, aqueles que sofrem injustiças e perseguições por Vosso nome, aqueles que se sentem angustiados diante dos problemas.
Fazei que eles todos sintam a presença de Vosso amor e a força de Vossa Providência. Amém.

A vocação sacerdotal

Jesus chamou para Apóstolos “aqueles que Ele quis”, depois de passar a noite em oração. A Igreja viu nisso o chamado ao sacerdócio. É Jesus quem chama o jovem à vida sacerdotal, que não é fácil, que exige muitas renúncias, para ser todo de Deus, a serviço do Reino de Deus, para a edificação da Igreja e a salvação das almas.
A palavra vocação vem do latim vocare=chamar. Deus põe no coração do jovem este desejo de servi-lo radicalmente, indiviso, “full time” como diz o inglês.
Para discernir este chamado divino o jovem precisa, sem dúvida, de um bom orientador espiritual, um padre ou um leigo experiente para ajudá-lo. Penso que alguns sinais que indicam que um jovem tem vocação ao sacerdócio sejam esses:
– Ter vontade de entregar a vida totalmente a Deus, sem guardar nada para si; ser como Jesus, totalmente disponível ao Reino de Deus. Abraçar o celibato com gosto, oferecendo a Deus a renúncia de não ter uma esposa, filhos, netos, casa, etc. Jesus disse que receberá o cêntuplo.
– Desejar trabalhar como Jesus pela salvação das almas, sem pensar em um projeto para a “sua” vida. Entregar a vida totalmente nas mãos de Deus. Ter o desejo de viver mergulhado em Deus.
– Gostar de rezar, de estar com Deus, de meditar sua Palavra, participar da Liturgia, pois sem isso não se sustenta uma vocação sacerdotal; o demônio tem muitas razões para tentar um sacerdote, aquele que lhes arrebata as almas.
– Amar a Igreja de todo o coração, tê-la como Mãe e Mestra; ser submisso aos ensinamentos do Magistério da Igreja. Ser fiel à Igreja e a seus pastores, nunca ensinando algo que não esteja de acordo com o Sagrado Magistério da Igreja, dirigido pelo Papa. Viver o que diziam os santos Padres: “sentire cum Ecclesia”, ou seja, sentir com a Igreja.
– Amar o Papa, os Bispos, Nossa Senhora, os Anjos, os Santos, os Sacramentos, a Liturgia e tudo o que faz parte da nossa fé católica. Desejar estudar teologia, filosofia e tudo o mais que o Magistério Sagrado da Igreja nos recomenda e ensina. Gostar de fazer meditações, retiros espirituais e uma busca permanente de santidade.
– Almejar viver como Cristo; ser “alter Christus”, um outro Cristo na Terra.
– Desejar viver uma vida de penitência, na simplicidade, na pobreza evangélica, na obediência irrestrita aos superiores, aberto a todos por um diálogo franco. Ser tudo para todos.
– Estar disposto a obedecer sempre o seu Bispo ou seu Superior a vida toda, qualquer que seja a decisão dele sobre você.
– Estar disposto a dar até a vida pela Igreja, pelas almas e por Jesus Cristo.
Talvez eu tenha sido um pouco exigente; mas para aquele que deseja ser um Sacerdote do Deus Altíssimo, creio que não se pode pedir menos do que isso.  A propósito, lembro a frase de Dom Bosco: “Não há maior graça para uma família do que um filho sacerdote”. Quem opta pela vida sacerdotal deve se entregar de corpo e alma a ela; não pode ser mais ou menos sacerdote, seria uma frustração para a pessoa e para Deus.

(fonte: - Cleofas)


A alegria Cristã


Há umas palavras muito bonitas no livro de Neemias, que se leem com frequência na Liturgia das Horas: A alegria do Senhor será a vossa força (Ne 8, 10). Jesus nos fala dessa “alegria do Senhor”, a garante e a potencia infinitamente com a sua Ressurreição e com a graça do Espírito Santo: Hei de ver-vos outra vez [quando aparecer ressuscitado], e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria (Jo 16,23; cf. Jo 20,20 e Gl 5,22).
A tristeza enfraquece-nos, a nós e aos que nos cercam. Debilita o ânimo, amolece as forças e desperta o mau humor. Uma pessoa triste cria um ambiente soturno. Já dizia, no século II, um dos mais antigos escritores cristãos: <<Afasta de ti a tristeza. Não entendes que a tristeza é pior do qualquer outro estado de ânimo, que é a coisa que mais desanima e que repele o Espírito Santo? Uma pessoa alegre pratica o bem, gosta das coisas boas e agrada a Deus. O triste, pelo contrário, sempre age errado>> (Pastor de Hermas, Mand. 10,1.1; 3.1).
A alegria, antítese da tristeza, enche-nos de vitalidade e levanta o ânimo dos outros. É dinâmica. Pode-se dizer que uma pessoa alegre faz sair o sol em qualquer lugar onde se encontra.
Mas, talvez nos perguntemos: “É possível a alegria como um bem estável da alma, como algo permanente? Não é, na realidade, como um vagalume, uma luzinha efêmera que só pisca de vez em quando e por uns instantes na escuridão?”
Deus nos responde que não.
– Lembremos as palavras já citadas de Jesus na Última Ceia: Vós, sem dúvida, agora estais tristes. Mas hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a nossa alegria (Jo 16,22).
– Ouçamos o que diz São Paulo aos que acabavam de abraçar a fé cristã: Nós estamos sempre contentes! (2Cor 6,10).
– Escutemos o “mandamento da alegria” de São Paulo aos filipenses: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!… O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma! (Fl 4, 4-6).
Será possível essa alegria?
Essa é a pergunta que se fazia Bento XVI, ao iniciar, com uma meditação, Sínodo dos Bispos de 2005. Acabavam de lidar, na Liturgia da Hora Terça, as palavras com que Paulo termina sua segunda carta aos Coríntios: Por fim, irmãos, vivei com alegria…, animai-vos…, vivei em paz. E o Deus do amor e da paz estará convosco (2Cor 13,11). O Papa fez o seguinte comentário:
<<É possível ordenar, manda desta forma a alegria? A alegria, poderíamos dizer, vem ou não vem, mas não pode ser imposta como um dever. Neste ponto, ajuda-nos a pensar o texto mais conhecido sobre a alegria das cartas paulinas: Alegrai-vos sempre no Senhor. O Senhor está perto” [refere-se a Fl 4,4, acima citado}.
>>Se a pessoa amada, se o amor, o maior dom da minha vida, estiver próximo de mim, se eu puder ter a certeza de que aquele que me ama – Deus – está perto de mim também nos momentos de tribulação, então poderá manter-se firme no meu coração uma alegria maior do que todos os sofrimentos>> (Meditação, 3/10/2005).
No mesmo sentido, o Papa Francisco afirma, com a leveza jovial de quem habitualmente está de bom humor: <<A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus […]. O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria […] Reconheço que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal que, não obstante as aparências contrárias, somos infinitamente amados>> (Encíclica Evangelii Gaudium nn. 1.5.6).
Amor e Alegria
Deus nos ama. Somos seus filhos muito amados (Ef 5,1). Ele está sempre perto de nós. Nós é que podemos afasta-nos dele, e então a tristeza baixa ao coração. Como dizia São Josemaria [não se referia, como é lógico, à tristeza sem culpa, patológica, que procede da depressão]: <<A alegria é um bem cristão. Só desaparece com a ofensa a Deus, porque o pecado é fruto do egoísmo e o egoísmo é causa de tristeza>> (Caminho, n. 662).
Quer dizer que, para estarmos alegres e alegrar os demais, é preciso que aumente o nosso amor a Deus – a nossa vida de oração, o nosso amor à Eucaristia, a nossa mortificação por amor, a nossa luta pelas virtudes -, e que vençamos o egoísmo, correspondendo generosamente ao amor que o Espírito Santo derrama em nossos corações (cf. Rm 5,5 e Gl 5,22).
O Bom Humor
Quem tem alegria, tem bom humor. <<Onde quer que a alegria esteja ausente, onde quer que desapareça o sendo de humor, com certeza ali não estará o espírito de Jesus>> (J. Ratzinger, Princípios teológicos). Não se trata do humorismo sarcástico, irônico, que agride e humilha os outros. Mas do bom humo amável, que faz bem como um bálsamo que suaviza as asperezas da vida.
Como andamos de bom humo lá e casa? E no ambiente de trabalho, entre colegas e amigo? E, em geral, com todas as pessoas com quem temos contato, mesmo que seja ocasional? Ficamos de cara fechada, com reações bruscas, queixas, gestos antipáticos e respostas ríspidas? Ou temos uma amabilidade sorridente, como a de Cristo ressuscitado, que só com a sua presença fazia brotar a alegria: Alegraram-se os discípulos ao ver o Senhor (Jo 20,20)?
O Papa Francisco, usando uma expressão popular, tem repetido que o cristão não pode ter <<cara de vinagre>>. Se tivermos vinagre no coração precisamos limpá-lo e enxuga-lo bem, sobretudo melhorando a nossa oração, como dizia Santo Agostinho e o Papa Bento XVI recordava na sua encíclica sobre a esperança (Spe salvi, n.33).
Quem é que tem vinagre no coração? Aquele que vive como descrevem estas palavras: <<Não és feliz porque ficas ruminando tudo como se sempre fosse tu o centro: é que te dói o estômago, é que te cansas, é que te disseram isto ou aquilo… – Já experimentaste pensar nEle e, por Ele, nos outros?>> (Sulco, n. 74).
Quem limpa o vinagre? Aquele que descobriu o que se lê em outro pensamento do mesmo livro: <<Talvez ontem fosses uma dessas pessoas amarguradas nos seus sonhos, decepcionadas nas suas ambições humanas. Hoje, desde que Ele entrou na tua vida – obrigado, meu Deus! -, ris e cantas e levas o sorriso, o Amor e a felicidade aonde quer que vás>> (n. 81).
As almas cristãs, sobretudo os santos, nos dão exemplos maravilhosos desse bom humor que procede da caridade e da luta espiritual. Não considere os exemplos que vou mencionar a seguir como legendas áureas, dignas de admiração e impossíveis de imitar; mas como mensagens de Deus que batem no seu coração, e lhe dizem: “E você…, como vive a alegria diante das situações difíceis?”.
Alguns exemplos de Santos
– São Filipe Neri, Pippo il buono, que muitos veneravam como santo ainda em vida, às vezes “se fazia de louco” com palhaçadas ingênuas e até grotescas, <<para sabotar em si – como diz um escritor – a tentação do orgulho, pois o riso, às custas de si mesmo, libera do inchaço da vaidade e atrai alegremente todos para Deus>>. Como é bom saber rir de si mesmo, sem dar importância aos nossos “méritos”, nem aos nossos “dramas” e “tragédias” cotidianos.
– São Josemaria Escrivá referiu certa vez o que lhe aconteceu quando ainda era um jovem padre. Por causa de uma contrariedade forte, <<irritei-me… e depois me irritei por ter-me irritado>>. Nesse estado de ânimo, indo pelas ruas de Madrid, passou por uma daquelas máquinas que faziam seis fotografias rápidas por quatro tostões, e Deus lhe inspirou uma ideia. Entrou na cabine e tirou as fotografias. Dizia que olhou para elas, e <<estava engraçadíssima com a cara de irritação!>>, rasgou cinco fotos e guardou a sexta na carteira durante um certo tempo. <<De vez em quando – comentava -, olhava-a para ver a cara de irritação: “Que bobo!”, dizia para mim>>.
– É célebre o impressionante exemplo de humor de São Thomas More, chanceler da Inglaterra, quando ia ser decapitado por ter-se oposto a aderir ao cisma religioso provocado pelo rei Henrique VIII. Quando inclinava a cabeça sobre o talho, olhou para o carrasco e disse-lhe: <<Ânimo, rapaz! Não tenhas medo de cumprir o teu dever. O meu pescoço é muito curto. Cuida, pois de não cortá-lo de lado, para que não fique abalado o teu prestígio>>. E depois acrescentou: <<Deixa-me ajeitar a barba, não aconteça que também a cortes. Ela nada tem nada a ver com isso>>.
Um precedente muito antigo de Sir Thomas é o do diácono de Roma São Lourenço, martirizado no ano de 285. Segundo conta Santo Ambrósio, foi queimado a fogo lento, deitado numa grelha. Brincado com os verdugos, disse em certo momento: “Este lado já está assado, podem virar-me para o outro”.
Após refletir sobre esses exemplos – quatro entre muitos – talvez seja bom terminar este capítulo transcrevendo uma oração “para pedir o bom humor” composta por São Thomas More. Diz-se que a rezava todos os dias:
– <<Dai-me, Senhor a saúde do corpo e, com ela, o bom senso para conservá-la o melhor possível. Dai-me, Senhor, uma boa digestão e também algo para digerir. Dai-me uma alma santa, Senhor, que mantenha diante dos meus olhos tudo o que é bom e puro. Dai-me uma alma afastada do tédio e da tristeza, que não conheça os resmungos, as caras fechadas, nem os suspiros melancólicos… E não permitais que essa coisa que se chama o “eu”, e que sempre tende a dilatar-se, me preocupe demasiado. Dai-me, Senhor, o sentido do bom humor. Dai-me a graça de compreender uma piada, uma brincadeira, para conseguir um pouco de felicidade e para dá-la de presente aos outros. Amém>>.
Trecho retirado do livro: Tornar a Vida Amável, Francisco Faus

Ano A - Mateus 9,9-13

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