quarta-feira, 24 de março de 2021

Via Sacra com Maria

 



Oração preparatória

 Com toda certeza Maria estava entre as mulheres que preparam a última ceia do Senhor Jesus. Ela ouviu o anúncio da Paixão e Morte de seu Filho. Sentiu um grande arrepio quando Judas foi desmascarado por Jesus e tomou o caminho da traição. Com muita emoção ouviu as palavras da consagração do pão e do vinho. Maria, em pé, num cantinho do cenáculo, também cantou, baixinho, o hino de ação de graças após a ceia. Cristo caminha com os Apóstolos até o Monte das Oliveiras, ali bem perto do local da agonia. Entre as sombras das grossas árvores de oliveiras, Cristo suou sangue.

Naquele Getsêmani ele foi preso após o beijo sacrílego de Judas. Maria, distante, sentia as sombras daquelas oliveiras e o suor que deslizava sobre sua face quente como o sangue de Cristo.

Ela sente até o bafo asqueroso do traidor. Os mesmo empurrões sentia Maria, os mesmo empurrões dos algozes de Cristo que o levaram prisioneiro. Os discípulos que fugiram correram até Maria e narravam tudo aquilo que estava acontecendo com o mestre. A Mãe sabe que o Sumo Sacerdote já havia condenado seu Filho.

Agora ela corre até o pretório de Pilatos, mas fica bem atrás, não havia lugar mais perto, pois eram muitos os que assistiam à farsa de um julgamento…

Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-nos, meu Jesus.

1ª estação: Jesus é condenado à morte

Por que, Pilatos, você condena o meu Filho? Você não ouviu que ele disse que é a verdade? Até sua esposa, ó Pilatos, pediu para que você não se envolvesse nesse caso. Você mesmo disse que ele era inocente, que não via culpa alguma nele. Não, não permita que mais chicotada cortem sua puríssima carne. É a minha carne que também está sendo flagelada. Oh! Mande arrancar essa coroa de espinhos que perfura a sua cabeça. Não deixei que ele seja crucificado…

Lave as mãos, Pilatos…Lave!

Ainda hoje há tantos filhos meus que lavam as mãos como se nada tivessem a ver com os sofrimentos de meu Filho, causados pelos pecados do mundo…

No Pretório de Pilatos,

cruelmente flagelado,

o Senhor, autor da vida,

Foi à morte condenado.


2ª estação: Jesus recebe a cruz em seus ombros

Meu Filho, você quer que eu o ajude a carregar a cruz? Você está fraco, a cruz é pesada…

Estou vendo, aqui de longe, que ela está machucando os seus ombros. Eu sei que esse é o caminho, mas bem que desejaria que fosse diferente! Se alguém quiser segui-lo, deve renunciar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e andar seguindo suas pegadas. Isso é difícil, meu Filho, mas não é impossível. Ah! Se todos os meus filhos preferissem abraçar a cruz e levá-la cheios de felicidade, sem resmungar, sem pensar que seja um castigo. Como seria leve cada cruz a ser carregada!

Uma cruz lhe destinaram

sobre os ombros a levar

pela cruz, bendita e santa,

Cristo vem nos libertar.


3ª estação: Jesus cai pela primeira vez

 Meu Filho, você caiu? Quero chegar mais perto de você. Talvez seja seu último instante. São os pecados dos homens que dobraram o peso da cruz, em seus ombros. Seus carrascos não querem vê-lo morto debaixo da cruz. Sei que o gosto deles é levá-lo vivo, fora da cidade para crucificá-lo. Vou correr por detrás dessas casas, quero esperar por você lá naquela esquina em que você vai passar. Corram também vocês, meus filhos, não fiquem caídos depois do primeiro pecado, sem ânimo para se levantar. Levantem-se, meus filhos, como Jesus, ainda que amanhã voltem a cair. O importante é o hoje!

A caminho do Calvário

cai por terra o Salvador,

expiando nossas faltas

de orgulho e desamor.


4ª estação: Jesus encontra-se com sua Mãe

 Nesta esquina vai passar o cortejo que leva meu Filho à morte. Eis que ele aparece. Como o vejo, meu Deus! Será mesmo o meu Filho? Como a maldade humana o desfigurou. E o Pai que fez o mais belo Rabi da Galiléia…

A minha dor é grande, Jesus! Sofro em minha carne as suas dores. São espadas de dor que atravessam a minha alma. Mas sei que sua dor é maior!

Fale comigo Jesus…

Não. Não fale, basta o seu olhar. Eu sei que essa dor que sofro não é causada por você, não é você que provoca. Sãos os meus filhos. Cada ofensa que você sofre, cada pecado que é cometido, é uma nova espada a atravessar o meu coração.

Também o seu coração, meu Filho.

Mãe e Filho se encontram

com a dor no coração;

ambos fazem do martírio

generosa oblação.


5ª estação: Simão Cirineu ajuda Jesus a levar a cruz

Que bom que você apareceu, Simão. Eu não o conheço bem, apenas sei que é um lavrador, pai de Alexandre e Rufo, que veio de Cirene. Vejo, porém, que você é forte e pode ajudar meu Filho Jesus a carregar a cruz. Não deixe, contudo, seu filhinho inocente tocar nesse madeiro malvado. Queria eu carregar a cruz de Jesus em seu lugar. Filhos queridos, ajudem seus irmãos a levar a cruz. Há muita gente, quase esmagada debaixo de uma cruz, esperando por braços fortes que venham ajudá-las a não sucumbirem!

Cirineu ajuda o Cristo

a levar a santa cruz;

todos devem fazer algo

para o reino de Jesus.


6ª estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus

 Isso, Verônica, enxugue os escarros que correm pela barba de meu Filho. É suor e sangue que também correm. Passe com todo o carinho essa toalha pelo seu rosto. Não se importe com os empurrões dos soldados. Pior eles estão fazendo com o meu Filho. Seu gesto é muito importante. Suas mãos são frágeis, mas seu coração é generoso, sua vontade é forte, sua atitude é firme! Ah! Se houvesse sempre pessoas capazes de limpar as manchas da vida de seus irmãos ou de si mesmos. Limpar os erros, as falhas, as fraquezas e trazer a todo momento a estampa de meu Filho Jesus em seu coração, na alma de seus irmãos. Que cada um se sinta essa toalha que suaviza os ultrajes de seu próximo.

Contemplai a santa face

que Verônica enxugou!

Quantas almas há no mundo

implorando o nosso amor…


7ª estação: Jesus cai pela segunda vez

Mais uma vez, meu Filho, você está caído no chão! Ó Soldado, não lhe batam mais. Carrascos, ajudem-no a sair debaixo do peso dessa cruz. Ele não aguenta mais. É uma mãe que pede pelo seu Filho! São tantos os bons propósitos que meus filhos fazem, principalmente depois da confissão, novamente, contudo, voltam a cair. E muitas vezes, repetindo o mesmo pecado ou cometendo faltas maiores ainda… Isso, meu Filho, coragem, um pouquinho mais de força, levante-se, não fique debaixo da cruz. Que ninguém, nenhum de meus diletos filhos, permaneça caído debaixo da cruz, debaixo do pecado!

Sob o peso esmagador

cai ainda o justiçado,

que salvou com sua cruz

este mundo do pecado.


8ª estação: Jesus consola as mulheres na beira do caminho

 Eu também estou chorando, minhas amigas, por causa dos sofrimentos de Jesus! Vocês acham que um coração de mãe pode ver tudo isso sem derramar lágrimas? Pior, no entanto, são os pecados cometidos por vocês, pelos seus filhos. São eles que mais atormentam Jesus. São os pecados do mundo que mais fazem sofrer meu querido Filho, sofre mais do que a cruz! Muitas lágrimas de mulheres ainda são derramadas por seus filhos. Elas também sentem seus filhos torturados pelos vícios, pelas paixões, pelo materialismo…]Ainda há muitas lágrimas para serem derramadas por causa dos pecados. Mesmo ainda obrigada, piedosas mulheres, pelas sentidas lágrimas derramadas por causa dos sofrimentos de meu Jesus.

Às mulheres que choravam

diz o Mestre a futurar:

não por mim, mas por vós outras,

é que deveis chorar.


9ª estação: Jesus cai pela terceira vez

 Meu Filho, vocês está debaixo da cruz? Fale, levante-se, Jesus! Soldados, carrascos, não o deixem morrer debaixo dessa tosca madeira. Vamos, levante-se, Jesus! O fim se aproxima, é verdade, mas não com você misturado com o pó da terra. Levante-se Jesus, ainda há sofrimentos dentro do cálice que você está bebendo. A nossa cruz de hoje não é o fim. pode ser o começo do fim. Importa sempre chegar até o fim, temos de ver realizado todo o plano de Deus a nosso respeito. Ninguém tem o direito de abreviar os sofrimentos, rompendo com a vida, pondo fim na existência! Assim, Jesus…

Arrastando-se mais um pouco, porém, caminhando!

Novamente, o Salvador

se prosterna, sem alento;

são as nossas recaídas

que agravam seu tormento.


10ª estação: Jesus é despojado de suas vestes

 Meio-dia e faz frio aqui no Calvário. Não tirem a túnica de meu Filho. Fui eu que teci com todo carinho. Ela não tem nenhuma emenda. Não existe costura. É um só tecido, é uma coisa só, como o meu coração e o de meu Filho! Não rasguem… Não exponham o corpo de meu Filho aos opróbrios dessa multidão. Que a túnica branca do Batismo de meus filhos, ó Jesus, nunca seja manchada. Que jamais se rasgue. Que ninguém profane a veste batismal, aquilo que lhe fez Filho de Deus, herdeiro do reino dos céus. Tirem sim essa coroa de espinhos, para não precisar rasgar essa túnica inconsútil. Ó não, como estão dilaceradas suas carnes! Até ossos aparecem em suas costas.

Com cegueira desumana

suas vestes arrancaram,

e a túnica sagrada

por inteiro sortearam.

 

11ª estação: Jesus é pregado na cruz

 Descanse, meu Filho, deite-se um pouco. Mas deitar no madeiro tosco de uma cruz? Como descansar se os seus pulsos são pregados na madeira? Cada martelada dói no meu coração. Por que pregar essas mãos que só fizeram o bem, só abençoaram? Por que vocês estão pregando seus pés? Esses pés que só caminhavam para levar a esperança, a certeza de uma vida melhor! Mais feios que esses duros e enferrujados cravos são os pecados dos homens. Mais maldosos que esses carrascos sãos os pecadores, os ingratos que continuam impedindo, meu Jesus, de andar pelos caminhos do mundo semeando o bem. Que continuam amarrando as mãos de meu Jesus, ansiosas por abençoar, acariciar e apontar o caminho certo.

Estendido no madeiro,

com as mãos e pés pregados,

foi por fim suspenso ao alto

entre dois esconjurados.

 

 12ª estação: Jesus morre na cruz

 As trevas caíram sobre a terra. Ouço os murmúrios de perdão, ditos por meu Filho, para aqueles que não sabem o que fazem. Até você, Dimas, convida para ir hoje ao paraíso. Estou vendo seus lábios ressequidos implorarem água, seus lábios deixarem seu coração falar: Meu Deus, por que me abandonastes? Sim, aceito João por meu filho, ele e todos os homens, a humanidade inteira. Ó Jesus, você está morrendo? Então está tudo consumado? Nas mãos do pai, ó Jesus, você está entregando sua alma? O meu Jesus, vocês está morrendo. Meu Filho morto… Trema terra, escureça sol, chovam nuvens do céu, rasgue-se a cortina do templo… eu estou em pé ao lado da cruz, assistindo e participando do drama da Paixão e Morte de meu Filho, do Filho de Deus. Vocês sabem que estão completando em suas vidas aquilo que faltou à Paixão de Jesus? O Calvário não é uma nostálgica cena do passado, mas o hoje doloroso que deve ser vivido.

Lá no topo do Calvário,

o Cordeiro imolado

oferece sua vida

um resgate do pecado.

 

 13ª estação: Jesus é descido da cruz e colocado nos braços da Mãe

 Obrigado, Nicodemos! Obrigado, Arimatéia! Obrigado por terem despregado da cruz as mãos e os pés de Jesus. Obrigado, Madalena, por arrancar da cabeça de Jesus os espinhos dessa coroa. Jesus morto em meus braços! Como é tão diferente daquele dia em que pela primeira vez carreguei meu Filho, na gruta de Belém. Ele chorava e tinha os olhos marejados de lágrima e, agora, olhos cerrados, lábios fechados, rosto frio, tudo é silêncio. Fale comigo, Jesus! Fale com os meus filhos. Não fique calado, Jesus, mesmo que muitos não queiram mais ouvi-lo. Mesmo para aqueles que querem falar mais de você. Quero aquecer o seu corpo frio com o calor de minha dor, com o quente de meu amor. Ofereço tudo isso para que todos os meus filhos jamais se esfriem, mas estejam sempre aquecidos pelo seu amor, ó Jesus.

Quanto angústia e soledade

não sentia a Mãe das Dores,

contemplando o Filho morto

por amor aos pecadores.

 

 14ª estação: Jesus é colocado no sepulcro

 Sepultura, feia, fria, escura… Você é que vai guardar o corpo de meu Jesus? Você é mais digna do que minha pequena casa de Nazaré? As raposas têm suas covas, os pássaros seus ninhos, mas o Filho de Deus não tem onde reclinar a sua cabeça. Deus teve de emprestar até uma sepultura! Ó gente, veja se há dor igual a minha! Acompanhe comigo o enterro de meu Filho. Veja a grande pedra que foi rolada na entrada do túmulo. Tudo isso parece encerrar o drama da Paixão e Morte de Jesus, a redenção de todos os homens. A espada de sua ausência atravessa o meu coração. Suportarei essa separação sim, pois ele sempre está presente em minha vida, ninguém vive sem Jesus. Por maior que seja a pedra, por mais terríveis que sejam os empecilhos que o mundo coloca entre o homem e Cristo. Sepultura bendita de Jesus, guarde seu corpo para a ressurreição. Corações dos filhos meus, guardem o Corpo de Jesus não como um sepulcro frio, mas com o calor da casa de Nazaré, abrasado como meu seio puríssimo, ardente como meu Imaculado Coração.

Foi José de Arimatéia,

homem justo e grande amigo,

que o corpo de Jesus

sepultou no seu jazigo.

 

 15ª estação: Jesus ressuscita dos mortos

 Sim, Jesus, atraiçoaram o seu amor, pregaram seus pés e suas mãos, feriram todo o seu corpo. Seu coração foi rasgado por uma lança, como o meu foi ferido por uma espada de dor. Nada, porém, conseguiu romper o meu amor por você, meu Jesus. Nada afastou de minha vida a esperança de sua ressurreição. Sou testemunha de sua vitória sobre a morte. Creio em sua presença. Ó morte, onde está a sua vitória? Meu Filho Jesus ressuscitou e eu esmagarei a cabeça da serpente. A noite não é mais noite, agora é dia, é vida! Ó meu Jesus, pela sua morte redimiste o mundo. Que meus queridos filhos acompanhem sempre, comigo, os passos dolorosos de Jesus em sua Paixão e Morte, para que comigo sintam a alegria de sua ressurreição e vivam sempre o dia iluminado pela sua luz, na vida da comunidade de sua Igreja.

Saibam antes que a morte,

em duelo foi vencida,

por Jesus, o Reino da Glória,

porque nele está a vida.

 

 Oração Final:

 Meu Jesus, acabo de percorrer, em união com Maria, a Mãe das Dores, o caminho doloroso de vossa Paixão e morte. Sinto-me tão pequenino ao me lembrar de todos os meus pecados que contribuíram para a vossa condenação e sofrimento. Apesar de tudo sou agradecido diante da imensidade de vosso amor. Ó dulcíssimo Jesus, fonte de amor e salvação, estou arrependido de todos os meus pecados, causa de vossas dores. Não quero mais pecar e prometo viver conforme vossa santíssima vontade. Ensinai-me a sofrer com paciência e solidariedade, afim de que a dor não me deprima, mas sirva para minha purificação.

1 Pai-Nosso, 1 Ave-Maria e 1 Glória ao Pai, nas intenções do Papa.

 

Extraído: MARIA: breve introdução à mariologia. Mons. José Lélio Mendes Ferreira. Aparecida- SP. Editora Santuário, 2000.

 


O TERÇO DAS SETE DORES DA VIRGEM MARIA

 


Início:

 

D- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
R- Amém!
D- Nós vos louvamos, Senhor, e vos bendizemos!
R- Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.
D- Nós contemplamos vossas Dores, ó mãe de Deus!
R- E vos seguimos no caminho da fé!

 

Oração Inicial:

Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de vossas Dores particulares graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos mérito de Vossas Dores e lágrimas, a graça...(pedir a graça)

 

1ª Dor - Profecia de Simeão

Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias 

Meditação (opcional):

A Santa Virgem Maria levou Jesus ao Templo de Jerusalém, como mandava a tradição que dizia que todos os recém-nascidos deveriam ser abençoados no Templo perante Deus. Lá, o velho sacerdote Simeão segurou o menino Jesus em seus braços e o Espírito Santo encheu o seu coração. Simeão então reconheceu Jesus como o Salvador prometido e elevou a criança na direção do Céu, dando graças e louvor a Deus por ter cumprido a promessa que Ele havia feito a Simeão – a de que ele viveria o suficiente para ver o Messias.
‘Eis que agora Vosso servo pode deixar em paz esta vida, meu Senhor’, disse ele. Então, ele olhou para Maria e disse: ‘E tu, mulher, uma espada de dor irá transpassar teu coração por conta do sofrimento que deve recair sobre o teu filho’.
A Santíssima Virgem sabia que havia dado à luz o Salvador da humanidade, então ela compreendeu e aceitou imediatamente a profecia de Simeão. Por mais que seu coração tivesse sido tocado profundamente pela graça de ser portadora do menino Jesus, ele permanecia pesado e atormentado, afinal ela sabia o que havia sido escrito a respeito das provações e subsequente morte do Salvador. Sempre que via seu filho, ela era constantemente relembrada dos sofrimentos aos quais ele seria submetido, até que esse sofrimento tornou-se inerente ao dela.

Oração (opcional):
Querida Mãe Maria, cujo coração padeceu além da conta por nós, ensinai-nos a sofrer como vós sofrestes e, através do amor, a aceitar todo sofrimento pelo qual Deus considerar necessário que passemos. Que nós soframos, e que nosso sofrimento possa ser reconhecido por Deus somente, como o foi o vosso e o de vosso filho, Jesus. Não deixai que demonstremos o nosso sofrimento ao mundo, para que assim ele valha mais e possa ser usado para reparar os pecados de todos. A vós, ó Mãe, que sofrestes com o Salvador, nós oferecemos nosso sofrimento e o do mundo, por sermos todos filhos vossos. Uni nossas dores às vossas e às de Nosso Senhor Jesus Cristo e então oferecei-as a Deus nosso pai, para que Ele as reconheça – vós que sois a Mãe maior de tudo o que há.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela dor que o vosso terno coração sentiu com a profecia do velho santo Simeão. Ó Mãe querida, pelo vosso tão aflito coração, concedei-me a virtude da humildade e o dom salutar do temor de Deus. Amém

 

2ª Dor - Fuga para o Egito

O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias 

Meditação (opcional):

O coração de Maria se partiu e suas perturbações só aumentaram quando José lhe contou as palavras do anjo: eles deveriam levantar imediatamente e partir para o Egito, porque o rei Herodes estava à procura de Jesus para matá-lo. A Santa Virgem não teve nem tempo para decidir o que levar e o que deixar; ela pegou seu filho e deixou todo o resto, saindo às pressas, à frente de José, para que fossem rápidos conforme Deus havia pedido. Ela, então, disse: ‘Ainda que Deus tenha poder sobre tudo, Ele quer que fujamos com Jesus, Seu filho. Deus nos mostrará o caminho e nós chegaremos lá sem que o inimigo nos acompanhe’.
Por ser a mãe de Jesus, a Virgem Santíssima o amava mais do que qualquer outra pessoa. Seu coração se perturbava profundamente só de pensar no incômodo de seu filho e, portanto, ela sofreu muito por ele ter passado frio e temor. Enquanto ela e seu marido estavam cansados, com sono e com fome durante a viagem de fuga, o pensamento de Maria sempre se focava na segurança e no conforto de seu filho. Ela temia se encontrar cara a cara com os soldados ordenados para matar Jesus, afinal ela sabia que o inimigo ainda estava em Belém. Seu coração permaneceu angustiado durante toda a fuga. Ela também sabia que, no lugar para o qual estavam indo, eles não encontrariam rostos amigáveis que os dessem boas-vindas.

Oração (opcional):
Querida Mãe Maria, que tanto sofrestes, dai-nos o vosso coração tão valente. Dai-nos força para que sejamos também corajosos e aceitemos com amor os sofrimentos que Deus colocar em nosso caminho. Ajudai-nos também a aceitar todo sofrimento que a nós mesmos sujeitamos e que nos são infligidos por outros. Ó Mãe do Céu, vós somente purifiqueis o nosso sofrimento, para que sejamos gratos a Deus e tenhamos salvas as nossas almas.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela angústia que o vosso sensibilíssimo coração experimentou com a fuga para o Egito e a permanência naquela terra estranha. Mãe querida, pelo vosso coração tão angustiado, alcançai-me a virtude da liberalidade, especialmente com os pobres, e o dom da piedade. Amém

 

3ª Dor - Maria procura Jesus em Jerusalém

Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias 

Meditação (opcional):

Jesus é o único filho gerado por Deus, mas ele foi também filho de Maria. A Virgem Santíssima amou Jesus mais do que ela mesma, porque ele era Deus. Comparado a outras crianças, ele era único justamente porque já vivia como Deus. Quando Maria perdeu Jesus, na volta de Jerusalém, o mundo fez-se tão vasto e fez dela tão solitária que ela sentiu que não poderia continuar vivendo sem ele, tão grande era seu sofrimento (ela sentiu a mesma dor que seu filho sentiu mais tarde, quando seus discípulos o abandonaram durante sua Paixão).
Enquanto procurava ansiosamente por seu filho amado, uma dor profunda atravessava o coração da Santa Mãe. Ela se culpava, se perguntava como tinha sido possível que não tivesse tido mais cuidado com ele. Mas não era culpa dela; Jesus não mais precisava de sua proteção, como até então havia precisado. O que doía mesmo em Maria era o fato de que seu filho havia decidido ficar sem o consentimento dela. Jesus havia agradado a ela em tudo: nunca a havia irritado de forma alguma e nem tinha feito desfeita alguma para com os seus pais. No entanto, ela sabia que ele sempre fazia aquilo que era necessário e, portanto, nunca suspeitou de sua obediência.

Oração (opcional):
Querida Mãe Maria, ensinai-nos a aceitar todos os nossos sofrimentos por conta de nossos pecados e também para que sirvam de reparação pelos pecados do mundo.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela tristeza e inquietação que o vosso coração sofreu com a perda do vosso amado Jesus. Mãe querida, pelo vosso coração tão vivamente agitado, alcançai-me a virtude da castidade e o dom da ciência. Amém

 

4ª Dor - Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário

Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias 

Meditação (opcional):

Maria viu Jesus carregar a pesada cruz sozinho – a mesma na qual ele seria crucificado. Isso não surpreendeu a Virgem Santa porque ela já sabia da morte iminente de Nosso Senhor. Vendo que seu filho já estava quase abatido pelos inúmeros e duros golpes dos soldados, ela se enchia de angústia com a sua dor.
Os soldados continuavam a puxá-lo e a apressá-lo, ainda que ele não tivesse forças sobrando. Ele caiu, exausto, incapaz de se reerguer. Naquele momento, os olhos de Maria, que tanto já haviam se enchido de amor e compaixão, encontraram os dele, cheios de dor e cobertos de sangue. Seus corações, parecia, dividiam o fardo: toda dor que ele sentia, ela sentia também. Eles sabiam que não podiam fazer nada, a não ser esperar e acreditar em Deus e dedicar seus sofrimentos a Ele. Tudo que podiam fazer era colocar tudo nas mãos de Deus.

Oração (opcional):
Querida Mãe Maria, tão arrasada pela dor, ajudai-nos a suportar nossos sofrimentos com amor e coragem, para que possamos aliviar o vosso coração pesaroso e também o de Jesus, vosso filho. Ao fazê-lo, que possamos glorificar Deus por ter nos dado Jesus, Seu filho amado, e também vós, ó Santa Mãe. Ensinai-nos a sofrer paciente e silenciosamente, como vós sofrestes. Concedei a graça de amar Deus em tudo. Ó Mãe Dolorosa, a mais aflita dentre todas as mães, tende piedade de nós, pecadores do mundo inteiro.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela consternação que do vosso maternal coração se apoderou quando encontrastes Jesus com a pesada cruz a caminho do Calvário. Mãe querida, pelo vosso coração tão duramente provado, alcançai-me a virtude da paciência e o dom da fortaleza. Amém

 

5ª Dor - Maria ao pé da Cruz de Jesus

Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias 

Meditação (opcional):

A Santíssima Virgem Maria continua a subir o monte do Calvário, seguindo de perto a Jesus, dolorosa e tristemente, embora sofresse em silêncio. Ela pôde vê-lo cambaleando e caindo com a cruz mais algumas vezes, e testemunhou seu filho sendo golpeado impiedosamente pelos soldados, que o puxavam pelo cabelo para que ficasse novamente em pé.
Além de ser inocente, Jesus, quando chegou ao topo do Calvário, foi ordenado a se manifestar perante a multidão, para que pudessem rir dele. Maria sentiu profundamente a dor e a humilhação de seu filho, particularmente quando seus opressores forçaram-no a despir o que havia sobrado de sua roupa. A Santa Mãe teve dores no coração ao ver aqueles tiranos crucificarem seu filho praticamente nu, envergonhando-o terrivelmente apenas para agradar a multidão zombeteira (ele e Maria sentiam mais vergonha do que as pessoas normais, porque eram santos e não conheciam o pecado).
A abençoada Virgem Maria sentiu uma dor insuportável quando Jesus foi estirado na cruz. Seus assassinos cantavam alegremente enquanto se aproximavam dele com martelos e pregos. Sentaram-se em cima dele, para que não pudesse se mover, enquanto o fincavam na cruz. Ao martelarem em suas mãos e pés, Maria sentiu os golpes em seu coração; os pregos perfuraram também a sua carne enquanto rasgavam o corpo de seu filho. Ela sentia a própria vida se desvanecendo.
Quando os soldados ergueram a cruz para encaixá-la no buraco que haviam cavado, eles empurraram-na para que caísse deliberadamente e, assim, fizesse com que o peso do corpo de Jesus rasgasse ainda mais suas mãos e expusesse seus ossos. A dor trespassou seu corpo como fogo líquido. Ele suportou três excruciantes horas pregado à cruz, mas a dor física que sentia não era nada comparada à dor agonizante que sentia no coração por ser obrigado a ver que sua mãe assistia ao seu sofrimento de perto. Misericordiosamente, ele então morre.

Oração (opcional):
Querida Mãe Maria, Rainha dos Mártires, dai-nos a coragem que tivestes durante todo seu sofrimento para que possamos unir os nossos sofrimentos com os vossos e glorificar a Deus. Ajudai-nos a seguir os mandamentos que ele nos deixou, e também os da Igreja, para que o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo não seja em vão e todos os pecadores do mundo sejam salvos.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pelo martírio que o vosso generosíssimo coração padeceu, assistindo à agonia de Jesus. Mãe querida, pelo vosso tão martirizado coração, alcançai-me a virtude da temperança e o dom do conselho. Amém

6ª Dor - Maria recebe Jesus descido da Cruz

Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias 

Meditação (opcional):

Os amigos de Jesus, José de Arimateia e Nicodemos, desceram da cruz seu corpo morto e o colocaram nos braços abertos de sua Mãe Santíssima. Maria, então, lavou-o com profundo respeito e amor, pois era sua mãe e sabia melhor do que ninguém que ele era Deus encarnado, que tinha tomado um corpo de homem para ser o Salvador de todos os homens.
Maria podia ver as feridas da flagelação pela qual Jesus havia passado por ordens de Pilatos. Sua carne havia sido despedaçada, grandes tiras haviam sido arrancadas de suas costas. Seu corpo todo havia sido tão dilacerado que algumas feridas entrecruzavam-se, escancarando-o da cabeça aos pés. Maria descobriu que as feridas causadas pelos pregos eram menos cruéis que as causadas pela flagelação e pelo carregamento da cruz. Ela ficou horrorizada ao notar que seu filho havia sido capaz de carregar aquela cruz tão pesada e lascada até o Calvário. Ela viu a poça de sangue que havia se formado em sua testa por causa da coroa de espinhos e, para seu horror completo, ela percebeu que muitos dos espinhos farpados haviam penetrado tão fundo em sua cabeça que chegaram até a perfurar seu cérebro.
Olhando para seu filho inteiramente [… ferido], a Santíssima Mãe sabia que sua morte havia sido muito pior do que a tortura reservada ao mais perverso dos criminosos. Enquanto limpava seu corpo, ela se recordava dele em cada etapa de sua curta vida, rememorava o primeiro olhar que deu ao seu rosto de recém-nascido enquanto estavam ainda deitados na manjedoura, e se lembrou também de cada dia que se sucedeu a esse, até o fatídico e dilacerante momento em que ela banhava gentilmente o seu corpo sem vida. Sua angústia era implacável no momento em que preparava seu filho e Senhor para o sepultamento, mas ela permanecia valente e forte, tornando-se assim a verdadeira Rainha dos Mártires. Enquanto lavava seu filho, ela rezou por todos, para que conhecêssemos as riquezas do Paraíso e entrássemos pelos portões do Céu. Ela rezou por cada uma das almas do mundo, para que abraçassem a fé em Deus e, assim, fizessem com que a morte dolorosa de seu filho não fosse em vão e beneficiasse toda a humanidade. Maria rezou pelo mundo; ela rezou por todos nós.

Oração (opcional):
Querida Mãe Maria, nós vos agradecemos pela vossa valentia ao suportar a dor de assistir o vosso filho padecer na cruz até o fim, para confortá-lo. No momento em que o nosso Salvador deu seu último suspiro, vós vos tornastes uma grande mãe de todos nós; vós vos tornastes a Santa Mãe do mundo. Bem sabemos que tendes mais amor por nós do que os nossos próprios pais, e nós vos imploramos: sede a nossa advogada perante o trono da graça e da misericórdia divinas, para que possamos realmente nos tornar vossos filhos. Nós vos agradecemos por Jesus, nosso Salvador e Redentor, e agradecemos a Jesus por ter vos dado a nós. Rogai por nós, ó Santa Mãe de Deus.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela ferida que abriu no vosso piedosíssimo coração a lança que rasgou o lado de Jesus e feriu o seu amabilíssimo coração. Mãe querida, pelo vosso coração assim trespassado, alcançai-me a virtude da caridade fraterna e o dom do entendimento. Amém

 

7ª Dor - Maria deposita Jesus no Sepulcro

Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias 

Meditação (opcional):

A vida da Santíssima Virgem Maria foi tão proximamente ligada à de Jesus que ela achou que não havia mais motivo para continuar vivendo após a morte de seu filho. O único consolo que ela tinha era o de saber que a morte do filho havia dado fim àquele seu sofrimento inenarrável. Nossa Mãe Dolorosa, com a ajuda de João e da outra santa mulher, colocou cuidadosamente o corpo de Jesus no sepulcro e o deixou lá, como se fazia com todos os outros mortos. Ela foi para casa com uma dor terrível e uma tristeza aguda; pela primeira vez, ela estava sem ele e essa solidão era um novo tipo de dor, mais amarga. Seu coração vinha morrendo desde que o coração de seu filho havia parado de bater, mas ela ainda assim estava certa de que o nosso Salvador logo ressuscitaria.

Oração (opcional):
Querida Mãe Maria, cuja beleza supera a de todas as mães; ó Mãe de Misericórdia, Mãe de Jesus e de todos nós, nós somos os vossos filhos e colocamos toda a nossa confiança em vós. Ensinai-nos a ver Deus em todas as coisas e situações, até mesmo em nossos sofrimentos. Ajudai-nos a entender a importância de sofrer e também o sentido que tem o nosso sofrimento, de acordo com a vontade de Deus.
Vós fostes concebida sem pecado e preservada do pecado, a ainda sim sofrestes mais do que qualquer um de nós. Vós aceitastes o sofrimento e a dor com amor e insuperável coragem. Vós ficastes ao lado de vosso filho desde que ele foi preso até que morresse. Vós sofrestes com ele, sentistes todas as dores e tormentos que ele teve. Vós cumpristes a vontade de Deus nosso Pai, e, de acordo com a Sua vontade, vos tornastes nossa salvadora junto de Jesus. Nós vos suplicamos, ó Mãe, que nos ensineis a fazer como fez Jesus: ensinai-nos a aceitar nossa cruz com coragem. Nós confiamos em vós, ó misericordiosa mãe, então ensinai-nos a nos sacrificar por todos os pecadores do mundo. Ajudai-nos a seguir os passos de vosso filho e a sermos capazes até de dar a nossa vida pelo outro.
De vós me compadeço, ó Mãe Dolorosa, pela dor intensa que amargurou o vosso amantíssimo coração na sepultura de Jesus. Mãe querida, pelo vosso imaculado coração, amargurado ao extremo, alcançai-me a virtude da diligência e o dom da sabedoria. Amém

 

Oração Final

Ó Rainha dos Mártires, vosso coração muito sofreu. Eu vos imploro pelo mérito das lágrimas que chorastes durante esses períodos tristes e terríveis, que concedeis a mim e a todos os pecadores do mundo a graça de nos arrependermos sincera e verdadeiramente. Amém.

3x Ó Maria, que foi concebida sem pecado e sofreu por todos nós, rogai por nós

 

 

 

Esta é a oração que o Papa Francisco faz à Virgem Maria

  Cada um de nós poderia passar por momentos muito difíceis, as vezes perdemos de vista o horizonte e até caímos em desespero. Diante disso,...