terça-feira, 17 de setembro de 2013

Quem entrará no Reino dos Céus?

O mistério da salvação, da nossa entrada no Reino dos Céus, passa por um caminho difícil, principalmente, para quem se apega aos bens materiais.
Quem pode ser salvo? Quem entrará no Reino dos Céus?Falando aos discípulos sobre o mistério da salvação, “Jesus disse aos discípulos: ‘Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus” (Mt 19, 23). Jesus Cristo nos coloca diante dessa realidade polêmica, que deixa até mesmo os discípulos espantados. Por isso, estes perguntaram a Jesus: “Então, quem pode ser salvo?” (Mt 19, 25). A esta questão, Ele responde: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mt, 19, 26). Esta é uma realidade que precisamos ter em mente sempre, para não cairmos no orgulho, na presunção de nos acharmos muito santos e de que não precisamos da graça de Deus.


Para entrarmos mais facilmente no Reino dos Céus, o Senhor nos chama ao desapego, à pobreza e a humildade. A riqueza a que Cristo se refere diz respeito ao apego que podemos nutrir pelas coisas materiais, ainda que não tenham tanto valor. Podemos, ter muito pouco ou quase nada, mas podemos estar apegados a um objeto, a alguma coisa que possa vir a nos faltar. Ao contrário, podemos ter muitas coisas, dinheiro, posição social elevada, mas isso não impede que tenhamos um coração desapegado.
Podemos até fazer grandes renúncias, mas continuar apegados a pequenas coisas. Tal apego material vemos na vida de uma pessoa consagrada a Deus. Certa vez, uma das irmãs de Santa Terezinha, que vivia no mesmo convento que ela se queixava porque uma das carmelitas lhe havia pedido seu prendedor de cabelo. Ela deu o prendedor a sua companheira de clausura, mas se queixava com Terezinha por ter que se desfazer da única coisa que ela trouxera consigo de fora do convento. Terezinha disse à sua irmã: “como você é rica!” A irmã de Terezinha deixou sua casa, seus familiares, seus bens materiais, mas continuava apegada àquele pequeno prendedor de cabelo.
Sejamos ricos ou não, somos chamados a ser desapegados, pobres e humildes, para não cairmos no egoísmo e na presunção, na falsa certeza de que já estamos salvos. Pois, todos nós podemos nos tornar egoístas e apegados aos bens materiais. Isso acontece por causa da nossa tendência ao pecado. Temos a tendência à avareza, que nos torna apegados, muitas vezes à pequenas coisas, mas também às coisas de grande valor. Também temos a tendência ao orgulho, que nos cega, que nos arrasta para caminhos tortuosos, que nos levam a nos sentir melhor do que os outros.
Para vencer a essas tendências, somos chamados a viver o caminho da humildade, do desapego e da simplicidade de Maria. Ela é a Nossa Mãe e Mestra, por isso, podemos nos confiar a ela inteiramente, para que por ela possamos ser mais humildes e desapegados. Ela, que se fez serva do Senhor, nos ajudará para nos abaixar para sermos fiéis ao serviço que seu Filho Jesus nos confia. Com Nossa Senhora, somos chamados a caminhar rumo ao Reino dos Céus e a levar muitos. A Virgem Maria está no Céu, intercedendo por nós, mas ao mesmo tempo se faz presente em nossas vidas, formando-nos para ser cada vez mais humildes e desapegados, para que mais facilmente alcancemos a salvação, a vida eterna!

A consagração e a renovação promessas do Batismo

A consagração a Maria e a renovação das promessas do Batismo
Saiba a relação entre a consagração a Virgem Maria e as promessas batismais
Segundo São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, a perfeita consagração a Jesus Cristo é uma perfeita e inteira consagração da alma à Nossa Senhora. Esta devoção consiste numa “perfeita renovação dos votos e promessas do Santo Batismo” (TVD 120). A importância da consagração a Virgem Maria está justamente no fato desta ser uma renovação das promessas batismais, que segundo Santo Agostinho é “o maior e mais indispensável dos votos” (TVD 127), no qual prometemos permanecer em Cristo.
Todo cristão, ao receber o sacramento do batismo, renuncia a Satanás, às suas pompas, às suas obras e assume Jesus Cristo como Senhor de sua vida. Nisto consiste também esta devoção: renuncia-se ao “demônio, ao mundo, ao pecado e a si mesmo (como está expresso na fórmula da consagração), dando-se inteiramente a Jesus Cristo pelas mãos de Maria” (TVD 126).
Nesta consagração se faz ainda mais, porque no batismo a entrega a Jesus Cristo é feita por intermediários, que são os pais e padrinhos. Mas, nesta escravidão de amor nos entregamos voluntariamente, com plena consciência daquilo que fazemos. Outra diferença é que no batismo não nos entregamos a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, como acontece nesta Devoção. Além disso, no Batismo não damos a Jesus Cristo o valor das nossas boas obras, enquanto na consagração segundo São Luís entregamos tudo a Nosso Senhor pelas mãos de Maria, inclusive o valor de todas as nossas boas ações.
São Luís questiona: “Não é verdade que quase todos os cristãos quebram a fidelidade prometida a Jesus Cristo no seu batismo?” O ser humano se esquece facilmente, por isso, não é fiel às promessas e compromissos feitos no batismo. O concílio de Sens aconteceu em 1140 a fim de remediar as grandes desordens dos cristãos da época. Neste, percebe-se que: “a principal causa dessa corrupção de costumes provinha do esquecimento e da ignorância em que se vivia das promessas do Batismo” (TVD 128). Ao final, chegaram à conclusão de que o melhor meio para remediar este grande mal era levar os cristãos a renovar os votos e promessas do batismo.
São Luís Maria afirma que os concílios, os Padres da Igreja e a experiência mostram que a melhor maneira de levar os cristãos à fidelidade é lembrar a estes as obrigações do seu batismo e levá-los a renovar as promessas batismais. O Santo  diz que a devoção e a consagração a Nosso Senhor por meio de sua Mãe Santíssima é a maneira mais perfeita de renovar as promessas e votos feitos no batismo.
Assim, a devoção e a consagração a Santíssima Virgem Maria, segundo o método do Tratado de São Luís, é a perfeita renovação das promessas batismais. Pois, não fazemos esta renovação confiando em nossas forças, mas nos entregando confiantes nas mãos de Nossa Senhora, para que ela nos leve a fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela, que foi fiel até o fim, nos ensinará a renunciar ao pecado, ao mal, a Satanás e suas seduções e sermos também fiéis à vocação que o Senhor nos confiou.

A consagração e a salvação


A consagração e a salvação, o juízo e o purgatório.



Padre Paulo Ricardo responde duas 
perguntas sobre a consagração e a
 salvação, o juízo e o purgatório.




Neste artigo, Padre Paulo fala sobre a consagração e a salvação. O Padre Paulo Ricardo tem pregado muito a respeito daconsagração a Virgem Maria, segundo o método do livro “Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort
Porque a solução para não entrar no purgatório é Maria?
Para não irmos para o purgatório, precisamos amar Deus de todo coração. Porém, temos dificuldade de amar Deus de todo nosso coração por causa do pecado original. Por causa do pecado e da nossa fraqueza, temos dificuldade de entregar tudo nas mãos de Deus. A gente entrega tudo nas mãos de Deus, mas daqui a pouco estamos pegando de volta. No entanto, existe uma facilidade de entregar as coisas nas mãos de Maria. Quando o pecado original distorceu nosso coração, a primeira consequência foi que começamos a ter medo de Deus, por isso, Adão e Eva se esconderam (cf. Gn 3, 8). Nós temos medo de Deus, ainda que o Seu amor por nós seja infinitamente maior do que o amor de Maria por nós.
Quando nossa mãe está enferma no hospital, temos medo de dizer a Deus: “seja feita a Tua vontade” (Mt 6, 10). Deixar que Deus faça a Sua vontade é uma coisa da qual temos medo. Esse é um defeito nosso, não de Deus. Mas, quando falamos com Maria, nós entregamos a ela, dizemos com facilidade: Nossa Senhora, toma minha mãe no colo e faz o que você quiser. Para nos desapegar das coisas deste mundo, temos medo de Deus, por isso, precisamos entregar essas coisas nas mãos de Maria. Nas mãos de Jesus funciona, mas o problema é que entregamos e depois pegamos de volta. Nas mãos de Maria, é mais fácil de entregar porque temos confiança de que ela sabe o que é melhor. Quando começamos a entregar tudo nas mãos de Maria, começamos a ter mais facilidade de entregar as coisas nas mãos de Jesus. Isso vai curando dentro de nós a ferida do pecado original. Passamos a aceitar muito mais a vontade de Deus como vontade amorosa, de alguém que nos quer realmente bem, porque o amor da Mãe é intérprete do amor do Pai.
Quem não aceita Maria e morre, o que será desta pessoa?
Se uma pessoa tem um verdadeiro amor a Jesus, mesmo que ela teve dificuldade de aceitar Nossa Senhora, esse amor foi gerado por Maria, quer ela aceite, quer não. A questão de como essa pessoa vai ficar no Céu, não sabemos, porque Deus é quem julgará os corações. Mas, se existe um verdadeiro amor a Jesus numa criatura humana, este foi gerado por Maria, que fica feliz que alguém ame seu Filho, ainda que não reconheça o papel dela.

O Livro Escondido

O Tratado da Verdadeira Devoção à Maria, de São Luís Maria Grignion de Montfort, que completa 300 anos em 2012, permaneceu por 130 anos no silêncio de um baú.
O Livro que permaneceu escondido durante 130 anosIrmã Ágata Ângela, uma Filha da Sabedoria (instituto fundado porSão Luís Maria de Montfort), que viveu a dois séculos atrás, nas crônicas de 1842 escreveu um testemunho direto sobre o redescobrimento do Tratado da Verdadeira Devoção à Maria: “Durante a Revolução Francesa as cartas e os manuscritos das comunidades (fundadas por Montfort) foram escondidos nas fazendas vizinhas, onde permaneceram sepultados no pó durante diversos anos. Aquilo que foi reencontrado, foi em parte colocado na biblioteca dos Padres (monfortinos) e outra parte na Comunidade das Irmãs; o manuscrito em questão (o Tratado) foi depositado na casa dos Padres (Saint Spirit) e ali permaneceu desconhecido como havia profetizado o autor”.

De fato, São Luís Maria, no ano 1712, nesse manuscrito destinado a tornar-se célebre, escreveu: “Prevejo que muitos animais frementes virão em fúria para rasgar com seus dentes diabólicos este pequeno escrito e aquele de quem o Espírito Santo se serviu para compô-lo. Ou pelo menos procurarão envolver este livrinho nas trevas e no silêncio de uma arca, a fim de que não apareça.” (TVD 114).
Dia 22 de abril de 1842 o reverendo, Padre Pedro Rauterau, bibliotecário da Companhia de Maria (Monfortinos), enquanto preparava uma pregação em honra à Santa Virgem, nosso Senhor lhe colocou entre as mãos este precioso tesouro. O Padre reconheceu o estilo e o pensamento do Venerável fundador e imediatamente o entregou ao seu superior (Padre J. Dalin) que reconheceu perfeitamente a caligrafia. Assim veio à luz aquilo que o santo de Montfort “ensinou com fruto em público e em privado nas missões por diversos anos” (TVD 110), isto é que “Por meio da Santíssima Virgem Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio dela que deve reinar no mundo” (TVD 1).
Esse livro foi escondido por causa da importância dos seus ensinamentos, ele nos revela a importância da Santíssima Virgem na história da salvação dos homens, nos indica como fazê-la reinar nos corações através da consagração total a Ela e assim pertencer perfeitamente a Cristo, impedindo as insídias do demônio e esmagando a cabeça da serpente que quer a perdição das almas no esquecimento de Deus e no pecado. Por isso o demônio tentou destruí-lo ou ao menos escondê-lo.
Observou-se como a Imaculada Conceição, que esmaga a cabeça da serpente, é um ponto comum a todas as grandes aparições marianas, reconhecidas pela Igreja, a partir da aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré (1830). É também impressionante a coincidência de datas entre o início do ciclo das aparições marianas dos últimos dois séculos e o reencontro desse escrito mariano destinado a formar gerações de santos (1842).
A obra prima de Montfort de fato foi publicada no momento justo, isto é, quando começava a despontar a aurora do “tempo de Maria” que o Santo havia profetizado, o tempo da luta entre Maria e os seus humildes servos de uma parte e de satanás e os seus seguidores de outra. “O poder de Maria sobre todos os demônios resplenderá em modo particular nos últimos tempos quando satanás insidiará o seu calcanhar e isto é, os humildes servos e filhos que Ela suscitará para mover-lhe guerra.” (TVD 54).

As práticas interiores e exteriores - dos Consagrados a Maria

A verdadeira devoção a Virgem Maria, segundo São Luís Maria, tem práticas interiores e exteriores.
São Luís Maria ensina que a devoção a Maria é feita de práticas interiores e exterioresNo terceiro capítulo do “Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria”, São Luís Maria Grignion de Montfort fala, entre outras coisas, das práticas que fazem parte da consagração total a Nossa Senhora. Ele divide essas práticas em duas, que são as práticas interiores e as exteriores. Para compreendermos melhor essas práticas, trataremos delas separadamente, mas elas estão sempre intimamente ligadas.
O que são essas práticas interiores e exteriores da devoção a Virgem Maria?

Em primeiro lugar, falaremos da práticas interiores, que são as mais importantes. São Luís Maria as resume em oito práticas principais: 
1) Honrar e amar a Virgem Maria, Mãe de Deus, acima de todos os outros santos, como obra-prima da graça e a primeira depois de Jesus Cristo; 
2) Meditar as virtudes, privilégios e ações de Nossa Senhora; 
3) Contemplar as suas grandezas; 
4) Dirigir a ela, atos de amor, de louvor e de reconhecimento; 
5) Invocá-la com todo o coração; 
6) Oferecer-se e unir-se a ela; 
7) Fazer tudo com o fim de lhe agradar; 
8) “Começar, continuar e terminar todas as ações por Ela, n’Ela, com Ela e para Ela, a fim de as fazer por Jesus Cristo, em Jesus Cristo, com e para Jesus Cristo, nosso último fim” (TVD 115).
Quanto às práticas exteriores, São Luís nos apresenta as principais: 
1) Fazer parte das confrarias de Nossa Senhora e entrar nas suas congregações; 
2) Entrar nas ordens religiosas instituídas em sua honra; 
3) Publicar os louvores da Virgem Maria;
4) Dar esmolas, jejuar e fazer mortificações espirituais ou corporais em sua honra;
5) Trazer as suas insígnias como o Rosário, o Terço, o escapulário, a medalha milagrosa ou a cadeiazinha; 
6) Rezar com modéstia, atenção e devoção o Rosário completo, o Terço , ou outras oração em honra de Maria; 
7) Cantar e incentivar os cânticos espirituais em sua honra; 
8) Dirigir a ela genuflexões ou inclinações, dizendo-lhe, por exemplo, sessenta ou cem vezes cada manhã: 
“Ave, Maria, Virgem Fiel!”, a fim de obter de Deus por meio d’Ela a fidelidade às graças de Deus durante o dia. Da mesma forma, pode-se dizer à noite: 
“Ave, Maria, Mãe de misericórdia!”, para pedir por Ela, perdão a Deus pelos pecados cometidos durante o dia; 
9) Cuidar das suas confrarias, enfeitar os seus altares, coroar e embelezar as suas imagens; 
10) Levar e incentivar as procissões com suas imagens, e trazer uma consigo, como arma poderosa contra o espírito maligno; 
11) Mandar fazer e colocar imagens suas, ou o seu nome, nas igrejas, nas casas, nas portas e entradas das cidades, igrejas e residências; 
Estas práticas exteriores, que não são obrigatórias, devem ser feitas com a boa e reta intenção de só agradar a Deus, de se unir a Jesus Cristo como a seu fim último, e de edificar o próximo. Além disso, São Luís Maria recomenda que essas práticas sejam feitas: “com atenção, sem distrações voluntárias; com devoção, sem precipitação nem negligência; com modéstia e compostura respeitosa e edificante do corpo” (TVD 117).
São Luís Maria nos ensina que a verdadeira devoção a Santíssima Virgem exige da alma mais sacrifícios por Deus e a esvazia de si mesma e do seu amor próprio. Esta conserva a alma ainda mais fiel na graça e a graça nela. Ela também a une mais perfeitamente a Jesus Cristo, é mais gloriosa para Deus, mais santificante para a alma e mais útil ao próximo (cf. TVD 118).

Como renovar a consagração?

Saiba como renovar a sua consagração total a Jesus Cristo pelas mãos maternas da Santíssima Virgem Maria.
Como renovar a consagração a Jesus por MariaSão Luís Maria Grignion de Montfort recomenda, no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, que renovemos a consagração todos os anos pelo menos uma vez, no mesmo dia que nos consagramos. Porém, como facilmente esquecemos nossos compromissos, o Santo nos diz que podemos renovar a consagração todos os meses (cf. TVD 233). São Luís Maria diz ainda mais, que podemos renovar nossa consagração todos os dias (cf. TVD 233), com estas breves palavras: “Todo Vosso sou, ó querida Mãe, e tudo o que tenho é Vosso!” (TVD 266), que em latim se diz: Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt!


São Luís Maria nos ensina que para renovar a consagração devemos fazer as mesmas práticas da preparação para a consagração, durante três semanas (cf. TVD 233). Não é necessário fazer novamente os doze dias preliminares para esvaziar-nos do espírito do mundo (cf. TVD 227). Devemos começar a preparação para a renovação da consagração a partir da primeira semana, aplicando todas as nossas orações e atos de piedade para pedir o conhecimento de nós mesmos e a contrição pelos nossos pecados. Devemos fazer tudo em espírito de humildade (cf. TVD 228).
Nesta primeira semana, na busca do conhecimento de nosso fundo mau, Montfort recomenda que leiamos o números 78 e 79 do Tratado. O Santo diz ainda para: “Considerar-se durante os dias dessa semana como caracóis, lesmas, sapos, porcos, serpentes, bodes. Ou meditem estas três palavras de São Bernardo: ‘Pensa no que foste, um pouco de lama; no que és, um vaso de estrume; no que serás, alimento de vermes!’ Pedirão a Nosso Senhor, e ao divino Espírito Santo que os esclareça, repetindo as palavras: ‘Senhor, que eu veja!’ (Lc 18, 41). Ou: ‘Que eu me conheça!’ Ou: ‘Vinde, Espírito Santo!’ (cf. TVD 228). Como na preparação para a consagração, devemos rezar todos os dias a ladainha do Espírito Santo e a oração que se segue (cf. TVD 228). Recorreremos à Santíssima Virgem, pedindo-lhe a grande graça do conhecimento de nós mesmos, que deve ser o fundamento de todas as outras. Para isso, rezaremos todos os dias o hino mariano “Ave Maris Stella” (tradução do latim: Ave, estrela do mar) e a ladainha de Nossa Senhora (cf. TVD 228).
Na segunda semana, como na preparação para a consagração, São Luís pede que nos apliquemos, “em todas as orações e obras de cada dia, a conhecer a Santíssima Virgem” (TVD 229). O Santo recomenda que peçamos este conhecimento de Nossa Senhora ao Espírito Santo e, para isso, podemos ler e meditar o que ele escreveu sobre a Mãe do Senhor. Durante esta semana, devemos rezar, “como na primeira semana, a ladainha do Espírito Santo e o ‘Ave Maris Stella’, ajuntando um Rosário cada dia, ou pelo menos um Terço, por esta intenção” (TVD 229).
Na terceira semana, devemos nos empenhar em conhecer Jesus Cristo. Para adquirir este conhecimento do Senhor, São Luís Maria nos diz que poderemos ler e meditar o que escreveu a respeito de Jesus e ler a oração de Santo Agostinho, que está no número 67 do Tratado. Poderemos dizer e repetir, com Agostinho, mil e mil vezes ao dia: “’Senhor, que eu Vos conheça!’ Ou então: ‘Senhor, fazei que eu veja quem sois Vós!’” (TVD 230). Como nas semanas anteriores, devemos rezar a a ladainha do Espírito Santo e o “Ave Maris Stella”, acrescentando todos os dias a ladainha do Santíssimo Nome de Jesus (cf. TVD 230).
Por fim, ao final dessas três semanas, como na preparação para a consagração, devemos nos confessar. No dia da renovação deve-se comungar com a intenção de nos entregar a “Jesus Cristo na qualidade de escravos de amor, pelas mãos de Maria” (TVD 231). Depois da comunhão, renova-se a consagração dizendo novamente a fórmula da consagração. São Luís não diz, mas recomenda-se que, como na consagração, façamos uma oferta a Jesus Cristo e a Virgem Maria, “quer como penitência da sua passada infidelidade às promessas do Batismo, quer para protestar a sua dependência do domínio de Jesus e Maria. Esse tributo será segundo a devoção e a capacidade de cada um. Poderá ser um jejum, uma mortificação, uma esmola, uma vela. Ainda mesmo que não dessem mais que a homenagem de um alfinete, mas de todo o coração, isso bastaria, pois Jesus só olha a boa vontade” TVD 232).

A consagração e a oração do Terço

A consagração a Virgem Maria e a oração do Terço e do Rosário
A consagração a Virgem Maria e a 
oração do Terço e do Rosário.

Como consagrado a Maria, 
posso colocar intenções nas minhas orações?
Podemos pedir, interceder, sempre. Você reza o terço pedindo por fulano. Esse Terço, além da intercessão por alguém ou alguma intenção, tem um valor espiritual, como se fosse uma moeda, um tesouro espiritual. Na comunhão dos santos está todo esse tesouro espiritual. Os méritos pelos sofrimentos do Padre Pio, por exemplo, podem ser usados para fazer o bem no ano de 2013. O sofrimento de uma pessoa numa prisão na China, pode ser usado na conversão de um menino de rua em São Paulo. Quando fazemos jejuns, orações, penitências, todo o tesouro espiritual não nos pertence mais. Podemos interceder, pedir a Nossa Senhora por alguma pessoa ou intenção, mas não posso oferecer, pois Maria quem vai usar dos nossos méritos, do nosso tesouro espiritual.
Quando nos consagramos, até aquilo que eu ofereci há muito tempo, nosso capital de graças inteiro está nas mãos de Maria. Temos que entender que nós podemos usar mal das nossas orações. Mas, Nossa Senhora sabe como usar bem as nossas orações, nosso tesouro espiritual. As campanhas de consagração que estão acontecendo por todo o Brasil e pelo mundo estão ligadas ao triunfo do Imaculado Coração da Virgem Maria, porque nós colocamos nas suas mãos uma riqueza espiritual, nós estamos dando a ela todos os nossos bens espirituais, para que ela utilize na batalha espiritual do jeito que ela quiser. Quanto mais consagrados tivermos, mais riquezas colocamos nas mãos dela, para que venha o triunfo do coração de Maria. Quando encontramos uma pessoa que tem grandes virtudes, que é matéria-prima para fazer um bom santo, esse precisa ser dela, para que ela tenha mais riquezas espirituais.
O terço rezado durante outra atividade é valido?
Esta é a famosa pergunta dos franciscanos e dos jesuítas no Rio Grande do Sul (piada): “Os gaúchos gostam de tomar chimarrão. Por isso, os franciscanos foram à Santa Sé e perguntaram: podemos tomar chimarrão enquanto rezamos o Terço? A resposta foi: “na hora de rezar, temos que rezar, não tomar chimarrão”. Os jesuítas, mais espertos disseram que eles não tinham perguntado direito. Eles foram lá e perguntaram: podemos rezar o Terço enquanto tomamos chimarrão? A resposta foi: rezar você pode fazer sempre”. Assim, se é valido ou não depende da ocasião. Qual é a minha atividade principal? Se estou lavando pratos, é melhor rezar o Terço do que ficar pensando bobagens e isso é válido. Outra coisa é quando estamos rezando o Terço. Nesse caso, devemos parar tudo para rezar bem.
Nos agradecimentos do Terço ou do Rosário, o que significa a palavra “obrigar”?
Para mais vos “obrigar” vos saudamos soberana Rainha. Nessa frase dos agradecimentos do Terço ou Rosário, a palavra “obrigar” é do português arcaico, que não está mais em uso. O significado de “obrigar” nessa frase é agradecer. Não estamos obrigando Nossa Senhora a fazer nada, estamos apenas agradecendo a ela. Por isso, não podemos dizer tranquilamente para mais vos “obrigar”.

Esta é a oração que o Papa Francisco faz à Virgem Maria

  Cada um de nós poderia passar por momentos muito difíceis, as vezes perdemos de vista o horizonte e até caímos em desespero. Diante disso,...