terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A Oração - Ave Maria





Esta é com certeza uma das orações mais populares do mundo. Os cristãos rezam a ave-maria várias vezes todos os dias. Quem não conhece a oração do terço, onde repetimos em cada mistério dez ave-marias, enquanto contemplamos os momentos mais marcantes da vida de Cristo? Aprendemos esta prece no colo da mãe. Os pais ficam satisfeitos em ver seus filhos pequenos repetindo de cor: ave, Maria, cheia de graça…

Mas qual o sentido de cada uma das palavras desta prece que atravessou os séculos? Nesta série de postagens, meditaremos sobre uma palavra da ave-maria. Em 2002 fizemos isso com a oração do pai-nosso. Depois reunimos todos os artigos em um livro chamado “O Pai Nosso, Tim-tim por Tim-tim”. Em 2003 comentamos as invocações da Ladainha do Coração de Jesus. Também já publicamos um livro com estes artigos, pela Edições Loyola.

Agora chegou a vez de comentar a ave-maria. De onde viria esta primeira palavra? Foi retirada da saudação do anjo Gabriel à Virgem Maria, naquele dia memorável em que o céu conversou com a terra na casinha de Nazaré. O diálogo está registrado logo no início do evangelho de Lucas (1,26). A primeira palavra que o anjo diz é “ave”, ou melhor, “haire”. É que Lucas escreveu seu evangelho em grego, língua muito popular na época. Haire é grego. Ave é a tradução de “haire” para o latim, outra língua utilizadas pelos povos de então. Mas o que significam estas palavras? É uma saudação como hoje poderíamos diz: Oi, alô, Hei, Salve, Tudo bem, Olá… Mas “Haire” literalmente significa “Alegra-te”. A primeira palavra do céu à menina de Nazaré é um anúncio de alegria. Algumas línguas preferiram esta tradução literal para a oração: Alegra-te Maria, o Senhor é contigo. É o caso do francês: Je vous salue Marie

É muito bonito pensar que a mensagem do céu não começa com uma repreensão, com uma lição de moral ou com uma ordem autoritária. Tudo começa com um anúncio de alegria. Esta é a grande vontade de Deus; que a humanidade viva na paz, na justiça, na fraternidade, na alegria.

Há um outro detalhe muito interessante. Há pouco tempo estive em Portugal e fui convidado a rezar um mistério do terço na capelinha das aparições em Fátima. Rezeri como rezam todos os brasileiros: Ave Maria…, com o acento forte no a de ave. Todos me olharam com um ar estranho. Depois alguém me questionou|: você reza ave ou ave, com o acento no “e”. Só então fiquei sabendo que em Portugal se reza ave Maria. Com isso se evidencia a relação entre Eva e Ave. Ou seja, o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria (Santo Irineu, séc. II). Rezemos com alegria…



Avé Maria, olhando tua vida meu coração exulta de alegria. Teu sim nos mereceu o Salvador. Como não cantar: minha alma engrandece o Senhor!!! Em teu colo de mãe quero cantar com os milhões de irmãos e irmãs que foram gerados em teu ventre: ave Maria…mãe de Jesus!

Cheia de graça


A Ave-Maria é uma das orações mais conhecidas e populares do Cristianismo. É uma prece bíblica. Na verdade, repetimos aquilo que o Anjo disse à Maria no dia da Anunciação e está registrado no Evangelho de São Lucas, logo no capítulo 1. As duas primeiras palavras do Anjo são verdadeiros programas de vida. A primeira, que meditamos no mês passado, diz: “Ave”… ou “alegre-se”, como seria uma tradução mais fiel ao texto original. A segunda palavra é: “Cheia  de graça”. Mas, esta também não é uma tradução muito fiel para a palavra em grego utilizada por Lucas: keharitouméne. O que significa isso? Será que é preciso falar grego para poder rezar a Ave-Maria com devoção? Claro que não! Mas, existem verdades belíssimas que estão escondidas por detrás de algumas palavras que um primeiro olhar não consegue ver. Experimente ler este artigo até o final e você nunca mais rezará a Ave-Maria da mesma maneira. A palavra grega aí de cima vem de uma outra bem mais conhecida: kharis, que pode significar graça. E o que é a graça? Deus é graça. Quem tem Deus tem a sua graça! Maria foi cheia da graça de Deus desde o primeiro momento de sua existência. Por isso, a Igreja Católica professa o Dogma da Imaculada Conceição; naquela que habitava a plenitude da graça de Deus não poderia haver o pecado original. Os evangélicos preferem traduzir o keharitouméne como “agraciada”, para que ninguém imagine que o milagre acontecido no ventre de Maria pudesse ser fruto de seus méritos pessoais. Tudo foi fruto da graça de Deus. Mas, é claro que a graça sempre pede licença para entrar em nossa vida, como o Anjo fez com Maria em Nazaré; para que o milagre pudesse acontecer a Virgem teve que dizer o seu sim. Esta adesão de fé à graça é necessária para tudo em nossa vida. É como diz o velho ditado: Deus ajuda quem madruga. Maria aprendeu a lição. E, nas Bodas de Caná deu o conselho aos servos: “Façam tudo o que o meu filho vos disser”. E a ordem do Filho foi que enchessem as talhas de água. Ordem absurda! O que faltava era vinho. Por que encher talhas de água? Eles seguiram o conselho de Maria e a ordem de Jesus. Mais uma vez o milagre aconteceu. A água foi transformada em vinho. Água é o nosso esforço, nossa obediência… É importante, mas é apenas água. O vinho é o resultado do esforço humano fecundado pela Graça  de Deus. Este sim resolve nossos problemas. Sozinhos não somos nada. Mas se apresentarmos talhas vazias, a Graça não terá o que transformar. Por isso a graça de Deus supõe a natureza humana.

Que alegria, nossa mãe foi cheia da graça… foi agraciada. Nela o sim de Deus e o sim da humanidade se encontraram e o céu começou na terra. Jesus nasceu!

O Senhor é convosco


Dei uma carona para o Pe. Darci Dutra, velho conhecido, amigo e confrade de congregação, estudioso da Bíblia que teve oportunidade de fazer uma especialização na Escola Bíblica de Jerusalém. Lecionou durante quase 30 anos nos cursos de teologia bíblica. Quando lhe disse que deveria escrever um artigo sobre esta frase da ave-maria: “O Senhor esteja convosco”, ele me surpreendeu dizendo: “sempre achei que a Igreja deveria modificar a tradução desta frase”. Confesso que eu nunca havia pensado nisso. Parei um momento, refleti, rezei em voz alta a ave-maria. Não vi nada de errado. Quantos terços eu já havia rezado utilizando esta fórmula bíblica que aprendi como criança. Arrisquei perguntar que mudança poderia haver em oração tão popular? Ele respondeu que o certo seria dizer: “O Senhor está convosco”. Sabe que eu nunca tinha pensado nisso? Uma luz brilhou em meus olhos e em minha mente. Mas é claro. Este é o grande refrão da Bíblia. É a mais marcante fórmula da Aliança. Não foi isso que Deus disse para Moisés no episódio da Sarça ardente quando este lhe perguntou o seu nome. Deus respondeu: “Eu sou aquele que estou” (Ex 3,12-14). Esta é a certeza que anima o profeta: “O Senhor está comigo”. Se quiser verificar como esta frase aparece na Bíblia com insistência procures os textos: Ag 2,4-5; Gn 21, 22; 26,3; 24,28; 31,3; Ex 3,12, 18,19; Dt 20,1; 31,8-23; Js 1,5.9; 3,7; Jz 6,12; Rt 2,4. O Evangelho escrito por Mateus também tem este mesmo refrão. Logo no início Jesus é anunciado como “Emmanuel, Deus conosco” (Mt 1,23). No mesmo livro, no último capítulo Jesus faz uma promessa confortadora antes de voltar para o Pai: “Estarei convosco todos os dias, até a consumação dos tempos” (Mt 28,20).

            Diante de todas estas evidências bíblicas de que nosso Deus é um Deus presente, é um Deus Conosco, entendemos que a alegria e a graça anunciadas pelo anjo a Maria tem uma causa: “Deus está contigo”. Por isso ela é cheia de graça. Por isso ela pode ser chamada de “Arca da Aliança”. Nela o Espírito Santo realiza a presença de Deus na história. Em latim rezamos Dominus tecum. Significa exatamente o Senhor está contigo. Em grego rezamos kirios meta su. É a mesma coisa. Em francês temos o mesmo problema “Le Seigneur est avec vous”. Acontece que nesta língua o verbo ser e estar quase se confundem. Dizer que “o Senhor é aqui” é quase a mesma coisa que dizer que ele “está aqui”. Mas em português o uso do verbo estar é muito claro e distinto. Quando rezamos que “O Senhor é contigo” quase não conseguimos lembrar que estamos fazendo uma profissão de fé na presença de Deus na História por meio do seu espírito que agindo em Maria tornou possível a encarnação do Verbo e o nascimento do Salvador, Jesus.

            O mais curioso é que a maioria das traduções da Bíblia já corrigiram este erro. Mas continuamos rezando a ave-maria da mesma maneira. A esta altura questionei o Pe. Darci dizendo que poderíamos continuar rezando assim e educar o povo no verdadeiro significado da frase, já que é difícil mudar um costume tão enraizado no meio do povo. Ele me respondeu: “Engano sei”. A mesma coisa já aconteceu com o pai-nosso que era “padre-nosso” e lá no final falava de dívidas e não de ofensas. A Igreja fez a mudança e todos seguiram a nova orientação.

            Não vou me atrever sugerir à CNBB que mude a letra da ave-maria, mas na oração pessoal podemos vez por outra fazer esta experiência de rezar: “Alegra-te, Maria, o Senhor está contigo…”

Bendita sois vós


A cena é muito conhecida. Maria, já grávida de Jesus, resolve visitar a sua prima Isabel. Os 120 quilômetros foram feitos em clima de solidariedade com a sua parente que já estava grávida de seis meses e poderia precisar de ajuda na hora do parto. Naquele tempo não havia nem telefone, nem correio nem internet. Isabel certamente não tinha a mínima idéia que receberia a visita de Maria. Qual não foi sua surpresa quando viu a prima subindo já cansada aquele morro em direção à sua casa. No abraço os dois ventres se encontram e pela primeira vez Jesus encontra com seu primo João Batista. O menino se mexe de alegria no ventre de Isabel e esta fica cheia do Espírito Santo e começa a louvar a Deus dizendo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Bendita significaabençoada”. A presença de Maria é sinal da bênção de Deus para Isabel. Lembre que bênção não é nada mais do que a Palavra de Bem que Deus pronuncia em nosso favor. Podemos bendizer a Deus. Ou seja: Louvar! Quando louvamos a Deus na verdade elevamos uma prece de bênção que sobe aos céus. Mas Deus também pode nos bendizer, ou seja, dizer o bem. Cada minuto de nossa vida é um sinal da bênção de Deus. É motivo de louvor. Mas há momentos em que a bênção de Deus transborda de maneira mais intensa e evidente em nossa vida. Foi isso que aconteceu naquele dia na cidade de Ain Karin. Isabel já não era mais tão jovem. Zacarias, seu esposo estava com sérias dificuldades para enxergar. As coisas estavam complicadas na casa de Isabel. A chegada de Maria foi um sinal evidente da bênção de Deus para Isabel. Apenas a sua presença já seria motivo de louvor. Mas Maria não foi sozinha. Em seu ventre ela levava o Rei dos reis, Senhor dos senhores. Ela era naquele momento o mais importante templo da humanidade. Em seu ventre o verbo havia se tornado gente. Maria era um sacrário vivo. Portanto a bênção maior não era a disponibilidade humana de Maria, mas a presença divina que trazia em seu ventre.

Certamente a visita continuou como muita conversa e alegria. Mas a bíblia registrou pelo menos uma profecia de Isabel: “Bendita aquela que acreditou: o que foi dito da parte de Deus se cumprirá” (Lc 1,45) Aqui está a porta da bênção: acreditar! Maria acreditou, teve fé, por isso deu o passo e disse sim! Mas sua fé não apenas retórica. É uma fé operante em favor do irmão. Por isso ela sai com pressa para ajudar a prima. Interessante se agora você tomar a sua bíblia e ler o magnificat que Maria canta para sua prima. É uma coleção de salmos e pequenos versos bíblicos que mostram a atitude correta de quem é chamado de bentido. Devemos apontar para o verdadeiro autor: “O Senhor fez em mim maravilhas… sim, doravante todas as gerações me chamarão de bem-aventurada” (Lc 1,46.48b). Sempre fico pensando nesta atitude humilde de nossa mãe de reconhecer os favores, as bênção de Deus.  Penso também que alguns cristãos que tem bloqueios e resistências para elogiar Maria se excluem da profecia: todas as gerações me chamarão de bendita. Está no Evangelho! Portanto, quem é verdadeiramente evangélico e crente deverá rezar: Bendita sois vós entre as mulheres!

Entre as mulheres


Continuamos o nosso desafio de comentar cada frase, cada palavra da oração da ave-maria. Já vimos que começa com a saudação do anjo Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça, porque o Senhor está contigo”. E continua com a explosão de alegria de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). O que poderia significar este “entre as mulheres”?

            Meu amigo e confrade de congregação, Pe. Zezinho, já compôs centenas de músicas inspiradas. É difícil dizer que é mais bonita ou mais profunda. Mas, com certeza, uma delas ficará definitivamente marcada na memória dos cristãos. Quem não conhece “Maria de Nazaré, Maria me cativou. Fez mais forte a minha fé e por filho me adotou”. Pois bem, há nesta canção uma frase que pode até passar despercebida no cantarolar da canção, mas é de um significado muito profundo: “Em cada mulher que a terra criou, um traço de Deus Maria deixou…”. Pode até parecer meio exagerado, mas Maria é um modelo, uma referência, um ícone do humano e, principalmente do feminino.

            Toda a tradição cristã reconhece em Maria a “nova Eva”. Santo Irineu, já no século II costumava dizer que “o nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria”. Faz algum tempo que estive em Portugal e fui convidado para presidir a oração do terço na capela das aparições, em Fátima. Ao terminar, uma senhora aproximou-se gentil e, num sorriso, disse com simplicidade: - “Senhor padre, percebi que vocês brasileiros rezam ‘ave Maria’ e não ‘avé Maria’. Seria mais adequado colocar um acento no ‘avé’, para lembrar que Maria é o contrário de ‘Eva’”. Aquilo ficou na minha cabeça. Algum tempo depois o Papa João Paulo II lançou a carta sobre o Rosário (Rosarium Virginis Mariae) e lá estava: “A repetição da Avé Maria no Rosário sintoniza-nos com este encanto de Deus” (nº 33).

            Maria é apresentada na Bíblia como a bendita entre todas as mulheres. O evangelista São Mateus nos surpreende e deixa como que desconcertados. Seria de esperar que ele colocasse na genealogia de Maria mulheres santas e famosas como Sara, Rebeca, Lia e Raquel, esposas dos patriarcas. Ao invés disso o texto de Mateus 1,1-16 cita entre os ascendentes de Jesus quatro pecadoras: Tamar, Raab, Rute e Betsabé. Tamar não tinha filhos e por isso fingiu-se de prostituta para seduzir seu sogro, Judá (Gn 38); Raab é uma prostituta famosa em Jericó (Js 2); Rute é pagã e moabita (Rt 4,17); e Betsabé é a conhecida esposa de Urias com  a qual aconteceu o pecado de Davi que gerou Salomão. Como podemos observar, é nesta história de pecado que Maria aparece para colaborar com seu “sim” na salvação da humanidade. Por isso podemos dizer que ela é “bendita entre as mulheres”. Se trazemos em nossa carne a marca do pecado das origens; trazemos a memória de Adão e Eva; também podemos dizer que ficamos marcados pelo sim de Maria; trazemos a memória da obediência de Jesus que nos salvou.

Bendito é o fruto do vosso ventre


Nosso pensamento volta 2.000 anos no tempo. Quase podemos ver aquela pequena cidade de Ain-Karin, distante 15 km de Jerusalém e cerca de 100 Km de Nazaré. Nas encostas da montanha ficava a casa de um casal em festa: Isabel e Zacarias que esperavam seu primeiro filho, João Batista. Isabel era prima de Maria e já tinha uma certa idade. Precisava de ajuda pois se aproximavam os dias em que teria que dar à luz. Maria num gesto bonito de solidariedade sai de Nazaré e faz a longa caminhada para servir Isabel. No ventre de Maria já estava o menino Jesus. Que cena bonita o encontro das duas primas. É o primeiro abraço de Jesus com seu precursor, João Batista. O menino estremece de alegria no ventre de Isabel e ela fica cheia do Espírito Santo e começa a rezar, louvar, dar glórias a Deus. Maria ouve sorridente, mas em silêncio. Entre tantas preces Isabel diz em alta voz: “Bendita é tu entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre!” A Igreja preservou a memória destas palavras na ave-maria. Todos os dias rezamos o mesmo louvor. Seria interessante voltar nosso pensamento para o abraço cheio de ternura com que a frase foi proclamada. Maria também nos visita com sua prece, sua intercessão. Precisamos estar cheios do Espírito Santo para rezar esta prece com sinceridade de coração.

            Um pouco mais adiante Maria rompe o silêncio e faz sua prece em canção. O evangelista São Lucas tentou recompor este canto juntando uma série de trechos bíblicos que conhecemos como Magnificat (Lc 1, 46-55). Foi uma tarde de louvor. Em sua oração Maria profetiza: “Sim, doravante todas as gerações me chamarão de bendita!” Nós fazemos parte desta geração que chama Maria de bendito. Fazemos isso toda vez em que rezamos a ave-maria. É certo que alguns cristãos preferem se excluir desta geração profetizada por Maria. Desta maneira se excluem desta profecia bíblica. Excluem tudo aquilo que se refere a Maria. A isto chamamos de minimalismo mariano. É um erro que devemos evitar.

            Mas é importante dizer também que a devoção mariana não é um fim em si mesma. A própria ave-maria não estaciona no louvor à Mãe de Deus. Aponta um pouco mais adiante para Jesus! Maria é o sacrário onde habita o Senhor. Existem cristãos que estão de tal forma apegados a uma devoção mariana exagerada que chegam a colocar Maria no lugar do próprio Deus. A isto chamamos de maximalismo mariano. É um erro condenado pela Igreja Católica. Quando recebemos o abraço de Maria sempre ficamos cheios do Espírito Santo e sentimos a presença de Jesus. Isabel é um bom exemplo de como deve ser a corrreta devoção mariana: simples, sábia, serena, saudável!

Jesus


O nome de Jesus aparece bem no meio da ave-maria. O papa João Paulo II chamou atenção sobre este fato em sua recente carta sobre o Rosário: “O baricentro da Avé Maria, uma espécie de charneira entre a primeira parte e a segunda, é o nome de Jesus. Às vezes, na recitação precipitada, perde-se tal baricentro e, com ele, também a ligação ao mistério de Jesus que se está a contemplar. Ora, é precisamente pela acentuação dada ao nome de Jesus e ao seu mistério que se caracteriza a recitação expressiva e frutuosa do Rosário. Já Paulo VI recordou na Exortação apostólica Marialis cultus (nº 46) o costume, existente nalgumas regiões, de dar realce ao nome de Cristo acrescentando-lhe uma cláusula evocativa do mistério que se está a meditar. É um louvável costume, sobretudo na recitação pública. Exprime de forma intensa a fé cristológica, aplicada aos diversos momentos da vida do Redentor. É profissão de fé e, ao mesmo tempo, um auxílio para permanecer em meditação, permitindo dar vida à função assimiladora, contida na repetição da Avé Maria, relativamente ao mistério de Cristo. Repetir o nome de Jesus – o único nome do qual se pode esperar a salvação (cf. Act 4, 12) – enlaçado com o da Mãe Santíssima, e de certo modo deixando que seja Ela própria a sugerir-no-lo, constitui um caminho de assimilação que quer fazer-nos penetrar cada vez mais profundamente na vida de Cristo (Rosarium Virginis Mariae, nº 33).

            Fizemos questão de citar este longo trecho por ser uma observação do Santo Padre que certamente será uma novidade para você. Desde que li estas palavras comecei a mudar o meu jeito de rezar a ave-maria, para ressaltar o nome de Jesus e concertar minha atenção na contemplação do mistério, já que Maria sempre aponta para Jesus. Como seria na prática? Rezo normalmente até “e bendito é o fruto do vosso ventre…” e então respiro antes de pronunciar este nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos abismos (Fil 2,9-10) e toda língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor (Fil 2,11). Realmente neste nome há poder. Não devemos pronunciá-lo de qualquer maneira. Após dizer “Jesus”, acrescento a memória do mistério que estou contemplando. Por exemplo, se for o primeiro Mistério da Luz, rezo assim: “Jesus, batizado no Jordão”, e vou repetindo isso em cada ave-maria, durante todo o terço.

            Este nome escolhido pelo próprio Deus (cf. Lc 1,31; Mt 1,21) em hebraico seria Yhôschuah, ou Yeschuah, em sua forma simplificada. Ambas têm o mesmo significado: Deus Salvador. Ao repetir o nome de Jesus pedimos que ele realize em nós o seu significado: a nossa salvação!

Santa Maria


Parece natural chamar Maria de santa. Mas será que entendemos exatamente o que isso significa? Você sabe o que é ser “santo”? Banalizamos esta expressão com a multiplicação de imagens de “santos”. Acabamos achando que a santidade é o privilégio de algumas pessoas que recebem a honra dos altares. Maria seria a primeira de todas as santas. Ser santo é mais do que isso. Em latim temos a palavra sanctus que vem do particípio passivo do verbo sancire: estar separado, ser distinto. O Templo de Jerusalém tinha o Santo dos Santos, um lugar separado onde se oferecia o incenso a Deus. Santo, neste sentido, é ser maior que o mundo, ultrapassar a história, transcender o tempo e o espaço, ser infinito, eterno, imortal! Deus é Santo. É o Totalmente Outro. Só Deus é santo. Lembre do conselho que Moisés ouviu na sarça ardente: “tira as sandálias dos teus pés, porque este lugar é santo” (Ex 3,5).

            Mas então como podemos dizer que Maria é santa? Ela não tinha todas estas qualidades de Deus! Esta é a parte bonita da história. Deus partilha conosco a sua santidade. O Espírito de Deus nos santifica. Ele nos configura a Jesus. Faz de nós imagem e semelhança do próprio Deus (Gn 1,26). Somos cristiformizados. Maria foi feita “cheia de graça” porque o Espírito a santificou com sua presença: “O Espírito virá sobre ti e te cobrirá com sua sombra; e por isso aquele que vai nascer será santo e será chamado Filho de Deus” (Lc 1,35). O mesmo acontece com cada um de nós desde o dia do batismo, quando o Espírito nos cobriu com sua sombra. Começou naquele dia a história da nossa santificação. Cada dia podemos dar um passo e responder a esta graça ficando mais parecidos com Jesus. É claro que podemos também ficar parados e simplesmente não responder. Os santos são aqueles que escreveram esta história com sangue, suor e lágrimas. Escreveram a santidade com gestos concretos em favor dos irmãos; com preces e muita penitência. Paulo viveu este mistério maravilhoso. É ele quem diz: bendito seja Deus (…) que nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos” (Ef 1,4). Pedro foi santo. Ele disse: “Fomos eleitos segundo os desígnios de Deus Pai, pela santificação do seu Espírito” (Pd 1,2). Já no Antigo Testamento ouvimos a exortação: “Sede santos como Deus é santo” (Lv 11,4). Jesus atualizará este pedido dizendo: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48).

            Sim! Maria é santa. Ela viveu intensamente esta realidade de ser imagem e semelhança do Amor. Dizem que os filhos se parecem com os pais. Tem um ditado que diz: filho de peixe, peixinho é! Se somos filhos de Deus, devemos ser imagem do Amor. Esta é a nossa identidade mais profunda e caminho de realização plena. O interessante é que Jesus devia ser parecido com Maria no rosto e Maria era a imagem de Jesus no coração. É o único caso na história em que a mãe se parecia com o filho. Isto traduz o mistério de santidade que Paulo traduziu de maneira genial: “Eu vivo, mas já não sou eu quem vivo, Cristo vive em mim” (Gal 2,20).

Mãe de Deus


Existem quatro dogmas marianos. Os dois mais recentes são Imaculada Conceição e Assunção. Os outros dois tem suas raízes nas páginas da Bíblia e nos debates dos teólogos dos primeiros séculos da era cristã: Virgindade Perpétua e Maternidade Divina. É exatamente este último dogma que proclamamos quando rezamos: Santa Maria, mãe de Deus. Se a afirmação bíblica da virgindade de Maria tinha o propósito cultural de afirmar que Jesus Cristo é Deus  (cf. Mt 1,18-25), dizer que ela é Mãe de Deus tem unicamente a finalidade de defender que Jesus é também humano. Afirmar as duas coisas significa crer firmemente na verdadeira encarnação de Jesus, assumindo a nossa carne para nos salvar. Conforme afirmava Santo Irineu já no século 2 “somente o que foi assumido poderia ser redimido”. Estava claro que a nossa salvação depende da verdadeira encarnação do Verbo em Jesus Cristo pela ação do Espírito Santo no ventre de Maria. Não é possível separar a natureza humana e divina de Jesus. Ele não era 50% Deus e 50% homem, como alguns pareciam sugerir. Outros achavam que ele era somente Deus em uma aparência humana. Havia mesmo que dissesse que Jesus era apenas homem, messias, profeta, mas não poderia ser Deus. O que está em jogo é a famosa frase do Evangelho de João: “O verbo se fez carne e armou entre nós a sua tenda” (1,14). É no contexto destes debates para defender a nossa salvação defendendo a verdadeira encarnação que os teólogos começam a prestar mais atenção à figura de Maria como aquela que garantiria a verdadeira humanidade de Jesus. Os poetas, por sua vez, entram na conversa chamando Maria de Theotokos, ou seja, mãe de Deus. Muitos acharam o título meio exagerado. Aconteceram muitas reuniões e debates para saber se era adequado dizer que Maria era mãe de Deus. Finalmente no ano 431, no Concílio de Éfeso esta verdade foi solenemente definida. Veja o texto exato do dogma: “Se alguém não confessa que Deus é verdadeiramente o Emmanuel, e por isso a santa Virgem é mãe de Deus (pois deu à luz carnalmente ao Verbo de Deus feito carne) seja anátema”. O Concílio de Calcedônia iria afirmar de maneira ainda mais precisa alguns anos mais tarde (451): “O Filho que antes dos séculos é gerado pelo Pai segundo a divindade, nos últimos dias, do mesmo modo, por nós e por nossa salvação é gerado por Maria Virgem e mãe de Deus, segundo a humanidade”.

Fica claro que Maria não gerou Deus. Mas por obra do Espírito, em seu ventre foi gerado o nosso salvador, Jesus Cristo, que assumiu toda a nossa natureza para nos salvar. Por isso ele é 100% Deus e 100% Humano. Eu disse: ele é! Jesus no céu continua sendo “verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, sem separação, nem confusão” (Calcedônia). Houve um momento de “encarnação” em Nazaré. Mas nunca existiu uma “desencarnação”, nem com a morte, nem com a ressurreição, nem com a ascensão. Jesus voltou para o Pai levando algo de nossa carne que herdou do corpo daquela Mulher de Nazaré.

Não tenha receio de chamar Maria de “mãe de Deus”. Reze esta prece com a convicção de que este título é mais do que um elogio à mãe de Jesus. É um garante da nossa salvação.
           

Rogai por nós pecadores


Vivemos em uma época em que todos estão muito sensíveis à solidariedade. Você já percebeu como esta palavrinha aparece em cartazes, propaganda dos mais diversos produtos, comerciais de televisão, nome de iniciativas governamentais etc. O papa João Paulo II chega a dizer que a “paz é fruto da solidariedade” (Sollicitudo Rei Socialis nº 39). Este será também o tema da Campanha da Fraternidade – 2005: Solidariedade e Paz.

            Mas o que é que isso tem a ver com as palavras da ave-maria que meditamos este mês? É que a intercessão é uma forma maravilhosa de solidariedade espiritual. O “fato” é que todos estamos mais próximos do que pensamos. Estamos no mesmo barco. Todos comemos o fruto da mesma terra, respiramos o mesmo ar. De certa forma somos parte do mesmo corpo que é o universo. Precisamos reconhecer esta realidade e ser um pouco mais “corporativos”. Fiquei indignado quando vi o carro da frente jogar aqueles papéis pelo vidro sujando as ruas e poluindo o mundo com a mais completa falta de sensibilidade ecológica. Se é verdade tudo isso, então minhas lágrimas choram em mais alguém, os gritos dos pobles da Sibéria de alguma forma podem ser ouvidos na Nova Guiné, os sofrimentos das mulheres Tailandezas machucam as  árabes e a indiferença ao menores de rua de São Paulo influenciam na tristeza daquele jovem de New York. Parece poesia, mas não é. Temos no credo até um dogma que fundamenta esta solidariedade universal: creio na comunhão dos santos. É mais radiucal ainda. Acreditamos que até aqueles que já nasceram definitivamente em Deus e estão na Igreja triunfante, permanecem de alguma forma espiritual unidos a nós da Igreja militante. Eles e nós temos algum elo com a Igreja padecente que se purifica para a entrada no Reino definitivo. E que elo seria esse? É que todos somos batizados e pertencemos ao mesmo Corpo Místico de Cristo. Nele temos perfeita comunhão. Nele vivemos a perfeita solidariedade. O apóstolo Paulo já dizia estas coisas com palavras tocantes como: “Vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação à Cristo, que é a cabeça. É dele que o corpo todo recebe coesão e harmonia, mediante toda sorte de articulações e, assim, realiza o seu crescimento, construindo-se no amor, graças a atuação devida de cada membro” (Efésios 4, 16).

            Maria também é um membro deste corpo que vibra, torce e reza por cada um de nós. Fui para o seminário muito cedo. Há 28 anos faço a experiência de ser um filho distante. Mas nunca senti esta distância como uma separação total. Conversamos. Trocamos cartas, e-mails e uma visita quando aparece uma oportunidade. Maria da Glória faz isso na terra. mas existe uma outra maria que faz isso na glória do céu. Ela sente de meus sentimentos. Tem sensibilidade com meus sofrimentos pois faz parte do mesmo corpo que eu. Ela reza por mim e por você. A poeta não errou quando fez o Brasil cantar: “Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida… cuida de mim!”

Agora e na hora da nossa morte


Eu era muito jovem quando fui ao enterro de um ente querido. Quando estava para fechar a sepultura o padre olhos para nós e disse com convicção:

            - “Agora, irmãos, vamos rezar uma ave-maria pelo primeiro de nós que vier a falecer”.

            Todos se olharam pelo canto do olho e rezaram com voz tímida e um certo contrangimento. Ninguém parecia querer aquela prece para si. Outro dia um pregador perguntou “à queima roupa”  no meio de uma palestra:

            - “Quem quer ir para o céu…?”.

            Todos levantaram o braço rapidamente. Mas ele completou:

            - “Hoje!!!”

            Não ficou sequer um de braço erguido. Gostamos da idéia de ir para o céu. Mas bem que poderia ser daqui a uns 120 anos. A terra tem mil defeitos, mas diante da morte, até que é um lugar bom pra se viver. Isto não é falta de fé. É a lei da gravidade que nos prende a este chão e nos faz gostar da vida. Não é normal gostar de sofrer e desejar morrer. Aliás, quem sente desejo de morrer precisa procurar um médico, urgente.

            Só temos duas certezas absolutas na vida: estamos vivos e um dia vamos morrer. Mas ninguém sabe quando nem como. Esta certeza incerta nos incomoda e faz pensar. Melhor do que pensar demais e perder o sono é entregar esta realidade a Deus pelas mãos de maria. Por isso terminamos esta prece dizendo: “agora e na hora de nossa morte”. A mãe está conosco a todo momento, especialmente os mais difíceis.

            Esta frase é também uma reafirmação da esperança que não decepciona. Na salve-rainha rezamos: vita, ducedo et spes nostra, salve. Significa: vida, doçura e esperança nossa, salve. Aquela que esperou Jesus nove meses nos ensina a viver a vida como um grande “advento”. A morte não é mais do que o nosso “natal” definitivo. Morrer é nascer para sempre. Quando a gente nasce, começa a morrer. A vida é morrer todo dia um pouco. Quando morremos pelo irmão, aprendemos que isto é amar. Foi isso que Jesus fez e ensinou. Quem aceita morrer viverá. Quem se apegar a vida… morrerá por antecipação. Por isso o amor é vida. O salário do pecado é a morte. Quando nascemos, todos fazem festa e o recém nascido chora. Quando morremos as pessoas choram. Mas o “recém-nascido” faz festa.

            Maria entende muito bem da arte de consolar os que estão morrendo. esteve silenciosamente ao pé da cruz de seu filho. Nem uma palavra. Apenas olhares. Quantos que comeram o pão multiplicado, ouviram os belos sermões, viram a água transformada em vinho, paralíticos curados, cegos, pecadores… tantos. Apenas João e algumas marias ao pé da cruz. Mas para Jesus não importava tanta solidão. A mãe estava lá. Colo de mãe é bom a qualquer hora e em qualquer idade. Rezar a ave-maria é pedir colo para a Mãe de Deus, agora e na hora da nossa morte!
          

Amém


Ao longo de todo este ano meditamos cada frase da ave-maria. Chegamos ao final com esta palavrinha que é muito repetida mas nem sempre bem entendida: AMEM. Na verdade ela é muito rica de significados. Sua origem é o verbo hebraico amén, que significa amparar, suportar, confiar, ser verdadeiro, o que permanece firme, verídico, seguro, eterno. Aparece muitas vezes no Antigo Testamento, como por exemplo em 1 Reis 1,36: “Amém! Seja essa a declaração do Senhor Deus do meu senhor, o rei!”. Como podemos ver este é o significado mais conhecido do “amém” como confirmação de um compromisso assumido. O mesmo aparece em Jeremias 11,5: “E eu respondi: Amém, Senhor”. Um outro exemplo muito interessante encontra-se em Deuteronômio 27,15-26. São doze versículos  em que ao final o povo sempre exclama: Amém!  Um sentido um pouco diferente encontramos na oração de Davi que está em 1 Crônicas 16,36. Aqui o significado é mais expressão de um desejo ou esperança em que Deus irá realizar o que estamos pedindo. No Novo Testamento a palavra “amém” aparece muitas vezes com significado semelhante aos que encontramos no Antigo Testamento. Mas em Apocalipse 3,14 aparece uma novidade: Amém é usada como um nome próprio atribuído a Cristo. “Assim fala o Amém, a testemunha fiel e verdadeira [...]”. Pode ser uma alusão ao texto de Isaías 65,16 em que existe a expressão “Deus do Amém”, no sentido de Deus da Verdade. Assim, chamar Jesus de Amém é afirmar que ele é o verdadeiro Deus. Podemos acreditar em suas promessas, em suas palavras. Ele é a testemunha fiel e verdadeira de Deus. Jesus utilizava a palavra Amém no começo de afirmações importantes. A Bíblia traduz por: “em verdade em verdade vos digo…” (João 1,51; 3,3). Aparece 25 vezes no Evangelho de João, 30 vezes no Evangelho de Mateus, 13 vezes em Marcos, e 6 em Lucas. Nos outros livros do Novo Testamento a palavra “Amém” aparece 70 vezes. Portanto, toda vez que repetimos esta palavra estamos reafirmando nosso compromisso, nossa aliança com Deus. Repetimos o “amém” do próprio Cristo. Nele nos tornamos “amém”. Isto significa tornar-se seu seguidor, de Nazaré até a cruz; viver a sua mística; obedecer sua palavra; viver sua mensagem de amor aos irmãos. Repetir amém demais sem pensar no significado pode ser perigoso. É interessante quando um pregador ao final de sua mensagem pede a adesão da assembléia: Amém? E todos responde com convicção: Amém!!!Não foi exatamente isso que Maria fez ao final de sua conversa com o anjo Gabriel na Anunciação? A primeira ave-maria da história começou com uma saudação: Alegra-te, Maria, o Senhor está contigo. E terminou com a adesão da Virgem: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua promessa (cf. Lucas 1, 38). Em outras palavras: o milagre de nossa salvação passou por uma palavra dita pelos lábios santos de Maria: AMÉM! (Fonte: Canção Nova)


O Santo Terço





O Terço é uma das devoções mais queridas de

Nossa Senhora



Aparecendo em Fátima, ela pediu aos pastorzinhos:

"Meus Filhos, rezemos o TERÇO todos os dias".



Oferecimento do Terço
Divino Jesus, nós Vos oferecemos este terço que vamos rezar, meditando nos mistérios da nossa redenção. Concedei-nos, por intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, as virtudes que nos são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganharmos as indulgências desta santa devoção.
Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometido contra o Santíssimo Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, pela paz do mundo, pela converção dos pecadores, pelas almas do Purgatório, pelas intenções do Santo Padre, pelo aumento e santificação do Clero, pelo nosso Vigário, pela santificação das famílias, pelas Missões, pelos doentes, pelos agonizantes, por aqueles que pediram nossas orações, por todas as nossas intenções particulares e pelo Brasil.
Em seguida, segurando a cruzinha do rosário ou terço para atestar nossa fé; em todas as verdades ensinadas por Cristo, reza-se o:
Creio em Deus Pai

Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressucitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressureição da carne e na vida eterna. Amém.

Terminado o CREDO, presta-se HOMENAGEM à Santíssima Trindade: com um Pai-Nosso, três Ave-Maria e um Glória-ao-Pai.
A primeira Ave-Maria em honra a Deus Pai que nos criou; a segunda, a Deus Filho que nos remiu; e a terceira, ao Espírito Santo que nos santifica.

Em cada Mistério se reza um Pai-Nosso, dez Ave-Marias, um Glória-ao-Pai e a jaculatória: 

PAI NOSSO que estais no Céu, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso reino, seja feita a vossa vondade, assim na  terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossa ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
 
AVE MARIA cheia de graças, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. 

GLÓRIA AO PAI, ao Filho e o Espírito Santo. Como era no princípio,agora é sempre . Amém.

Jaculatória –
Oh! Meu Jesus, perdoai-nos,
Livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu
e socorrei principalmente
as que mais precisarem. Amém!
 



Mistérios Gozosos / Alegria (reza-se segunda e sabados ) 

1º MISTÉRIO: ANUNCIAÇÃO – O ANJO ANUNCIA A MARIA QUE ELA SERÁ MÃE DO FILHO DE DEUS 

Contemplamos a anunciação do anjo Gabriel à Nossa Senhora e a encarnação do verbo de Deus em seu ventre.   “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra” - aqui vemos em Maria o despojamento, a humildade, o amor a Deus e a entrega de si mesma.

Meditação: Hoje o Senhor nos chama dar o sim para Jesus; nascer em nosso coração em nossa vida, dar sentido à nossa vida terrena e acolher o plano de Deus para nossa salvação



2º MISTÉRIO: MARIA VISITA SUA PRIMA IZABEL IDOSA QUE ESTAVA GRÁVIDA DE JOÃO BATISTA

Contemplamos a visitação de Nossa Senhora à Santa Isabel.     “E partindo às pressas foi às montanhas ficar com sua prima que já de idade avançada estava grávida”….  Isabel a saúda: Tu és bendita.. como posso merecer que a MÃE do meu Senhor venha me visitar, quando adentrastes pela porta a criança saltou em meu ventre.  Maria responde: “Minha Alma glorifica o Senhor… Meu espírito exulta em Deus Meu Salvador!”

A humildade e a entrega de si mesma em favor dos mais necessitados; hoje Deus nos chama a trabalhar em sua vinha, sair de nosso conforto e procurar os que estão necessitados; não só de pão, mas de amor, apoio e do conhecimento da palavra do Senhor.



3º MISTÉRIO: JESUS NASCE EM UMA GRUTA, EM BELÉM.

Contemplamos o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo em Belém.   Um Deus tão grande e poderoso vem até nós… o verbo de Deus se faz carne, sai da sua divindade e se torna um pobre mortal semelhante a nós em tudo, menos no pecado.

Jesus nos mostra que nada que temos ou possuímos, nesse mundo importa, comparado àquilo que há de vir… o mais importante: a vida eterna. O orgulho de um anjo que queria ser Deus gerou o pecado. E o salário do pecado é a morte…   …a humildade é a chave de toda a nossa salvação, a pureza de coração, a entrega sincera a Deus é a obediência, e o salário da obediência é a vida eterna. Pois todo aquele que crer em mim mesmo que morra eu o ressuscitarei.



4º MISTÉRIO: APRESENTAÇÃO DE JESUS AO TEMPLO

Contemplamos a apresentação do Menino Jesus no Templo e a Purificação de Nossa Senhora.  Uma espada de dor transpassará o vosso Coração.

Apresentando o nosso coração ao Senhor para que ele faça a circuncisão e tire aquela pele que impede a ação do Espírito Santo em nossa vida. E mesmo que em nossa caminhada junto ao Senhor uma espada penetre nossa alma, possamos pela força de seu Espírito Santo ver a salvação que vem de Jesus.



5º MISTÉRIO: A PERDA E O REENCONTRO DE JESUS EM JERUSALÉM

Contemplamos a perda e o reencontro de Jesus no templo de Jerusalém.    Maria e José perderam Jesus ainda menino aos 12 anos em Jerusalém e após três dias de dor e sofrimento o encontram no templo no meio de doutores da lei ensinando a doutrina do Pai.

A Escritura Sagrada, é o caminho para encontrarmos Jesus, quando nos perdemos ou desviamos desse caminho, a conseqüência é a dor o sofrimento.  Na procura diária pela leitura, estudo e reflexão da Bíblia, podemos buscar o encontro ou o reencontro com Nosso Senhor e depois viver essas palavras e ensinamentos o quanto mais cedo. E, assim como Jesus, crescer na obediência e cuidar das coisas do Pai.




Mistérios  Luminosos (rezar às quintas-feiras)


1º MISTÉRIO: O BATISMO DE JESUS

Contemplamos o Batismo de Jesus Cristo no rio Jordão.   Com atitude humilde ele nos mostra o caminho inicial da Salvação: a aceitação de Deus como nosso único Senhor.

 Cristo é a luz do mundo, Luz é o atributo da divindade. “Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina”(Jo 1,9). “Quem me segue…”- disse Jesus - terá a luz da vida”(Jo 8,12). Nós, cristãos, somos “filhos da luz” (cf. Ef 5,8). A luz de Cristo é levada a todo o mundo pelos seus discípulos.

Batismo de Jesus - Enquanto Cristo desce à água do rio Jordão, como inocente que se faz pecado por nós (cf 2Cor 5,21), o céu se abre e a voz do Pai proclama-o Filho amado (cf Mt 3,17), ao mesmo tempo em que o Espírito o investe na missão que o esperava.



2º MISTÉRIO: A AUTO-REVELAÇÃO DE JESUS NAS BODAS DE CANÁ

Contemplamos sua auto-revelação nas bodas de Caná, quando transformou água em vinho.   Atendendo o pedido de Maria, Jesus inicia seu caminho em direção à Salvação dos Homens fazendo seu primeiro milagre.

Auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná - Mistério de luz é o inicio dos sinais em Caná (cf Jo 2, 1-12), quando Cristo, transformando a água em vinho, abre a fé o coração dos discípulos graças à intervenção de Maria, a primeira entre os que crêem.



3º MISTÉRIO: O ANÚNCIO DO REINO DE DEUS

Contemplamos o anúncio do Reino de Deus com o convite à conversão.   Jesus nos convida a nos convertermos plenamente às leis de Deus em busca da felicidade eterna.   O anúncio da Boa-Nova traz a esperança de um mundo melhor para todos os homens.

Jesus anuncia o Reino de Deus com o convite à conversão - Mistério de luz é a pregação com a qual Jesus anuncia o advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf Mc 1,15), perdoando os pecados de quem a ele se dirige com humilde confiança (cf Mc 2,3-1; Lc 7,47s), início do mistério de misericórdia que ele prosseguirá exercendo até o fim do mundo, especialmente da reconciliação confiado à sua Igreja (cf Jo 20,22s)



4º MISTÉRIO: A TRANSFIGURAÇÃO

Contemplamos a transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.   Assim Ele mostra aos Apóstolos e a todos os seres humanos a Sua verdadeira essência divina.   Sua Luz nos orienta a seguir os caminhos do bem.

Transfiguração de Jesus - Mistério da luz por excelência é a transfiguração que, segundo a tradição, se deu no monte Tabor. A glória da divindade reluz no rosto de Cristo, enquanto o Pai o apresenta aos apóstolos extasiados para que o “escutem” (cf Lc 9,35) e se disponham a viver com ele o momento doloroso da paixão, a fim de chegarem com ele à glória da ressurreição e a uma vida transfigurada pelo Espírito Santo.



5º MISTÉRIO: A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA

Contemplamos a instituição da Eucaristia.   Jesus nos dá seu próprio corpo e sangue como alimento espiritual para nossas almas.   É a entrega total e a maior prova de Seu Amor por toda a humanidade.   Mesmo sabendo que ia ser traído e entregue ao sacrifício Ele nos deu uma mostra suprema de Sua divindade.

Instituição da Eucaristia - Mistério da luz é, enfim, a instituição da Eucaristia, na qual Cristo se faz alimento com o seu corpo e o seu sangue sob os sinais do pão e do vinho, testemunhando “até o extremo” o seu amor pela humanidade (Jo 13,1), por cuja salvação se oferecerá em sacrifício.




Mistérios Dolorosos (reza-se às terças e sextas-feiras ) 


1º MISTÉRIO: A AGONIA DE JESUS

Contemplamos a agonia Mortal de Nosso Senhor, quando suou sangue no Horto das Oliveiras.    “Minha alma está triste a ponto de morrer, ficai aqui e vigiai. “Vigiai e orai para não cairdes em tentação, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

A oração e vigilância nos livra de cairmos nas armadilhas do demônio. Ele está sempre esperando uma oportunidade para nos fazer cair no pecado. Só com a força da oração constante podemos vencê-lo. Jesus mesmo sabendo tudo o que iria lhe acontecer, suportou toda tristeza e foi obediente ao Pai. Seguir o seu exemplo e em todas as coisas que nos acontecer, seja boa ou má …sempre seja feito a vontade de Deus e não a nossa, pois Ele sabe o que é melhor para cada um de nós.



2º MISTÉRIO: A FLAGELAÇÃO DE JESUS ATADO A UMA COLUNA

Contemplamos a flagelação de Nosso Senhor.    O sofrimento – a humilhação o escárnio- a violência de um inocente.

Toda essa humilhação e dor por cada um de nós, pecadores. O amor que sente por cada ser humano é impossível de se imaginar. E todas as vezes que pecamos e ofendemos um irmão estamos sendo os carrascos que torturaram Jesus.



3º MISTÉRIO: A COROAÇÃO DE ESPINHOS

Contemplamos a coroação de espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo.    Cada ponta de espinho… um pecado – em cada gota de sangue derramado o perdão.

Sua sagrada face coberta de sangue… o sangue que nos lavou e limpou de nossos pecados; na dor provocada pelos espinhos resgatou-nos da morte.  O mesmo sangue que hoje derrama em cada Santa Missa Celebrada; poderoso sangue redentor, que nos cura e liberta de toda escravidão do pecado.



4º MISTÉRIO: JESUS CARREGA A CRUZ ATÉ O CALVÁRIO

Contemplamos a subida dolorosa de Jesus carregando a Cruz para o Calvário.    O peso dos pecados do mundo nos ombros abriram chagas que chegavam até os ossos.

Todo aquele que quiser vir após mim, renegue a si mesmo toma sua cruz e siga-me.  As cruzes diárias é caminho de redenção e salvação. Aceitar as cruzes é amar a Jesus e imitá-lo. O servo fiel que segue seu mestre e também dá a vida por outro irmão.



5º MISTÉRIO: JESUS MORRE NA CRUZ

Contemplamos a crucificação e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.    Cruz, escândalo para os judeus, loucura para os gentios, consolo e sinal de fé para os cristãos.

A cruz Sagrada seja a nossa luz… todo sofrimento na terra não tem comparação ao da cruz do Senhor. Por amor ao ser humano e ao pecador suportou dores incalculáveis, humilhou-se, foi insultado e desprezado, tratado como o pior dos criminosos. O maior dos tesouro de um cristão ..honrar a Santa Cruz!




Mistérios Gloriosos (reza-se as quartas e domingos) 


1º MISTÉRIO: A RESSURREIÇÃO DE JESUS

Contemplamos a ressurreição de Jesus.   A morte não é o fim para aqueles que crêem em Jesus.    A vitória sobre a morte, a esperança na vida eterna, o envio a anunciar a boa-nova, a remissão dos pecados.  A paz de Jesus àqueles que O seguem.




2º MISTÉRIO: A ASCENÇÃO DO SENHOR

Contemplamos a ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo ao Céu.    A volta ao Pai para preparar–nos um lugar e para cuidar de cada um de nós intercedendo junto a Deus pelo perdão de nossos pecados.



 3º MISTÉRIO: A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO SOBRE OS APÓSTOLOS

Contemplamos a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos com a Virgem Maria em Jerusalém.  A vinda do Prometido, o Espírito Santo Paráclito: o advogado-defensor.    O Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo os que vos disse.

O Espírito Santo que recebemos no Batismo é nosso condutor, defende-nos diante do Pai, pois temos um acusador dia e noite que nos acusa diante de Deus… satanás; mas o Espírito Santo que habita em nós, ora em nós com gemidos inefáveis, pois não sabemos o que pedir a Deus.



4º MISTÉRIO: A ASSUNÇÃO DE MARIA AO CÉU

Contemplamos a assunção de Nossa Senhora ao Céu: o encontro da Mãe com o Filho no céu. Concebida sem pecado Virgem Santa merecedora de todas as graças.

A filha predileta do Pai sempre fiel a Deus, guardou tudo sempre em seu coração, virgem do silêncio, seu corpo templo do Espírito Santo, Sacrário Vivo, não poderia ser corrompido pela terra como simples pecadora.



5º MISTÉRIO: A COROAÇÃO DE MARIA POR JESUS E OS ANJOS (A serva fiel de Deus tornou-se Rainha)

Contemplamos a coroação de Nossa Senhora como Rainha de todos os anjos e santos.    Rainha dos Anjos: Uma mulher vestida de Sol, sobre a cabeça uma coroa de estrelas e sobre o os pés a lua.  Rainha da Terra, Rainha da Igreja intercessora poderosa junto a Jesus, tem poder de esmagar a cabeça do dragão infernal, na hora de nossa morte nos defenderá junto a Jesus, e a todos aqueles que por amor a ela e a seu filho forem fiéis na oração do Santo Rosário. ….a cada Ave-Maria depositamos uma rosa a seus pés…..




Agradecimentos

Infinitas; graças vos damos, Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossa mão Liberais. Dignai-vos agora e para sempre tomar-nos debaixo do vosso poderoso amparo e para mais vos obrigar vos saudamos com uma:




Salve Rainha

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!
A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro nos mostrai a Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce, sempre virgem Maria.

V. Rogai por nós,Santa Mãe de Deus,
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.  



Ladainha de Nossa Senhora

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus cristo, ouvi-nos
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai do céu, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho Redentor do mundo, que sois deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
Santa mãe de deus, rogai por nós.
Santa virgem das virgens, rogai por nós.
Mãe de Jesus cristo, rogai por nós.
Mãe da divina Graça, rogai por nós.
Mãe puríssima, rogai por nós.
Mãe castíssima, rogai por nós.
Mãe Imaculada, rogai por nós.
Mãe intacta, rogai por nós.
Mãe amável, rogai por nós.
Mãe admirável, rogai por nós.
Mãe do bom conselho, rogai por nós.
Mãe do Criador, rogai por nós
Mãe do Salvador, rogai por nós.
Mãe da Igreja, rogai por nós.
Virgem prudentíssima, rogai por nós.
Virgem venerável, rogai por nós
Virgem louvável, rogai por nós
Virgem poderosa, rogai por nós
Virgem benigna, rogai por nós
Virgem fiel, rogai por nós
Espelho de Justiça, rogai por nós
Causa de nossa alegria, rogai por nós
Vaso espiritual, rogai por nós
Vaso honorífico, rogai por nós
Vaso insigne de devoção, rogai por nós
Rosa Mística, rogai por nós
Torre de davi, rogai por nós
Torre de marfim, rogai por nós
Casa de Ouro, rogai por nós
Arca da Aliança, rogai por nós
Porta do céu, rogai por nós
Estrela da manhã, rogai por nós
Saúde dos enfermos, rogai por nós
Refúgio dos pecadores, rogai por nós
Consoladora dos aflitos, rogai por nós
Auxílio dos cristãos, rogai por nós
Rainha dos anjos, rogai por nós
Rainha dos patriarcas, rogai por nós
Rainha dos profetas, rogai por nós
Rainha dos apóstolos, rogai por nós
Rainha dos mártires, rogai por nós
Rainha dos confessores, rogai por nós
Rainha das virgens, rogai por nós
Rainha de todos os Santos, rogai por nós
Rainha concebida sem pecado original, rogai por nós
Rainha da Assunção, rogai por nós
Rainha do santo Rosãrio, rogai por nós
Rainha da Paz, rogai por nós

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
- Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo

Oremos:
Ó Deus, cujo unigênito Filho nos mereceu por sua vida, morte e ressurreição, as recompesas da eterna salvação, fazei, vo-lo pedimos, com que honrado estes mistérios do Santíssimo Rosário de bem-aventurada Virgem Maria, imitemos o que encerram e obtenhamos o que prometem. Pelo mesmo Cristo nosso Senhor.
Amém

Ato de Consagração ao Imaculado Coração de Maria
Ó Maria, Mãe de Deus e nossa mãe, Rainha do Céu e refúgio dos pecadores, ao Vosso Coração Imaculado consagramos nossa vida, todo nosso ser, tudo o que temos, tudo o que amamos, tudo o que somos.
A Vós pertencem nossos lares, nossa pátria.Queremos que seja vosso, e participe dos benefícios de vossas bênçãos maternais, tudo o que existe em nós e ao redor de nós.
E para esta consagração seja realmente eficaz e duradoura, renovamos hoje, aqui aos vossos pés, ó Maria, as promessas do nosso batismo e da nossa primeira comunhão.
Comprometemo-nos a professar, corajosamente e sempre, as verdades da fé, e a viver como católicos submissos á sua Santidade, o Papa e aos Bispos em comunhão com ele
Comprometemo-nos a observar os Mandamentos de Deus e da Igreja, particularmente a santificação do DOMINGO.
Queremos empenhar-nos, ó gloriosa Mãe de Deus e nossa Mãe, para que o Reino de Cristo, Vosso Filho, seja uma presença em nossas almas, na terra como no céu.
Queremos oferecer cinquenta rosas pela reza do terço, meditando sobre os mistérios do Santo Rosário.

Amém.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A consagração e o amor ao próximo



A consagração a Virgem Maria e o amor ao próximo

São Luís Maria afirma que a consagração a Virgem Maria causa grandes vantagens para o próximo.

No quinto capítulo do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, São Luís Maria Grignion de Montfort diz que um dos motivos para nos comprometer a abraçar consagração total a Jesus por Maria, são os grandes bens que dela receberá nosso próximo (cf. TVD 171). Por esta devoção, exercemos grande caridade para com o próximo, pois a fazemos pelas mãos de Maria. Oferecemos ao próximo “o que temos de mais caro, ou seja, o valor satisfatório e impetratório de todas as nossas boas obras, sem excluir o mínimo bom pensamento ou o mais leve sofrimento” (TVD 171).
Quando nos consagramos a Nossa Senhora, consentimos que todas as satisfações, passadas, presentes e futuras, sejam aplicadas, segundo a vontade da Virgem Maria, pela conversão dos pecadores, ou pela libertação das almas do Purgatório. Isto é amar perfeitamente o nosso próximo, é ser verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, que se reconhece pela caridade (cf. Jo 13, 35). Este é um “meio de converter os pecadores sem perigo de vaidade, e de libertar as almas do Purgatório quase sem fazer mais nada além do que nos impõem os deveres de estado” (TVD 171).
A conversão de um pecador, ou a libertação de uma alma do Purgatório, “é um bem infinito, maior do que criar o Céu e a Terra, pois é dar a uma alma a posse de Deus” (TVD 172). Quando oferecemos as nossas boas obras a Jesus pelas mãos de Maria, estas recebem um aumento de pureza e, por isso, de mérito e de valor satisfatório e impetratório. Nossos sacrifícios tornam-se “muito mais eficazes para aliviar as almas do Purgatório e converter os pecadores do que se não passassem pelas mãos virginais e generosas de Maria” (TVD 172).
O pouco que oferecemos pela Virgem Maria, sem interesse próprio, torna-se capaz de aplacar a cólera de Deus e alcançar a sua misericórdia. Na hora da morte, uma pessoa que foi realmente fiel a esta consagração, verá que livrou muitas almas do Purgatório e converteu muitos pecadores, mesmo que não tenha feito nada de extraordinário. “Que alegria no momento do juízo! Que glória para a eternidade!” (TVD 172), exclama São Luís Maria.
Assim, a consagração a Jesus Cristo pelas mãos da Virgem Maria, segundo o método do Tratado da Verdadeira Devoção, é um meio excelente de fazer caridade para com nosso próximo. Ousamos dizer que oferecer as nossas boas obras através desta consagração é a forma mais perfeita da caridade cristã, pois oferecemos nossos sacrifícios por pessoas que não sabemos nem sequer quem são. Sabemos apenas que oferecemos nossas obras pelos pobres pecadores e pelas almas do purgatório. Tendo em vista a excelência, a grandeza desta consagração, ofereçamos nossas ofertas e sacrifícios pelas mãos da Virgem Maria, para que, com ela, nos alegremos eternamente no Reino dos Céus. (fonte: Blog canção Nova - Todo de Maria)

Bento XVI: Jesus é a alegria de Maria e a alegria da Igreja


- Na tradicional homenagem a Maria Imaculada, realizada no dia 8 de dezembro na Praça da Espanha, no centro de Roma, o Papa Bento XVI remarcou que "Jesus é a alegria de Maria e a alegria da Igreja".
O Santo Padre assinalou que "a alegria de Maria é plena, porque não há sombra de pecado no seu coração. Esta alegria coincide com a presença de Jesus em sua vida: Jesus concebido e levado no seu ventre e quando criança confiado a seus cuidados maternais, adolescente, jovem e homem maduro. Jesus que sai de casa, seguido a distancia com a fé até a Cruz e a Ressurreição".
Bento XVI assinalou que Maria Imaculada "nos fala da alegria, a verdadeira alegria que se experimenta no coração liberado do pecado".
Enquanto que "o pecado traz consigo uma tristeza negativa, que nos induz a fechar-nos em nós mesmos", assinalou o Papa, "a Graça traz a verdadeira alegria que não depende de possuir coisas, mas tem suas raízes no mais íntimo, no mais profundo da pessoa, e que nada, nem ninguém pode tirar".
"O cristianismo é essencialmente um ‘evangelho’, uma ‘boa notícia’, porém alguns pensam que é um obstáculo à alegria, já que vêem nele uma série de proibições e regras".
O Santo Padre remarcou que "na realidade, o cristianismo é o anúncio da vitória da Graça sobre o pecado, da vida sobre a morte".
Se isto "implica alguns sacrifícios e disciplina da mente, do coração e do comportamento", explicou o Papa, "é precisamente porque no homem há a raiz venenosa do egoísmo, que prejudica a si mesmo e aos demais, portanto, devemos aprender a dizer não à voz do egoísmo e sim à voz do amor autêntico".
Bento XVI também indicou que sempre é motivo de surpresa e reflexão "o fato de que o momento decisivo para o futuro da humanidade, o momento em que Deus se fez homem, esteja rodeado de um grande silêncio".
"O encontro entre o mensageiro divino e a Virgem Imaculada passa totalmente despercebido: ninguém sabe, ninguém fala disso. É um acontecimento que, se tivesse acontecido em nosso tempo, não deixaria rastro nos jornais e nas revistas, porque é um mistério que acontece no silêncio".
O Santo Padre sublinhou que "o que é realmente grande frequentemente passa despercebido e o silêncio aprazível se revela mais frutífero que a frenética agitação que caracteriza nossas cidades, mas que - com as devidas proporções – esta agitação já era vivida nas grandes cidades de então, como Jerusalém".
Esta agitação, explicou o Papa, corresponde "àquele ativismo que nos impede de parar, estar tranquilos para escutar o silêncio no qual o Senhor nos deixa ouvir sua voz discreta".
"Maria, no dia que recebeu o anúncio do Anjo, estava com uma atitude de recolhimento e ao mesmo tempo aberta à escuta de Deus. Nela não havia obstáculo algum, nada que a separasse de Deus".
Bento XVI assinalou que "este é o significado do seu ser sem pecado original: sua relação com Deus está livre da mais mínima imperfeição, não há separação, não há sombra de egoísmo, mas sim uma sintonia perfeita: seu pequeno coração humano está perfeitamente ‘centrado’ no grande coração de Deus".
"A voz de Deus não pode ser reconhecida no ruído e na agitação; seu desenho na nossa vida pessoal e social não se percebe ficando na superfície, mas indo a um nível mais profundo, onde as forças não são de índole econômica ou política, mas morais e espirituais. É ali, onde Maria nos convida a ir e a sintonizar com a ação de Deus". VATICANO, 10 Dez. 12 / 01:18 pm (ACI/EWTN Noticias).

Papa Bento XVI: João Batista ensina a viver o Natal como festa do Filho de Deus


- Em suas palavras prévias à oração do Ângelus, na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI afirmou que em meio da sociedade consumista, São João Batista nos ensina a viver o Natal como a festa do Filho de Deus.
O Santo Padre assinalou que "na sociedade de consumo, na qual as pessoas estão tentando buscar a felicidade nas coisas, o Batista nos ensina a viver de maneira essencial, para que o Natal seja vivido não só como uma festa exterior, mas sim como a festa do Filho de Deus que veio para trazer aos homens a paz, a vida e a verdadeira felicidade".
O Papa indicou que durante "o Tempo de Advento a liturgia ressalta de modo particular, duas figuras que preparam a vinda do Messias: a Virgem Maria e João Batista. Neste domingo, São Lucas nos apresenta João Batista com características diferentes dos outros evangelistas".
Citando ao seu recente livro, "A Infância de Jesus", Bento XVI recordou que "‘Todos os quatro Evangelhos colocam no início da atividade de Jesus a figura de João Batista e o apresentam como seu precursor. São Lucas deixa para depois a conexão entre as duas figuras e suas respectivas missões. Já na concepção e nascimento, Jesus e João são colocados em relação’".
O Papa explicou que "Essa colocação ajuda a entender que João, como filho de Zacarias e Isabel, ambos de famílias sacerdotais, não só é o último dos profetas, mas também representa todo o sacerdócio da Antiga Aliança e por isso, prepara os homens ao culto espiritual da Nova Aliança, inaugurada por Jesus".
Além disso, o evangelista Lucas "desfaz toda leitura mítica que frequentemente se faz dos Evangelhos e coloca historicamente a vida do Batista: ‘No décimo quinto ano do governo de Tibério César, enquanto Pôncio Pilatos era governador… sob os supremos sacerdotes Anás e Caifás’".
"Ao interior deste quadro histórico se coloca o verdadeiro e grande acontecimento, o nascimento de Cristo, que os contemporâneos nem sequer notarão", exclamou o Papa.
Bento XVI recordou que "João Batista se define como a voz que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. A voz proclama a palavra, mas, neste caso, a Palavra de Deus precede, pois é ela mesma quem desce sobre João, filho de Zacarias, no deserto".
"Ele, portanto, tem um grande papel, mas sempre em função de Cristo", indicou.
Santo Agostinho, recordou o Santo Padre, disse que "João é a voz que passa, Cristo é o Verbo eterno, que era no princípio".
O Papa assinalou que "cabe a nós a tarefa de ouvir aquela voz para abrir espaço e acolher Jesus no coração, Palavra que nos salva".
"Neste Tempo de Advento, preparemo-nos para ver, com os olhos da fé, na humilde Gruta de Belém, a salvação de Deus".
Ao concluir suas palavras, o Papa Bento XVI confiou à intercessão da Virgem Maria "nosso caminho rumo ao Senhor que vem, para estarmos prontos a acolher, no coração e em toda a vida, o Emanuel, Deus conosco". VATICANO, 10 Dez. 12 / 02:28 pm (ACI/EWTN Noticias).

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Você precisa cortar toda infidelidade da sua vida


Veja a situação em que estava José: Maria recebeu a anunciação do anjo, mas não pôde dizer nada a seu esposo [sobre o que havia sido anunciado a ela]; não tinha como explicar. Impelida pelo Espírito Santo, ela foi para a casa de Isabel e permaneceu lá até o nascimento de João Batista. A Virgem Maria foi até a casa de sua prima para ajudá-la e ficou lá até a quarentena de Isabel. Quando ela voltou, estava com sinais claros da gravidez. Imagine a situação de José! Ela não sabia explicar; ele confiava nela, e mais que isso, ele a amava profundamente, mas não tinha sido ele quem havia concebido a criança.
"O que aconteceu? Foi na viagem? Foi lá no tempo em que ela esteve na casa de Zacarias cuidando de Isabel?" O fato é que ela estava grávida e a criança não era dele. Você que é homem, tente imaginar essa situação acontecendo com você. Ainda mais naquele tempo, no qual existia um costume cruel: a mulher que engravidasse de um homem, que não fosse seu marido, e principalmente se fosse no tempo de preparação para o casamento, era apedrejada - o casamento dos judeus era em dois tempos: eles casavam, mas o homem ia preparar a casa e a mulher ia para a casa dos pais preparar o enxoval. Claro que, nesse tempo, eles não mantinham relações conjugais. E foi, nesse tempo, que aconteceu tudo com Maria. A Lei dizia que, especialmente nesse tempo, era uma infidelidade muito grande a mulher ter relação com outro homem qualquer e engravidar. Então, essas mulheres eram cruelmente apedrejadas.
O Evangelho mostrou o que fez José. Ele pensou em despedir secretamente Maria, porque ele a amava, mas, diante daquela situação tão dolorosa, o Senhor veio em auxílio dele e, durante o sonho, um anjo lhe apareceu e lhe explicou tudo: "Não temas receber Maria por tua esposa, porque Aquele que nela foi concebido foi por obra do Espírito Santo".
Você acreditaria em um sonho assim? José acreditou, porque amava Deus e era obediente; então, logo que acordou, já obedeceu ao Senhor e fez aquilo que o anjo lhe havia dito, aceitou Maria como esposa. José, além de ser um homem de fé, era também obediente ao Senhor.
Meus irmãos, esta é a Palavra de Deus para todos nós: precisamos ser homens e mulheres de fé. O Senhor tem as rédeas deste mundo nas mãos. Acredite n'Ele, porque Ele é Deus! É o Todo-Poderoso, nos ama e é cheio de misericórdia, por isso é importante obedecer a Deus Pai.
Dê uma "olhadinha" para si mesmo e veja como você é desobediente a Deus! Sem falar nos que são desobedientes ao Senhor e nem sabem o que querem dizer os mandamentos d'Ele, acham que tudo isso é uma coisa antiquada. Quantos de nós, cristãos, frequentamos a igreja, oramos, conhecemos a Palavra de Deus e, na prática, somos desobedientes aos mandamentos d'Ele. Graças a Deus, José foi obediente!
Agora, eu falo muito especialmente aos homens: Deus constituiu você para ser o melhor pai do mundo. Não melhor do que os outros, mas o melhor pai do mundo para seus filhos, para a sua família, até o ponto de se expor pela sua esposa, como José se expôs quando descobriu a gravidez de Maria assumindo o Filho dela. Que você ame, realmente, seus filhos e se entregue por eles! Que você seja o cabeça do seu lar, homem firme, homem honesto, de palavra, homem de fidelidade, porque, hoje, o mundo está nos ensinando lições de infidelidade.
Parece que ser infiel à esposa é "normal", ter casos por aí, prostituir-se, ter amante parece ser uma "glória". Até mesmo você, que já tem certa idade para mostrar que é viril, que é potente, além de ter a sua esposa, tem os seus casos, a sua amante... Meu irmão, você não sabe o estrago que está fazendo! Você está fazendo uma rachadura nos alicerces da sua casa. Saiba que você não é infiel somente à sua esposa, mas a toda sua família e também aos seus filhos, e a sua casa poderá cair na cabeça de vocês a qualquer hora.
Hoje, Deus está lhe dizendo para viver na fidelidade, para ser fiel à sua esposa, aos seus filhos, à sua família; por tudo isso, ser fiel a Deus para ser o melhor pai do mundo.
Está na hora de retomar, assumir novamente as rédeas da sua casa. Quanto filho se perdendo por aí, porque o pai é um "banana", pensa em mil coisas. O pai está no jornal, o pai está na TV, andando com os amigos, está no botequim, mas não tem as rédeas da casa, da família, nas mãos. Deus o constituiu cabeça do lar, não deixe tudo para sua esposa. Graças a Deus que elas têm aguentado tudo sozinhas, pois o papel delas é ser o coração, não a cabeça. A cabeça é você, você precisa assumir o seu lugar de cabeça do lar.
Deus o abençoe!  (fonte: Canção Nova)

Um coração consagrado a Jesus


Aprendamos com a Virgem a ter um coração cheio do Espírito Santo
Depois da entrada messiânica de Jesus, em Jerusalém, ao olhar para a Cidade Santa, Ele começou a chorar (cf. Lc 19,41). Ele lamentou pela cidade que seria destruída, mas Seu maior pesar foi pelos filhos e filhas de Jerusalém. Cristo não foi bem aceito pelos habitantes da cidade, como fora aceito em outras localidades. Por isso, o Mestre lamenta a recusa daquele povo dizendo: “Se tu também compreendesses, hoje, o que te pode trazer a paz!” (Lc 19,42).

No meio daquele povo, havia pessoas que acolheram com festa a entrada de Jesus na Cidade Santa (cf. Lc 19,37), mas também havia aqueles que se recusavam a glorificar a Deus pela vinda do Salvador do mundo (cf. Lc 19,39). Dentro de nós também acontece o mesmo, pois, por vezes, nos encontramos com o coração dividido. Às vezes, acolhemos com alegria o Senhor, louvamos e agradecemos a Deus pela Sua vinda até nós. Porém, noutras ocasiões, encontramo-nos com o coração frio, indiferente a Cristo. Em alguns momentos, nosso coração é todo de Jesus, mas em outros ele está tomado por tantas outras coisas que não há espaço para Deus. O próprio Jesus repreende Marta por causa de sua indignação com sua irmã Maria, que estava com Ele (cf. Lc 10, 41-42).

Assista também: ""Somos da descendência de Maria", com padre Paulo Ricardo

Na prática, como viver com este coração dividido entre o Senhor e as preocupações próprias deste mundo? O segredo, ainda que tenhamos de conviver com esta divisão, é estar cheio do Espírito Santo. O maior exemplo disso é a Virgem Maria, a qual foi chamada pelo Anjo de cheia de graça (cf. Lc 1,28). Na sua visita a Isabel, ao ouvir a saudação de Maria, sua prima ficou cheia do Espírito Santo (cf. Lc 1,42). Nossa Senhora consagrou-se inteiramente a Deus, por isso ficou plena do Espírito Santo.

O coração da Virgem Maria, apesar de plenamente humano, tornou-se totalmente conformado à vontade do Pai pela ação do Espírito Santo. Ela deixou-se conduzir pelo Espírito, fazendo-se serva do Senhor (cf. Lc 1,38). Ainda que em muitos momentos não compreendesse os desígnios do Senhor, e mesmo quando teve seu coração transpassado de dor, ela estava em paz, pois estava cheia do Espírito de Deus.

Aprendamos de Nossa Senhora a ter um coração cheio do Espírito Santo, que se coloca a serviço de Deus, pois somente assim venceremos os apegos deste mundo. Quando nos colocamos como servos, consagrando-nos inteiramente a Jesus, pelas mãos de Maria, ainda que estejamos divididos. Aos poucos, vamos nos tornando cada vez mais do Senhor. Isso faz com que o próprio Cristo, em vez de chorar, como aconteceu quando avistou Jerusalém, alegre-se em nós. A alegria de Jesus em nosso interior é a certeza de que, um dia, Ele reinará plenamente em nosso coração e a nossa alegria será completa (cf. Jo 16, 24).
Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/tododemaria

Esta é a oração que o Papa Francisco faz à Virgem Maria

  Cada um de nós poderia passar por momentos muito difíceis, as vezes perdemos de vista o horizonte e até caímos em desespero. Diante disso,...