quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Santa Missa



Essas palavras que o sacerdote pronuncia logo após a consagração do pão e do vinho, resumem toda a essência da santa Missa.
 Ela é a celebração do mistério da fé, o ápice de toda devoção cristã.
Quem não entendeu o sentido profundo da Missa ainda não compreendeu o sentido profundo do cristianismo e da salvação que Jesus veio trazer aos homens.
A maioria dos batizados não gosta de participar da Missa.
Para uns ela é apenas uma longa cerimônia; para outros, um hábito sociológico, “um peso necessário”, uma obrigação de consciência ou apenas um exercício de piedade.
Uns não gostam da Missa porque não gostam do padre que a celebra; outros, porque não gostam do sermão, ou porque a música não está boa, etc.
E, assim, ficam apenas no acessório e se esquecem do Essencial.
A Missa é a celebração máxima da fé, porque nela o “mesmo” Sacrifício de Cristo no Calvário se faz presente, se “atualiza”, para que cada um de nós, pessoalmente, e em comunidade, possa em adoração, oferecer o Cristo ao Pai, pela salvação da humanidade.
A Liturgia reza que quando celebramos a Paixão do Senhor sobre o altar, “torna-se presente a nossa redenção”.
Deus, que na Sua misericórdia tinha muitas maneiras de restaurar a humanidade, escolheu esse meio de salvação para destruir a obra do demônio; não recorreu a Seu poder, mas à Sua justiça.
Era justo que o demônio só perdesse seu domínio original sobre a humanidade sendo vencido no mesmo terreno onde venceu o homem.
Cristo o venceu como homem, com a sua morte e ressurreição; destruindo a morte e a dominação do demônio sobre a humanidade.
É isto que celebramos na Missa;
a Vítima Santa se torna presente sobre o altar, agora de maneira incruenta, para salvar, hoje, a humanidade.
Cristo mais uma vez oferece ao Pai o seu Sacrifício perfeito.
E a redenção é aplicada a cada um de nós que comunga o Corpo imolado e ressuscitado de Jesus.
Carregando em Si todos os pecados dos homens, de todos os tempos e de todos os lugares, Jesus ofereceu ao Pai um Sacrifício perfeito.
O Pai aceitou essa oblação do Filho amado e, pela ressurreição, garantiu o Seu perdão à humanidade pecadora.
Por Jesus ressuscitado, a humanidade volta a Deus e caminha para a sua ressurreição. Jesus ressuscitado é a garantia do triunfo dos que n’Ele crêem.
Por Ele todas as criaturas voltam redimidas para Deus, na Sua oblação que se faz perpétua através da santa Missa.
No santo Sacrifício, o Calvário (o mesmo) se faz novamente presente. As ações de Jesus não se perdem no tempo, porque Ele é Deus, são teândricas; isto é, humanas e divinas.
O pão e o vinho oferecidos representam todo o universo e toda a humanidade que Cristo oferece ao Pai com todas as suas chagas, trabalhos e dores.

Ali depositamos também a nossa vida e o nosso ser oferecendo-os também a Deus para fazer a Sua vontade.

Na consagração do pão e do vinho, Jesus - pelos lábios do sacerdote (qualquer que seja ele) - transforma a matéria no Seu Corpo e Sangue.

Pela celebração da santa Missa, o mundo volta reconciliado para Deus e somos salvos.
Ali, cada batizado, cada membro da Igreja, oferece a Deus Pai o Sacrifício perfeito de Seu Filho Jesus. Por isso, não há oferta mais agradável a Deus; não há oração mais completa em mais eficaz.

A Missa é o centro da fé, é o cerne do Cristianismo, é o coração da Igreja, é o centro do universo.
Nela o Senhor nos dá a comungar o Seu Corpo e Sangue.

Ele vem morar em nós para ser nosso Alimento e Remédio.
Ele vem a nós para ser o alimento da caminhada, a força contra o pecado, e para transformar nossa vida de homem em vida de filho de Deus.
Pela Eucaristia, Cristo vem para em nós viver e amar os outros e para fazer de nós Seus discípulos e transformadores do mundo pela Sua presença e graça. Quando comungamos, nós nos tornamos, de fato, membros do Corpo de Cristo, unidos a todos os irmãos do céu e da terra. E’ a redenção do mundo! Nunca compreenderemos totalmente a magnitude da santa Missa…

Ela é a fonte de onde nos vem a salvação. Por ela, a cada dia, Cristo salva a humanidade.
Quando entendermos bem o significado da missa, a conseqüência imediata será o desejo de participar dela todos os dias…

O segredo da alegria


O Senhor é a fonte de nossa alegria
A alegria é algo essencial na vida humana. Conscientes ou não, o que mais buscamos em nossos dias, desde o nascer ao por do sol, é a alegria de viver. Mas, de maneira especial, na vida cristã a alegria é fundamental, pois seja o que for que dissermos sobre Deus, se não estivermos alegres, os nossos pensamentos e palavras não poderão produzir os frutos que desejamos. Daí, nasce a pergunta: mas como encontrar a alegria em meio a tantos desencontros neste mundo? Jesus veio revelar-nos o amor de Deus para que a nossa alegria seja a d'Ele e, assim, seja completa. E a maior alegria consiste em saber que somos amados incondicionalmente e que nada neste mundo, nem mesmo a doença, o fracasso, o término de um relacionamento ou até mesmo a morte, podem nos privar deste amor, portanto, desta alegria.

Naturalmente, somos levados a julgar que, quando estamos abatidos, não podemos viver a alegria; mas numa pessoa que tem a vida centrada em Deus, a tristeza e a alegria podem conviver. No nascimento de uma criança, por exemplo, a tristeza, a dor e a alegria parecem fazer parte do mesmo acontecimento. O desafio é identificar a alegria e saber optar por ela em meio, muitas vezes, às lágrimas.

O escritor Henri J. M. Nouwen, no seu livro “Mosaicos do presente”, faz uma definição interessante entre a alegria e o contentamento. Segundo ele, podemos nos sentir pouco contentes em relação a muitas coisas, mas, mesmo assim, a alegria lá está, porque provém desta certeza do amor de Deus por nós. Para o autor, acolher esta verdade e dar-lhe espaço em nossos dias é uma escolha diária. Uma escolha baseada na experiência do amor apaixonado de Deus por nós, no qual encontramos refúgio e segurança e do qual nada nos pode separar.

Já está mais do que provado que dinheiro e sucesso não fazem as pessoas alegres. 
Certamente, conhecemos muitas pessoas ricas, com sucesso em seus negócios, mas vivem também com ansiedade, medo e bastante melancolia. Em contraste, conhecemos muitos outros que são bem pobres materialmente, mas riem com muita facilidade e com frequência transmitem alegria onde quer que estejam. Recordo-me agora de uma casal de parentes meus que é assim.

Materialmente falando, são bem pobres, mas todos nós da família fazemos questão de ir, muitas vezes, à casa deles, mesmo enfrentando todos os obstáculos da estrada e dos transportes que nos levam até lá. Moram em uma casinha modesta, num pé de serra bem distante da cidade; têm 3 filhos, alguns animais e um pedaço de terra de onde provém, pela força do trabalho e das bênçãos de Deus, o sustento da família. Quando chegamos à casa, quase sempre passamos direto para a cozinha e é lá que começam a nossas festas mais animadas.

Assista também: " A alegria é diferente da euforia", com o saudoso padre Léo

Em uma mesa larga, rodeada de bancos pesados de madeira crua, oferecem-nos o que têm de melhor em casa. O sabor genuíno dos produtos da terra se mistura aos sinais de delicadeza e acolhimento daquela gente simples que parece não ter conhecimento da maldade. Enquanto nos alimentamos em família, entre uma prosa e outra surgem rapidamente os primeiros risos que são sempre seguidos de outros; em pouco tempo, mesmo ao longe, pode-se ouvir grandes gargalhadas.

Estes meus parentes têm
o dom da alegria e nos contagiam. Com suas simples histórias e interpretações dos fatos, arrancam até dos rostos mais “cizudos” o sorriso que estava escondido pelas preocupações da cidade grande. Sem perceber, o tempo passa e o dia termina. Voltamos para casa mais leves, mas felizes sem nem nos perguntarmos o porquê; porém, já com a promessa de voltarmos à visita assim que possível. Isso acontece já há mais de trinta anos.

Não tenho dúvidas de que Deus está ali, naquela casa, em meio àqueles risos e gargalhadas. A alegria e o riso são dons que brotam do fato de confiar em Deus; assim sendo, saber que não vale a pena preocupar-se tanto com o amanhã, já que ele pertence ao Criador. Não há razão para romantizar a pobreza e esta não é minha intensão; aliás, conheço-a de perto e sei bem o quanto ela é penosa, mas quando vejo os receios e ansiedades dos que têm muitos bens, consigo compreender ainda mais as palavras de Jesus quando diz: “Felizes os pobres de espírito, pois deles é o Reino de Deus”. É certo, no entanto, que o problema maior não é ter sucesso e dinheiro, mas sim não ter tempo disponível para o encontro com Deus no presente e perceber Seu amor que se manifesta na simplicidade dos fatos no aqui e agora.

Quando acreditarmos, verdadeiramente, que hoje é o dia do Senhor e que o amanhã está cuidadosamente guardado no seu coração, podemos descobrir o segredo da alegria, reencontrar a calma e sorrir de novo para aquele que sorrir também para nós. Podemos estender nossa mão e ajudar muitos a reencontrar o verdadeiro sentido da vida. Podemos, mesmo em meio às lutas diárias, exclamar com voz forte e convicta:
“Senhor, Tu és a minha esperança, Tu és a fonte da minha alegria!”

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Nossa Senhora de Guadalupe - Padroeira das Américas


Dia 12 de dezembro é o dia da Virgem de Guadalupe
Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002). 

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus. 

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: "Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua "tilma" (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita..."

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531. 

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: "Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de 'Santa Maria de Guadalupe', embora não tenha explicado o porquê". Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção. 

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva. 

Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação". 

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945. 

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira. 


Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Bento XVI: Maria é bem-aventurada por sua fé firme em Deus


- Em suas palavras prévias à oração do Ângelus diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Bento XVI afirmou que a Virgem é “bem-aventurada” porque “acreditou, porque teve uma fé firme em Deus”.

O Santo Padre assinalou que “neste Ano da fé queria sublinhar que Maria é a Imaculada por um dom gratuito da graça de Deus, mas que nela encontrou perfeita disponibilidade e colaboração”.

“A Imaculada demonstra que a Graça é capaz de suscitar uma resposta, que a fidelidade de Deus sabe gerar uma fé verdadeira e boa”.

O Papa explicou também  que “Maria representa aquele “resto de Israel”, aquela raiz santa que os profetas anunciaram. Nela encontram acolhimento as promessas da antiga Aliança”.

“Em Maria a Palavra de Deus encontra escuta, recepção, resposta, encontra aquele ‘sim’ que a permite tomar carne e vir habitar em meio a nós”.

Bento XVI indicou que “em Maria a humanidade, a história se abrem realmente a Deus, acolhem a sua graça, estão dispostas a fazer a sua vontade. Maria é expressão genuína da Graça”.

“Ela representa o novo Israel, que as Escrituras do Antigo Testamento descrevem com o símbolo da esposa. E São Paulo retoma esta linguagem na Carta aos Efésios lá onde fala do matrimônio e diz que “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível””.

O Papa indicou que “Os Padres da Igreja desenvolveram esta imagem e assim a doutrina da Imaculada nasceu primeiro em referência à Igreja virgem-mãe, e depois a Maria. Assim escreve poeticamente Efrem o Sírio: “Como os corpos pecaram e morreram, e a terra, sua mãe, é maldita, (cfr Gen 3,17-19),  assim por causa deste corpo que é a Igreja incorruptível, sua terra é bendita desde o início. Esta terra é o corpo de Maria, templo no qual uma semente foi colocada”.

Bento XVI recordou também que “A luz que emana da figura de Maria nos ajuda também a compreender o verdadeiro sentido do pecado original. Em Maria, de fato, é plenamente viva e operante aquela relação com Deus que o pecado rompe”, assinalou.

“Nela não tem alguma oposição entre Deus e o seu ser: tem plena comunhão, plena concordância. Tem um “sim” recíproco, entre Deus e ela e ela e Deus. Maria é livre do pecado porque é toda de Deus, totalmente esvaziada por Ele. É cheia de sua Graça, do seu Amor”.

Como conclusão, o Papa sublinhou que “a doutrina da Imaculada Conceição de Maria exprime a certeza de fé que as promessas de Deus foram realizadas: que a sua aliança não falha, mas produziu uma raiz santa, da qual brotou o Fruto bendito de todo o universo, Jesus, o Salvador. A Imaculada está a demonstrar que a Graça é capaz de suscitar uma resposta, que a fidelidade de Deus sabe gerar uma fé verdadeira e boa.”.

 “Sigamos o exemplo da Mãe de Deus, para que também em nós a graça do Senhor encontre resposta em uma fé genuína e fecunda”, finalizou.
VATICANO, 08 Dez. 12 / 12:15 pm (ACI/EWTN Noticias).

Renovação da Consagração Total a Virgem Santíssima


Irmãos no dia 08 de dezembro de 2012, renovei (José Julio) a consagração 
total a Virgem Santíssima em uma Missa Especial celebrada 
pelo Pe. Fabiano, na Igreja Nossa Senhora de 
Mont Serrat, foi uma Missa linda, maravilhosa, 
foi resada a Missa do dia (de sabado), 
em  honra 
a Imaculada 
Conceição
Amém!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Paciência e perseverança


É pela vossa perseverança que ganhareis a vida
Parte da fortaleza é a virtude da paciência, que Joseph Ratzinger descreveu como “a forma cotidiana do amor”. A razão pela qual o Cristianismo deu tradicionalmente a essa virtude uma importância notável, pode deduzir-se de umas palavras de Santo Agostinho, em seu tratado sobre a paciência, descreve como “um dom tão grande de Deus que deve ser proclamada como uma marca do Senhor que habita em nós”.

A paciência é, pois, uma característica do Deus da história da salvação, como ensinava Bento XVI no início de seu pontificado: “Este é o diferencial de Deus: Ele é o amor. Quantas vezes desejaríamos que o Senhor se mostrasse mais forte! Que atuasse duramente, derrotasse o mal e criasse um mundo melhor! Todas as ideologias do poder se justificam assim, justificam a destruição do que se opusesse ao progresso e à libertação da humanidade. Nós sofremos pela paciência de Deus. E, não obstante, todos necessitamos dela. O Deus, que se fez cordeiro, disse-nos que o mundo se salva pelo Crucificado e não pelos crucificadores. O mundo é redimido pela paciência do Senhor e destruído pela impaciência dos homens”.
Muitas implicações práticas podem ser extraídas desta consideração. A paciência nos conduz a saber sofrer em silêncio, a suportar as contrariedades que emergem do cansaço, do caráter alheio, das injustiças etc. A serenidade de ânimo torna possível que procuremos nos fazer tudo para todos, acomodando-nos aos demais, levando conosco nosso próprio ambiente de Cristo. Por isso mesmo o cristão procura não pôr em perigo sua fé e sua vocação por uma concepção equivocada da caridade, sabendo que – utilizando uma expressão coloquial – pode chegar até às portas do inferno, porém não entrar, porque ali não se pode amar a Deus. Deste modo, cumprem-se as Palavras de Jesus: “é pela vossa paciência que alcançareis a vossa salvação” (Lc 21,19).

A paciência está em estreita correspondência com a perseverança. Esta costuma ser definida como a persistência no exercício de obras virtuosas apesar da dificuldade e do cansaço derivado de sua demora no tempo. Mais precisamente, costuma-se falar de constância quando se trata de vencer a tentação de abandonar o esforço perante o aparecimento de um obstáculo concreto.

Não se trata somente de uma qualidade humana, necessária para alcançar objetivos mais ou menos ambiciosos; a perseverança, a imitação de Cristo, que foi obediente ao desígnio do Pai até o final, é necessária para a salvação segundo as palavras evangélicas: “Mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10,22). Entende-se, então, a verdade da afirmação de São Josemaria: “Começar é de todos; perseverar, de santos” (Caminho, n. 983). Daí o amor deste santo sacerdote pelo trabalho bem acabado, que descrevia como um saber colocar as “últimas pedras” em cada trabalho realizado.

“Toda fidelidade deve passar pela prova mais exigente: o tempo […]. É fácil ser coerente por um dia ou por alguns dias […]. Só pode chamar-se fidelidade uma coerência que dura ao longo de toda vida” (João Paulo II, Homilia na Catedral Metropolitana, México, 26 de janeiro de 1979). Estas palavras do servo de Deus João Paulo II nos ajudam a compreender a perseverança sob uma luz mais profunda, não como mero persistir, mas antes de tudo como autêntica coerência de vida; uma fidelidade que acaba por merecer o louvor do Senhor, da parábola dos talentos, a qual se pode considerar como uma fórmula evangélica de canonização: “Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-se com teu senhor” (Mt 25, 23).  
Fonte: Canção (http://www.opusdei.org.br)
 

A Imaculada Conceição


Alegra-te, ó Toda Cumulada Pela Graça
O tempo do Advento tem, sem dúvida alguma, um sabor mariano. É com a Virgem que melhor aprendemos como esperar o Sol que nasce da Aurora, o Cristo, nosso Deus! Por isso, é muito conveniente celebrar a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, a Virgem.

O que a Igreja crê e celebra neste mistério? A Escritura Santa nos ensina que a humanidade fora criada por Deus para a comunhão com Ele, para ser feliz convivendo com Ele, construindo a vida e o mundo. Mas, infelizmente, desde o início da história humana e até hoje, nossa raça foi dizendo “não” ao sonho de Deus. Quisemos e queremos ainda ser como deuses, conhecedores do bem e do mal (cf. Gn 3,4s); queremos viver a vida de modo autônomo, como se a existência fosse nossa e não um dom recebido do Senhor. Se não dizemos, pensamos muitas vezes: "A vida é minha; faço dela o que eu quero! O resultado dessa atitude tem sido trágico: tornamo-nos uma humanidade ferida, esfacelada num mundo também ferido e esfacelado.

Somos todos presa de um enorme fechamento para Deus, uma desconfiança n'Ele, uma tendência a não percebê-Lo. Por isso somos profundamente desequilibrados no nosso modo de nos ver, de ver a vida, de nos relacionar com os outros e com o mundo. Somos um poço de contradições, de paixões, de anseios desencontrados e sentimentos, muitas vezes, destrutivos. Somos, pois, profundamente feridos de morte, feridos até a morte! É esta situação miserável que a Igreja denomina “pecado original”, pecado que já nos marca desde o primeiro momento de nossa existência: “Minha mãe já concebeu-me pecador” (Sl 50,7). É desta situação miserável, sem saída, que Cristo nos arranca com a Sua encarnação, Sua vida, Sua morte e ressurreição com o dom do Seu Espírito: “Todos pecaram e estão privados da glória de Deus, e são justificados gratuitamente em virtude da redenção realizada por Jesus Cristo” (Rm 3,23s).

Pois bem, a Igreja crê, firmemente, que a toda Santa Virgem Maria, desde o primeiro momento em que foi concebida no seio de sua mãe, foi preservada por Deus desta solidariedade com esta situação de pecado. Nós já nascemos marcados de morte; ela, desta marca de pecado foi preservada; nós, precisamos ser arrancados da lama do pecado graças à cruz do Cristo; ela, pela cruz do Cristo foi liberta desde a origem e, sequer, foi tocada por esta lama maldita; nós fomos redimidos, porque lavados desta lama; ela foi ainda mais perfeitamente redimida. porque, pelos méritos da Paixão do Senhor, sequer experimentou esta situação de pecaminosidade.

Desde o ventre materno, desde o primeiro instante de sua concepção, o Senhor a libertou graças aos méritos de Cristo. Ela, a Virgem, pode ser chamada Toda Santa, isto é, Toda Santificada. Ela pode cantar as palavras da profecia de Isaías: “Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me vestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias!”

A Igreja crê nesta Concepção Imaculada da Mãe de Jesus e com ela se alegra. E crê fundamentada na Escritura Sagrada. A Palavra de Deus não afirma que o Senhor colocou uma inimizade de morte entre a serpente e a Mulher, entre a descendência da serpente e da Mulher? Quem é esta Mulher? Não é aquela a quem Jesus chama Mulher em Caná e ao pé da cruz? Não é aquela de quem São Paulo diz: “Quando chegou a plenitude dos tempos, enviou Deus o Seu Filho nascido de Mulher? Como, pois, poderia estar sob o domínio do pecado, fruto da serpente, a Mulher de quem nasceria o Cordeiro sem mancha, que tira o pecado do mundo? 
Estejamos atentos ainda no modo como Gabriel saudou a Virgem no Evangelho: ele lhe muda o nome! Não diz "Alegra-te, Maria!”, mas “Alegra-te, Cheia de Graça!”. Cheia de graça, kecharitomene, do verbo charitô, agraciar. "Alegra-te, ó Toda Cumulada Pela Graça!", "Alegra-te, ó Mar de Graça, ó possuída totalmente pela graça! Em ti, Virgem Maria, não há o mínimo lugar, a mínima brecha para a “des-graça” do pecado!" – É isto que significam as palavras de Gabriel. Podem crer: Deus juntou toda água um dia e chamou de mar; Deus juntou toda graça, outro dia, e a chamou de Maria!

A Virgem não é dona da graça; ela a recebeu totalmente. A Virgem não é imaculada por seus próprios méritos, mas pelos méritos daquele que, nascido de suas entranhas benditas, venceu a antiga serpente e destruiu o antigo inimigo. Observemos que esta ideia aparece na segunda leitura da Missa desta solenidade. O que diz o apóstolo? O Pai “nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. Ele nos predestinou por intermédio de Jesus Cristo (Ef 1,4s).

Se todos somos fruto de um sonho eterno de Deus, se todos somos predestinados em Cristo, desde antes da fundação do mundo; se o Senhor conheceu nossos dias antes mesmo que um só deles existisse, pois bem: em Cristo, Deus, o Pai, preservou a Mãe do Seu Filho do pecado, graças ao Seu Filho! Que nossos irmãos protestantes se alegrem conosco pela Imaculada Conceição de Maria: ela é bíblica, ela exalta enormemente a grandeza abundante da graça de Cristo, único Salvador! São Paulo diz que “todos pecaram e estão privados da glória de Deus”; assim estaria a Virgem sem a graça de Cristo; mas disso foi libertada no primeiro momento de sua existência, graças a Cristo!

Esta é a beleza desta festa: o triunfo da graça, celebrar a graça de Cristo que age antes mesmo do nascimento histórico de Cristo! Que graça tão grande, que Salvador tão potente, que Deus tão previdente! E para nós, que alegria contemplar o mistério, vislumbrá-lo, mergulhar nele! Hoje, a Virgem foi concebida livre do pecado; hoje, começou a raiar a aurora do dia sem fim; surgiu a puríssima Estrela d’Alva que anuncia o Sol, que é o Cristo, nosso Deus!

A Igreja, exultante de alegria, tem palavras lindas na celebração litúrgica no dia da Imaculada. No Ofício Divino, ela assim se dirige à Virgem Toda Santa: “Com a vossa Imaculada Conceição, Virgem Maria, um anúncio de alegria percorreu o mundo inteiro” e, mais adiante, no Ofício, continua, admirada: “Toda bela sois, Virgem Maria, sem mancha original! Sois a glória de Sião, a alegria de Israel e a flor da humanidade”. E, imaginando a resposta da Virgem, coloca nos seus lábios estas palavras que ela dirige ao Senhor: “Foi nisto que eu vi, porque vós me escolhestes! Porque não triunfou sobre mim o inimigo, porque vós me escolhestes!” Isso mesmo: mais que ninguém, a Virgem é devedora a Cristo: Ele a escolheu, a preservou, sustentou-a e teve por ela uma predileção inigualável!

Alegremo-nos nós também! Em Cristo o pecado pode ser vencido! A Conceição Imaculada de Maria é sinal belíssimo desta vitória! Alegremo-nos, porque a Imaculada Conceição de Nossa Senhora é o feliz princípio e o primeiro albor da salvação que o Senhor Jesus nos traz! Bendita seja a cruz de Jesus, que antes de ser fincada no Calvário, já libertou com seus raios a Virgem de todo pecado! A Jesus, fruto bendito, do bendito ventre da bendita Virgem Maria, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
Fonte: Canção Nova - Dom Henrique Soares da Costa (http://www.domhenrique.com.br)
 

Esta é a oração que o Papa Francisco faz à Virgem Maria

  Cada um de nós poderia passar por momentos muito difíceis, as vezes perdemos de vista o horizonte e até caímos em desespero. Diante disso,...