A "Desiderio desideravi" nos faz compreender a beleza da celebração litúrgica e o seu papel ao evangelizar
Neste 29 de junho, Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, o Santo Padre publicou a Carta Apostólica Desiderio desideravi sobre a formação litúrgica do povo de Deus, um texto dirigido a bispos, presbíteros e diáconos, pessoas consagradas e fiéis leigos, como informou a Sala de Imprensa da Santa Sé.
A publicação tem 65 parágrafos para recordar o significado profundo da celebração eucarística, tal como emergiu do Concílio Vaticano II, e para convidar à formação litúrgica.
Não se trata de uma nova instrução ou de um diretório com normas específicas, mas sim de uma meditação para compreender a beleza da celebração litúrgica e o seu papel no evangelizar.
E Francisco faz um apelo:
"Abandonemos as polêmicas para ouvirmos juntos o que o Espírito diz à Igreja, mantenhamos a comunhão, continuemos a nos maravilhar com a beleza da liturgia".
A fé Cristã, escreve o Papa, ou é encontro com Jesus vivo ou não é. E “a Liturgia nos garante a possibilidade de tal encontro. Não precisamos de uma vaga recordação da Última Ceia: temos necessidade de estar presentes nessa Ceia”.
Francisco também falou que o documento é válido para redescobrir a compreensão teológica da liturgia:
"Gostaria que a beleza do celebrar cristão e de suas necessárias consequências na vida da Igreja, não fosse deturpada por uma superficial e redutiva compreensão de seu valor ou, pior ainda, de sua instrumentalização a serviço de alguma visão ideológica, seja ela qual for”.
O Santo Padre afirma na Carta que "cada aspecto do celebrar deve ser cuidado (espaço, tempo, gestos, palavras, objetos, vestes, canto, música...) e cada rubrica deve ser observada: bastaria essa atenção para evitar privar a assembleia do que lhe é devido, ou seja, o mistério pascal celebrado na modalidade ritual que a Igreja estabelece. Mas mesmo que se garantisse a qualidade e a norma da ação celebrativa, isso não seria suficiente para tornar plena nossa participação”.
Então, como recuperar a capacidade de viver plenamente a ação litúrgica?
Na publicação, o Papa Francisco nos orienta que, sem formação, as reformas feitas no rito e no texto não ajudam muito:
"Não há aspecto da vida eclesial que não encontre nela seu ápice e sua fonte. A pastoral de conjunto, orgânica e integrada, mais do que o resultado de programas elaborados, é a consequência de colocar a celebração eucarística dominical, fundamento da comunhão, no centro da vida comunitária. Não é autêntica uma celebração que não evangeliza, assim como não é autêntico um anúncio que não leva ao encontro com o Ressuscitado na celebração: ambos, sem o testemunho da caridade, são como um bronze retumbante ou um címbalo que estrila (1 Cor 13, 1)".
O Papa conclui a carta pedindo a "todos os bispos, presbíteros e diáconos, aos formadores dos seminários, professores de faculdades teológicas e escolas de teologia, a todos os catequistas, que ajudem o povo santo de Deus a aproveitar o que sempre foi a fonte primária de espiritualidade cristã, para que a Igreja possa elevar, na variedade das línguas, uma só e idêntica oração capaz de exprimir a sua unidade" . E esta única oração é o Rito Romano resultante da reforma conciliar e estabelecido pelos santos pontífices Paulo VI e João Paulo II.
(fonte.:https://www.a12.com/redacaoa12/noticias/papa-francisco-publica-carta-apostolica-sobre-formacao-liturgica)
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