terça-feira, 23 de março de 2021

AS SAGRADAS CHAGAS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO - Irmã Maria Marta Chambon

 


Irmã Maria Marta Chambon

Da Visitação de Santa Maria de Chambéry

AS SAGRADAS CHAGAS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO


1. INFÂNCIA E JUVENTUDE

Sua infância e juventude

Francisca Chambon nasceu duma família de agricultores, modesta mas cristã, na aldeia de Croix-Rouge, perto de Chambéry, no dia 6 de Março de 1841. No mesmo dia recebeu o santo batismo, na Igreja paroquial de S. Pedro de Lemenc. Aprouve a Nosso Senhor revelar-se muito cedo a esta alma inocente. Quando Francisca tinha nove anos, levando-a uma sua tia à adoração da cruz, numa sexta-feira santa, viu Jesus Cristo lacerado, ensanguentado, como no Calvário. “Oh! em que estado o vi!”... dirá ela mais tarde. Foi esta a primeira revelação da Paixão do Salvador, que devia ocupar tanto lugar na sua existência. Mas nos seus tenros anos, foi sobretudo favorecida pelas visitas do Menino Jesus. No dia da sua Primeira Comunhão, veio a ela visìvelmente; e desde então, em todas as comunhões, até à morte, será sempre Jesus Menino que ela verá na Santa Hóstia. Jesus tornou-se o companheiro inseparável da sua juventude, seguia-a ao trabalho, nos campos, conversava com ela pelos caminhos e acompanhava-a à casa paterna. “Estávamos sempre juntos... oh! como eu era feliz! tinha o Paraíso no coração!...” dizia ela recordando, no fim da vida, estas longínquas e dulcíssimas lembranças. Na época destes precoces favores, Francisca nem pensava em contar a sua vida de familiaridade com Jesus: contentava-se em gozá-la, julgando ingenuamente que toda a gente possuía o mesmo privilégio. Contudo, a pureza e o fervor desta menina não podiam passar despercebidos ao digno pároco da freguesia: e por isso dava-lhe freqüentemente a Sagrada Comunhão. Foi também ele que nela descobriu a vocaçao religiosa e a foi apresentar ao Mosteiro da Visitação.

2. PRIMEIROS ANOS DE VIDA RELIGIOSA

Primeiros anos de vida religiosa

 Francisca Chambon tinha 18 anos quando entrou no Mosteiro da Visitação de Santa Maria de Chambéry. Dois anos mais tarde, na festa de Nossa Senhora dos Anjos - 2 de agosto de 1864 - pronunciou os santos votos, tomando lugar, definitivamente, entre as religiosas de véu branco (leigas), com o nome de Irmã Maria Marta. Nada, exteriormente, fazia prever coisa alguma em favor da nova esposa de Jesus. A beleza da filha do Rei era verdadeiramente toda interior... Deus que, indubitavelmente se reservava compensações, tinha, no que respeita aos dons naturais, tratado a Irmã Maria Marta com verdadeira parcimônia!... Maneiras e linguagem rústicas, inteligência quase medíocre, que nenhuma cultura, nem sequer sumária, viera desenvolver: a Irmã Maria Marta não sabia ler nem escrever1; sentimentos que só se elevavam sob a influência divina; um temperamento vivo e um pouco tenaz; as suas Irmãs bem o dizem sorrindo: “Oh! era uma santa! mas uma santa que por vezes nos dava trabalho!...”

A “santa” bem o sabia! E com uma candura comovedora, queixava-se a Jesus por ter tantos defeitos: “As tuas imperfeições, respondia Ele, são a maior prova de que tudo o que se passa em ti vem de Deus. Eu nunca tas tirarei; elas são a cobertura que esconde os meus dons. Desejas muito ocultar-te? Eu ainda o desejo mais do que tu!...”

Ao lado deste retrato, gostaríamos de colocar outro, com traços mais atraentes. Sob estas aparências menos lisonjeiras, a observação mais atenta das superioras em breve adivinhou, e depois descobriu, uma fisionomia moral já muito bela, embelezando-se todos os dias sob a ação do Espírito de Jesus. Notam-se aqui traços marcados com esses sinais infaliveis que revelam o Artista Divino... e revelam-no tanto melhor quanto os senões da natureza não desapareceram: nesta inteligência tão apagada, quantas luzes, quantas vistas profundas! Neste coração sem cultura natural, que inocência, que fé, que piedade, que humildade, que sede de sacrifício! Bastará agora recordar o testemunho da superiora, a Rev.ma Madre Teresa Eugênia Revel: “A obediência é tudo para ela. A candura, a retidão, o espírito de caridade que a anima, a mortificação e, sobretudo, a humildade sincera e profunda, parecem-nos as garantias mais certas da ação de Deus sobre esta alma. Quanto mais recebe, mais entra num verdadeiro desprezo de si mesma, estando quase sempre esmagada pelo temor de estar na ilusão. Dócil aos conselhos que lhe dão, as palavras do sacerdote e da superiora têm um grande poder para lhe dar a paz... O que sobretudo nos tranqüiliza é o seu amor apaixonado à vida escondida, a imperiosa necessidade de fugir dos olhares humanos e o receio de que percebam o que nela se passa.”

* * *

Os dois primeiros anos de vida religiosa da nossa Irmã decorreram quase normalmente; a não ser um dom de oração pouco vulgar, um recolhimento perpétuo, uma fome e sêde de Deus contínuas, nada se lhe notava de verdadeiramente particular que fizesse prever coisas extraordinárias. Mas, em setembro de 1866, a jovem conversa começou a ser favorecida com freqüentes visitas de Nosso Senhor, da Santíssima Virgem, das almas do purgatório e dos Espíritos Bem-aventurados.

Jesus Crucificado - sobretudo - oferece, quase todos os dias, à sua contemplação, as Divinas Chagas, ora resplandecentes e gloriosas, ora lívidas ou ensangüentadas, pedindo-lhe que se associe às dores da sua Sagrada Paixão.

3. VIGÍLIAS E PENITÊNCIAS CORPORAIS

Vigílias e penitências corporais

As Superioras, inclinando-se perante os sinais certos da vontade do Céu - sinais em que não podemos deter-nos para não avolumar este pequeno opúsculo – decidiram-se, pouco a pouco, apesar das apreensões, entregá-la às exigências de Jesus Crucificado.

A Irmã Maria Marta vê-se primeiro convidada a passar as noites estendida no soalho da cela. Depois recebe a ordem de trazer noite e dia um rude cilício. Em breve deve entrançar uma coroa de agudos espinhos que não lhe permite mais apoiar a cabeça, sem sentir dolorosos sofrimentos.

No fim de oito meses, em maio de 1867, não contente com as noites passadas no chão, com o cilício e a coroa de espinhos, Jesus exige à Irmã Maria Marta o sacrifício do próprio sono, pedindo-lhe que vele sozinha, junto do Santíssimo Sacramento, enquanto tudo dorme no Mosteiro. Em tais exigências não encontra a natureza satisfação! Mas não é este o preço habitual dos favores divinos?... No silêncio das noites, Nosso Senhor comunicava-se à sua serva da maneira mais maravilhosa. Algumas vezes, é certo, Ele a deixava lutar penosamente, durante longas horas, com a fadiga e o sono, mas o mais freqüente era apoderar-se dela imediatamente e arrebatá-la a uma espécie de êxtase. Confiava-lhe as suas penas e os seus segredos de amor, enchia-a de carícias, tirava-lhe o coração para o meter dentro do seu. O seu trabalho nesta alma tão humilde, tão simples e dócil, aumentava todos os dias.

4. TRÊS DIAS DE ÊXTASE

Três dias de êxtase

No mês de Setembro de 1867, a Irmã Maria Marta caiu, como lho tinha anunciado o Divino Mestre, num estado incompreensível, que difìcilmente se pode definir: estava deitada no seu leito, imóvel, sem falar, sem ver, não tomando alimento algum; mas o pulso continuava muito regular e tinha o rosto levemente colorido. Isto durou três dias, 26, 27 e 28, em honra da Santíssima Trindade, e foram, para a triste vidente, três dias de graças excepcionais... Todo o esplendor dos Céus veio iluminar o humilde lugar onde desceu a Trindade Santíssima. Deus Pai, apresentando-lhe Jesus numa hóstia, disse-lhe: “Eu te dou Aquele que tu me ofereces tantas vezes”, e deu-lhe a Comunhão. Depois desvendou·lhe os mistérios de Belém e da Cruz, iluminando a sua alma com vivas luzes sobre a Encarnação e a Redenção. Tirando depois de Si mesmo o seu Espírito como um raio de fogo, deu-lho afirmando-lhe: “Ele contém a luz, o sofrimento e o amor!... O amor será para mim; a luz para descobrires a minha vontade; o sofrimento, enfim, para sofreres, de momento a momento, como Eu quero que sofras.”

No último dia, convidando-a a contemplar, num raio que descia do Céu sobre ela, a Cruz do Filho, o Pai Celeste “fez-lhe compreender melhor as Chagas de Jesus, para o seu bem pessoal”. Ao mesmo tempo, num outro raio que partia da terra para o Céu, viu ela claramente a sua missão e como devia fazer valer os méritos das Chagas de Jesus para o mundo inteiro.

5. OPINIÃO DOS SUPERIORES ECLESIÁSTICOS

Opinião dos Superiores Eclesiásticos

A superiora e directora duma alma tão privilegiada não podiam tomar só sobre si a responsabilidade deste caminho extraordinário... Consultaram os superiores eclesiásticos e em especial, o Rev.mo Cônego Mercier, Vigário Geral e Superior da Casa, sacerdote de grande prudência e de grande piedade; o Rev. o Pe. Ambroise, provincial dos Capuchinhos da Sabóia, homem de grande valor moral e doutrinal; o Rev.mo Cônego Boudier, apelidado “o Anjo dos Montes”, capelão da comunidade, cuja reputação de ciência e santidade passavam os limites da nossa província. O exame foi sério e completo. Os três examinadores foram unânimes em afirmar que o caminho, que a Irmã Maria Marta seguia, tinha o selo divino. Aconselharam que se escrevesse tudo, mas aliando a prudência às suas luzes, julgaram também que era preciso ocultar estes fatos até que aprouvesse “a Deus revelá-los diretamente”. Foi por isso que a Comunidade ignorou as graças insignes com que era favorecida, num dos seus membros - o menos apto para as receber, humanamente julgando. Foi por isso também que, considerando como sagrado o conselho dos superiores eclesiásticos, a Rev.ma Madre Teresa Eugênia Revel começou a relatar, diariamente, com escrupulosa exatidão, não omitindo mesmo certas faltas - frutos da ignorância ou de falta de memória - as narrações da humilde conversa, a quem Nosso Senhor dava ordem de nada ocultar à superiora. “Nós depomos aqui, na presença de Deus e dos nossos Santos Fundadores, por obediência e o mais exatamente possível, o que cremos ser-nos enviado do Céu por uma amorosa predileção do Divino Coração de Jesus, para felicidade da nossa Comunidade e bem das almas”.

“Deus parece ter escolhido, na nossa humilde família, a alma privilegiada que deve renovar, no nosso século, a devoção às Sagradas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a nossa humilde Irmã doméstica Soror Maria Marta Chambon, que o Salvador gratifica com a sua presença sensível. Ele mostra-lhe todos os dias as Divinas Chagas, para que ela aplique constantemente os seus méritos, pelas necessidades da Santa Igreja, pela conversão dos pecadores, pelas necessidades do nosso Instituto, - e sobretudo para o alívio das almas do Purgatório”.

“Jesus fez dela o seu brinquedo de amor e a vítima do seu beneplácito... - e nós, cheias de reconhecimento, sentimos, a cada instante, a eficácia das suas orações sobre o Coração de Deus.”

Tal é a declaração com que se abre a narração da Rev.ma Madre Teresa Revel, digna confidente dos favores do Altíssimo. É às suas notas que vamos buscar todas as citações que vão seguir-se.

6. A "MISSÃO"

A “Missão”

“Uma coisa me penaliza, dizia o doce Salvador à sua humilde serva, é que há almas que olham a devoção às minhas Chagas como estranha, como desprezível, como uma coisa que não convém ... e é por isso que ela cai no esquecimento. No Céu, eu tenho santos que tiveram uma grande devoção às minhas Sagradas Chagas, mas na terra, quase ninguém me honra desta forma.”

Esta queixa tem todo o fundamento! Num mundo onde “gozar” parece ser a única preocupação, quantas pessoas, mesmo cristãs, perderam a noção do sacrifício!... Pouquíssimas almas compreendem a cruz! Muito poucas se aplicam a meditar a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que S. Francisco de Sales chama, tão justamente, “a verdadeira escola do amor; o mais doce e o mais violento impulso da piedade”.

Ora, Jesus não quer que fique inexplorada esta mina inesgotável, nem que fiquem esquecidos e perdidos os frutos das Sagradas Chagas. Escolherá - e não faz Ele sempre assim? - o mais humilde dos instrumentos para executar a sua obra de amor. No dia 2 de outubro de 1867, a Irmã Maria Marta assistia a uma “tomada de hábito”, quando, abrindo-se a abóbada dos Céus, ali viu ela desenrolar-se a mesma cerimônia com um esplendor bem diferente do da terra. Toda a Visitação do Céu estava presente, e as primeiras madres, voltando-se para ela, como para lhe anunciar uma boa nova, disseram-lhe todas contentes:

“O Pai Eterno deu à nossa Santa Ordem o seu Filho, de três maneiras:

“1.° Jesus Cristo, a sua Cruz e as Chagas, a esta casa particularmente.

“2.° O seu Sagrado Coração.

“3.° A sua Santa Infância para honrar; é preciso que tenhais toda a simplicidade duma criança nas vossas relações com Ele.”

Este tríplice dom não parece novo. Remontando às origens do Instituto, encontramos na vida da nossa Madre Ana Margarida Clément, contemporânea de Santa Joana de Chantal, estas três devoções que distinguiram todas as religiosas formadas por ela. Alguns dias mais tarde, a nossa Rev.ma Madre Maria Paulina Deglapigny, falecida havia dezoito meses, apareceu à sua antiga filha e confirmou-lhe o dom das Sagradas Chagas: “A Visitação, disse-lhe ela, já tinha uma grande riqueza, mas não era completa. Eis aí porque é ditoso o dia em que deixei a terra, pois, em lugar de terdes somente o Sagrado Coração de Nosso Senhor, tereis toda a Santa Humanidade, isto é, as suas Sagradas Chagas. Eu pedi esta graça para vós.”

O Coração de Jesus! ah! quem o possue não possuirá Jesus todo? todo o amor de Jesus?... Sem dúvida. Mas as Sagradas Chagas são como que a expressão prolongada - e bem eloqüente - desse amor. Por isso é que Jesus quer que O honremos todo e que adorando o seu Coração ferido, não esqueçamos as suas outras Chagas, abertas também pelo amor. E não deixa de oferecer interesse, a êste propósito, comparar o dom da Humanidade Padecente de Jesus, feito à nossa Irmã Maria Marta, com o que foi concedido, na mesma época, à nossa venerável Madre Maria de Sales Chappuis: o dom da Humanidade Santa do Salvador.

S. Francisco de Sales, nosso bem-aventurado pai, que muitas vezes visitava a sua querida filha para a instruir paternalmente, também a confirmou na certeza da sua “missão”. Um dia que eles conversavam juntos, disse-lhe ela com a sua costumada ingenuidade:

- “Meu Pai, bem sabeis que as nossas Irmãs, não teem confiança nas minhas afirmações, porque eu sou muito imperfeita.”

- “Minha filha, respondeu o santo, as vistas de Deus não são as da criatura, - a criatura julga segundo as vistas humanas. - Deus dá as suas graças a uma miserável que nada tem, a fim de que tudo a Ele se atribua. Deves estar bem contente com as tuas imperfeições, porque elas escondem os dons de Deus. - Deus escolheu-te para completar a devoção ao Sagrado Coração: o Coração foi mostrado à minha filha Margarida Maria, e as Sagradas Chagas à minha pequenina Maria Marta!... É uma alegria para o meu coração de Pai, que esta honra seja prestada por vós a Jesus Crucificado! Isto faz o complemento da Redenção que Jesus tanto desejou!”

A SS.ma Virgem veio também, num dia da Visitação, confirmar a jovem Irmã no seu caminho. Acompanhada dos nossos santos fundadores e da nossa santa Irmã Margarida Maria, disse-lhe com bondade:

“Eu dou o meu fruto à Visitação, assim como o levei à minha prima Isabel. - O teu Santo Fundador reproduziu os trabalhos, a doçura e a humildade de meu Filho; a tua Santa Mãe de Chantal, a minha generosidade, passando por cima de todos os obstáculos para se unir a Jesus e fazer a sua santa vontade; a tua bem-aventurada Irmã Margarida Maria, reproduziu o Sagrado Coração de meu Filho para o dar ao mundo... E tu, minha filha, foste escolhida para deter a justiça de Deus fazendo valer os méritos da Paixão e das Sagradas Chagas do meu único e bem-amado Filho, Jesus...”

E como a Irmã Maria Marta opusesse algumas objeções sobre as dificuldades que havia de encontrar, disse-lhe a Virgem Imaculada:

“Minha filha, não vos inquieteis, nem tu, nem a tua superiora, porque o meu Filho sabe bem o que há-de fazer... Quanto a vós, fazei só, dia a dia, o que Jesus deseja...”

Os convites e as exortações da SS.ma Virgem multiplicavam-se e tomavam todas as formas:

“Se quereis riquezas, ide buscá-las às Sagradas Chagas de meu Filho... Todas as luzes do Espírito Santo saem das Chagas de Jesus, mas recebereis estes dons à proporção da vossa humildade...”

“Eu sou a vossa Mãe e digo-vos: ide buscar as graças às Chagas de meu Filho!... Sugai o sangue até o esgotar, o que, afinal, nunca aconteceria.”

“É preciso que tu, minha filha, apliques as Chagas de meu Filho pelos maus, para os converter.”

Depois das intervenções das primeiras madres, do nosso santo fundador (S. Francisco de Sales) e SS.ma Virgem, não devemos esquecer neste quadro, as de Deus-Pai, por quem a nossa querida Irmã sentiu sempre uma ternura, uma confiança filial e que por Ele foi divinamente amimada. - Foi Ele quem primeiro a instruiu acerca da sua “missão” futura e lha recordava de tempos a tempos:

“Minha filha, dou-te o meu Filho para te ajudar durante o dia, a fim de poderes pagar tudo o que deves à minha justiça por todos. Tirarás constantemente das Chagas de Jesus aquilo com que deves pagar as dívidas dos pecadores.”

A Comunidade fazia procissões e orações por diversas necessidades:

“Tudo isso que me dais nada é, declarou Deus-Pai.”

“- Se não é nada, replicou a audaciosa Irmã, ofereço-Vos tudo o que o Vosso Filho fez e sofreu por nós.”

“- Ah! responde o Pai Eterno, isso é muito!”

Por sua vez, Nosso Senhor, para fortificar a sua serva, assegura-lhe, muitas vezes, que ela é realmente chamada a reavivar a devoção às Chagas redentoras:

“Eu te escolhi para despertar a devoção à minha Santa Paixão nos desgraçados tempos em que viveis.”

Depois, mostrando-lhe as suas Sagradas Chagas como um livro onde queria ensinar-lhe a ler, ajunta o Bom Mestre:

“Não tires os olhos deste livro e nele aprenderás mais do que os maiores sábios. A oração às Sagradas Chagas compreende tudo.”

Noutra ocasião, durante o mês de junho, estando ela prostrada aos pés do SS.mo Sacramento, Nosso Senhor abrindo o seu Coração Sagrado, como a fonte de todas as outras Chagas, insiste ainda:

“Eu escolhi a minha fiel serva Margarida Maria para divulgar o meu Divino Coração, e a minha pequenina Maria Marta para insinuar a devoção às outras minhas Chagas!... As minhas Chagas salvar-vos-ão infalìvelmente; elas salvarão o mundo.”

Numa outra circunstância disse-lhe:

“O teu caminho é tornar-me conhecido e amado pelas minhas Sagradas Chagas, sobretudo no futuro.”

Pede-lhe que ofereça incessantemente as suas Divinas Chagas pela salvação do mundo:

“Minha filha, o mundo será mais ou menos perturbado, conforme tu tiveres feito a tua tarefa... Tu foste escolhida para satisfazer a minha justiça. Encerrada no claustro, deves viver na terra como se vive no Céu, amar-me, orar incessantemente para apaziguar a minha vingança e renovar a devoção às minhas Sagradas Chagas.

“Eu quero que, por esta devoção, não só as almas com quem vives sejam salvas, mas ainda muitas outras!”

«Um dia, pedir-te-ei contas se tu aproveitaste bem este tesouro em favor de todas as minhas criaturas”.

“Verdadeiramente, lhe disse Ele mais tarde, verdadeiramente, minha esposa, Eu habito neste lugar e em todos os corações!... Neles estabelecerei o meu reino de paz, destruirei pelo meu poder, todos os obstáculos, porque Eu sou o Senhor dos corações e conheço todas as misérias... Tu, minha filha, és o canal das minhas graças. Fica sabendo que o canal nada tem de seu, não tem senão aquilo que fazem passar por dentro dele. É preciso que, como canal, não guardes nada e digas tudo o que te comunico”.

“Eu te escolhi para fazeres valer os méritos da minha Sagrada Paixão por todos; mas quero que te conserves sempre escondida. - A mim me compete anunciar mais tarde que é por êste meio que o mundo há-de ser salvo - e também pelas mãos de minha Mãe Imaculada!...”


Para amar a Jesus Cristo, basta olhar para as feridas sagradas que florescem em seus pés, em suas mãos e em seu lado. Eu poderia não te amar, ó doce Jesus, contemplando o que sofrestes por meu amor? Vós me tirastes do inferno, derramando todo o vosso sangue por mim; Vós me destes todos os méritos da vossa santa paixão.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Orações a São José

 



Ave, São José
(Belíssima oração lamentavelmente esquecida)

Homem justo, esposo Virginal de Maria, e pai davídico do Messias; bendito és tu entre os homens, e bendito é o filho de Deus que a ti foi confiado, Jesus.

São José, Padroeiro da Igreja universal, guarda as nossas famílias na paz e na Graça divina, e socorre-nos na hora da nossa morte.

Amém.


Bendito sejas, São José

Bendito sejas São José, que fostes testemunha da Glória de Deus na Terra.
Bendito seja o Pai eterno que vos escolheu.
Bendito seja o Filho que vos amou e o Espírito Santo que vos santificou.
Bendita seja Maria que muito vos amou!
Lembrai-Vos de São José
Lembrai-vos, oh!, puríssimo esposo da Virgem Maria, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado vossa proteção, implorado vosso socorro e não fosse por vós atendido.
Com esta confiança, venho à vossa presença; a vós com fervor me recomendo.
Não desprezeis as minhas súplicas, pai adotivo do Redentor, mas dignai-vos de acolhê-las piedosamente.


Oração de São Clemente

São José, oh! meu terno pai, ponho-me para sempre sob a vossa proteção;
Considerai-me como vosso filho e preservai-me de todo o pecado.
Lanço-me nos vossos braços para que me acompanheis no caminho da virtude, e me assistais na hora da minha morte.
Jesus, Maria, José, eu vos dou meu coração e minha alma.
Jesus, Maria, José, assisti-me na última agonia.
Jesus, Maria, José, expire em paz entre vós minha alma.
Oração à São José I
Oh! glorioso São José, a quem foi dado o poder de tomar possíveis as coisas humanamente impossíveis, vinde em nosso auxílio nas dificuldades em que nos achamos.
Tomai sob a vossa proteção a causa que vos confiamos, para que tenha uma solução favorável.
Oh! Pai muito amado, em vós depositamos toda nossa confiança.
Que ninguém possa jamais dizer que vos invocamos em vão.
Já que tudo podeis junto a Jesus e Maria, mostrai-nos que vossa bondade é igual ao vosso poder.
São José, a quem Deus confiou o cuidado da mais santa família que jamais houve, sede o pai e protetor da nossa e impetrai-nos a graça de vivermos e morrermos no amor de Jesus e Maria.
São José do Perpétuo Socorro rogai por nós que recorremos a vós.


Devoção a São José

A vós São José, recorremos na nossa tribulação, e depois de ter implorado o auxílio da vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança, solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes para com o Menino Jesus, ardentemente suplicamos que lanceis um olhar benigno à herança que Jesus Cristo conquistou com o seu Sangue, e nos assistais, nas nossas necessidades, com o vosso auxílio e poder.

Protegei, oh!, guarda providente da Divina Família, a raça escolhida de Jesus Cristo;

Afastai para longe de nós, oh! Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício; assisti-nos do alto do céu, oh! nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas;

E, assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada, do Menino Jesus assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra toda a adversidade.

Amparai a cada um de nós, com vosso constante patrocínio, a fim de que a vosso exemplo e sustentados com o vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, piedosamente morrer, e obter no Céu a eterna bem-aventurança. 

Amém.

Outra oração à São José

São José, meu amável protetor, que morrestes nos braços de Jesus e Maria, socorrei-me em todas as necessidades e perigos da vida, mas principalmente na hora suprema vindo suavizar minhas dores, enxugar minhas lágrimas, fechar suavemente meus olhos, enquanto pronunciar os dulcíssimos nomes:
Jesus, Maria, José, salvai a minha alma. Amém.


Oração à São José Operário para obter trabalho

Oh! meu querido Santo Trabalhador, que em vida fizestes a vontade de Deus através do trabalho, abra as portas do comércio para que eu possa conseguir um emprego.
Dai-me forças e coragem para não desistir no primeiro não.
Que eu tenha a disposição de Santa Teresa D'Ávila, a simplicidade de Maria de Nazaré, a força de Santo Antonio.
Orienta os nossos governantes para a distribuição dos bens do país.
Protege as nossas famílias para que não se deixem vencer pela seca, pelo medo, pela violência, pela falta de trabalho e dê esperança no Domingo da ressurreição.
Meu São José, padroeiro dos trabalhadores, não me deixe sem o pão de cada dia e sem prespectiva de um novo dia para minha família.
Prometo, com o dinheiro do meu futuro emprego, ajudar uma instituição de caridade a divulgar essa devoção.
Por Cristo Senhor Nosso. Amém.
• Leia os versículos 13 a 23 do capítulo 2 do Evangelho de Mateus e reze uma Ave-Maria e um Pai-Nosso


Oração de São Pio X a São José

Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência para expiação de meus numerosos pecados;
De trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações;
De trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus;
De trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades;
De trabalhar, sobretudo com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos, tão funesta à obra de Deus!
Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, oh! Patriarca São José!
Tal será a minha divisa na vida e na morte. Amém.


Jaculatórias (invocações curtas) a São José

São José, pai virginal de Jesus, rogai por nós.
São José esposo virginal de Maria, rogai por nós.
São José, homem justo segundo o coração de Deus, rogai por nós.
São José, custodio fiel da Mãe e do filho de Deus, rogai por nós.
São José, confidente intimo dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, Rogai por nós.
São José, fiel imitador das virtudes destes Sagrados Corações,rogai por nós.
São José, modelo de vida oculta e de intima união com os Sagrados Corações de Jesus e de Maria, rogai por nós.
São José, modelo de generosidade para com os Sagrados Corações de Jesus e de Maria,rogai por nós.
São José, consolado em vossas provas por estes Sagrados Corações, rogai por nós.
São José, que vivestes em Nazaré na paz dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, Rogai por nós.
São José, revestido de autoridade paternal sobre o Sagrado Coração de Jesus Cristo, rogai por nós.
São José, ardente em amor pelos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, rogai por nós.
São José que aprendestes a doçura, a humildade e a misericórdia na escola destes Sagrados Corações, rogai por nós.
São José, instruído na vida interior na escola destes Sagrados Corações, rogai por nós.
São José, que participais no céu das delícias destes Sagrados Corações, rogai por nós.
São José, que ocupais no céu um lugar perto de Jesus e de Maria, rogai por nós.
São José, poderoso protetor da Igreja, rogai por nós.
São José, compassivo advogado da Igreja, rogai por nós.
Adiantai com vossas suplicas o triunfo da Igreja, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Consolai e protegei a nosso Soberano Pontífice, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Cuidai e defendei a nossa amada pátria, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Pedi para nós o amor dos Sagrados Corações, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Rogai por todas as Famílias, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Rogai por todas a Congregações Religiosas, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Rogai pelos Sacerdotes e os Missionários, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Rogai por todos os Apóstolos dos Dois Corações, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!
Rogai por todos os pecadores e os que estão no erro, Oh! São José, poderoso com o Coração de Jesus!


A Nosso Senhor por São José

Oh! Deus, que ofereceis a São José como modelo da verdadeira devoção aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, e a ele nos dais como patrono em meio das provas que afligem ao mundo e a Igreja!
Concedei-nos por sua intercessão a graça de chegar a sermos verdadeiros filhos destes Sagrados Corações.
Vos pedimos pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.

Amém!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

9 livros católicos que podem te ajudar a alcançar a santidade

 


Criar uma lista de livros católicos essenciais é uma tarefa impossível, "a menos que seja um teólogo com uma memória prodigiosa” e tenha “tempo suficiente para ler” a grande quantidade de obras importantes para a Igreja publicadas ao longo dos anos, afirmou recentemente no blog no National Catholic Register Kevin Di Camillo, professor de literatura inglesa na Universidade de Niágara.

No entanto, é possível fazer uma lista que, embora esteja incompleta e omita obras importantes como as Confissões de Santo Agostinho ou a Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino, pode ajudar muito ao crescimento espiritual de quem deseja alcançar a santidade.

1. Os Evangelhos

A primeira coisa que um católico precisa ler são os quatro Evangelhos presentes nas Sagradas Escrituras. Para quem não tem tempo, é recomendável começar pelo Evangelho de Marcos, pois é o mais curto e a linha de ação é rápida e agitada.

É importante lembrar que este Evangelho não inclui a história do Nascimento de Jesus como em Mateus e Lucas, nem contém a incrível poesia do início do Evangelho de São João; no entanto, se nunca leu os Evangelhos do início ao fim, ler São Marcos é um bom primeiro passo.

2. O Catecismo da Igreja Católica

O segundo livro essencial é o Catecismo da Igreja Católica. Este é um dos documentos "finais" do Concílio Vaticano II (1962-65) que só foi publicado quase 30 anos após o término deste importante evento.

A estrutura deste livro reduz quase todos os temas importantes para os católicos a pequenas leituras. Se mesmo assim ainda for difícil de digerir, é possível ler o Compêndio Abreviado do Catecismo da Igreja Católica; que é ainda mais fácil do que o Catecismo original.

Os mais jovens e as crianças podem ler o YouCat, que é o Catecismo apresentado numa linguagem ainda mais simples e com imagens de apoio.

3. A Imitação de Cristo

A terceira obra essencial é A Imitação de Cristo, um clássico de Thomas de Kempis escrito há mais de 500 anos e que é considerado o segundo livro mais vendido de todos os tempos, depois da Bíblia. A obra é composta por quatro livros onde o autor traça o progresso da alma até e incluindo sua união com Deus na Sagrada Comunhão.

4. Vidas dos Santos

As Vidas dos Santos, escrito por Alban Butler, ocupa o quarto lugar. Existem várias versões deste livro, como a edição de 12 volumes da década de 1980 ou a edição de quatro volumes na qual cada livro tem literalmente o tamanho de um tijolo. No entanto, também existe uma versão mais curta, de 1991, feita por Michael Walsh.

A edição de Walsh foi habilmente resumida e, embora não seja "completa", pelo menos fornece uma boa mostra representativa de 365 santos, principalmente da Irlanda, Escócia, Inglaterra e País de Gales.

5. O Saltério ou Livro dos Salmos

A pessoa que chamou o Livro dos Salmos de "Livro de Oração de Jesus" realmente não estava errada. É o primeiro livro das "Escrituras" (Kethubhim ou Hagiographa), ou seja, a terceira seção da atual Bíblia Hebraica impressa. Contém 150 salmos, divididos em 5 livros; junto com quatro doxologias e os títulos da maioria dos salmos

Existem versões de diferentes tamanhos e apresentações, incluindo uma versão "para cantar", já que os salmos podem ser cantados.

6. A Bíblia

Todo o conteúdo da Bíblia em si é fonte de sabedoria e é aconselhável a leitura de todos os seus livros. O site bibliacatolica.com.br permite a consulta de várias versões do texto bíblico traduzidas ao português.

7. O Manual de Indulgências

Este pequeno livro contém todas as maneiras pelas quais alguém pode obter uma indulgência parcial ou plenária.

8. O Pequeno Ofício da Santíssima Virgem Maria

Em um mundo ideal, todos os leigos católicos deveriam estar familiarizados com a Liturgia das Horas, também conhecida como Ofício Divino. No entanto, o Ofício da Santíssima Virgem Maria é uma boa introdução.


9. Suma Teológica

Santo Tomás de Aquino escreveu sua Suma Teológica entre 1265 e 1273, com o modesto propósito de fazer uma apresentação sucinta da doutrina sagrada aos iniciantes em Teologia. Quase oito séculos depois, “A Suma” tornou-se referência indispensável não só aos principiantes em Teologia e Filosofia, como também aos mais exímios filósofos e doutores da Igreja. 


Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.


8 chaves para ser obediente como São José na vida cotidiana



Por ocasião do Ano de São José convocado pelo Papa Francisco, Pe. Ronal Pulido Martínez, professor e formador do Seminário Inter-Missionário de São Luís Beltrão (Colômbia) e evangelizador em dois canais do YouTube, explicou como foi a obediência de São José e ofereceu conselhos sobre como imitar essa virtude na vida cotidiana.

Pe. Pulido baseou a sua reflexão no terceiro ponto da Carta Apostólica Patris corde (Coração do Pai), intitulada “Pai na obediência”.

O Papa Francisco escreveu a Patris corde pelos 150 anos da declaração de São José como o padroeiro da Igreja universal, e também convocou o Ano de São José de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021.

As oito chaves para ser obediente como São José são:

1. Exercitar a escuta da nossa consciência

Pe. Pulido disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que assim como “fez com a Santíssima Virgem Maria e com São José”, a todos “em seu momento Deus revela qual é a sua vontade”, e explicou que a forma como a comunica é através da consciência que nos deu. Porém, às vezes, as pessoas “fecham os olhos” e “acham difícil aceitar e acolher a vontade de Deus”.

“Deus nos fala por meio da nossa consciência todos os dias, mas se não fizermos esse exercício de escutá-la, nossa consciência passa despercebida e perdemos a oportunidade de escutar a vontade de Deus e poder obedecê-la”, afirmou e explicou como exercitar a consciência.

A primeira coisa a fazer é se interessar em saber o que é a consciência: “É o Sacrário onde Deus fala ao homem”, disse.

Depois, devemos receber catequese e fazer oração, porque “quando fazemos silêncio e meditamos, começamos a escutar a consciência. Quando começamos a rezar, fechamos a porta do barulho do mundo e nos abrimos a este lugar íntimo onde” Deus fala ao coração. Finalmente, é preciso seguir a “sugestão do Espírito Santo dentro de nós”, acrescentou.

2. Reconhecer que Deus nos revela a sua vontade na simplicidade

Pe. Pulido disse que é importante ter uma maior “atitude de fé” para aprender a ouvir e ver Deus nas coisas simples da vida como São José o fez. Explicou que embora o santo "pudesse ter exigido algo mais contundente para acreditar", como a aparição de um anjo como ocorreu com a Virgem Maria ou a aparição majestosa de Deus no Monte Sinai, ele acreditou em algo "simples e comum" como são os sonhos.

Explicou que "uma maneira muito natural de Deus se revelar aos israelitas" era por meio dos sonhos, embora hoje isso "não seja mais comum". O livro do Eclesiástico diz: “Tenham cuidado com os sonhos, porque muitos se perderam, mas sejam atentos porque alguns sonhos podem vir de Deus”, disse.

“Deus nos fala nas coisas simples ou comuns, não temos que esperar que aconteça algo grande”. Por exemplo, Deus nos fala em “um conselho que um amigo nos faz, um plano que eu tinha e que não deu certo; ou seja, coisas simples que parecem acidentes, mas não são”, disse.

“Parecia um acidente que quando Jesus ia nascer [José e Maria] tiveram que fazer esta viagem tão simples por causa de um censo", mas isso era parte fundamental do plano de Deus, disse. Animou a "ter mais fé" para poder reconhecer a sua vontade nos acontecimentos diários e saber “discernir” o que vem de Deus; ou seja, eleger o que não vai contra os meus valores ou de Deus.

3. Ser prontos e disponíveis para obedecer

“O Papa Francisco nos ensina como São José em quatro momentos concretos escuta a vontade de Deus por meio dos sonhos. No primeiro sonho Deus revela-lhe que não deve ter medo de tomar Maria por esposa, porque o Menino que carrega no ventre é obra do Espírito Santo”, disse.

“Depois, em outro sonho, Deus também o orienta a fugir para o Egito para que possam se livrar do perigo de morte para o Menino”, disse. Em seguida, diz a José que é hora de voltar a Nazaré e orienta-o para que volte "porque lá estarão mais seguros".

Nesse sentido, assegurou que “São José nos convida à prontidão. Nos quatro momentos, São José foi disponível para obedecer à vontade de Deus. Devemos ser como São José, prontos para a vontade de Deus e saber escutar essa vontade de Deus nas coisas simples da vida”.

4. Recordar que, obedecendo, deixamos Jesus crescer

Pe. Pulido recordou também que São José é um “grande exemplo de obediência para todos nós, cristãos, pela sua disponibilidade para obedecer à sua missão de pai adoptivo de Jesus”. Como propõe o Papa Francisco, São José é um pai exemplar "sendo pronto na obediência”, acrescentou.

“Todos nós somos chamados a imitar essas virtudes de São José, porque também fomos chamados a ser pais de Jesus. Cada vez que celebramos o Natal, Jesus se dá a nós, nasce em nossas casas, em nossos corações, mas não nasce grande” e “esse é o mistério do Deus Menino que entra em nossas vidas”, disse.

Nesse sentido, “a missão de todo cristão é cuidar e fazer crescer esse Menino. Como diz São João Batista: ‘Convém que Ele cresça e eu diminua’. Com essa virtude da obediência garantimos que Jesus, esse tesouro que carregamos em vasos de barro, estará seguro”.

5. Ser íntegros: obedecer a Deus e às leis civis

Pe. Pulido assinalou que “a obediência de São José é uma obediência íntegra, porque abrange a totalidade da existência: não só busca ser obediente a Deus, mas também obedece às autoridades civis”.

Explicou que “São José acolhe o censo que foi decretado para toda a região” e que “ao obedecer às autoridades civis, São José também faz a vontade de Deus, inclusive faz com que as profecias se cumpram”, como o nascimento de Jesus em Belém ou o retorno a Nazaré.

“São José nos oferece um exemplo de que a obediência deve ser integral em todos os aspectos da minha vida, não apenas nos aspectos da fé, mas em todos os aspectos civis, inclusive na amizade da vida cotidiana, pois a obediência deve estar tão profundamente enraizada no nosso coração que nos seja fácil obedecer a tudo o que nos é proposto na nossa vida cotidiana”.

“O plano de salvação está focado na obediência”, disse. "Uma definição simples de santidade é obedecer à vontade de Deus". Obediência é a rainha dentro das virtudes "que Deus quer dos cristãos", disse, e recomendou a leitura da vida dos santos que cultivam a obediência.

6. Recordar que ao obedecer somos precursores da fé

Pe. Pulido disse à ACI Prensa que “São José é proposto pelo Papa Francisco como aquele que educou Jesus na obediência”.

Por exemplo, disse que “podemos chegar a ouvir dos lábios de Jesus no Horto do Getsêmani: 'Pai, não se faça a minha vontade, mas a tua', porque Jesus aprendeu com seu Pai São José a obedecer. Ouvimos dos lábios de Jesus palavras como: ‘Meu alimento é fazer a vontade do Pai’; ou seja, obedecer. Aprendeu tudo isso em casa, também o aprendeu da Virgem”.

“Portanto, quando somos obedientes, não estamos apenas agradando a Deus, mas estamos educando aqueles que virão depois de nós. Somos precursores da fé para os nossos filhos e para os nossos amigos quando somos pessoas obedientes”, destacou.

7. Recordar sempre que ao obedecer voltamos ao Paraíso

Pe. Pulido disse que é importante e pode nos ajudar muito a desenvolver a virtude da obediência “recordar constantemente que quando obedecemos voltamos ao paraíso”.

Fomos expulsos do Paraíso "porque nossos primeiros pais desobedeceram", "mas quando um filho de Deus obedece, então voltamos ao Paraíso, estamos retornando a esse estado original em que Deus nos criou", disse.

Explicou que “os santos usaram frases curtas que deram força à sua vida. Às vezes uma jaculatória, às vezes um pensamento simples” que repetimos constantemente. Por exemplo, lembrou que quando São Paulo Miki e os mártires do Japão estavam morrendo, repetiam a jaculatória: "Jesus, Maria".

Para o Pe. Pulido, recordar que ao obedecer vamos ao paraíso “seria um pensamento simples para alimentar todos os dias e que nos ajudaria muito a obedecer”. Do mesmo modo, afirmou que qualquer pessoa também pode criar uma oração e sugeriu o seguinte: "Pai, faz-me obediente como o teu Filho."

8. Como desenvolver a virtude da obediência na família?

Por fim, Pe. Pulido recomendou duas chaves concretas às famílias para que possam desenvolver a virtude da obediência a partir dos papéis de esposos e filhos.

Quando Deus, através do anjo, diz a José: "Toma-a por esposa, porque [o Filho que carrega no ventre] é obra do Espírito Santo", São José "movido pelo amor que tem por sua esposa obedece a Deus imediatamente”, disse. O amor o move a não a denunciar ou repudiar, "apesar de tudo indicar que Maria o enganou", acrescentou.

Da mesma forma, “o amor forte do casal leva a obedecer facilmente a Deus e ao outro”, disse. “A relação de casal implica obedecer ao outro. Em muitos casos, trata-se do conselho ou sugestão que a esposa faz ao marido. Então, o que vai fazer os maridos obedecerem a Deus e viverem a obediência em casa? Que o amor seja forte”.

“Gostaria de convidar os casais a fortalecerem o amor para que obedecer seja muito fácil. Obedecemos facilmente a quem amamos muito, mas é difícil para nós obedecer a uma pessoa por quem não temos muito afeto. Portanto, cultivar o amor conjugal tornaria muito mais fácil obedecer”, disse ele.

No caso dos filhos, Pe. Pulido disse que é comum que lhes custe muito obedecer, por isso, disse que “o convite que São José nos faz é ser prontos. Às vezes, pensamos muito para obedecer e pensar e esperar muito dificulta a obediência. Como quem tem que se lançar na piscina para aprender a nadar, se você pensar muito nisso vai acabar se enchendo de medo e não conseguir”.

“Então, eu acho que para os filhos a prontidão ao obedecer é a chave. Os pais sabem bem o que estão pedindo e quando somos mais prontos e decididos a obedecer, vai ser mais fácil para nós (desenvolver esta virtude) que quando damos muitos rodeios e voltas para obedecer”, concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

























segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Consagre o novo ano a Nossa Senhora

 "Neste ano 2021 seja santo, bendita sejais acima de todas as criaturas, Serva do Senhor, que obedecestes da maneira mais plena ao chamamento divino"


Ó Nossa Senhora, Mãe dos homens e dos povos, vós que conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, vós que sentis, maternalmente, todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas que abalam o mundo contemporâneo, acolhei o nosso clamor, que, movidos pelo Espírito Santo, elevamos diretamente ao vosso coração. Abraçai, com amor de Mãe e de Serva do Senhor, este nosso mundo humano que vos confiamos e consagramos, cheios de inquietude pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos.

De modo especial, entregamos e consagramos a vós aqueles homens e nações que têm particular necessidade dessa entrega e consagração.

À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus! Não desprezeis as súplicas que se elevam de nós que estamos na provação.

Encontrando-nos, hoje, diante vós, Mãe de Cristo, diante do vosso Imaculado Coração, desejamos, juntamente com toda a Igreja, unir-nos à consagração que, por nosso amor, o vosso Filho fez de Si mesmo ao Pai: “Eu consagro-Me por eles — foram as suas palavras — para eles serem também consagrados na verdade” (Jo 17,19).

Reze e consagre o novo ano a Nossa Senhora

Queremos nos unir ao nosso Redentor, nessa consagração pelo mundo e pelos homens, a qual, no Seu coração divino, tem o poder de alcançar o perdão e conseguir a reparação.

Neste ano santo, bendita sejais acima de todas as criaturas, Serva do Senhor, que obedecestes, da maneira mais plena, ao chamamento divino.

Louvada sejais Vós, que estais inteiramente unida à consagração redentora do vosso Filho!

Peça proteção

Mãe da Igreja, iluminai o povo de Deus nos caminhos da fé, da esperança e da caridade! Iluminai, de modo especial, os povos dos quais vós esperais a nossa consagração e entrega. Ajudai-nos a viver na verdade da consagração de Cristo por toda a família humana do mundo contemporâneo.

Confiando-vos, ó Mãe, o mundo, todos os homens e povos, nós vos confiamos também a própria consagração do mundo, depositando-a no vosso coração materno.

Oh, Imaculado Coração, ajudai-nos a vencer a ameaça do mal que se enraíza tão facilmente no coração dos homens de hoje e que, nos seus efeitos incomensuráveis, pesa já sobre a vida presente e parece fechar os caminhos do futuro!

Da fome e da guerra, livrai-nos!
Da guerra nuclear, de uma autodestruição incalculável e de toda a espécie de guerra, livrai-nos!
Dos pecados contra a vida do homem, desde os seus primeiros instantes, livrai-nos!
Do ódio e do aviltamento da dignidade dos filhos de Deus, livrai-nos!
De todo o gênero de injustiça na vida social, nacional e internacional, livrai-nos!
Da facilidade em calcar aos pés os mandamentos de Deus, livrai-nos!
Da tentativa de ofuscar nos corações humanos a própria verdade de Deus, livrai-nos!
Da perda da consciência do bem e do mal, livrai-nos!
Dos pecados contra o Espírito Santo, livrai-nos, livrai-nos!

Acolhei, ó Mãe de Cristo, esse clamor carregado do sofrimento de todos os homens! Carregado do sofrimento de sociedades inteiras! Ajudai-nos com a força do Espírito Santo a vencer todo o pecado: o pecado do homem e o “pecado do mundo”; enfim, o pecado em todas as suas manifestações.

Que se revele, uma vez mais, na história do mundo, a força salvífica infinita da Redenção: a força do amor misericordioso! Que Jesus detenha o mal, que Ele transforme as consciências! Que se manifeste para todos, no vosso Imaculado Coração, a luz da esperança!  

Amém!


Irmã Lúcia confirmou, pessoalmente, que esse ato de consagração, solene e universal, correspondia àquilo que Nossa Senhora queria: «Sim, está feita tal como Nossa Senhora a pediu, desde o dia 25 de março de 1984» (carta de 8 de novembro de 1989). Por isso, qualquer discussão e ulterior petição não tem fundamento.

Equipe de colunistas do formação

Fonte: Canção nova.

Esta é a oração que o Papa Francisco faz à Virgem Maria

  Cada um de nós poderia passar por momentos muito difíceis, as vezes perdemos de vista o horizonte e até caímos em desespero. Diante disso,...